No Liverpool de Klopp, Coutinho atua na ponta esquerda. Sem a posse da bola fecha o flanco esquerdo do campo, de modo que, com ela, naturalmente circula pela faixa central, vindo da esquerda, buscando o espaço entre linhas para o passe ou o arremate de direita. Seu arremate de direita de fora da área, da meia esquerda, inclusive, já virou um clássico.

Em jogo válido pela 7ª rodada da Premier League, neste sábado, diante do Swansea, fora de casa, o XI inicial do Liverpool foi o habitual: Henderson volante, Lallana e Wijnaldum nas meias, Mané e Coutinho nas pontas, mais Firmino centroavante (4-1-4-1). Ainda no primeiro tempo, contudo, Klopp foi forçado a mexer no time, devido à lesão de Lallana (23'). Atrás no placar (Fer marcou no minuto 8), o treinador alemão colocou Sturridge, passou Firmino para a ponta esquerda e Coutinho para o lugar onde, na minha visão, ele pode render mais: a meia esquerda (prancheta acima).
E o futebol de Coutinho cresceu. Principalmente no segundo tempo. Mais presente, o camisa 10 deu a dose de criatividade e fluência que a equipe estava tanto precisando pelo corredor central. Com os elétricos Mané e Firmino abertos (o primeiro mais aberto que o segundo) e o móbil Sturridge no comando do ataque, o Liverpool passou a controlar o jogo, algo que não havia conseguido na primeira etapa. As associações começaram a surgir com mais frequência, as chances começaram a ser criadas, a pressão a aumentar, até a virada chegar: 2 a 1 (Firmino e Milner).
Vitória importantíssima para quem quer brigar pelo título, pois acaba com o estigma de que o Liverpool 2016/17 vai bem contra times "grandes" e mal contra times "pequenos". Enfim. Só espero que Klopp considere jogar mais vezes com Coutinho na meia esquerda do 4-1-4-1/4-3-3. Assim como Tite na Seleção (Casemiro volante, Fernandinho e Coutinho nas meias, Douglas Costa e Neymar nas pontas, mais Jesus centroavante, por exemplo).