quarta-feira, novembro 23, 2011

A mão de Guardiola

No começo eu pensava: "Será que são os jogadores ou o cara é bom mesmo?" Hoje tenho certeza: o cara é craque. Não é só por causa de Messi, Xavi, Iniesta e etc que esse Barça voa. Voa porque tem o dedo, ou melhor, a mão inteira de Pep Guardiola.



Além da filosofia de jogo (manutenção da posse de bola a toques curtos e pacientes), uma das características admiráveis é que ele parte do princípio de que todos jogadores podem render bem em mais de uma, duas, até três posições. Pelo menos é o que me parece.

Por exemplo: Messi. No 4-3-3 azulgrená habitual, era ponta-direita. Surgiu como ponta-direita. Quando Ibrahimovic saiu, porém, o técnico o transformou em 'falso nove' e o gênio argentino virou artilheiro disparado.

Outro exemplo: Mascherano. Tem se saído um baita zagueiro. Quem diria? Substitui Piqué e Puyol com perfeição. Mais uma sacada de Pep. Outra é Iniesta. Além de atuar nas meias do 4-3-3, vira-e-mexe vira ponta.

E assim seguem vários casos: Keita joga como volante e meia; Thiago como meia, volante e ponta; Adriano pode ser lateral-esquerdo, lateral-direito, ponta-direita; e por aí vai.

Evidente que a polivalência dos atletas que tem em mãos ajuda Guardiola na implementação de suas ideias. Não tenho dúvida, no entanto, que outros no lugar dele não fariam o que ele faz.

terça-feira, novembro 22, 2011

Pré-jogo: Milan x Barcelona

Se Allegri não pecasse pela falta de ousadia - ou seria covardia em demasia? - o time provavelmente teria Robinho, Pato e Ibrahimovic entre os onze (seja no 4-4-2 em losango, com Robinho na ponta de lança, ou no 4-3-3). Pelo pouco que conheço do treinador, porém, Pato deve ficar no banco.

Sem Seedorf, o meio-campo deve ser formado por Van Bommel, Nocerino, Aquilani (Ambrosini) e Boateng. E os duelos individuais devem ser definidos entre Boateng x Busquets, Aquilani x Xavi e Nocerino x Fábregas. Se Messi não voltar para cercar Van Bommel, o holandês vai ficar livre, o que não significa muita coisa.



Se Alexis e Villa forem mesmo os ponteiros do Barça, baterão de frente com Antonini e Abate. A vantagem nesses confrontos são dos visitantes, obviamente.

Resta saber se em pleno San Siro o Barcelona vai fazer o que faz sempre: manter a posse de bola no campo ofensivo, trocar passes precisos e pacientes e infiltrar na área a tabelas e triangulações para finalizar.

Devido à potência e ao estilo de jogo da equipe treinada por Guardiola, é possível que, mesmo em casa, a principal arma rubronegra seja o contra-ataque. Por isso eu começaria com Pato.

Tentativas de previsão e teorias à parte, o apito inicial será soprado às 17h45 (Brasília) desta quarta-feira, pela penúltima rodada da fase de grupos da Champions League.

Pré-jogo: United x Benfica

Baseado na rodada anterior dos respectivos campeonatos nacionais e nas informações no site da UEFA, imagino que essas serão as escalações para o jogo desta terça-feira, no Old Trafford.

Alex Ferguson pode repetir o time que venceu o Swansea no fim de semana. Contudo, como a partida é em casa, é provável que Valencia comece entre os onze e Park fique no banco. Assim Nani seria deslocado para a extrema esquerda e o equatoriano ocuparia a direita.



No meio-campo, Giggs deve sofrer marcação de Witsel e Carrick ser vigiado por Aimar. Sem a bola o camisa 10 do Benfica deve compor o setor. Já Javi García poderá ter de auxiliar Emerson nas investidas de Nani (ou Valencia).

Se a lógica for mantida e a posse for majoritariamente dos Red Devils, a principal arma dos visitantes deve ser o contra-ataque, em especial com Bruno César e Gaitán. Não será surpresa, portanto, se o 20 e o 8 se alinharem com os volantes para ocuparem os espaços com duas linhas de quatro.

terça-feira, novembro 15, 2011

Alemanha dá aula de 4-4-2 em linha

Esquema tático existe para organizar o time defensivamente. Ou seja: quando está sem a bola. Quando retoma ela, no entanto, a estrutura se desfaz, em função da movimentação ofensiva dos jogadores. Por isso não enxergo um 4-2-3-1 na Alemanha, e sim um 4-4-2 em linha.

Sem a bola a equipe treinada por Joachim Löw se fecha com duas linhas de quatro bastante aplicadas, compactas e eficientes - graças ao comprometimento dos wingers Müller e Podolski, que acompanham a regressão de Khedira e Kroos até onde for necessário.



Quando recupera a posse, porém, a figura muda. O canhoto Özil torna-se o principal organizador. Volta para buscar a bola, cai pelos lados, encosta no centroavante. Tem liberdade e obrigação para flutuar por uma extensa faixa do gramado.

Os extremos avançam tanto pelo corredor lateral (cruzamento) quanto entram em diagonal. No miolo da meia cancha, Khedira fica preso e Kroos sai para o jogo pelo corredor central. E quanto a Klose, simples: é a referência do ataque, não apenas na jogada aérea. Já os laterais, pelo menos nesta terça-feira, foram tímidos no apoio.



O 3 a 0 em casa, em cima da Holanda, foi outra grande apresentação dos alemães. Hoje, na minha opinião ao lado da Espanha, são as grandes seleções do mundo. Principalmente no que diz respeito à coletividade. Embora conte com alguns talentos individuais acima da média, o diferencial da Alemanha é o futebol coletivo.

PS: Mesmo com a elástica vitória já consumada, aos 88 minutos de partida a aplicação tática é mantida (veja aqui)

segunda-feira, novembro 14, 2011

Saldo da Seleção em 2011

Esse time nunca jogou junto. Mas se hoje tivesse todos atletas à disposição, tenho convicção de que esse seria o onze de Mano Menezes. Evidente que não se trata de informação. É apenas palpite.



Se essa projeção estiver correta, a pergunta que fica é a seguinte: e o resto do elenco? Atualmente quem são, na cabeça de Mano, os outros 12 jogadores que completam a lista de 23?

Baseado nas convocações e nos amistosos dessa temporada, imagino que, hoje, apenas duas ou três vagas não estão preenchidas (lembrando que estou considerando todos atletas disponíveis).

Para a reserva de Julio César, Jefferson e Diego parecem ser os nomes. Já para a zaga, Dedé é o número três. Só não sei quem seria o quatro (Lúcio? Luisão?). Para completar a linha defensiva, creio que Danilo seja a alternativa para a direita e Adriano para a esquerda.

Quanto aos volantes, a situação está bem definida: Sandro é o substituto de Lucas Leiva e Elias o de Fernandinho. Quanto a meia central, penso que Kaká disputa posição com Ganso (Bruno César corre por fora).

Para a ponta direita, Lucas Moura, do São Paulo, é a opção. E para a esquerda, Hernanes. Hernanes? Bom, pelo menos é o que parece. Foi assim contra o Egito. E na frente, apesar da boa partida de Jonas nesta segunda, a camisa 9 está entre Leandro Damião e Pato.

E Ronaldinho? Robinho? Acredito que, hoje, estão fora dos planos de Mano. Posso estar redondamente enganado, é verdade. Ou posso estar esquecendo alguns nomes (Fabio? Luiz Gustavo? Ramires?). Porém, no fim das contas, o saldo de 2011 é positivo. Mano Menezes tem sim um grupo. Só não está conseguindo, no momento, contar com todas as peças ao mesmo tempo.

sexta-feira, novembro 11, 2011

O 11 do futebol mundial atual

Inspirado pelo Marca, em função da data de hoje, levantei a bola no Twitter: qual o onze ideal da atualidade? Como pode-se ver, a supremacia é azulgrená.

Quatorze pessoas escalaram suas seleções. Messi e Xavi foram as únicas unanimidades. Cristiano Ronaldo recebeu 13 de 14 votos possíveis, Daniel Alves 12 e Casillas 10.



Entre os zagueiros, Piqué e Thiago Silva receberam 9 votos cada. O terceiro foi Vidic, com 6. Já na lateral esquerda, Marcelo goleou: 9 votos, contra 2 de Bale, 2 de Lahm e 1 de Evra.

No meio-campo, Xavi tem a companhia de Schweinsteiger e Iniesta, ambos com 9. O quarto meio-campista, portanto sem vaga no onze inicial, foi Yaya Touré, com 4. E na frente, somado a Cristiano Ronaldo e Messi, Neymar. O craque da Vila superou Rooney por 7 a 5.

PS: Os "eleitores", pela ordem: @mariopordeus, @daniipessanha, @lbertozzi, @blogdocarlao, @fefeu, @MatheusGomesBFR, @arthurbarcelos_, @Taisser_Gustavo, @eduardocecconi, @GuCarratte, @ricardo_jsj, @DavidZanbianchi, @MarceloManoel e @a4lMichelCosta.

Messi falso 9 na seleção: sim ou não?

Não é de hoje que a Argentina joga no 4-4-2 em losango. Ainda com Batista, esse era o esquema adotado, com Mascherano, Gago, Di María e Messi no meio (veja aqui).

Sabella mantém a estrutura tática. Na vitória por 4 a 1 sobre o Chile, no dia 7 de outubro, a meia-cancha foi formada por Braña, Banega, Di María e Sosa, com Messi no ataque (aqui).

Nesta sexta, no 1 a 1 com a Bolívia em pleno Monumental, Alvarez compôs a dupla de ataque com Higuaín, no mesmo sistema. O 10 foi o ponta de lança, se projetando à frente e caindo pela direita.



A gente precisa parar de traçar um paralelo entre a equipe dos hermanos e a catalã por causa do gênio argentino. É evidente que a Albiceleste jamais vai jogar como o Barcelona, por uma série de motivos (alguns deles aqui).

Só para me contrariar, porém, esbocei a Argentina num 4-3-3 com Messi de falso nove, posição que atua com Guardiola. (Aliás, para refrescar a memória, ele começou como ponta-direita com Rijkaard, seguiu como ponta-direita com Pep - Eto'o era o centroavante -, e só assumiu a faixa central depois da saída de Ibrahimovic.)

Sei que Barcelona é Barcelona e Argentina é Argentina. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. No entanto, se Sabella quisesse repetir pelo menos a estrutura tática e o posicionamento de Messi, seria algo mais ou menos assim.



O canhoto Di María jogaria aberto na direita (onde joga no 4-2-3-1 do Real Madrid), o destro Agüero aberto na esquerda, e Messi no centro, voltando para ajudar na distribuição e alimentar as entradas em diagonal dos pontas.

Sem desmerecer Higuaín ou qualquer outro, na teoria esse time teria tudo para dar certo. Se não a nível Barcelona, poderia render muito mais do que vem rendendo (pelo menos no que diz respeito ao setor ofensivo, já que o treinador e os caras do ataque nada podem fazer quanto a erros individuais da defesa, como cansou de cometer Demichelis contra a Bolívia).

Sem querer comparar mas já comparando, a pergunta que fica é a seguinte: vale a pena tentar Messi de falso nove, posição onde se tornou artilheiro absoluto no clube, ou é melhor manter o 4-4-2 em losango (ou outro esquema) com Higuaín na referência?

quinta-feira, novembro 10, 2011

Brasil, Europa, Neymar e Seleção

"O mundo está jogando diferente. Vi um clássico brasileiro com muito espaço. Muito. E não é isso que estamos vendo fora. Precisamos de um entendimento diferente."

A declaração é de Mano Menezes, dada no dia 31 de outubro. Concordo com o treinador. O futebol jogado lá fora é diferente. Entre outras, foi por causa da questão dos espaços, por exemplo, que Petkovic fez o que fez em 2009.

Mas quero falar aqui sobre Neymar. E Seleção.



É evidente que a permanência do craque é boa para todo mundo. Para o atleta, para o clube, para a torcida, para a imprensa. Para todo mundo. Menos para a Seleção.

Pelo seguinte: na Europa a evolução é inegável. Essencialmente no que diz respeito à parte tática. Pelo menos é o que dizem os brasileiros que para lá se mudaram. O amadurecimento é acelerado. E notável.

Outro aspecto é que, se atuasse na Europa, Neymar se acostumaria a enfrentar os jogadores que provavelmente vai enfrentar em 2014. Na Copa, já estaria familiarizado com os adversários. Estaria acostumado a duelar com os peixes grandes do futebol mundial.

Quer dizer que ficar no Brasil vai fazer de Neymar um jogador ruim na Seleção? Claro que não. Seu talento se sobrepõe a qualquer fragilidade tática que supostamente possa existir. E quanto ao argumento de que não vai estar acostumado a jogar contra os peixes grandes, a recíproca é verdadeira: os peixes grandes não vão estar acostumados a marcar Neymar.

Sua permanência é um marco na história recente do futebol brasileiro. Não resta dúvida. É boa para todo mundo. Principalmente para ele, que se diz feliz perto da família, do filho e dos amigos. No entanto não tenho dúvida de que, para a equipe de Mano Menezes, seria melhor se ele pegasse pelo menos uma temporada na Europa antes da próxima Copa do Mundo. Veja bem: não que seja ruim ficar. Apenas seria melhor, para a Seleção, se fosse.

terça-feira, novembro 08, 2011

Tricolores opostos

Corinthians, Vasco, São Paulo, Flamengo, Botafogo, Fluminense e Internacional. Ao término da 28ª rodada, essa era a classificação do Brasileirão, pela ordem. Corinthians era líder, São Paulo terceiro e Fluminense o sexto. A dez rodadas do fim do campeonato, foram nesses times que apostei minhas fichas.

Hoje, cinco jogos depois, a cinco do final, o clube do Morumbi ocupa a 8ª posição e praticamente deu adeus ao troféu. As equipes do Parque São Jorge e da Laranjeiras, em contrapartida, seguem firme na corrida pelo caneco.



Corinthians era barbada. Àquela altura, todo mundo o colocava entre os três favoritos. Admito, porém, que arrisquei ao apontar São Paulo e Fluminense. Sofri críticas, por exemplo, por ter deixado o Vasco de fora. Mas me apoiei, como dito no post, nos elencos - para mim os três melhores do torneio (sem contar o Santos).

Hoje, a cinco rodadas do fim, a tabela mostra que eu estava enganado quanto ao tricolor paulista, à época ainda treinado por Adilson Batista. On the other hand, fui bem ao palpitar Fluminense. Se ao término da 28ª, após perder o clássico para o Flamengo de virada (aquele com os gols de Bottinelli), o Flu caiu para sexto e foi desacreditado por muitos, finalizada a 33ª, depois de bater o Inter no Beira-Rio, o tricolor carioca está vivíssimo na briga, a somente dois pontos de Corinthians e Vasco, ambos com 58.