segunda-feira, agosto 29, 2011

A sinuca de bico de Kaká

José Mourinho não vai abrir mão do 4-2-3-1. Pode haver alguma variação em um jogo aqui, outro ali, mas a base para essa temporada, a exemplo da anterior, segue sendo a linha de quatro, os dois volantes, o meia central, os pontas e o centroavante.

Em tese Kaká disputa vaga apenas com Özil, a quem Guti rotulou no Twitter neste fim de semana como "o craque do Madrid". A fase do alemão é excelente e a chance dele ir para o banco é nula. Portanto o brasileiro disputa uma vaga com Di María. Mas não para atuar aberto.



Em fevereiro deste ano, por exemplo, Kaká chegou a ser titular ao lado de Cristiano Ronaldo e Özil (veja aqui), com Di María à parte. No entanto me parece claro que o rendimento da equipe é melhor com Özil por dentro e Di María por fora, e não sei se o treinador estaria disposto a mudar o posicionamento do camisa 10.

Para a maioria dos votantes, na enquete realizada aqui no blog há alguns dias, Kaká não tem vaga entre os onze: 45% dos 50 votos, contra 36% (sim, no lugar de Di María) e 19% (sim, no lugar de Özil). Eis o dilema: deixar o clube pela porta dos fundos ou permanecer como reserva? Ou, claro, reconquistar a titularidade na bola?

É evidente que ele não está com toda essa moral com Mourinho, com os torcedores e com a imprensa madrilenha de uma forma geral. Contudo creio que Kaká põe fé em seu taco para sair dessa sinuca de bico e dar a volta por cima. Se vai conseguir, é outra história.

sábado, agosto 27, 2011

Pré-jogo: Flamengo x Vasco

A marcação não é individual, mas o duelo vai ser bonito: Ronaldinho x Dedé. Como o craque do Flamengo joga aberto na esquerda e o ídolo vascaíno na direita, o enfrentamento entre eles vai ser inevitável e admirável.

Em relação ao meio campo, é possível que Bottinelli por vezes feche por dentro para que Rômulo não tenha liberdade para avançar. Se assim for, o confronto tático ficará espelhado, com ambos times no 4-4-2 em losango.



Sem Aírton, é provável que Willians assuma a cabeça da área, região por onde Diego Souza atua. Por isso o camisa 10 cruzmaltino deverá buscar os lados do campo, em especial o esquerdo, para fugir da marcação cerrada do rubronegro.

A válvula de escape pelo lado do Fla deve ser Luiz Antonio, que cumpriu esse papel com maestria em outras oportunidades. Caberá, aparentemente, a Jumar impedi-lo.

Tentativa de previsão à parte, o pontapé inicial será dado neste domingo às 16h, horário de Brasília, no Engenhão.

Pré-jogo: Santos x São Paulo

A maioria das prévias mostra o São Paulo no 4-4-2 em losango, com Wellington, Casemiro, Carlinhos e Rivaldo no meio campo. Posso estar redondamente enganado, porém tenho a sensação de que Adilson vai utilizar três zagueiros.

Por quê? Não só para ter alguém na sobra no embate com Neymar e Borges, mas principalmente por causa do ponto fraco santista: a bola aérea. Embora o mandante tenha um time superior, os visitantes podem surpreender numa cobrança de escanteio ou de falta.

Outro argumento a favor dos três zagueiros é a liberação dos laterais. Geralmente bastante ofensivos, Danilo e Léo podem ser sufocados por Juan e Piris. A desvantagem, no entanto, é a inferioridade numérica no setor do meio.



Se Adilson optar pelo 3-5-2, o miolo do meia cancha deverá ser dominado pelo Santos, e quem poderá aproveitar a superioridade é Arouca. Elano, que deverá encontrar espaços preciosos às costas de Juan, deverá ser vigiado por Carlinhos, e Ganso por Casemiro.

Já no ataque, evidentemente que três zagueiros não garantem o freio sobre Neymar. Sem falar no artilheiro e pivô Borges, que poderá fazer a parede pelo corredor central para as tabelas de quem vem de trás.

Rascunhos, teorias e tentativas de previsões à parte, a bola rola pra valer às 16h deste domingo na Vila Belmiro.

sexta-feira, agosto 26, 2011

Pré-jogo: Fluminense x Botafogo

Embora o Botafogo jogue no 4-5-1 com os chamados três meias ofensivos à frente dos dois volantes, a superioridade numérica no miolo do meio campo é do Fluminense, que atua no 4-4-2 em losango.

É provável que Elkeson e Maicosuel batam com Carlinhos e Mariano, Felipe Menezes com Edinho, Valencia com Renato (ou Marcelo Mattos), e Lanzini com Marcelo Mattos (ou Renato). Já Souza (se substituir Marquinho), em tese, terá caminho livre para avançar.

E se caso o camisa 9 alvinegro fechar por dentro para cercar o 21 tricolor, Carlinhos pode ganhar o corredor e ficar no um contra um com Lucas, auxiliado por Lanzini e Rafael Moura.



Pelo lado do Bota, em contrapartida, tanto Elkeson quanto Maicosuel devem encontrar espaços às costas dos laterais adversários. Os dois devem ser peças-chave no contra-ataque, possivelmente alimentado por Felipe Menezes e Renato.

Se a jogada se desenvolver pela esquerda, Felipe Menezes deve encostar em Maicosuel, e Elkeson em Herrera, não apenas visando o cruzamento. Se se desenvolver pela direita, quem deve aparecer na área para se aproximar do centroavante é Maicosuel.

Teorias à parte, a bola rola na prática neste sábado às 18h, horário de Brasília, no Engenhão, pela 19ª rodada do Brasileirão.

Os números do melhor do mundo

Fora o amistoso frente ao Napoli (5 a 0, dois de Messi), o Barcelona fez três jogos na temporada 2011/2012: dois contra o Real Madrid, pela Supercopa da Espanha, e um contra o Porto, pela Supercopa da Europa.



No 2 a 2 do Santiago Bernabéu, um gol e uma assistência de Messi. No 3 a 2 do Camp Nou, dois gols e uma assistência de Messi. E no 2 a 0 em Mônaco, um gol e uma assistência de Messi. Sem falar em dois troféus mais. Nada mal para um início.

segunda-feira, agosto 22, 2011

Boa notícia para os corintianos

Quando Alex foi anunciado pelo Corinthians, logo fiz uma prancheta com ele e mais dez, no habitual 4-2-3-1 de Tite, tentando prever o que seria do Timão. Sem Danilo, obviamente. Porque para mim não havia dúvida de que um era reserva do outro.

No entanto o treinador não achou que fosse tão óbvio assim. Tanto é que não foi da noite para o dia que o ex-Spartak Moscou conquistou a titularidade (o que é compreensível, pois a equipe vinha muito bem). Demorou um pouco, porém a alcançou. Quem pagou o preço, contudo, foi Willian, e não Danilo.



Agora, algumas rodadas e uma significante queda de rendimento depois, eis que surge uma boa notícia para os corintianos. Após cinco jogos e apenas uma vitória com os dois em campo, Tite reconsidera a possibilidade de continuar atuando com Alex e Danilo juntos.

Qual o time ideal? Não sei. Só sei que o articulador central tem que ser Alex, e Jorge Henrique, Willian e Emerson que briguem pelas vagas das beiradas. E quando Adriano começar a jogar, Liedson também deverá concorrer a uma das pontas. Isso, claro, se Tite mantiver o 4-2-3-1. E quanto a Danilo, simples: banco. Afinal, não se ganha campeonato sem elenco.

domingo, agosto 21, 2011

Tudo igual no clássico carioca

Se no primeiro tempo a equipe vascaína foi superior e abriu o placar com Juninho de pênalti, no segundo a tricolor reagiu e merecidamente buscou o empate com Rafael Moura de cabeça. A julgar pelos 90 minutos, o resultado ficou de bom tamanho.

Como ambos times jogaram no 4-4-2 em losango, houve o encaixe no meio de campo: Rômulo x Lanzini, Juninho x Marquinho, Eduardo Costa x Valencia e Diego Souza x Edinho.



Para não se entregar à marcação adversária, porém, tanto Diego Souza quanto Lanzini caíram pelos cantos. O 10 cruzmaltino mais pela esquerda e o 11 do Flu, na primeira etapa, mais pela direita, para jogar com Mariano. Na segunda o argentino buscou mais o lado canhoto, para jogar com Carlinhos e Rafael Moura.

Foi por causa da movimentação de Lanzini e do apoio dos laterais, aliás, que o Fluminense cresceu no segundo tempo. Já o Vasco regrediu graças ao cansaço, em especial de Eder Luis, bastante acionado na partida, e à pressão do rival, digna de nota.

quinta-feira, agosto 18, 2011

As opções por posições da Seleção

Se Mano Menezes mantiver o esquema que mais lhe agrada, o Brasil deve enfrentar Gana, no dia 5 de setembro, em Londres, com Ronaldinho e Neymar pelas beiradas. Não tinha pensado nisso no início por causa do ar de intocável de Robinho, mas Gustavo Dario e Rodrigo Igor me abriram os olhos para essa possibilidade.

Se assim for, o treinador contará com três opções reservas para a ponta direita: Robinho, Hulk e Lucas Moura; e outras duas para a esquerda: Neymar e Robinho. Só não está claro para mim quem seria a alternativa para Ganso. Ronaldinho? Fernandinho? Lucas Moura? Ou a solução seria, em caso de necessidade, mudar a estrutura tática da equipe?



Quanto aos volantes, acredito em Lucas Leiva e mais um. Óbvio. Creio também num segundo volante com qualidade no passe, na chegada e na criação. Por isso apostaria em Fernandinho. Se bem que Mano pode optar por um homem mais alto, em função do adversário. No caso, Luiz Gustavo.

O elenco está bem servido. E confesso que, mais do que o retorno de Ronaldinho, me chamaram a atenção as voltas de Marcelo e Hulk. E, claro, a ausência de Hernanes. Se o problema é pessoal, que se resolva. Porque tática e tecnicamente o atleta da Lazio só teria a agregar, principalmente na saída do jogo, por causa da marcação cerrada que Ganso vem sofrendo.

Lá vem o Barça novamente

O aperitivo da temporada 2011/2012 mostrou que, a exemplo das anteriores, o Barcelona vem com tudo para papar tudo. Graças ao extraordinário time que possui, e graças ao gênio argentino.

Nas duas primeiras partidas, contra o poderoso Real Madrid de Mourinho, diga-se, o Barça fez cinco gols. Três deles marcados por Messi e dois deles com assistências de Messi.

O camisa 10 não joga sozinho, no entanto. E o que era bom, ficou ainda melhor. Com as chegadas de Fábregas, 24 anos, e Alexis, 22, os comandados por Guardiola se tornam ainda mais fortes e flexíveis.

Se a médio-prazo o time do Camp Nou "precisava" de um meia e de um ponta, nesta janela de verão a necessidade foi solucionada em dobro. Para as meias, reservas de Xavi e Iniesta, Pep conta com Cesc e Thiago. E para as pontas, Villa, Pedro, Alexis e o próprio Iniesta, que vira-e-mexe joga por ali.

Portanto, a exemplo da temporada passada, quando levantou todas as taças que disputou, nessa podemos esperar o mesmo. É verdade que qualquer um pode morrer no mata-mata, pois trata-se de futebol, mas é difícil imaginar o Barcelona não erguendo o troféu da Liga e ficando de fora da decisão da Champions League 2011/2012.

domingo, agosto 14, 2011

Os lances do debutante Alexis Sánchez

Madrid e Barça empatam na estreia

O pontapé inicial da temporada espanhola foi à altura da mesma. Real Madrid e Barcelona fizeram uma grande exibição neste domingo, no Santiago Bernabéu, na partida de ida da Supercopa. A de volta é na próxima quarta-feira, no Camp Nou.

Sem surpresas no que diz respeito às estruturas táticas, os duelos individuais ficaram bem definidos, graças aos esquemas dos dois times: Ramos x Villa, Marcelo x Alexis, Khedira x Iniesta, Alonso x Thiago, Özil x Keita, Di María x Adriano e Cristino Ronaldo x Daniel Alves.

Apesar de terem ido para o intervalo com 2 a 1 em desvantagem no placar, os donos da casa foram superiores no primeiro tempo. Marcaram por pressão na maior parte do tempo e não deixaram os visitantes impôrem o ritmo. Na verdade, praticamente não deixaram a equipe catalã jogar.



Pelo lado merengue, para mim os destaques foram Özil e Benzema (não por acaso autor e assistente do primeiro gol, respectivamente). No 4-2-3-1 de Mourinho, ambos atuaram como manda a cartilha. O camisa 10 se aproximou dos pontas pelos dois flancos, mais à frente, do centroavante, e também apareceu na área para conlcuir. Não muito diferente do número 9, que também caiu pelos lados para jogar com Di María e Cristiano Ronaldo, além de servir como referência.

Pelo lado azulgrená, o debute de Alexis Sánchez foi excelente. Não sentiu o peso, tramou várias jogadas - individuais e coletivas - e sequer foi substituído. Quando optou por mudar a linha de ataque na segunda etapa, Guardiola sacou Villa (autor do primeiro gol do Barcelona) para colocar Pedro. E o outro que se diferenciou foi, claro, ele: Messi. Nas poucas vezes que tocou na bola nos primeiros 45 minutos, decidiu. Foi dele o passe para o gol de Villa, e foi dele o gol da virada.

Embora Alonso tenha empatado, no segundo tempo o Barça melhorou e conseguiu igualar forças com o Madrid. Talvez tenha até sido melhor, apesar de ceder o 2 a 2, o que não deixa de ser um ótimo resultado.

A julgar pelo primeiro embate entre os gigantes espanhóis, ainda mais reforçados do que no ano passado, diga-se de passagem, podemos esperar uma temporada fantástica. Novamente.

quarta-feira, agosto 10, 2011

Revisão de conceitos é tarefa de Mano

Quando assumiu o cargo de treinador da Seleção há pouco mais de um ano, Mano Menezes falou em protagonismo, proposta de jogo, manutenção da posse de bola, ditadura de ritmo. Na prática, no entanto, não é o que tem ocorrido.

É verdade que Ganso, peça-chave na execução desse plano, ficou inativo por seis meses e, digamos assim, inviabilizou o projeto. É verdade também que o camisa 10 teve toda a Copa América para exibir seu talento e seus passes mágicos, mas não o fez. Não é menos verdade, porém, que o santista vive, fora de campo, um impasse em relação a seu passe - o que pode refletir em seu rendimento entre as quatro linhas.

No amistoso desta quarta-feira, em Stuttgart, o Brasil precisava da vitória em cima da Alemanha. Ou melhor: da não-derrota. Talvez por isso, depois de ter "falhado" com o 4-2-3-1 na Argentina, com Ganso de cérebro da equipe, Mano abriu mão do esquema que mais lhe agrada para jogar com um triângulo mais marcador na meia-cancha, o que, obviamente, não é garantia de vitória. Ou de não-derrota. Como não foi.

Demissão é a solução? Claro que não. Até porque o período é de renovação e os principais atletas ainda carecem de experiência com a amarelinha. Contudo Mano Menezes precisa mexer os pauzinhos e rever alguns conceitos, em especial no que diz respeito à convocação, à escalação e aos casos de Marcelo e Hernanes, que já deveriam ter sido pra lá de contornados.

segunda-feira, agosto 01, 2011

Oscar faz a Seleção Sub-20 jogar

Quando vemos um time atuando no 4-4-2 em losango esperamos que o último homem do meio seja o armador. No entanto não há regra, como demonstrou a equipe treinada por Ney Franco, na segunda rodada do Mundial Sub-20, na Colômbia, nesta segunda-feira.

No 3 a 0 sobre a Áustria, jogando no vértice esquerdo da meia-cancha, o destro Oscar foi o dono do time. A grande maioria das criações, das tramas ofensivas, passou pelo pé do atleta do Internacional, tanto com passes curtos quanto com lançamentos, inversões, etc.

Contudo não foi "apenas" distribuindo a bola que Oscar se destacou. Geralmente pela faixa central, o camisa 11 se aproximou da área com frequência e proporcionou lindos lances, vide os do primeiro e do terceiro gol.



Mais atrás, na cabeça da área, Fernando foi obediente e conservador, eventualmente até operando como terceiro zagueiro, para permitir a subida simultânea dos laterais (Alex Sandro foi substituído por Gabriel Silva aos 13 minutos do primeiro tempo).

De resto, no setor de ataque, os são-paulinos Henrique e Willian dividiram os espaços pela metade, nenhum se comportou como centroavante de ofício. Já Coutinho fez o papel do ponta-de-lança, encostando nos atacantes, enquanto Casemiro apoiou com eficiência pelo corredor central, raras vezes buscou o flanco.