segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Pato é craque. Só não vê quem não quer

Não escrevo sobre jogos que não vi. No entanto, para evitar que se crie teia de aranha no blog e para que eu não esqueça a senha do mesmo, resolvi dedicar algumas linhas nesta segunda-feira a Alexandre Pato.

Não assisti à partida entre Milan e Napoli, e mesmo se tivesse assistido não mudaria em nada minha opinião, pois parto do princípio que não se pode julgar um jogador por um jogo.

Dito isso, apesar de ficar na reserva do time italiano em alguns momentos, e de ter seu futebol questionado por algumas pessoas, minha visão em relação a ele é curta e grossa: Pato é craque. E embora há quem o prefira como segundo atacante ou ponteiro, para mim se trata do maior centroavante brasileiro surgido nos últimos tempos.

Já postei isso, inclusive (em 2007): Pato é o sucessor de Ronaldo. Não que eles sejam do mesmo nível. Por favor, não é isso. Contudo a melhor opção para herdar a 9 da Seleção atende por Alexandre Pato, e isso me parece mais do que óbvio. Não menos óbvio, ainda, que sua titularidade no Milan ou em qualquer outra equipe do mundo, apesar da discordância de Allegri.

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

O pior time vence nos Emirates

Eu sei, você sabe, todo mundo sabe que coletiva e individualmente o Barcelona tem mais time que o Arsenal.

Na partida desta quarta-feira, inclusive, foi melhor que os donos da casa. No entanto os Gunners conseguiram a vitória de virada porque, além de ter qualidade para isso, trata-se de futebol.



Lembro-me que no post do jogo contra o Partizan critiquei algumas escolhas de Wenger (Nasri e Arshavin nas beiradas do campo) e projetei uma desclassificação teoricamente precoce para o clube inglês.

Mas como no mata-mata qualquer um pode morrer, a equipe londrina pode executar o Barça em pleno Camp Nou nos contra-ataques. Porém a lógica, pelo menos pra mim, diz que Messi e cia irão atropelar e seguir na competição.

terça-feira, fevereiro 15, 2011

O melhor time vence em San Siro

Talvez o Milan seja superior ao Tottenham no quesito individual. Talvez. Coletivamente, porém, com certeza não. O padrão de jogo nem se compara.

Postados em suas clássicas e compactadas linhas de quatro, e explorando os flancos com seus wingers, os Spurs, no frigir dos ovos, foram melhores durante os 90 minutos. Saíram de San Siro com a vitória mais que merecida. O gol de Crouch, aliás, foi resultado de um excelente contra-golpe puxado pelo veloz Lennon.

Os donos da casa, em contrapartida, não viram a bola no primeiro tempo. Com Seedorf na ligação do habitual 4-4-2 em losango, os rubro-negros insistiram pelo corredor central e nada criaram. Na segunda etapa, com Robinho nessa posição e Pato na frente ao lado de Ibrahimovic, a equipe melhorou, mas não o suficiente.

Para consumo interno, dentro da Itália, o esquadrão em si dá pro gasto. Dá pra faturar a Série A. No entanto se pensarmos em nível de Europa, o time do Milan, com seus medalhões ultrapassados, seus laterais amadores e seu treinador conservador (para não dizer covarde), não vai longe.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

2010 era o ano

Ronaldo foi às lágrimas quando pediu desculpas pelo fracasso na Libertadores como se ele jogasse sozinho e fosse o único culpado.

Coisas do sentimento de culpa. Não creio que tenha jogado pra torcida.



Isso à parte, quando falou em fracasso na Libertadores, penso que tenha se referido especial e exclusivamente à temporada passada, e não a essa. Porque em 2010 o Corinthians tinha mais elenco, mais treinador e mais entrosamento.

E Ronaldo, um ano a menos.

domingo, fevereiro 13, 2011

Dupla da Velha Senhora tem qualidade

Deu Juve no clássico italiano deste domingo: 1 a 0 sobre a Inter. Confesso que não vi toda a partida, mas acompanhei o suficiente para ver que Del Neri mantém as duas linhas de quatro em sua equipe.



Para adotar esse esquema é preciso ter, na minha visão, dois jogadores que sabem defender e criar com relativo equilíbrio e eficiência no miolo da meia-cancha, e caras velozes nas asas. É o caso da Velha Senhora, que conta com Aquilani e Felipe Melo no centro, e Krasic como right-winger.

Aliás, após a Copa da África do Sul virou um clichê danado, aqui no Brasil, falar mal do Felipe Melo, dizer que ele é grosso, violento e que não sabe jogar com a bola no pé. Uma baita bobagem. Trata-se de um meio-campista alto, forte e, sem dúvida, bastante técnico.

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Pontos negativos e positivos do amistoso

Qualquer tipo de avaliação coletiva pode ser infiel por causa da expulsão de Hernanes. Muito merecida, por sinal. Não soube levar o chapéu na boa e apelou.



No entanto, enquanto esteve no gramado, ele e Elias deram equilíbrio ao meio-campo: mostraram poder de marcação, escoltados pelo cabeça-de-área Lucas, e criaram um volume satisfatório de jogo, seja na articulação ou na infiltração.

Renato Augusto, aberto na direita, e Robinho, livre para circular por todos os cantos, foram discretos em sua funções. Embora não tão apagados quanto Pato, que fez, na minha opinião, sua pior partida desde que Mano chegou à Seleção, mal na movimentação, nos duelos individuais e nas finalizações.

Em contrapartida, David Luiz e Daniel Alves tiveram uma exibição digna de nota. O zagueiro foi soberano nos combates, na cobertura e na saída de bola. Já o lateral-direito foi agudo nos dribles, nos avanços ousados, sem falar na segurança quando exigido lá atrás.

domingo, fevereiro 06, 2011

Di María pode pagar o pato

Özil entrou como uma luva na equipe enquanto Kaká estava no estaleiro. Surgiu até a dúvida: será que o brasileiro vai reconquistar a titularidade com facilidade?

No 4-2-3-1 merengue, os dois, em tese, disputariam a mesma vaga, a de articulador central, com Cristiano Ronaldo e Di María nas beiradas.

No entanto, na partida deste domingo, no Santiago Bernabéu, contra a Real Sociedad, Mourinho optou pelo argentino no banco e o alemão no campo. Detalhe: na ponta direita.



O desempenho dos donos da casa, pelo menos no primeiro tempo (não vi o segundo), foi excelente. Kaká, por exemplo, além de abrir o placar, cumpriu com seriedade e eficiência o papel de organizador do time.

Já Özil, apesar de, na minha visão, não ter característica de ponteiro, atuou muito bem, em especial quando se infiltrou por dentro. Mas o fato é que, com a volta do camisa 8, parece que quem corre risco é Di María, ao contrário do que eu imaginava, pois o julgava titular absoluto.

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Rivaldo, livre para jogar

A melhor hora para se decifrar um sistema tático é no tiro de meta adversário. O plano da câmera se abre e o posicionamento de cada jogador fica mais nítido.

No caso do São Paulo, quando está sem a bola, a equipe se estrutura com duas linhas de quatro e dois atacantes. Já quando está com ela, Fernandinho avança em diagonal, Ilsinho sobe e Rivaldo recua para organizar o jogo.



Essa movimentação garante ao time uma variação para o 4-2-3-1, com o camisa 10 na armação, o 77 e o 12 nas beiradas e Dagoberto na frente. Só não gosto tanto de classificar o esquema como tal porque em momento algum o 25 fez o papel da chamada referência. Mas isso é o de menos.

O importante é destacar a liberdade do estreante da noite. O três oitão pôde circular por todos os cantos do campo, cair pelo lado esquerdo, recuar para criar e se infiltrar na área para finalizar. Foi contra o Linense, e provavelmente será durante a temporada, a liderança técnica do Tricolor.

E quando o Sul-Americano Sub-20 terminar, é bem possível que esta estrutura seja mantida, com Casemiro na posição de Zé Vitor e Lucas na de Ilsinho (para meu desagrado).

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Profundidade pode ser um problema no Fla

Não vi o jogo do Flamengo, mas li no blog do colega André Rocha que o esquema base utilizado foi o 4-2-3-1, ora com Thiago Neves, Vander e Ronaldinho na 'linha de três', ora com Bottinelli, Thiago Neves e Ronaldinho.

Como disse, não vi a partida. E mesmo se tivesse visto seria prematuro querer julgar, criticar ou elogiar os jogadores e a equipe, pois trata-se apenas de uma partida.



Contudo tenho a sensação, e é apenas uma impressão, de que com essas peças essa estrutura tática irá penar para engrenar. Pelo seguinte: Thiago Neves, Bottinelli e Ronaldinho não são atacantes natos (o Ronaldinho do Barcelona, sim, mas o do Milan em diante, não).

Ou seja: é bem provável que falte profundidade ao ataque rubro-negro. Me parece que nenhum dos três tem, por característica, a agressividade, a velocidade, a verticalidade necessária para penetrar na área, servir de opção e fazer gols.

Para traçar um paralelo, depois que Taison foi embora (completavam a 'linha de três' Tinga e D'Alessandro), o Inter sofreu no setor ofensivo. Sem ele, o Colorado perdeu as jogadas agudas. Se olharmos o 4-2-3-1, sei lá, do Santos do ano passado, veremos que os ponteiros eram Neymar e Robinho, atletas bem mais incisivos. Inter de Milão e Real Madrid são outros exemplos, já que contam com Cristiano Ronaldo e Eto'o nas beiradas, jogadores que se aproximam do gol com frequência e eficiência.

O 4-2-3-1 com Thiago Neves, Bottinelli e Ronaldinho não vai dar certo no Flamengo? Não sei. Honestamente torço para que dê. Não estou querendo cravar aqui nem que sim, nem que não. Não tenho essa pretensão. Apenas imagino que, em tese, vai faltar profundidade ao time. E, em tese, quem pode ajudar nesse aspecto é Diego Maurício, que vem atuando, e muito bem, como ponta no Sul-Americano Sub-20.

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Silva na ligação do City

Outro que está jogando no 4-4-2 em losango é o Manchester City. Pelo menos na partida diante do Birmingham, nesta quarta-feira, este foi o esquema tático utilizado.

Tevez e Dzeko formaram a dupla de ataque, alimentada por David Silva. Contudo o camisa 21 não chega a ser um armador típico, não é um pé pensante, é pé veloz (como Robinho no Milan, por exemplo).



O espanhol não se destaca pela visão de jogo nem pelo passe vertical. Contribui, no entanto, se deslocando com rapidez para os dois lados do campo e se apresentando na área via corredor central.

Particularmente não vejo com bons olhos jogadores com estas características atuando nesta posição. Prefiro-os na beirada. Porém entendo que não é todo clube que tem em seu elenco atletas do calibre de, sei lá, Xavi, Sneijder, Ganso.

Joia chega e diamante entra em cena

Devido à cara e rara, porém brilhante contratação de Fernando Torres, Carlo Ancelotti vai abrir mão do enraizado 4-3-3 para implantar o 4-4-2 em losango no Chelsea. Ao menos é o que tudo indica.



Em entrevista publicada nesta terça-feira no Mirror Football, o técnico italiano reconheceu a possibilidade de jogar com Drogba e Torres na frente, 'with a diamond in midfield'.

A exemplo do meu amigo André Baibich, também creio que esta seja a melhor opção, vide o post anterior. Resta apenas saber como ele montará o meio-campo e a linha defensiva. E se vai dar certo.