terça-feira, julho 24, 2012

Andrezinho pede carona

Duas boas novas para o Botafogo. A primeira é que o camisa 17 deve estender o contrato e permanecer no clube. A outra é que ele treinou entre os titulares nesta terça-feira. Quem perdeu a posição em relação à partida contra o Grêmio foi Fellype Gabriel. Só não sei se Oswaldo de Oliveira mudou o esquema tático ou manteve o 4-2-3-1.



A tendência é que Andrezinho jogue aberto na esquerda, com o canhoto Vitor Júnior na direita e Elkeson na frente, dando bastante mobilidade à referência. Não acredito que o treinador abrirá mão de atuar com dois homens pelas beiradas. Quanto à manutenção da estrutura, porém, não tenho tanta certeza.

Nitidamente desconfortável numa faixa alta e central do campo, Seedorf foi o armador central do 4-2-3-1 alvinegro no domingo. E por ali não rendeu nem deve render o que pode. Não é muito a dele exercer essa dupla função de armar e também se apresentar na área, enconstar no centroavante, arrematar. A dele é mais armar. Em sua última temporada no Milan, inclusive, no 4-4-2 em losango de Allegri, ele era o apoiador pelo lado esquerdo. Veja aqui.

Em tese as duas buchas que Oswaldo tem para resolver são encontrar o posicionamento dito ideal de Seedorf, e encaixar Andrezinho numa das pontas (a esquerda). Não descartaria a possibilidade de um 4-4-2 em losango semelhante ao do Milan, com Andrezinho de enganche e Elkeson e Vitor Júnior no ataque. Contudo, como disse, não creio que o técnico irá abrir mão de jogar com dois atletas fechando os flancos sem a bola. Logo, parece-me que a alternativa indicada seja o 4-3-3.



Na teoria Andrezinho não é jogador de beirada. Tanto é que, se for mesmo escalado por ali, deve se agrupar à faixa central quando a equipe possui a bola. Deve auxiliar Seedorf na criação, sem abdicar de se infiltrar na área, de se aproximar do nove, de tabelar, finalizar, etc. E sem a posse, deve preencher o corredor lateral. Na prática, pode dar certo.

Resta-nos aguardar para ver qual Botafogo se apresenta no clássico com o Vasco, nesta quarta-feira: Andrezinho aberto num 4-3-3 com Seedorf na meia esquerda, Andrezinho aberto num 4-2-3-1 com Seedorf centralizado, ou Andrezinho na conexão dum 4-4-2 em losango. Ou em alguma outra opção aqui não citada.

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segunda-feira, julho 23, 2012

Talento para inglês ver

Um é especulação, outro é informação, e o outro é fato consumado. Oscar vai assinar com o Chelsea na sexta-feira, está em todos os sites. Alex Ferguson admite interesse do Manchester United em Lucas mas nega acordo. E Ganso, ele mesmo, é cotado na rota do Arsenal.

A oferta pelo são-paulino seria de € 33 milhões. A pelo colorado gira em torno de € 32 milhões. E a pelo santista (esse mais no campo do especulação do que qualquer outra coisa) poderia chegar a € 30 milhões.

Insisto: a única transação aparentemente concretizada é a de Oscar. Lucas e, mais ainda Ganso, não têm, em princípio, nada solidificado. Contudo, caso as três transferências se confirmem, a Premier League seria mais verde e amarela do que nunca (não sei se em quantidade de atletas, mas com certeza em talento).



Entre eles, talvez quem poderia ter mais dificuldades de se adaptar ao futebol inglês seria Paulo Henrique Ganso. Como disse Oscar em entrevista coletiva nesta semana, "Eu não digo que sou o camisa 10 clássico, mas um moderno. Hoje você tem que marcar, não pode parar de correr um minuto." Convenhamos, Ganso não se destaca pela sua participação sem a bola. No entanto ele pode, e deve, mudar.

Claro que é muito prematuro projetar as equipes, primeiro porque as trocas entre os clubes não foram feitas ou sequer cogitadas (Ganso, por exemplo), e segundo porque os elencos não estão fechados, a janela europeia só se fecha no final de agosto. Mas só para não perder o gancho, no habitual 4-2-3-1 de Arsène Wenger, o camisa 10 do Peixe entraria na dele, a faixa central, entre os ponteiros Walcott e Arshavin (ou Rosicky).

Já o 7 do São Paulo ocuparia, ou melhor, brigaria pela vaga do flanco direito do provável, ou possível, 4-4-1-1 do United 2012/2013. Com Rooney na referência e Kagawa mais atrás, Lucas teria tudo para ser o right-winger, com Nani ou Young (e Valencia?) na outra beirada, e Carrick e Scholes (Giggs, Anderson?) por dentro. Ferguson pode também jogar no 4-4-2 com Rooney e Welbeck/Chicharito no setor ofensvio, mas indepentende disso, a disputa do brasileiro seria pela extrema direita, com totais condições de sucesso.

Quanto a Oscar, o único que sabemos estar de fato indo para o Chelsea, Di Matteo deve escalá-lo, caso seja titular (tem bola para isso), assim como Ganso no Arsenal, pela faixa central do 4-2-3-1 azul. Se Mikel e Lampard forem mesmo os volantes, a exemplo da temporada passada, a alternativa mais previsível é Ramires na direita, Mata na esquerda e Torres na frente. Todavia há Hazard, 21 anos, grande reforço vindo do Lille. São, portanto, em tese, três vagas para quatro ou cinco candidatos.

Reconhecida pela maioria da crônica esportiva como o principal campeonato nacional do planeta, a Premier League podeira ficar ainda mais atrativa, ao menos para nós brasileiros, com as chegadas das principais joias do nosso futebol (depois de Neymar). Obviamente o Brasil (o país) iria perder com isso. Em contrapartida o Brasil (a seleção) iria ganhar, além dos próprios jogadores e suas naturais evoluções.

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sexta-feira, julho 20, 2012

Planos A e B do Brasil

Para minha surpresa, a seleção olímpica jogou com Neymar pela faixa central, no primeiro tempo do amistoso contra a Grã-Bretanha, nesta sexta, em Middlesbrough. A movimentação do camisa 11, aliada ao comportamento dos extremos, permite a interpretação do 4-4-2 em linha.

Curiosamente, Oscar e Hulk foram os atletas das beiradas. Houve a inversão de lado entre eles ao longo do confronto, contudo na maior parte do tempo o 10 atuou pela direita e o 12 pela esquerda. É verdade que, com a bola, o colorado aparece por dentro para se aproximar dos outros. Sem ela, porém, fecha o flanco do campo.



Confesso uma certa relutância em relação a essa distribuição no começo da partida, mas depois me dei conta que pode se tratar de uma variação, um plano B, algo essencial num time de futebol.

Digo plano B porque parece-me claro que o A é o 4-2-3-1. A impressão que tenho é que Mano utilizou esses últimos amistosos para testar variações táticas. Posso estar escrevendo uma tremenda bobagem, todavia entendo que esse 4-4-2, com Neymar pelo centro, é a alternativa imediata ao 4-2-3-1.

Tanto é que na segunda etapa contra os anfitriões das Olimpíadas, o esquema que interpreto titular voltou ao gramado, com Ganso pela faixa central, Lucas aberto à direita, Neymar na dele, aberto à esquerda, e Pato mais avançado.



Complicado avaliar a diferença dos dois no mesmo jogo, até porque quando Ganso, Lucas e Pato entraram o duelo já estava definido, e muitas alterações pelo lado britânico já haviam sido feitas. Que o desempenho individual e coletivo dos três foi satisfatório, foi, no entanto, como disse, é difícil uma avaliação mais fiel.

O saldo que tiro deste jogo é a solidificação de um plano B. As I said, posso estar enganado. Quem sabe o 4-4-2 em linha seja o plano A do treinador. Mas na estreia diante do Egito, dia 26, imagino que Oscar será o armador, e Hulk e Neymar os ponteiros do 4-2-3-1.

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quinta-feira, julho 19, 2012

Feliz 2013, Peixe!

A atuação de Douglas e o atropelamento do Corinthians sobre o Flamengo em pleno Rio de Janeiro são dignos de nota. A vitória incontestável do Vasco de Juninho sobre o São Paulo em pleno Morumbi também - assim como os três pontos somados pelo líder Atlético em cima do Internacional. O que mais me chamou a atenção na noite desta quarta-feira, no entanto, foi o Santos.

A cada dia fica evidente o mau trabalho realizado pela diretoria no que diz respeito à manutenção ou encorporação do elenco. As perdas de Ibson, Elano e Borges, para mim, são sintomáticas. Apesar da fase por qual passaram nos últimos meses de Vila Belmiro, são jogadores eficientes e experientes (sem falar em Alan Kardec).

Se Ganso deixar o Peixe, como parece, o Santos será mais do que nunca Neymar Futebol Clube. Aliás, caso Ganso saia e não chegue ninguém de grosso calibre, esse será o pior time com o qual Neymar já jogou. As equipes de 2010 e 2011 são muito superiores à de hoje (caso Ganso saia).

A urgência é por um centroavante. Fala-se em Rafael Moura. Embora não seja o 9 dos sonhos, seria uma boa. Mas ainda assim, é pouco. Neymar é craque mas não é Pelé. Não bastasse os desfalques por cerca de oito rodadas por causa das Olimpíadas, Neymar não joga sozinho. Futebol é coletivo. E com esse plantel (sem Ganso), o Alvinegro já pode pensar em 2013. Cair para a Série B, o Santos não vai. Óbvio. O planejamento, porém, já pode se voltar para a Copa do Brasil e para o possível tretacampeonato paulista.

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terça-feira, julho 17, 2012

Pré-jogo: Galo vs Colorado

Embora muitos repórteres ainda insistam em perguntar a atletas e técnicos sobre a lendária marcação individual, sabemos que hoje em dia (na verdade não é de hoje) essa prática é rara, pouco usual. Em regra a marcação é feita por zona e/ou pressão.

Contudo, pode-se atribuir ao confronto os duelos individuais por causa do posicionamento dos jogadores no gramado. A marcação não é individual, mas o duelo se repete com frequência. E o Atlético vs Inter desta quarta-feira, em Belo Horizonte, não deve ser excessão.

Pelo lado do Galo há mais certezas do que dúvidas no que diz respeito à escalação inicial. Apenas uma nota: suspenso, Jô deve dar lugar a Guilherme. Em contrapartida, não se sabe quem será a referência do ataque colorado (na minha previsão aposto em Mike). Há também interrogações em relação à linha de três. Quem completará o trio com D'Alessandro e Dagoberto? Aqui, penso em Marcos Aurélio.



Se assim for, a batalhas individuais, no meio campo, devem acontecer entre Donizete e D'Alessandro, Pierre e Guiñazu, e Ronaldinho e Elton. Já nas beiradas, Danilinho e Bernard devem bater de frente com Fabrício e Edson Ratinho, enquanto Marcos Rocha duela com Dagoberto e Júnior César com Marcos Aurélio (Lucas Lima?).

O ponto-chave do jogo, porém, pode estar mais avançado, na briga entre zagueiros e centroavantes. Rafael Marques e Leonardo Silva terão, em tese, menos trabalho para marcar Mike (se ele for mesmo o 9) do que terão os veteranos Bolívar e Índio para marcar Guilherme. Lenta, a dupla de zaga do Inter pode ser determinante contra uma equipe com jovens e velozes avantes (Danilinho, Bernard e Guilherme).

Teorias à parte, a bola rola na prática no Estádio Independência às 21h50, horário de Brasília. Líder, o Atlético tem 22 pontos na tabela, seis a mais que o sexto colocado Internacional.

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segunda-feira, julho 16, 2012

Possível Timão do 2º semestre

Da meia pra frente, nomes como Douglas, Ramírez, Jorge Henrique, Romarinho e Elton no banco. No campo, Danilo, Martínez, Emerson e Guerrero. Convenhamos, nada mal.

Sou suspeito para falar de Alex. Sou fã assumido de seu futebol. Apesar do primeiro semestre dele não ter sido notável, foi essencial na campanha campeã do Brasileiro do ano passado. Sua ausência (vai pro Catar), porém, deve ser suprida pela dupla Martínez e Guerrero.

Na Libertadores Alex foi falso 9, revezou com Danilo, e na reta final Emerson foi o centroavante. Com a chegada do peruano de 28 anos, provavelmente os improvisos serão colocados para escanteio. Tite, aliás, definiu Guerrero como atacante que joga de "bico a bico" da área, 9 de mobilidade.

Na linha de três, duas vagas tem dono: Danilo e Emerson. E a que sobra deve ser preenchida por Martínez. Destro, nessa temporada o argentino atuou na ponta esquerda do Vélez (veja aqui). No entanto os treinamentos e os jogos irão decretar quem joga na direita, quem joga por dentro e quem joga na esquerda, já que as características dos três atletas (Danilo, Emerson e Martínez) permitem todas possibilidades.



As outras opções para a linha de três são Douglas (pelo centro), Ramírez, Romarinho, Jorge Henrique, e até mesmo Edenílson (pelas beiradas). E as alternativas para a referência do ataque devem ser Elton e Adilson.

A fragilidade, ou o desequilíbrio do elenco se acentua nos volantes e na zaga. Ralf e Paulinho não têm substitutos como têm, por exemplo, Emerson, Martínez e Danilo. É verdade que Edenílson pode jogar (bem) como volante. Ramírez idem. Contudo me parece um setor mais frágil no que diz respeito à reserva. A exemplo da zaga. Sem Castán, Paulo André (à frente dos demais), Marquinhos e Wallace são os candidatos a formar a dupla com Chicão.

As laterais são fortes, com grande possibilidade de Edenílson recuperar a titularidade até o Mundial de Clubes. Se voltar no nível que estava antes de se machucar, deve deixar Alessandro e Welder na vontade.

Não sei o que Tite tem na cabeça. Se pensa mesmo em Martínez entre os onze logo de cara ou se o camisa 7 (era seu número no Vélez) vai entrar na equipe aos poucos (quanto a Guerrero, soa mais certo). Só sei que, em matéria de reposição, a diretoria corintiana, em conjunto com a comissão técnica, trabalhou muito bem (sem falar na permanência de Ralf e Paulinho, claro).

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domingo, julho 15, 2012

São Paulo briga pelo título

Luis Fabiano na referência e Osvaldo na movimentação, caindo pelos dois lados do ataque tricolor. No meio campo, Denilson na cabeça de área, dando qualidade ao primeiro passe; Casemiro e Cícero no apoio, efetuando a dobradinha com os laterais Douglas e Cortez; e na articulação, Jadson.

Esse foi o São Paulo escalado pelo estreante Ney Franco no clássico diante do Palmeiras, neste domingo, na Arena Barueri, com o também estreante Rafael Tolói formando a dupla de zagueiros com Rhodolfo.



Não sei o que o treinador são-paulino tem em mente para esse segundo semestre, nem se Lucas vai seguir no clube do Morumbi, ou se vai se transferir para a Europa. Só sei que o elenco é forte, e o onze titular é melhor ainda. Caso Lucas saia, a dupla de frente deve ser Osvaldo e Luis Fabiano mesmo. Caso Lucas fique, das duas, uma: ou o 4-4-2 em losango é mantido, com Osvaldo no banco, ou o 4-2-3-1 pode entrar em cena, com Lucas e Osvaldo nas pontas (opção que mais me agrada).

Outro que deve entrar no time ao longo do campeonato é Wellington, titularíssimo no início da temporada. Se retomar o nível do começo do ano, tem vaga garantida (possivelmente no lugar de Cícero). Se assim for, o losango da meia cancha deve ser composto por Denilson centralizado (ou Wellington), Casemiro e Wellington (ou Denilson) no apoio, e Jadson na dele, a ligação integada à infiltração na área.

Apesar do empate cedido contra o Palmeiras (com um jogador a menos desde os 10 minutos do segundo tempo), a perspectiva no Brasileirão é otimista, com possibilidade de título. Além do qualificado e equilibrado plantel, o São Paulo conta com um treinador estudioso e dedicado, que sabe tirar o máximo de seus atletas, e que sabe trabalhar jovens jogadores como poucos.

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Tudo igual no Clássico Vovô

Vitor Júnior e Cidinho pelas beiradas. Essa foi a opção de Oswaldo de Oliveira para o clássico deste domingo disputado no Engenhão. Do outro lado, também no 4-2-3-1, Abel Braga escalou Thiago Neves e Samuel nas pontas. Detalhe: ambos com pés opostos (destros na esquerda, canhotos na direita).

No meio campo os duelos individuais ficaram definidos entre Lucas Zen e Wagner, Renato e Jean, e Andrezinho e Edinho. Entre os meias, aliás, Andrezinho foi muito mais participativo e efetivo que Wagner, não somente pelo gol anotado no segundo tempo, mas pela maneira como o camisa 17 alvinegro se movimentou e arquitetou o jogo, incluindo no repertório os passes verticais que o substituto de Deco não conseguiu efetuar.



Na primeira etapa Cidinho deixou a desejar. O flanco esquerdo dos donos da casa praticamente inexistiu, tanto é que Fellype Gabriel voltou em seu lugar após o intervalo. Com a substituição o futebol de Márcio Azevedo cresceu, resultando na forte presença ofensiva e no cruzamento para o gol de empate. Só para registro, porém, houve a inversão de posicionamento entre Vitor Júnior e Fellype Gabriel ao longo do segundo tempo.

No frigir dos ovos, apesar da relativa superioridade do Botafogo, o 1 a 1 ficou de bom tamanho. Quanto ao restante da competição, não tenho dúvidas que os clubes cariocas vão brigar na parte de cima da tabela, pelo G4 e pelo título - apesar de entender que o Flu tem mais lenha para queimar que o Bota.

Outra questão para o decorrer do torneio é o que vai ser da equipe de Oswaldo reforçada por Seedorf e Rafael Marques. Se forem titulares ao lado de Andrezinho e Vitor Júnior, o banco do Glorioso terá nomes como Fellype Gabriel, Cidinho e Elkeson. Em relação ao elenco do Fluminense, não é preciso apresentações, correto?

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sábado, julho 14, 2012

A força da Macaca em Campinas

Devido à movimentação do canhoto Nikão - apenas 19 para 20 anos - pode-se dizer que existe uma variação no esquema tático da Ponte Preta. Originalmente posicionado na direita, o camisa 60 às vezes flutua pela faixa central do gramado, alterando o sistema para o 4-4-2 em losango. Mas esse deslocamento é raro, muito ocasional. Logo pode-se afirmar que Gilson Cleina adota o 4-3-3 na Ponte.

Na estrutura montada pelo treinador curitibano, o meia-esquerda Ricardinho é o principal armador da equipe, alinhado ao meia-direita Renê Júnior. Completa a meia cancha Baraka, o cabeça de área, o limpador de para-brisas.



Quanto aos laterais, as subidas são alternadas, como manda o figurino. Contudo, a tendência de Nikão de cortar para dentro, por ser canhoto, faz com que Gerônimo seja mais ativo que João Paulo, pelo menos no que diz respeito às jogadas de linha de fundo.

Já André Luis é mais atacante do que meia, é mais agudo que Nikão, por exemplo. É ele quem mais se aproxima da referência do ataque, o centroavante Roger, autor de dois gols no 3 a 1 sobre o Coritiba, neste sábado, no Moisés Lucarelli.

Com a vitória sobre o vice-campeão da Copa do Brasil a Ponte chegou a 15 pontos e dorme na sétima colocação do Brasileirão. E os peixes grandes podem se preparar, porque, em casa, a Macaca é perigosa e vai incomodar muita gente.

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sexta-feira, julho 13, 2012

Oscar sai na frente de Ganso

Ganso e Oscar têm vaga entre os onze no 4-2-3-1 de Mano Menezes?

Essa foi a pergunta da enquete que ficou no ar nos últimos dias aqui no blog. E dos 54 votos computados, 13% foram para "Não, Oscar é banco de Ganso", 28% para "Sim, ambos jogam juntos", e 59% para "Não, Ganso é banco de Oscar".

Inicialmente, fico com a maioria. Baseado no atual cenário e nas exibições de Oscar nos amistosos, acredito que Mano estreia contra o Egito, no dia 26, com o camisa 10 centralizado, atrás de Damião, entre os ponteiros Hulk e Neymar.



Devem completar o 4-2-3-1 verde e amarelo Rafael do Santos no gol, Rafael do United e Marcelo nas laterais, Juan e Thiago Silva na zaga, Sandro de primeiro e Rômulo de segundo volante. Todavia, as ideias que o treinador tem na cabeça ficarão mais claras no jogo contra a Grã-Bretanha, dia 20.

Que Oscar e Neymar são titularíssimos, parece-me evidente. Assim como Pato é a sombra de Damião, e Lucas a de Hulk. No entanto Mano pode sim escalar os meias santista e o colorado sem alterar o esquema tático.

Acostumado a jogar pela direita no Inter (veja aqui), Oscar pode atuar numa das beiradas (Neymar na outra), com Ganso pela faixa central. Dessa maneira, Hulk (e Lucas) acabariam no banco. É outra opção. Mas somente os treinamentos e as partidas irão mostrar quem vai ficar com a titularidade.

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quinta-feira, julho 12, 2012

Possível PSG 2012/2013

A notícia que os milanistas temiam, ou sequer imaginavam, foi confirmada nesta quinta-feira: Thiago Silva e Ibrahimovic foram vendidos ao PSG. Fala-se em 65 milhões pelos dois.

Carlo Ancelotti, treinador do clube francês, agora tem em mãos um elenco e um time capazes de brigar por títulos graúdos, e leia-se por graúdo nada menos que a Champions League. E pode montar um onze de respeito, baseado no atual plantel.

No 4-2-3-1, é possível que o técnico italiano escale o destro Lavezzi na ponta esquerda, onde atuava no Napoli, e o canhoto Nenê na ponta direita, seu habitat natural. Por dentro, principal encarregado pela criação e pela aproximação pela faixa central, Pastore. E na frente, claro, Ibrahimovic.



Quanto às duplas de zaga e de volantes, é bem provável que sejam formada por Alex e Thiago Silva, e Thiago Motta e Sissoko. Já as laterais devem ser compostas por Bisevac e Maxwell.

Caso as especulações em torno da saída de Nenê sejam realizadas, Ancelotti pode estruturar a equipe no 4-4-2 em losango, com a inserção de Matuidi no apoio pelo lado esquerdo, Sissoko pela direita, Thiago Motta na cabeça de área, Pastore de enganche, e Lavezzi e Ibra no ataque.

Seja como for, as bombásticas transferências dos ídolos do Milan tornam o PSG uma das potências da Europa. Resta saber como Ancelotti vai administrar o vestiário, a empolgação da torcida, e a pressão à vista, que certamente será proporcional ao investimento feito nessa janela de verão.

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Verdão de Felipão e Assunção

Cansei de ouvir ontem e hoje que lá no começo ninguém acreditava no Palmeiras. Tanto parte dos jornalistas quanto parte dos próprios jogadores vieram com esse papo. Particularmente nunca acerto previsões, portanto quando acerto, tenho que puxar a brasa para minha sardinha.

No dia 11 de março, exatos 4 meses antes da finalíssima no Couto Pereira, publiquei a seguinte frase no Twitter: "Escrevi esses dias no facebook.com/blogdocarlao, e mantenho a opinião: para mim o favorito ao título da Copa do Brasil é o Palmeiras." E não é que deu certo?



Primeiro, é preciso ressaltar o trabalho de Felipão. Copeiro, o treinador ergueu seu quarto troféu da Copa do Brasil (Criciúma, Grêmio, Palmeiras e Palmeiras). Se não chega a ser Mourinho ou Guardiola no que diz respeito à tática e à estratégia, Scolari sobra na questão emocional. Sabe como poucos liderar e converter o foco do grupo na mesma direção - o que, num torneio de mata-mata, é fatal.

Segundo, destaca-se o elenco. Wesley mal chegou e se machucou. Luan ficou fora da reta final. Barcos perdeu as partidas contra o Coritiba. Valdivia jogou jogo sim, jogo não. E ainda assim os atletas se superaram, compensaram os importantes desfalques e conquistaram os resultados. Bruno assumiu a trave, Henrique atuou como volante, João Vitor e Mazinho foram os ponteiros, Betinho foi a referência na decisão, Valdivia fez a diferença quando esteve em campo, Maikon Leite cumpriu seu papel quando entrou, Daniel Carvalho idem, Thiago Heleno e Maurício Ramos fecharam a zaga, Artur e Juninho as laterais, e, claro, ele, Marcos Assunção, capitão, o principal nome.

E terceiro, o estilo de jogo. Suportado pela bola parada, muito em função do camisa 20, o Palmeiras resolveu com essa arma. Marcou muito forte durante toda a competição, e a maneira do triunfo, invicta, mostra isso.

Agora, daqui pra frente é necessário orquestrar a renovação de Felipão, utilizar o Brasileirão como laboratório, e contratar jogadores visando 2013 - porque, cá entre nós, na Libertadores o buraco é bem mais embaixo.

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segunda-feira, julho 09, 2012

Falta velocidade ao Grêmio

A troca de Elano por Miralles foi confirmada. Com a chegada do meio-campista e a saída do atacante do Olímpico, o elenco que Luxemburgo tem em mãos se torna mais lento. A exemplo daquela temporada com Paulo Autuori, quando o Grêmio ganhava praticamente todas em Porto Alegre mas não pontuava fora de casa, esse segundo semestre não é animador. Não com esse plantel.

É preciso reformular todo o elenco? Não. Todavia é evidente a carência no que diz respeito a jogadores de velocidade. Hoje, 9 de julho de 2012, pode-se afirmar que a contratação de um atleta de beirada de campo, minimamente técnico e habilidoso, é mais do que necessária.

Hoje, Souza (ou Léo Gago) deve perder a vaga no meio campo para Elano. Se Luxa mantiver o 4-4-2 em losango, o ex-santista deve ocupar o apoio pelo lado direito, com Fernando na cabeça de área, o canhoto Léo Gago pela esquerda, e Zé Roberto na ligação. Cá entre nós, nenhum velocista. Na frente idem. Kleber e Marcelo Moreno, titulares creio que absolutos, não têm essa característica.



Sem Fábio Aurélio e Julio Cesar, ambos em longo processo de recuperação após cirurgia, o treinador tem de jogar com Anderson Pico (ou Pará) na lateral esquerda. Quanto à direita, apesar da parcial reserva, creio que Gabriel pode agregar mais que Edilson. É preciso, porém, ver quem dá mais velocidade à equipe.

O meio campo com Fernando, Elano, Léo Gago e Zé Roberto é forte. Tem qualidade no passe (até mesmo o vertical), capacidade de cadência, experiência, arremate de longa distância e poder de marcação. A meu ver, contudo, tende a desacelerar e a centralizar o jogo, sem falar que Kleber e Marcelo Moreno não são atacantes de movimentação.

Portanto, hoje, sem a contratação de um jogador de beirada que chega para ser titular, outra alternativa de esquema tático que pode deixar o time mais veloz e menos congestionado pela faixa central é o 4-4-2 em linha, com Leandro (ou algum outro atleta da base com essa peculiaridade) aberto pelo corredor esquerdo. Nesse caso, Léo Gago ficaria no banco.



Que Elano chega para ser titular, não se discute. Também não se discute que ele não chega para ser o salvador da pátria. É um grande reforço, mas o Grêmio precisa mais. Se quiser brigar pelo título, ou por vaga na Libertadores, a diretoria, juntamente com a comissão técnica, precisa trazer alguém de peso. Se não Ribéry ou Cristiano Ronaldo, entendo que um extremo-esquerdo é questão de prioridade.

Senão, não tenho dúvida, o Tricolor vai passar por poucas e boas quando visitar os adversários. Porque, naturalmente, fora de casa o contra-ataque é essencial, e sem homens velozes, ele se torna inviável. O elenco é bom, porém desequilibrado. Falta ao plantel jogadores ofensivos dessa estirpe.

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Fluminense: o grande favorito

Comissão técnica, diretoria, torcida... Todos têm sua parcela. O que faz a diferença num longo torneio de pontos corridos, porém, entre suspensões, contusões e convocações, é o elenco. E leia-se por elenco os onze mais o banco, tendo nos titulares e nos reservas peças de reposição equivalentes entre os três setores (defesa, meio e ataque). Por isso, baseado nesse critério, para mim o Fluminense é o principal favorito ao título do Brasileirão (seguido por Internacional).

No Fla-Flu dos 100 anos, neste domingo, no Engenhão, na vitória por 1 a 0, no jogo válido pela 8ª rodada, o Fluminense atuou no rotineiro 4-2-3-1, com Bruno e Carlinhos nas laterais, Edinho de primeiro e Jean de segundo volante, Deco na articulação central, Fred na referência do ataque, e os canhotos Thiago Neves e Wellington Nem nas pontas.



Pode-se dizer que essa estrutura, com esses atletas, não gera o equilíbrio necessário à equipe, já que o camisa 18 dá muito mais profundidade e velocidade que o 7. Contudo, simetria não é obrigação no futebol, nem sinônimo de equilíbrio. Pelo contrário - até porque a ultrapassagem dos laterais, a presença de Jean e do próprio Deco compensa esse suposto desequilíbrio.

Não bastasse um time titular fortíssimo, as opções de alterações do excelente Abel Braga são, se não rigorosamente à altura, bastante próximas. Para a defesa, Digão, Leandro Euzébio, Carleto... Para a meia cancha, Diguinho, Valencia, Wagner... Para o ataque, Rafael Moura, Samuel, Marcos Júnior... Isso sem citar Lanzini e Rafael Sobis, que, ao que tudo indica, devem deixar o Flu.

Convenhamos, o melhor elenco do país (não?), comandado por um técnico experiente, vencedor, que tem o grupo na mão, sem históricos de perder o vestiário. Os salários, até onde sei, sempre em dia. Noves fora novos investimentos que devem estar por vir mas não sabemos. Por essas e outras, o grande favorito ao título do Brasileirão, a meu ver, tem nome e sobrenome: Fluminense Football Club.

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sexta-feira, julho 06, 2012

Possível Cruzeiro com Borges

Tudo bem que não estava bem no Peixe. Mas fase é fase. Borges é bola. Chega para ser a referência do ataque da Raposa. Wellington Paulista, com isso, deve ser ou deslocado à direita ou ao banco de reservas. Em princípio, quando li a notícia da transferência, pensei num 4-4-2 em losango, com os dois na frente. Mas trocando ideias com Vinicius Grissi, me convenci de que o treinador não vai abrir mão do 4-2-3-1.

Na verdade, Wellington Paulista na ponta direita (onde já atuou, no próprio Cruzeiro e no Palmeiras) deve ser algo eventual, alguma urgência, dependendo do contexto do jogo e das características do adversário. É mais provável, como me alertou o blogueiro do Marcação Cerrada, que Tinga (ou William Magrão) ocupe o lado direito do esquema de Celso Roth.



Dessa maneira, com Leandro Guerreiro de primeiro e Charles de segundo volante, Montillo seguiria na dele, trabalhando pela faixa central, sem abdicar de se aproximar dos ponteiros, do centroavante, e de entrar na área. Quanto à ponta esquerda, acredito que Wallyson seja o nome mais indicado, até para manter a velocidade do time, contrapondo Tinga. Na frente, Borges como 9 legítimo, tanto de frente quanto de costas para o gol.

Quanto às laterais, sou fã de Diego Renan. Destro, ele pode jogar pelos dois lados. Caso Everton não convença, pode-se deslocar Léo à lateral direita, inserir Mateus ou Alex Silva na dupla de zaga, e deixar Diego Renan lateral esquerda, onde já brilhou sob o comando de Adilson Batista em 2009. E no gol, claro, Fábio.

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Inter com Forlán (sem Oscar)

É oficial: o melhor jogador da Copa do Mundo de 2010 é do Inter. A notícia foi dada pela manhã desta sexta-feira através do site do clube - amostra de que a diretoria está trabalhando bem no quesito reposição. Porque, parece-me claro, alguém graúdo vai sair.

Fala-se em Oscar. No Blog do Zini a informação é de que o valor ultrapassaria os R$ 60 milhões, e seu destino seria o Tottenham, depois das Olimpíadas de Londres. Em contrapartida, segundo o Mirror Football, Paulo Henrique Ganso também está na mira dos Spurs. Honestamente, creio na primeira opção. Primeiro, porque a fonte é boa. E segundo, porque Inter e Tottenham têm histórico de negociação (Sandro).

Ainda de acordo com Zini, Leandro Damião fica. Portanto, em caso de permanência do centroavante (e de D'Alessandro) e de saída de Oscar, pode-se projetar um time muito forte, no mesmo esquema tático adotado por Dorival Júnior.



Com Celso Roth, na campanha campeã da Libertadores em 2010, também no 4-2-3-1, o canhoto D'Alessandro foi o ponta-direita (Tinga ou Giuliano por dentro, Taison na esquerda). Logo não seria novidade atuar por ali, armando as jogadas, partindo para a faixa central ou até buscando a linha de fundo.  

Já Forlán, que foi eleito o melhor jogador da Copa da África do Sul jogando como enganche no 4-4-2 em losango de Tabarez, não teria problemas para preencher a vaga central. Com variação para o 4-4-2 em linha (D'Ale, Elton, Guiñazu e Dagoberto), o uruguaio teria de encostar mais em Damião para formar a dupla de ataque, sem ter de se preocupar exclusivamente com a criação, por causa da presença de D'Alessandro.

Agora, se Damião for para a Europa (a exemplo de Oscar), o treinador pode jogar com Forlán de centroavante, D'Alessandro centralizado, por dentro, Dagoberto à esquerda e Dátolo à direita. Convenhamos, ainda assim uma baita equipe.

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quinta-feira, julho 05, 2012

Enfim, o Corinthians está libertado

Essa taça não é fruto exclusivo do trabalho feito nesse ano. Vem lá de trás, do início da gestão Andrés Sanchez. Vem de 2008, da segunda divisão, com Mano Menezes no comando da reestruturação do time. Vem de 2009, do departamento de marketing, que conseguiu arquitetar uma maneira de trazer Ronaldo, que por sua vez abriu as portas do clube para maiores investimentos. Vem de 2010, quando perdeu nas oitavas para o Flamengo e foi ganhando cancha. Vem do ano passado, de Andrés, que manteve Tite contra tudo e contra todos no primeiro semestre, após a eliminação para o Tolima, e deu no que deu: campeão brasileiro em 2011, campeão das Américas em 2012.

Mas, evidente, vem de Tite - técnico campeão da Copa do Brasil com o Grêmio, da Sul-Americana com o Internacional, do Brasileirão e da Libertadores com o Corinthians. Técnico trabalhador, honesto, convicto e antenado ao mundo da bola (talvez ninguém mereça mais do que ele). Deixou seus atacantes em má fase no banco (Elton e Liedson), apostou em Alex de falso 9 (inspiração em Guardiola?), e colheu o risco. É verdade que na finalíssima, no Pacaembu, a equipe enfrentou o Boca com Emerson na referência, Danilo aberto na esquerda e Alex por dentro do tradicional 4-2-3-1 alvinegro (que vem desde os tempos de Mano). Porém é preciso ressaltar essa mudança tática, com o camisa 12 mais à frente, ao longo do torneio.



Vem também do elenco, que assimilou as ordens do treinador com profissionalismo, disciplina e comprometimento. Não à toa o título veio de forma invicta, com apenas 4 gols sofridos em toda competição. Resultado alcançado não só por causa de Cássio, Chicão, Castán ou Ralf, mas sim em função de todos, que correram como raros quando estavam sem a bola. E quando a retomavam, sabiam o que fazer com ela. Que o diga Sheik, artilheiro do time com 5 gols (um contra o Santos na Vila, assistência para Romarinho na Bombonera, dois contra o Boca no Pacaembu). Ou Danilo, vice-artilheiro com 4. E o que dizer de Paulinho? Fez os corintianos esquecerem Elias, Jucilei e cia. O mesmo serve para Jorge Henrique, o pulmão da esquadra. Além de Fabio Santos, Alessandro, Edenílson...

E, por fim, essa conquista vem da torcida. Ao contrário de outras edições, nessa os torcedores souberam encarar a temida e deseja Libertadores como gente grande, aparentemente acostumados à situação. Em 2012, ao contrário de outros anos, não pareceu que o Corinthians era aquele clube obcecado pelo troféu continental. Ao contrário de outras participações, nesse ano a ansiedade deu lugar à tranquilidade, e isso se refletiu não só dentro de campo, nos atletas, mas também na massa país afora.

Enfim, finalmente o dia chegou. O Corinthians é campeão da Copa Libertadores da América. Pela primeira vez. E isso é só o começo...

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terça-feira, julho 03, 2012

Pré-jogo: Corinthians vs Boca

Parecido, mas não idêntico. Assim imagino que será o jogo da volta no Pacaembu. Boca com o mesmo time, mesma postura, mesma frieza, e Corinthians com a mesma aplicação tática, porém com posse de bola e marcação por pressão mais intensas.

Não creio que a estratégia de Falcioni será o contra-ataque claro e declarado. Até pela característica de seus jogadores e do critério de desempate (gol fora de casa não conta na final), é difícil imaginar os argentinos fechados em linhas compactadas, exclusivamente à espera de um lançamento de Riquelme para algum dos laterais, Mouche, Erviti ou Silva. Tampouco me parece improvável que Cvitanich (o outro atacante de movimentação do elenco) figure entre os onze, no lugar do centroavante.



Logo, acredito que o Boca, dependendo do placar, quando tiver oportunidade, vai pôr a bola no chão e cadenciar a partida, sempre sendo orquestrado por seu camisa 10. O problema é que futebol se joga só com uma bola, e no Pacaembu, quem vai querer dominá-la será o Corinthians. Resta saber se o Alvinegro vai ter qualidade e paciência para valorizar a posse e construir tramas ofensivas na base dos toques.

Para tal, Danilo será essencial. Com Alex de falso centroavante, e Jorge Henrique e Emerson abertos pelas beiradas, caberá ao 20 o papel de "Riquelme". Será Danilo o principal responsável em manter a posse. Contudo, se os companheiros não aparecerem para servir de opção de passe, se os pontas não se aproximarem, a exemplo de Alex, Paulinho e dos laterais, o artilheiro do Timão na Libertadores com 4 gols pouco poderá fazer.

Honestamente, qualquer um pode sair campeão nesta quarta-feira. Tanto Corinthians quanto Boca têm totais condições de erguer a taça - um pela primeira vez, o outro pela sétima. Se por uma lado os donos da casa contam com o apoio da massa corintiana, por outro os visitantes têm ao seu lado experiência e tradição na competição.

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segunda-feira, julho 02, 2012

Nilmar quer Europa, diz agente

Tá no Mundo Deportivo: Nilmar entra na rota do Barça. Segundo o site catalão, € 8 milhões é o número estampado na etiqueta do jogador do Villarreal, que, de acordo com seu agente, Orlando da Hora, prefere seguir na Europa, em algum clube participante da Champions League.



Para Nilmar há destino mais confortável que o Barelona? Para mim, não. Noves fora ser adaptado à Espanha, em condições normais de temperatura e pressão, o brasileiro é, na minha opinião, superior a Cuenca, Tello e Pedro (seus possíveis concorrentes). E Villa, após um semestre parado, teria de suar para recuperar a posição.

É verdade que com Guardiola, Iniesta e Fàbregas também atuavam no ataque, um em regra à esquerda e o outro de falso 9. Contudo, se Tito quisesse escalar três atacantes de ofício, a briga de Nilmar seria mesmo com Cuenca, Tello e Pedro (e Villa). Convenhamos, nenhum bicho-papão. E ele, imagino, sabe disso.

Além do preço, baixo, outro atrativo é a polivalência do atacante de 28 anos, que pode atuar tanto nas pontas quanto centralizado. É sempre bom ter no elenco atletas com essas características, que jogam em mais de uma posição. Ainda mais no Barcelona, onde todo mundo joga em todas.

A prioridade do Barça é reforçar a defesa. Alba já foi contratado, e o alvo agora é um zagueiro. Contudo, como ressalta o texto do Mundo Deportivo, os catalães não pretendem deixar passar no vazio uma boa oportunidade de mercado.

Se tem fundamento a notícia ou não, não sei. Orlando da Hora adora um leilão. Todavia se tiver, e se der certo, será bom para todo mundo, pro jogador, pro empresário, pro Barcelona... menos pro Inter.

domingo, julho 01, 2012

G4lo

Elenco para ser campeão do Brasileiro o Atlético não tem. Tem, no entanto, um time que pode preencher uma das vagas da Libertadores 2013. Apesar da parcial campanha (5 vitórias em 7 jogos), e de nomes como André e Guilherme no banco (e da chegada de Victor), não vejo o Galo com fôlego para brigar pelo título.

No convincente triunfo por 1 a 0 sobre o Grêmio, neste domingo, no Olímpico, Cuca armou um 4-4-2 relativamente equilibrado e envolvente, com Danilinho e Bernard nas extremas, Pierre de primeiro e Leandro Donizete de segundo volante, Jô na referência do ataque e Ronaldinho como articulador da equipe.



A estratégia foi se fechar com linhas compactas, retomar a bola e soltar em Ronaldinho, que do setor do meio campo, também pela faixa central, acionava os camisas 7 e 11 em velocidade. Se não foi brilhante contra o clube que o revelou, R49 cumpriu bem a função que lhe foi atribuída e mostrou que tem lenha para queimar.

O lado esquerdo ofensivo foi forte, onde Júnior César, Ronaldinho e Bernard (em fase iluminada) puderam criar triangulações, tabelas, jogadas de linha de fundo, etc. Já o lado direito, pelo menos contra o Grêmio, ficou um pouco abandonado.

Para ser campeão, o Atlético não tem elenco. Não tem bala na agulha para tanto. Contudo os torcedores podem sim projetar, a longo prazo, a presença do Galo no G4. Vale lembrar, porém, que a concorrência não é mole.

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Fúria, a devoradora de títulos

Qual a receita do sucesso espanhol? Entrosamento, paciência e convicção na filosofia de jogo são alguns dos ingredientes. Além da qualidade técnica (sem ela nada é possível), o grupo campeão da Euro 2008, da Copa de 2010 e da Euro 2012 tem pelo menos três capítulos garantidos no livro das grandes seleções da história do futebol mundial.

Antes da competição, quando se discutia Torres, Llorente ou Negredo como centroavante, Del Bosque apostou em Fàbregas vestido de falso 9, e deu no que deu. Contrariando a preferência de maior parte torcida, inclusive a minha, o treinador manteve o camisa 10 entre os onze, e ele correspondeu as expectativas. Ou melhor: superou-as, pelo menos na decisão diante da Itália.



Neste domingo, no meio de campo, com as integrações de Silva e Iniesta pelo setor, a Fúria dominou a partida ao seu estilo de posse e toque com cinco homens no gramado ofensivo, noves fora a presença do falso 9 - sem falar no apoio dos laterais, em especial Alba, que deixou o dele na final após contra-ataque e assistência de Xavi, o pé pensante da equipe.

E o que falar do sistema defensivo? Quase 1000 minutos sem sofrer gols em mata-mata, graças não somente ao goleiro e à dupla de zaga, mas sim a todo time, que marca por pressão, rouba a bola e a mantém sob domínimo durante a maior parte do tempo (sem a bola o adversário não pode ameaçar). E a força do elenco? Torres e Mata saíram do banco e balançaram a rede na segunda etapa, decretando o 4 a 0 sobre os italianos (e ainda tem David Villa, que perdeu a Euro).

A sorte do Brasil e das demais seleções é que a Copa do Mundo não é amanhã. Porque se fosse, alguns degraus acima do resto, seria difícil tirar a taça da experiente papa-tudo Espanha.

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O que esperar de Seedorf

No Brasil, o tempo e o espaço jogam a favor do craque. Se na Europa o jogo é mais rápido e encurtado, por aqui é mais lento e espaçoso. Lá não há tempo para pensar. Aqui, sobram segundos. Em outras palavras, lá o jogo é mais "tático".

Por isso imagino que Seedorf irá deitar e rolar no Brasileirão. Aos 36 anos de idade, o meio-campista terá no passe, nos lançamentos e na distribuição de jogadas seus pontos fortes. Aos 36 anos, o holandês não precisará de pernas e pulmões de vinte e poucos para desequilibrar.



Outro fator positivo da contratação do Botafogo é que, ao contrário de outros atletas brasileiros, Seedorf tem conduta de atleta. Profissional dentro e fora de campo, o ex-Milan, fluente em português, casado com brasileira, ao que tudo indica, não cairá nas tentações que o Rio de Janeiro oferece.

Quanto ao time em si, não tenho dúvida que irá se adaptar com rapidez. Seja no habitual 4-2-3-1 alvinegro, num possível 4-4-2, ou até mesmo no 4-3-3, creio que Seedorf será o dono da bola. Para que a equipe engrene, porém, é preciso treinamento, entrosamento, ajuda dos companheiros, e, claro, condições de trabalho concedidas pelo clube - entre elas, salário em dia.

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