segunda-feira, junho 17, 2013

Missão quase impossível

Javi Martínez, Cazorla, Mata, Silva, Navas, Torres, Villa... Isso sem citar Isco, que está disputando a Euro Sub-21. Para um banco de reservas, nada mal. Sem dúvida o elenco mais qualificado do planeta no momento. Talvez não o mais equilibrado, a dupla de zaga carece de suplentes à altura. Porém sem dúvida o plantel com mais talentos individuais, superando o da Alemanha, da Argentina, da Holanda, do Brasil, e por aí vai.

Apesar disso, o destaque da atual seleção campeã mundial e bicampeã europeia não é o fator individual, mas sim o coletivo, que todos estão carecas de saber como funciona: valorização da posse de bola baseada na troca de passes precisos e pacientes, à espera da oportunidade da infiltração, do passe vertical, da finalização. Muito toque no campo do adversário à espera da hora certa de dar o bote. E nos raros momentos em que perde a pelota, retoma-a lá na frente, pressionando o oponente, pois avança em bloco, com o time inteiro compactado. Em resumo, uma aula. Não aprende quem não se interessa.



É impossível vencer a Espanha? Não. Possível é. A bola parada, o contra ataque - e uma pitada de sorte - são os caminhos. Não adianta querer jogar de igual para igual, tentar igualar a posse, porque futebol se joga com apenas uma bola, e quer queira ou não, ela fica a maior parte do tempo (70% em média) nos pés dos espanhóis. Portanto, além da bola parada (tiro livre direito, escanteios, jogadas aéreas, etc), o contra golpe é a estratégia mais indicada para tentar tirar uma casquinha da toda-poderosa Roja. O problema é que nem sempre se consegue encaixar o contra ataque como se imagina ou se ensaia.

É preciso paciência. É preciso ter consciência e compreender que durante boa parte da partida você vai correr atrás da bola. Ou melhor: vai correr sem a bola, preenchendo e diminuindo os espaços no campo defensivo, à espera da retomada, da transição entre defesa e ataque e da progressão em velocidade no espaçoso gramado ofensivo, já que a Espanha se adianta toda e deixa vazios generosos da sua intermediária para trás. É preciso igualmente ter competência para conseguir encaixar o tal do contra ataque, que pode ser raro em 90 minutos. Pode pintar um aqui, outro ali, e por isso é preciso alto nível de concentração para que ele seja bem sucedido. Ou seja: para que termine em gol. Também é preciso eficiência defensiva, pois de nada adianta fazer um e levar três, por exemplo. E é preciso também, por que não?, um pouco de sorte, afinal, trata-se de um jogo. Ah, e é preciso confiança, acreditar na vitória, pois se entrar em campo com espírito de derrotado, já era.

A Espanha de Xaviniesta e companhia é a favorita à Copa das Confederações? É. Por mais que tentem vender um falso favoritismo verde e amarelo, e por mais que, de fato, a seleção de Felipão tenha mostrado relativa evolução de uns jogos para cá, não se pode negar o domínio, o predomínio espanhol. Porém, como tentei explicar nesse post, é sim possível vencer a equipe treinada por Del Bosque. Basta, para isso, que essa conjunção de fatores aconteça. Convenhamos, não é fácil, tampouco provável. Mas não é impossível.

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