Minutos antes de a bola rolar para São Paulo vs Palmeiras, perguntado pelo repórter sobre a possibilidade de título, Muricy Ramalho disse que seu time deveria fazer a parte dele e destacou a competência e a continuidade do líder Cruzeiro. Reconheceu os méritos da equipe treinada por Marcelo Oliveira e sua iminente conquista.
Em outras palavras, Muricy falou que o Cruzeiro deve ser o campeão, justa e merecidamente, porque o time joga junto há mais tempo, está entrosado há mais tempo, vem atuando junto desde o ano passado, enquanto seu time se encaixou lá pela metade do campeonato. Perfeito o raciocínio, que se aplica não somente ao São Paulo, mas também aos outros ditos concorrentes diretos da Raposa.
Agora faltam quatro rodadas para o Brasileirão 2014 terminar. Porém lá atrás (vou puxar a brasa para a minha sardinha, desculpe-me), após a 14ª rodada, modestamente eu já apontava esse fator destacado por Muricy como decisivo no desenrolar da competição. Após a 14ª rodada, dia 11 de agosto, escrevi: "Com um pouquinho de visão crítica de campo e bola, pode-se perceber que Internacional e Corinthians (e Fluminense, e São Paulo, e assim por diante) estão longe de jogar uma bola que se aproxime da do Cruzeiro. Por quê? Porque, entre outros motivos, Marcelo Oliveira está há mais tempo no cargo." Leia o post completo aqui.
Um mês depois, quando o Tricolor do Morumbi empolgava e era o segundo colocado da vez, no post intitulado "Por que o São Paulo não deve chegar", insisti na dose, concluindo: "Em suma, enquanto o São Paulo está passando da terceira para a quarta marcha, o Cruzeiro está engatado na quinta há meses. E essa diferença não deve ser tirada nesses pontos corridos." Leia aqui o post completo.
Logo me parece que o discurso de Muricy, minutos antes de a bola rolar para o clássico contra o Palmeiras, na noite de ontem, não se trata de um discurso de perdedor ou de quem jogou a toalha. Trata-se de um discurso realista, de quem entende de futebol, de quem entende de pontos corridos, e de quem consegue reconhecer o mérito e o bom trabalho alheio, sem invejá-lo.
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