sábado, julho 26, 2014

Anderson Talisca, o meio-campista

O primeiro jogo de Anderson Talisca que vi com atenção, se não me falha a memória, foi nesse Brasileirão. Foi contra o Flamengo de Ney Franco, em Macaé, no Moacyrzão. Meia de origem nas categorias de base do tricolor baiano, nessa partida, válida pela 6ª rodada, ele foi escalado por Marquinhos Santos como falso nove. Sua movimentação, seu posicionamento, sua função nesse dia, inclusive, me lembrou o papel de Ibrahimovic no PSG, e resultou no post Dare To Talisca, publicado em maio. Nessa pré-temporada do Benfica, no entanto, Talisca tem jogado como volante.

Marquinhos Santos deve ter tido seus motivos para avançar Talisca num jogo aqui, noutro ali, assim como Jorge Jesus deve ter suas razões para recuar o atleta de 1,88m. Claro, ainda é cedo para dizer se ele será "recuado" de vez no clube português, mas o fato é que, nessa pré-temporada, o camisa 30 tem trabalhado como segundo volante, num esquema com duas linhas de quatro e dois atacantes.

Diante do Ajax, neste sábado, em Lisboa, pela Copa Eusébio, atuando dessa maneira, mais atrás do que nos tempos de Brasil, com Amorim ao seu lado, mais preso, Talisca pôde mostrar a qualidade da sua visão de jogo e do seu passe vertical, elementos fundamentais para se sobressair pela faixa central (para mim foi o melhor em campo).



Talisca nasceu no ano do Tetra. É de 94. Tem 20 anos. E está chegando agora à Europa, onde o futebol em sua vertente tática é praticado em outro nível, num nível bem acima do que é praticado no atrasado futebol brasileiro. Portanto pode ser que ele leve um tempo para assimilar o jogo jogado, para assimilar o conceito de ocupação de espaços na sua essência, etc. Graças a sua inteligência futebolística e a sua comprovada capacidade técnica, porém, não acredito que ele terá problemas de adaptação dentro das quatro linhas (detalhe: Talisca já é o cara da bola parada).

Enfim. Não quero me precipitar, mas me parece jogador de Seleção. É digno desse rótulo. Logo, logo deve pintar na convocação. Trata-se duma promessa virando realidade, em processo de lapidação, que cedo ou tarde encontrará a posição onde rende mais coletivamente. Caberá ao treinador encontrar o lugar onde ele rende mais para o time e definir o posicionamento onde suas virtudes são melhores exploradas. A princípio, a julgar pela pré-temporada 2014/15, esse posicionamento é mesmo o de segundo volante. Entretanto confesso não descartar a possibilidade de, no futuro, Talisca recuar ainda mais e virar cabeça de área (mal comparando, à la Pirlo). Vamos ver. Seja como for, as expectativas, pelo menos as minhas, em relação a sua carreira na Europa, são excelentes.

Um comentário:

Patryck Leal disse...

E aí beleza?!

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