quarta-feira, fevereiro 18, 2015

Inter estreia com o pé esquerdo

Quando Anderson foi anunciado pelo Inter, projetei o time num 4-1-4-1 com D’Alessandro, Aránguiz, ele e Vitinho na linha de quatro do meio, Nilton atrás dela e Nilmar na frente (veja aqui). Não deu outra. Na estreia da Libertadores, na noite desta terça-feira, diante do Strongest, em La Paz, Aguirre adotou o 4-1-4-1, com Sasha na vaga de Vitinho (completaram a linha de quatro da defesa Léo, Ernando, Alan e Fabrício – veja aqui). Convenhamos que não é preciso ser um gênio para perceber que para encaixar essas determinadas peças, trata-se do esquema tático mais indicado. Mas não deu certo. Não pelo esquema tático em si, mas obviamente não deu certo (a estratégia me pareceu a grande vilã da história, sem falar no terrível rendimento individual de alguns atletas). A equipe boliviana controlou a bola e o adversário nos primeiros 45 minutos com enorme facilidade, ao ponto de abrir o placar aos 11 (Chumacero) e ampliá-lo aos 15 (Ramallo) e praticamente matar o jogo na primeira etapa.



No primeiro tempo, aos 37 minutos, o treinador colorado tentou consertar o time ao substituir Anderson por Vitinho, passando para o 4-2-3-1 (Vitinho e Sasha pelas beiradas, D’Alessandro por dentro e Nilton e Aránguiz volantes). A partida feita por Anderson, aliás, foi péssima – como a do time como um todo, diga-se de passagem. Escancarou a fragilidade (talvez momentânea) física, técnica e mental do camisa 8. Sem a bola, basicamente caminhou, trotou e olhou o Strongest jogar. Já com ela, mal conseguiu dominá-la, na verdade. Mal a teve no pé esquerdo (justiça seja feita, o time todo do Inter não sabia o que fazer com a bola nas poucas vezes em que a recuperava). Eu sei que o jogo foi na altitude, etc e blá. E não quero cair na armadilha do imediatismo – esse câncer das análises de futebol no Brasil. Contudo ficou meio evidente que Anderson não pode ser titular no momento. Vai precisar de algumas semanas para entrar em forma física, técnica e emocional. E nesse meio tempo, parece-me que a melhor alternativa é essa mesmo, com Vitinho e Sasha pelas extremas e D’Ale pela faixa central, no 4-2-3-1. Agora, desde que Aguirre realmente concorde que Anderson não tem condições de ser titular por ora, é preciso repetir essa formação com Vitinho e Sasha, caso contrário não haverá evolução.

No fim das contas, apesar da relativa melhora do Colorado após a saída de Anderson e a entrada de Vitinho, os donos da casa continuaram superiores, mandando no confronto. Apesar do gol de pênalti marcado por D’Alessandro aos 4 minutos da segunda etapa, o Strongest se mostrou mais forte. O tempo todo esteve mais perto de marcar o terceiro do que o Inter de empatar. E não de outra. A cinco minutos do apito final, após bela jogada coletiva (algo que não existiu pelo lado do Inter, por exemplo), Chumacero fez seu segundo e definiu o placar final, que, convenhamos, ficou barato: 3 a 1. Poderia ter sido mais. Alisson foi um dos destaques do Inter, para se ter noção. Mas enfim. Seja como for, Aguirre precisa definir o chamado XI ideal o quanto antes. Se por enquanto é sem Anderson, que insista nisso (no momento eu votaria sem). Se é com Anderson, que insista nisso igualmente. O que não pode haver é falta de convicção por parte do treinador. Tampouco falta de paciência por parte da torcida, da imprensa e da diretoria.

PS: Chumacero é a cara do Schweinsteiger.

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