terça-feira, fevereiro 03, 2015

Possível Inter com Anderson

Comprometido, Anderson deita e rola no futebol brasileiro. Fácil. Mas muito fácil. A questão é: ele está comprometido? Talvez a tendência seja responder “não”. Ou talvez a resposta padrão seja mais cruel: “está, não; ele não é!”. Porém, convenhamos, é difícil, para não dizer impreciso ou injusto, julgar de longe esse aspecto dessa pessoa. De longe é impossível saber se Anderson está ou não comprometido com o Internacional. De longe é impossível saber se Anderson está ou não empenhado em honrar os R$ 500 mil mensais no campo e na bola – e nos treinamentos. Se estiver, no campo e na bola, ele joga fácil. Pelo menos no futebol brasileiro, o do 7 a 1, ele joga fácil.

Uma vez comprometido, a forma física e a forma emocional entram em dia em questão de tempo. A partir daí, suas virtudes técnica e tática têm terreno fértil para brotar. Não só técnica (fundamentos, etc), mas tática também. Pois não é possível que um jogador sob o comando de Alex Ferguson durante tanto tempo não tenha aprendido nada no quesito. Por mais que Anderson tenha ficado ou aceitado o banco no Manchester United de uns tempos para cá (e de uns tempos mais para cá ainda, algo abaixo do banco), sem dúvida sua experiência no futebol europeu o acrescentou bastante como futebolista.

Dito isso, vejo apenas um esquema tático capaz de encaixá-lo no time: o 4-1-4-1. Ou melhor. Vejo no 4-1-4-1 não a única estrutura tática capaz, mas sim a mais indicada, a mais adequada para fazer a equipe render coletiva e individualmente. Estrutura essa, aliás, que foi utilizada por Abel Braga na temporada passada. Nela, em 2015, o canhoto D’Alessandro ocuparia o flanco direito, enquanto os destros Vitinho e Sasha brigariam pela ponta esquerda, e o miolo da meia cancha seria composto pelo cabeça de área Nilton e, à frente dele, Aránguiz e Anderson. Noves fora o centroavante (Rafael Moura quando Nilmar não estiver à disposição).



Dessa maneira, com essa distribuição tática e essas peças, o Inter pode encontrar o equilíbrio entre a defesa e o ataque. Pode atingir um nível satisfatório de eficiência tanto sem a bola quanto com a bola. E digo mais: pode ser envolvente. Pode jogar bonito. Não de hoje, por sinal, há material humano para jogar bonito. Certamente Diego Aguirre tem sua filosofia de jogo predileta e eu confesso que a desconheço. Ainda assim, me parece prudente e inteligente optar pelo esquema do ano passado, agora no caso com Nilton na vaga de Willians, Anderson na de Alex, Léo na do lateral-direito, Vitinho (ou Sasha) na extrema esquerda e Réver ao lado de Ernando. Pelo menos no papel, dessa maneira se evidencia a força do XI e do elenco do Colorado.

Porque além do XI da prancheta acima, o Internacional tem no plantel nomes como Dida, Juan, Paulão, Wellington, Alex, Luque, Valdívia, Sasha, Taiberson e outros. Pode não ser o melhor elenco do país, mas é um dos. Sem dúvida está no Top 5. Com certeza. Sem discussão. Resta-nos aguardar para ver o que o treinador uruguaio vai fazer com esse elenco em mãos. Principalmente em matéria de campo e bola, do jogo jogado. E que a insana urgência pelos resultados, impregnada na mídia, na torcida e na cartolagem brasileira, seja chutada para escanteio. Pelo menos em sua primeira temporada na casamata colorada. Lembre-se: não podemos fazer de Aguirre um novo Gareca. Ele precisa de tempo para trabalhar (ele e todo mundo na mesma situação, né). O mais difícil, digamos assim, o material humano de qualidade, ele já tem. Agora nos resta pacientemente aguardar para ver o que ele e os jogadores, de preferência todos comprometidos, vão construir dentro das quatro linhas.

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