Até que ponto é preciso respeitar o adversário? Talvez respeito não seja o termo certo, mas até que ponto o treinador precisa mexer no seu time em função da superioridade do adversário? Nos jogos de ida das quartas de final da Champions League, por exemplo, os técnicos das equipes consideradas mais fracas mantiveram suas estruturas táticas habituais, não "respeitaram". E alguns deles pagaram o pato, como no caso do Galatasaray.
Até pensei que no Santiago Bernabéu Fatih Terim fosse utilizar um 4-4-2 com linhas compactadas, marcando por zona, preenchendo os espaços da entrada da área e da intermediária com oito homens, visando o contra ataque. No entanto o Galatasaray atuou, digamos assim, de peito aberto, no rotineiro 4-3-1-2, com Sneijder enganche. Não houve mudança tática, nenhum elemento novo, e no intervalo a vantagem merengue era de dois gols. Na segunda etapa, com Zan na vaga do holandês, Terim tentou corrigir ao modificar a estrutura para o 3-5-2 (veja aqui a prancheta) e de certa forma conseguiu. Mas até a página dois, pois não evitou a derrota por 3 a 0.
A visita da Juventus ao favorito Bayern de Munique também serve de exemplo. Apesar do equilíbrio e do peso das camisas envolvidas no duelo, era bem-vinda alguma alteração, alguma surpresa de ordem tática por parte de Antonio Conte, no enfrentamento da Allianz Arena. A surpresa não ocorreu, a Velha Senhora jogou no velho 3-5-2, e no fim das contas perdeu por 2 a 0.
Quem fugiu um pouco dessa regra, em matéria de resultado, foi o Paris Saint-Germain de Carlo Ancelotti, que manteve o 4-4-2 em linha de praxe, no Parc des Princes. Não mexeu no time em função do todo-poderoso Barcelona. Jogando em casa, é verdade, o PSG, até sofrer o gol aos 38 minutos, combateu os visitantes de igual para e igual. Aliás me atrevo a dizer que, até sofrer o gol de Lionel Messi, os mandantes anularam o poderio ofensivo azulgrená. No frigir dos ovos o 2 a 2 não foi ruim. É pertinente lembrar, porém, que o gênio argentino não atuou no segundo tempo.
Eu sei. É verdade. Não quer dizer que se Galatasaray, Juventus e PSG tivessem alterados seus esquemas, optados por sistemas táticos mais cautelosos, conservadores, os resultados teriam sido diferentes. Não havia garantia de nada. Qualquer um deles poderia ter jogado assim ou assado, e os resultados poderiam ter sido idênticos. Contudo é curioso constatar que, diante de oponentes nitidamente superiores, Terim, Conte e Ancelotti foram ousados e mantiveram suas formações de fé. No caso de Ancelotti, com ressalvas, deu certo. Nos casos de Terim e Conte, nem tanto.
No Twitter. No Facebook.
2 comentários:
Tu sabe muito de futebol! Parabéns, ótimo texto
It's great that you are getting thoughts from this article as well as from our discussion made at this time.
Here is my blog - fsu.Edu
Postar um comentário