sexta-feira, junho 13, 2014

Xingamento é uma coisa, vaia é outra

Odeio aquele papo que vigora entre boa parte dos torcedores de futebol no Brasil, e acredito que no mundo: "paguei pelo ingresso, logo tenho sim o direito de xingar". Não, meu caro. Não tem. Ninguém tem o direito de xingar ninguém, seja no estádio, no teatro, na rua, na fazenda, em Marte ou num universo paralelo. Uma coisa é vaiar, outra coisa é xingar. São coisas pra lá de distintas. À vaia, você tem o direito. Ao xingamento, não. Mas, claro, no anonimato da multidão todo mundo vira machão irracional (homens, mulheres, e até crianças - essas, coitadas, influenciadas pelos demais, muitas vezes pelos próprios pais).

Outro ponto que tem me incomodado em relação ao "Ei, Dilma, vai tomar no cu!", que rolou ontem, na Arena Corinthians, é o fato de algumas pessoas argumentarem que pegou muito mal por se tratar de uma mulher. Ora! Não lutamos tanto pela igualdade dos sexos? Por mais que haja as diferenças naturais entre homens e mulheres, não queremos tanto que todos sejam tratados da mesma maneira? Não somos todos iguais? Portanto, não pode ser por aí o argumento. "Ah, tadinha, ela é uma mulher." Se fosse um homem sendo xingado, então seria de boa? Não é por aí, né. Como disse, ninguém tem o direito de xingar ninguém, independente do local, e indepentende do sexo, da crença, da etnia, da idade, etc.

Um comentário:

welton jr. disse...

A maior revolução continua sendo nas urnas. E a melhor via continua sendo a educação. Belo post!