Não é de hoje que Abel Braga adota o 4-1-4-1 no Internacional. Só eu, por exemplo, tenho registradas no arquivo do Futebol de Botão duas pranchetas do time nesse esquema tático, uma pela 1ª rodada e outra pela 11ª rodada (confira aqui e aqui). Note nos links que até outro dia o flanco esquerdo era ocupado por Alan Patrick. E que Alex atuava na meia (primeiro link), ao lado de Aránguiz. De umas partidas para cá, no entanto, o camisa 12 tem jogado à esquerda, enquanto Patrick tem se consolidado como reserva. E Wellington tem sido o cara ao lado do chileno, como mostra o segundo link.
Na vitória por 1 a 0 sobre o Goiás (gol contra de Pedro Henrique), no Serra Dourada, neste sábado, pela 15ª rodada do Brasileirão, a equipe colorada obteve relativamente um bom desempenho, estruturada dessa maneira, com as duas linhas de quatro - além do cabeça de área (dessa vez, Ygor) e do centroavante. A opção por dois meias de ofício (Alex e D’Alessandro) pelas beiradas, aliás, permite ao Inter a valorização da posse de bola, através da troca de passes. Alex e D’Alessandro não são pontas e em regra buscam a faixa central para trabalhar, onde se somam a Aránguiz e formam a espinha dorsal técnica, como aconteceu contra o Goiás em alguns momentos, apesar das poucas chances de gol criadas, principalmente nos primeiros 15 minutos.
Alex e D’Alessandro não são os chamados wingers. Não são jogadores de velocidade, habilidade e condução, como em tese manda a cartilha dos wingers. Justamente por isso, por serem mais meias do que ponteiros, embora fechem os flancos sem a bola, com ela eles não necessariamente progridem por ali. Aproximam-se pela faixa central, criam a superioridade numérica no setor, e abrem os corredores para os laterais - em especial o esquerdo, muito bem ocupado no ataque por Fabrício. As triangulações, as pequenas sociedades, também são dignas de notas (Winck/Wellington Silva, Aránguiz e D’Alessandro por um lado, Fabrício, Wellington e Alex pelo outro). Se não chegaram a ocorrer com tanta frequência e eficiência no gramadão do Serra Dourada, pelo menos são alternativas pertinentes para o restante do campeonato. Mas precisam ser treinadas e praticadas.
O importante é que Abel tem, não de hoje, seu esquema tático definido. E agora aparentemente ele se decidiu por Alex, e não Alan Patrick, no lado esquerdo, o que, como eu disse, pode aumentar a possibilidade do Colorado ditar o ritmo do jogo, não só no Beira-Rio, mas também como visitante, pois um meio campo com Aránguiz, D’Alessandro e Alex, se entrosado, tem totais condições de propor um estilo de troca de passes curtos, tão raro no futebol brasileiro atual. E digo mais: essas condições seriam maiores se Valdivia completasse essa linha de quatro, com Wellington (ou Willians) na cabeça de área. Seja como for, o fato é que com os três pontos adquiridos em Goiânia, o Inter chegou a 31 e assumiu provisoriamente a liderança. No complemento da rodada, domingo, o Cruzeiro (30 pontos) recebe o Santos, no Mineirão.
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