Só vejo duas possibilidades para Di María no 3-5-2 de Van Gaal. Na verdade, três: a ala esquerda, a ala direita, e como segundo volante, ao lado de Ander Herrera. Di María é extremamente versátil e eficiente. É a eficácia de chuteira. Portanto pode render em qualquer uma destas três alternativas. Porém, na minha modesta visão, seria um grande desperdício, e até certo ponto uma pequena teimosia, insistir no esquema com três zagueiros, após a chegada do craque argentino.
Veja bem, não sei o que Van Gaal pensa a respeito disso. Não sei se ele pretende jogar no 3-5-2, mesmo com Di María, seja em qual posição for. Só sei que, independente de Di María ou não, acredito que essa estrutura, que deu certo com a Holanda na Copa do Mundo - um torneio de tiro curto, meio à parte da realidade -, não terá vida longa, como mostra esse tweet publicado na pré-temporada.
Dito isso, insisto: Di María é polivalente. Só não joga na zaga e no gol. De resto, joga em todas. Sem exagero. É craque. Logo, pode ser que dê certo no 3-5-2 de Val Gaal (na ala esquerda, direita, ou como segundo volante). Caso o treinador holandês pense mesmo em mudar o esquema, todavia, me parece que a opção mais indicada é esse 4-2-3-1 abaixo, e suas possíveis variações (4-4-1-1, 4-4-2 em linha).
Sem a bola, os canhotos Juan Mata e Di María fechariam os lados do campo, eventualmente se alinhando aos volantes, buscando a compactação atrás, a retomada e o contra ataque. E Rooney cercaria o primeiro volante adversário. Já com a bola, meia que é, naturalmente Mata procuraria a faixa central, como cansou de fazer nos tempos de Chelsea e até na seleção, escalado à direita, enquanto o corredor direito seria aberto para Rafael. Do outro lado, winger que é, Di María priorizaria a jogada aguda, a infiltração. Ou seja, embora ambos fechassem os flancos sem a posse, com ela seus comportamentos seriam distintos, em função de suas características.
Não menos polivalente é Wayne Rooney. A exemplo de Di María, só não joga no gol e na zaga. Craque. O que permitiria variações ao time, uma vez que o camisa 10 poderia atuar nas duas extremas, por dentro, atrás do nove, ou até mesmo como nove. No 4-2-3-1, joga fácil nas três posições da linha de três, por exemplo. Em outras palavras, dependendo do contexto da partida e das peculiaridades do oponente, as peças poderiam ser alteradas (Rooney à esquerda, Di María à direita e Mata por dentro, ou Rooney à direita, Di María à esquerda e Mata por dentro). Entretanto, se há uma distribuição padrão recomendável ao Manchester United 2014/15, na minha visão, é essa da prancheta acima, com Di María e Mata pelas beiradas, Carrick e Herrera volantes, e Rooney solto, sendo o homem mais próximo a Van Persie.
Enfim. Enquanto Van Gaal não dizer ou demonstrar alguma coisa, a respeito do esquema tático, a respeito da manutenção ou não do obsoleto 3-5-2, após a chegada de Di María, comento apenas no campo da especulação. Ainda assim, o post é válido, principalmente porque contesta esse sistema com três zagueiros que, sem dúvida, deu certo na Copa, porém vai se mostrar arcaico com o desenrolar da temporada e a longevidade dos pontos corridos. Essa pelo menos é a minha aposta. Não de hoje, por sinal, vide o link do Twitter. Vamos ver qual vai ser. Seja como for, os Red Devils voltarão a ser infernais com Ángel Di María.
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