A estória se repete todo ano.
Os clubes que não conseguem se classificar para a Copa Libertadores, por meio do Brasileirão, são consolados com a Copa Sul-Americana. Copa Toytota Libertadores e Copa Nissan Sul-Americana, diga-se.
Alguns - não todos - treinadores, dirigentes e torcedores desprezam a competição de segundo escalão (a Sul-Americana), pelo fato desta interferir, direta ou indiretamente, no desempenho do time no Campeonato Brasileiro.
Niguém despreza a Libertadores. Não no Brasil. Quando ela é disputada, a regra dita que os clubes priorizem a competição internacional, chutando o certame nacional para escanteio.
Quando algum clube brasileiro participa da Sul-Americana, a minoria a prioriza. Quase sempre o foco está no Brasileirão.
E por que se dá maior peso à Libertadores e menor à Sul-Americana?
Por três motivos:
1) Libertadores é a competição mais importante do continente;
2) Só através dela pode-se disputar o título mundial;
3) E porque ela é disputada no primeiro semestre. Ou seja, no começo do Brasileirão.
Os motivos para não se priorizar a Sul-americana é o inverso das razões acima:
1) Não é a competição mais importante;
2) Não dá vaga ao Mundial da Fifa;
3) E, principalmente, porque é disputada no segundo semestre. Conseqüentemente, coincide com a reta final do campeonato nacional.
Por isso a Sul-Americana não vai engrenar no Brasil.
Poderia, se ela fosse disputada paralelamente à Libertadores, como é na Europa. Liga dos Campeões e Copa da Uefa, que correspondem a nossa Libertadores e Sul-Americana, respectivamente, acontecem no mesmo intervalo de tempo.
Se ocorressem ambas, Libertadores e Sul-Americana, no primeiro semestre, a estória seria diferente.
E por que não é? Por que não se muda o calendário, colocando-as juntas?
Pergunta difícil de ser respondida?
Que nada!
O motivo é comercial e envolve dinheiro (que novidade!).
Além da TV, que deixaria de ganhar muita grana se as competições fossem feitas ao mesmo tempo, quem perderia seriam as patrocinadoras destes grandes eventos esportivos. Toyota e Nissan. Na verdade, a primeira, nem tanto. A segunda, com certeza.
As multinacionais japonesas teriam de lutar pela atenção do consumidor latino-americano no mesmo período de tempo. E essa briga não seria nada boa para a patrocinadora da Copa Sul-Americana.
Não seria nada boa para a Nissan porque esta empresa está associada à uma competição de segundo nível. A Toyota tem sua marca associada à uma competição de primeiro nível (mesmo que o nível do futebol seja questionado). Se esta briga acontecesse, Toyota x Nissan, sem dúvida, a vitória seria da Toyota. De goleada. Por ipon.
Portanto, para que a Nissan não passe desapercebida perante os potencias compradores de automóveis na América Latina, a Copa Sul-Americana é feita no segundo semestre.
2 comentários:
Não querendo ser contraditório, mas já sendo...
Não acho que os 2 campeonatos possam ser disputados ao mesmo tempo como na Europa, pois sempre teremos algum outro campeonato no meio (ex.: ínicio do ano temos o Estadual, ao contrário da Europa).
E mesmo se fosse os 3 ao mesmo tempo (não levando em consideração o semestre a ser disputado), algum iria levar a pior (ser desprezado), pois como você mesmo citou, um não leva a nada e o outro ao Mundial!
=)
[s]
Além de ser disputada no primeiro semestre, a Sul-Americana poderia dar vaga a uma disputa inter-continental. O campeão jogaria contra o campeão da Copa da Uefa, por exemplo. Seria uma forma de atrair as atenções e promover a competição.
Até porque já há uma boa premiação para o campeão da Sul-Americana. Aumentando um pouquinho essa gratificação, os clubes não teriam tanto motivo para deixar o torneio de lado.
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