Não vi o jogo de ontem contra a La U. Confesso que não quis ver, acho que por nervosismo, ansiedade. Não que eu seja cruzeirense. Não sou. Não torço pelo Cruzeiro. Torço por mim. Ou melhor: torço para que meu palpite se confirme. Palpite que você sabe qual é, se me segue no Twitter: Cruzeiro campeão da Libertadores 2014. Quer dizer, não cravo que o Cruzeiro será o campeão, né. Não sou louco. Futebol é futebol. Mas quando me perguntam quem é meu favorito, respondo na lata: o Cruzeiro. Se será campeão ou não são outros quinhentos.
Por que o Cruzeiro é, desde o final do ano passado, o meu favorito ao título da Libertadores 2014? Primeiramente, por causa do elenco. Quando aponto um favorito, inicialmente me baseio na qualidade do elenco, e para mim o elenco cruzeirense é o melhor do Brasil e da América Latina (embora eu não conheça tão bem os plantéis dos demais participantes da competição, logo reconheço essa soberba da minha parte). O tempo me ensinou, entretanto, que elenco não ganha campeonato sozinho. Ajuda e muito, é essencial, é fundamental, contudo futebol não é ciência exata, graças a Deus.
Outro motivo que me levou a apontar o Cruzeiro como o favorito (gosto de apontar apenas um favorito, apontar dois ou três é mole, é fácil, é lindo) é a qualidade da comissão técnica, a maneira como Marcelo Oliveira enxerga o futebol. Basta lembrar do campo e bola do time treinado por ele no Brasileirão 2013. Nenhum outro time sequer se aproximou daquele futebol envolvente. Mas, claro, pontos corridos são uma coisa, mata-mata é outra. Nos pontos corridos, quando se tem um elenco bom em quantidade e qualidade, a vida fica mais fácil. Já no mata-mata o buraco é mais embaixo, nem sempre o considerado melhor vence.
Futebol não é matemática, não quer dizer que o clube com melhor elenco e melhor treinador irá conquistar o título do torneio em questão (ainda mais em torneio mata-mata, como é a Copa Libertadores). Uma equipe campeã é moldada no dia a dia, nos treinamentos, na dedicação, na disciplina dos atletas, na capacidade técnica e psicológica do treinador, na capacidade do líder do grupo (o treinador) em manter todos focados no mesmo objetivo, e só estando lá dentro do CT para saber se Marcelo Oliveira e os jogadores do Cruzeiro estão comprometidos e trabalhando duro. Se estiverem, as chances de título crescem. Porém não se pode esquecer que seu adversário quer o título tanto quanto você, e o que faz a diferença é a preparação (aprendi isso com Bernardinho, recomendo demais o livro dele – Transformando Suor em Ouro). Se você se preparar melhor que seu adversário, suas chances aumentam.
Enfim, como disse, se o Cruzeiro vai ser o campeão ou não, são outros quinhentos. Diga-se de passagem, falta passar pela fase de grupos. Será preciso, salvo engano, golear o Real Garcilaso no Mineirão para chegar às oitavas (odeio essas contas, é isso, né?). Aí, a partir das oitavas, qualquer um pode matar ou morrer. No mata-mata qualquer um pode sobreviver ou ficar pelo caminho (basta lembrar da Copa do Brasil do ano passado, quando o próprio Cruzeiro foi eliminado pelo Flamengo, por exemplo, um time dito inferior).
Vou torcer pelo Cruzeiro? Vou. Não por ser cruzeirense, pois não sou, mas como disse, para que meu palpite se confirme. Egoísmo da minha parte? Estou pensando só em mim? Talvez. Talvez, não. Com certeza. Antes de ficar bravo comigo, no entanto, admita que todos somos egoístas e que todos torcemos para nós mesmos. (O gene é egoísta, meu filho. Bem-vindo ao mundo.) Se der certo, se o Cruzeiro levantar o troféu, vou falar "Não falei!? Sou foda." Agora, se o Cruzeiro ficar pelo caminho, vou ter de aguentar as cornetadas nas redes sociais.
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