Embora Cristiano Ronaldo tenha marcado 13 gols em 6 jogos no Espanhol, ainda é cedo para tentar precisar o tamanho da influência da mudança do esquema tático do time em sua quantidade de gols. Obviamente o Bola de Ouro é uma máquina de fazer gols, e independentemente da estrutura tática adotada e dos companheiros que o cercam, ele sempre será o artilheiro da equipe. No entanto me parece evidente que a mudança do esquema tático beneficiou seu futebol. Escrevi sobre isso, aliás, sobre essa expectativa, no comecinho da temporada, vide o post Os caminhos do Madrid sem Di María, publicado no dia 25 de agosto, e o post Ronaldo, mais artilheiro do que nunca, publicado no dia 12 do mesmo mês.
Mudança que ocorreu e ficou latente na reta final da temporada passada (em especial nos jogos contra o Bayern e contra o Barcelona, pela Copa do Rei), quando Ancelotti enfim definiu o 4-4-2 em linha o esquema padrão, com Bale e Di María wingers, Alonso e Modric volantes, além de Ronaldo e Benzema atacantes. Até então, no período Mourinho, a equipe em regra atuava no 4-2-3-1, com Di María, Özil e Cristiano Ronaldo na linha de três, o que exigia o acompanhamento do português, e do argentino, ao lateral adversário. Sob o comando de Ancelotti, na temporada 2013/14, a equipe variou para o 4-3-3, com Bale, Benzema e Cristiano Ronaldo no setor ofensivo, o que ainda exigia o acompanhamento do português, e do galês, ao lateral adversário. E no fim das contas, entre variações aqui e acolá, o treinador italiano transformou o 4-4-2 em linha no esquema tático titular, digamos assim. E assim, desde então, o futebol do craque da camisa 7 passou a ser mais goleador.
Ou melhor. Como eu disse, ainda é cedo para tentar medir a influência desse reposicionamento na quantidade de gols que ele vem fazendo. Essa medição só será fiel à realidade, se é que um dia será, mais para a segunda metade de 2014/15, lá pelo primeiro semestre do ano que vem. Ainda assim, não há como negar que no 4-4-2 em linha (veja nos dois links a seguir), ao contrário do 4-2-3-1 e do 4-3-3, o "trabalho sujo" de acompanhar o lateral adversário é feito pelo winger (hoje por James ou Isco, e até ontem por Angel Di María – disparado o melhor do mundo na posição, por sinal). Em outras palavras, no 4-4-2 em linha os compromissos de Cristiano Ronaldo sem a bola são mais suaves. Enquanto que com ela, em tese com mais pulmão, mais descansado, por não acompanhar as subidas do lateral adversário, ele percorre por uma faixa mais extensa do campo de ataque, libertando-se do canto esquerdo, e por conseguinte aumentando suas possibilidades de circular e de entrar na área. Ou seja, aumentando de fato as chances de gol. E CR7 não costuma perdê-las.
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