Diziam que ele não corria em campo.
Ao apito final, nenhuma gota de seu glorioso suor molhava o manto sagrado que lhe cobria o corpo.
Quem tem de correr é a bola, não o jogador, dizia ele.
Gênio.
Não sabia qual era a cor da grama. Não conhecia a cor da cal. Só jogava de cabeça erguida.
O pescoço avantajado dava-lhe grande visão de jogo. Lançamentos de dez, quinze, quarenta metros saíam de seu pé com tamanha banalidade. De olhos fechados. Perfeitos.
Único.
Contrariou Newton, o da maçã, com sua cobrança de falta, a folha, sua invenção.
Contrariou os goleiros.
Gigante.
Fez o primeiro gol no maior do mundo. O primeiro e muitos outros.
No maior do mundo, e no mundo todo. E em todo mundo.
Dono do meio-de-campo.
Dono de todo o campo.
Maestro.
Jogava por música. Clássica. Regia o time todo. Fazia das chuteiras, batuta.
Brasileiro.
Do Rio para o mundo.
Campeão.
Do Rio e do mundo.
Inigualável.
Insuperável.
Incoparável.
No Fluminense, no Botafogo ou na Seleção, fez das chuteiras, coração.
Pelos campos das Américas ou da Europa, de lá ou daqui, serás sempre lembrado, eternamente, Mestre Didi.
*Texto publicado, aqui no blog, em outubro do ano passado.
**Hoje, 12 de maio de 2008, completa-se 7 anos sem Didi.
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