terça-feira, agosto 27, 2013

A realidade alvinegra

Esse é do ramo. Foi o que pensei quando vi Vitinho em ação pelas primeiras vezes. Velocidade e drible de nascença. Características típicas do ponteiro do chamado futebol moderno. Destro, em regra atuando pela beirada esquerda do 4-2-3-1 de Oswaldo de Oliveira, foi pela velocidade e pelos dribles em velocidade que ele se destacou.

No início do Campeonato Brasileiro Vitinho pecava em alguns fundamentos. Erros de passe e finalizações bisonhas não eram raros, ocorriam com frequência. É verdade que jovens dessa idade oscilam. Tem isso. Porém o passe e o arremate dele não estavam à altura de suas arrancadas e seus driles. Rodada a após rodada, jogo após jogo, no entanto, a evolução foi nítida em ambos aspectos. Os gols e até as assistências começaram a aparecer. Menos individualista e mais coletivo, menos afoito e mais pensativo, Vitinho amadureceu e (aparentemente) passou de promessa à realidade.



Difícil julgar sua decisão. Difícil e injusto. Quem sou eu para julgá-la? Não sei quanto ele ganhava no Botafogo nem quanto vai ganhar no CSKA, não me interessa. Mas parece que no clube russo sua remuneração mensal será não sei quantas vezes maior. Em qualquer atividade profissional o aumento no salário pesa, independente da origem pobre do atleta ou não, independente se ele vem do Complexo do Alemão ou do Leblon. E com Vitinho não é diferente.

Esportivamente, permanecer no Brasil seria o ideal. Vitinho tem apenas 19 anos, muito a evoluir, e nada como o Brasileirão, a Copa do Brasil e a possível Libertadores para ganhar rodagem. Não sei como vai ser sem ele, mas com ele a vaga na Libertadores do ano que vem estava encaminhada. Honestamente não via nem vejo o Botafogo brigando pelo título até a última rodada. Já uma vaga no torneio continental me parece bastante provável (vaga que pode vir também através da Copa do Brasil). Parece ou parecia, né. Porque além da tremenda perda técnica (Seedorf à parte, talvez o melhor do time), a saída de Vitinho pode culminar num baita baque emocional, num desânimo em demasia no elenco (que, lembre-se, não tem recebido em dia).

3 comentários:

Felipe Simonetti disse...

Sinceramente acho que esse Vitinho é ultravalorizado. O menino está sendo tratado como um Lucas botafoguense. Ele é um atleta, mas nada que mereça toda a repercussão que a mídia tem dado.

19 anos é uma idade muito baixa para sair do Brasil para se aventurar na Europa, ainda mais em um país pouco habitado por craques da bola como é a Rússia.

Já é o segundo craque que perdemos recentemente para o CSKA (o primeiro foi Mario Fernandes), e isso mostra que o dinheiro tem pesado muito na escolha dos jogadores. Infelizmente, pois quando saem muito jovens do Brasil costumam não vingar como prometiam, vide Philippe Coutinho, Pato, Jô e companhia.
Abraço!

Unknown disse...

E uma grande perda para o Botafogo.

Welbert Roberto disse...

Faço minha as palavras do amigo Botafoguense Marcos Paret, naquela base maravilhosa que ganhou tudo no ano passado, Vitinho, Sassá, Sidney, Otávio, Jefferson Paulista, Gegê, Cidinho, Dória (uma verdadeira seleção), que: NAQUELE TIME, VITINHO ERA COADJUVANTE E SASSÁ REI.