quarta-feira, outubro 30, 2013

Ancelotti próximo do XI ideal?

Isco é mais winger do que meia. Não é tão pé pensante assim para assumir o papel do clássico camisa 10. Rende mais partindo do lado esquerdo do que da faixa central. Por isso não consigo imaginar o Real Madrid 2013/14, por exemplo, no 4-2-3-1 com ele por dentro. Particularmente, aliás, entendo que esse esquema não engrenará/ria nessa temporada porque sua peça-chave foi vendida para o Arsenal.

Talvez a melhor alternativa tática para encaixar o ex-Málaga na equipe foi a apresentada nesta quarta-feira, no Santiago Bernabéu, na vitória por 7 a 3 sobre o Sevilla: o 4-3-3. No 4-3-3, Isco trabalha mais próximo ao seu habitat natural – a faixa esquerda – sem que Cristiano Ronaldo seja adiantado ou deslocado mais para o centro. O 4-4-2 até entrou em vigor algumas vezes, como no 6 a 1 em cima do Galatasaray (veja aqui). Eu mesmo jurava que o treinador italiano já tinha definido as duas linhas de quatro como estrutura padrão, vide esse convicto post. Porém, ainda mais com o retorno de Alonso aos gramados, parece-me que esse 4-3-3 está se firmando.



Esse sistema favorece as pequenas sociedades, principalmente pelo lado esquerdo, no caso do Madrid, com Marcelo, Isco e Ronaldo. O entrosamento do brasileiro com o português vem de longa data, e aos poucos o espanhol deve se inserir nesse talentoso triângulo. Para isso, no entanto, é preciso repetir o time, pois sem repetição não se atinge a sintonia. Pelo lado direito, em contrapartida, Bale não tem companheiros à altura (Arbeloa e Khedira). Claro que o galês corta para dentro quase sempre, busca o centroavante, o arremate, o passe para o outro ponta, a jogada individual... Se comparado ao flanco oposto, no entanto, o direito fica em desvantagem. Por essas e outras, Carvajal na lateral direita é a pedida.

Assim como no PSG, demorou um pouco, mas agora parece que Ancelotti está realmente encontrando o chamado XI ideal. Naturalmente, Illarra deve voltar para o banco e Alonso virar o cabeça de área desse 4-3-3. Mas essa é mole, né. O duro é saber onde entra Di María. Pois, CR7 à parte, trata-se do melhor jogador merengue na temporada. O problema é que ele joga na do Bale, e, convenhamos, Bale não será reserva. A versatilidade do argentino, contudo, pode jogar a seu favor, e a solução pode ser a meia direita (dessa maneira Di María jogaria ao lado de Isco, Xabi mais atrás, plantado, Bale e Ronaldo nas pontas, além de Benzema). Será que funcionaria?

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