Dátolo pede passagem

Sem D'Alessandro, Dorival Júnior escalou Oscar na função do 10, centralizado, com Dátolo aberto na direita e Dagoberto aberto na esquerda do 4-2-3-1 rotineiro. Formaram a dupla de volantes Guiñazu e Tinga, e a linha defensiva, Nei, Moledo, Índio e Kleber. Na frente, na referência, o centroavante Leandro Damião.

Contudo vale registrar a mobilidade da chamada linha de três. Com frequência Dátolo e Dagoberto invertiam de posição. Às vezes até Oscar revezava com o argentino, que só não foi o principal jogador do confronto, nesta terça-feira, no Beira-Rio, porque o camisa 9 anotou um hat-trick, na vitória por 5 a 0 sobre o Strongest.

Dátolo, aliás, merece um post à parte. O 23 está comendo a bola, e, na bola, deve conquistar uma vaga no onze inicial - se é que já não conquistou, pelo menos na cabeça do treinador. No entanto, se virar titular, o reforço colorado terá de atuar mais recuado, pois Oscar, D'Ale e Dagoberto são titulares indiscutíveis. Portanto, a única opção é de segundo volante.



Quem acabaria pagando o pato seria Tinga. E o miolo da meia-cancha seria composto por três argentinos: Guiña, Dátolo e D'Ale - todos canhotos, por sinal. Com essa formação a equipe ganharia e muito na qualidade do passe. Não somente no passe que retém a posse de bola, mas também no passe vertical, aquele que deixa o atacante na cara do gol.

Além disso, o time ganharia mais velocidade na transição entre os setores do meio e do ataque, e nos arremates à meta adversária. Rápido, Dátolo já se mostrou ser bom na condução e na finalização, noves fora o faro pelo gol.

Há quem possa dizer que o Inter ficaria desguarnecido, com apenas Guiñazu de cão de guarda. Eu discordo. Essa ideia de que volante tem de só morder o calcanhar do oponente é obsoleta. Volante bom é volante com passe bom, com boa chega à frente, com chute preciso, etc. E Dorival sabe disso, visto que naquele Santos de 2010, a dupla era formada por Arouca e Wesley, dois jogadores leves, velozes e apoiadores, longe de serem brucutus.