Esquema tático não é estático. É flexível. Varia conforme a movimentação dos jogadores. Nesta terça-feira, por exemplo, no Estádio da Luz, pode-se classificar tanto Benfica quanto Chelsea no 4-2-3-1. Contudo o vai-e-vem feito por Aimar e Mata, ora combatendo volantes, ora combatendo zagueiros, permite a interpretação do 4-4-2 em linha.
Witsel, o segundo volante encarnado, atuou com bastante liberdade, avançado, muitas vezes alinhado com os ponteiros Gaitán e Bruno César, centralizado, o que daria margem a um 4-1-3-2 ou até mesmo o 4-1-4-1, dependendo do posicionamento de Aimar. Ou seja: às vezes não podemos nos prender nos números do sistema tático e devemos prestar mais atenção na mobilidade das peças.
Duelos individuais bem definidos, somente entre laterais e pontas mesmo: Maxi x Kalou, Emerson x Ramires, Bruno César x Cole e Gaitán x Paulo Ferreira. Só para registro, o camisa 8 começou aberto na esquerda e o 20 na direita, mas ali pelos 30 minutos da primeira etapa, inverteram de lado.
Merece destaque a atuação de Ramires sobre Emerson. O brasileiro do Chelsea ganhou praticamente todas do brasileiro do Benfica. Até para compensar a contenção de Paulo Ferreira, geralmente o ex-Cruzeiro buscou a linha de fundo, poucas vezes entrou em diagonal.
Torres, tanto no primeiro quanto no segundo tempo, em momentos abandou a referência central e caiu pelos lados para dar opção de passe aos colegas. Foi assim, aliás, que saiu o único gol do confronto, quando Ramires fez jogada pelo flanco direito e acionou Torres, que, do flanco direito, chegou à linha de fundo e cruzou para o arremate de Kalou.
Cardozo, em contrapartida, até pela qualidade técnica, ficou mais preso à área, esperando Aimar e os ponteiros se aproximarem. Gaitán e Bruno César até que foram bem, mas o ex-Corinthians foi substituído aos 69', a exemplo do 10, que deram lugar para Matic e Rodrigo. Já com Lampard no gramado, Rodrigo formou a dupla com Cardozo, com Witsel aberto na direita, marcando Cole, e Matic por dentro.
Ambos times ficaram mais nítidos no 4-4-2 em linha depois das substituições. Porém logo após as alterações o Chelsea abriu o placar e tratou de dar um banho de água fria nos donos da casa e na torcida.
Jorge Jesus ainda foi para o tudo ou nada, sacou Javi García, colocou Nolito numa das extremas e recuou Witsel para primeiro volante. No entanto não foi suficiente. No fim das contas o 1 a 0 foi mantido. E a vantagem construída para o jogo de volta é grande.
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Um comentário:
Caro Carlão,
Este Emerson alguma vez teve algum destaque no Brasil?
Fez pelo menos um bom jogo por aí?
Ele está por cá desde Agosto e só espalha tristeza por todo o universo benfiquista.
A razão para jogar é absolutamente desconhecida. Como se aguentou no Lille de França também ninguém sabe.
Abraço
r.
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