segunda-feira, março 05, 2012

A volta do que não foi

Reconheço que às vezes eu também caio na armadilha, mas tento evitá-la ao máximo. Refiro-me a análises imediatistas aplicadas ao futebol, seja para o lado do bem, na hora de elogiar, seja para o lado do mal, na hora de criticar.

Enterrado por muitos em função de uma fase ruim, aos poucos Ganso vai retomando o caminho da glória e do reconhecimento. Em função de uma fase ruim, parte dos torcedores e da imprensa chutaram Ganso para escanteio, mas a volta por cima vai acontecer antes do esperado.



Vamos relembrar: o camisa 10 foi lançado entre os profissionais em 2009, salvo engano por Vagner Mancini - a exemplo de Neymar. Ainda em 2009, passou pelas mãos de Luxemburgo, sem chegar perto do destaque que iria obter na temporada seguinte, a de transição entre promessa e realidade.

A afirmação veio em 2010. Naquele time treinado por Dorival Júnior, campeão do Paulistão e da Copa do Brasil, Ganso foi o maestro daquela equipe que jogava no 4-2-3-1, com Arouca e Wesley de volantes, Neymar e Robinho nas pontas, e André de centroavante. Apesar da diferença de característica, de posição e de função, à época alguns colocavam Ganso acima do próprio Neymar - entre eles, admito, eu também.

Eis que em agosto daquele ano, pelo Brasileiro, diante do Grêmio, no Olímpico, Paulo Henrique rompeu o ligamento do joelho, passou por cirurgia e ficou afastado por aproximadamente seis meses. E voltou somente em 2011, quando foi crucificado por parte da mídia e da torcida.

Mas vamos relembrar: além de voltar de uma cirurgia compliacada, e de se machucar novamente, dessa vez com menos seriedade, Ganso atrevessava por um impasse em relação a seu passe. Divergências entre diretoria santista e procuradores do atleta, problemas em relação à renovação do contrato e outras coisas extra-campo desaguaram no gramado e comprometeram o rendimento do jogador.

Agora em 2012, porém, pelo menos nesse início de semestre, se ainda não foi genial como em 2010, Ganso já mostrou que, obviamente, não desaprendeu a jogar bola. Ao que parece, após um sombrio 2011, 2012 é o ano da reafirmação, da ressurreição - se é que um dia seu futebol chegou a morrer.

A notícia é boa não só para o Santos de Muricy Ramalho, mas também para a Seleção de Mano Menezes e para os clubes grandes da Europa que têm interesse no meia.

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