quinta-feira, maio 16, 2013

Alexandre paga o pato

Por que Pato tem ficado no banco? Não tão pura e simplesmente assim, porque Renato Augusto está fora. Tese de Paulo Calçade, pela qual eu confesso minha simpatia. Resumindo a grosso modo, porque Renato Augusto é dois em um, preenche o flanco direito e a faixa central com a mesma volúpia, cumpre diversas funções - virtude que facilita o encaixe entre Pato e Guerrero na frente. Não foi bem com essas palavras, mas foi assim que interpretei a colocação de Calçade.



Quando Pato foi anunciado pelo Corinthians (e Renato), a primeira coisa que me veio à cabeça foi: saem Emerson e Jorge Henrique, e o 4-2-3-1 dá lugar ao 4-4-2 em linha, com Pato e Guerrero formando a dupla de ataque de ofício (veja aqui). Lá pelas tantas, para minha expectativa, foi o que aconteceu. Na partida contra o Millonarios, no final de fevereiro, por exemplo, a formação teve Renato, Paulinho, Ralf e Danilo alinhados na meia cancha (confira aqui). O time estava jogado bem dessa maneira, sendo o ex-Leverkusen o principal destaque alvinegro. Até ele se machucar no fim de março.

Sem seu extremo-direito titular, Tite passou a jogar com Romarinho por ali. Que, diga-se, entrou muito bem. Ainda que com características diferentes das de Renato Augusto (o que acabou sobrecarregando Danilo na armação), tomou conta do corredor destro da equipe. Paralelamente a isso, contudo, Pato (que também ficou no estaleiro um tempinho) foi perdendo espaço para Emerson, e o 4-4-2 saindo de cena para o 4-2-3-1 velho de guerra voltar, com Romarinho, Danilo e Emerson na linha de três. Exemplos? A quarta de final do Paulistão contra a Ponte Preta, e a ida e a volta das oitavas contra o Boca.

A tese é pertinente. Talvez coletivamente a engrenagem não funcione sem sua peça-chave, chamada Renato Augusto. E quem paga o pato, no fim das contas, é Alexandre. Mas às vezes me pergunto se com justiça. Apesar de seu eventual ar blasé em campo, me pergunto se é justo que Alexandre pague o pato. Me pergunto se seu talento não pode, ou poderia, compensar a carência tática e técnica provocada pela ausência de Renato Augusto. Me pergunto se, mesmo sem Renato Augusto, ele não poderia ter sido titular na Bombonera e no Pacaembu, nos duelos com o Boca Juniors. Me pergunto se Tite não poderia ter aberto mão dum esquema seguro, solidificado, em prol da qualidade, do ponto de desequilíbrio chamado Pato...

Me pergunto, penso, e me respondo: sim, poderia.

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Um comentário:

Blog do Furacão disse...

Com ou sem Renato Augusto, a verdade é que mesmo já com expectativas baixas na sua volta, o Pato conseguiu ficar abaixo delas.

Vem jogando muito mal. No jogo contra o Boca, Guerreiro jogou 10x mais que o Pato.

Por isso tudo, no final das contas, Pato está no banco simplesmente porque joga mal...