No Brasil ser honesto é ser otário. Por isso a meia-entrada não funciona (e até onde sei, essa política só existe no Brasil). Ou melhor, funciona na teoria. No campo das ideias é bacana. Agrega, inclui. Na prática, porém, prejudica os promotores e principalmente os consumidores do evento.
Claro, se você tem direito à meia-entrada, legal. O estudante, por exemplo, é beneficiado. O problema é o número enorme de não estudantes e de pessoas sem esse direito que dão um jeito de conseguir entrar no espetáculo dessa maneira, enquanto o cidadão dito de bem, que honestamente paga inteira, é considerado otário pelos malandros (e pela sociedade como um todo). E tem outra: também por causa disso, do uso irregular da meia-entrada com a maior naturalidade, os dirigentes jogam o preço do ingresso lá em cima.
Ah, o jeitinho brasileiro. Fodendo o país há 500 anos. Visto com graça por alguns, eu abomino, do fundo do coração, com unhas e dentes, o jeitinho brasileiro, da fila furada à carteirinha de estudante falsificada, passando pelo corruptor e pelo corrompido. É um dos motivos pelos quais o Brasil não anda, não só fora mas também dentro dos gramados, já que o futebol é reflexo da sociedade.
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