Diziam que ele não corria em campo.
Ao apito final, nenhuma gota de seu glorioso suor molhava o manto sagrado que lhe cobria o corpo.
Quem tem de correr é a bola, não o jogador, dizia ele.
Gênio.
Não sabia qual era a cor da grama. Não conhecia a cor da cal. Só jogava de cabeça erguida.
O pescoço avantajado dava-lhe grande visão de jogo. Lançamentos de dez, quinze, quarenta metros saíam de seu pé com tamanha banalidade. De olhos fechados. Perfeitos.
Único.
Contrariou Newton, o da maçã, com sua cobrança de falta, a folha, sua invenção.
Contrariou os goleiros.
Gigante.
Fez o primeiro gol no maior do mundo. O primeiro e muitos outros.
No maior do mundo, e no mundo todo. E em todo mundo.
Dono do meio-de-campo.
Dono de todo o campo.
Maestro.
Jogava por música. Clássica. Regia o time todo. Fazia das chuteiras, batuta.
Brasileiro.
Do Rio para o mundo.
Campeão.
Do Rio e do mundo.
Inigualável.
Insuperável.
Incoparável.
No Fluminense, no Botafogo ou na Seleção, fez das chuteiras, coração.
Pelos campos das Américas ou da Europa, de lá ou daqui, serás sempre lembrado, eternamente, Mestre Didi.
* Waldir Pereira, Didi, nasceu em 8 de outubro de 1928, há 79 anos. Bicampeão do Mundo (1958-62) com a Seleção, o Príncipe Etíope (por Nelson Rodrigues) teve longa carreira no Fluminense e no Botafogo. Neste foram 313 jogos e 114 gols. Naquele, jogou 298 e marcou 91 vezes. Didi faleceu em 12 de maio de 2001.
6 comentários:
Grande Didi!
Belo post.
Abraço
Grande Post...
Isso mostra que nunca só teremos um eterno, teremos varios, Pelé, Didi Nilton Santos, Zico, Roberto Dinamite, enfim a eternidade é grande no futebol brasileiro!Abração
Boa!! Que Deus o tenha!!
Ele andou treinando uns times por ai.
Abraços,
um orgulho para a nação alvinegra...
belo post!
dá-lhe fogão!!!!
Sensacional!!! Belíssimo post. Mais um daqueles que não vi jogar mas já ouvi maravilhas.
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