O velho Ancelotti

Passam-se jogos, competições, temporadas, e o técnico do Milan Carlos Ancelotti continua o mesmo: conservador, limitado e antiquado.

Contra o Bologna, em casa, na estréia do Italiano, o Milan de Ancelotti jogou no velho e já manjado 4-3-2-1:


Nada contra o 4-3-2-1, pelo contrário, o esquema é muito bom. O problema é que Ancelotti joga somente assim, e nem sequer testa outras alternativas. Todo treinador deve ter algumas cartas na manga, ainda mais Ancelotti, que tem um belo elenco à disposição.

Não bastasse ser engessado taticamente, Ancelotti peca na hora de optar pelas peças. Na derrota para o Bologna em pleno San Siro, Pato e Shevchenko foram banco de Inzaghi.

4-3-2-1

Sem a bola os dois meias voltam e o time se defende com 9 jogadores na linha. Com a bola os meias se transformam em pontas, abertos pelos cantos do campo. Este é um dos pontos fortes deste esquema.

No caso do Milan, justamente os meias não têm vigor, e principalmente velocidade, para exercer a dupla função de meia e ponta.

Agora imagine, caso Robinho seja mesmo contratado, como seria um 4-3-2-1 aplicado no Chelsea:

No meio-campo, Essien seria o primeiro homem, centralizado, com Deco e Lampard, na mesma linha, mais avançados; Mais avante, no limite entre meio-de-campo e ataque, Robinho atuaria pela esquerda e J. Cole pela direita; Lá na frente, Drogba.

Robinho e J. Cole são velozes e dribladores. Eles têm muito mais condições de serem o 2 do 4-3-2-1 do que Ronaldinho e Seedorf, por exemplo.

Finalmente, Verdão

Enfim o Palmeiras venceu fora de casa.


Se tomar gosto pelas vitórias como visitante, o alviverde imponente vai se impor frente ao Grêmio.

O novo Ronaldinho

Ronaldinho não é o mesmo dos bons tempos de Barcelona. Ele está mais experiente, mais pesado, e dificilmente voltará à esplendorosa forma física que obteve em 2004, 2005, 2006.


Por isso sua característica de jogo mudou. Hoje em dia Ronaldinho não é tão veloz, tão explosivo, tão vigoroso. Aquelas arrancadas fenomenais que estávamos acostumados a ver ficaram no passado. Seus dribles desconcertantes não são mais feitos como antigamente. Entretanto, a qualidade do passe continua a mesma. E é basicamente neste fundamento, no passe, que Ronaldinho vai se agarrar. Hoje em dia ele é mais garçom que nunca. Dali do canto esquerdo do gramado ele vai distribuir assistências de 10, 20, 30 metros com a precisão cirúrgica de sempre.

Ele pode voltar à velha forma física e calar minha boca. Mas acho difícil. Aparentemente o velho ponta-esquerda avassalador dos tempos de Barça deu lugar ao novo Ronaldinho, mais paradão, mais pensativo, mais lançador.

Domingão de Fla-Flu e San-São

São Paulo x Santos no Morumbi, às 16h, e Flamengo x Fluminense no Maracanã, às 18h10.


O Peixe está louco para sair do G4 de baixo e o São Paulo doido para entrar no de cima. O favorito no clássico paulista, pelo fator casa, pelo momento, e pela disparidade técnica entre os jogadores, é o São Paulo. Mas sabe como é, clássico é clássico.


No carioca a situação é parecida, mas diferente. Parecida porque o Mengo está próximo ao G4 do norte e o Flu ao G4 do sul. Diferente porque, na teoria, o equilíbrio no clássico das multidões é maior.

Troca de camisas

A numeração do Arsenal é curiosa.

O 10 veste a 4, e o 4 veste a 10:

Nilmar é Seleção

Rafael Sóbis se machucou e está fora das Eliminatórias contra Chile e Bolívia. Dunga convocou Nilmar para o seu lugar.


Apesar de jogar como centro-avante no Inter, Nilmar é segundo atacante. E dos melhores. Ele é habilidosíssimo e duplamente veloz: suas pernas acompanham seu rápido raciocínio, e vice-versa.

Para a posição de segundo atacante, na minha opinião, Nilmar é o grande nome do Brasil ao lado de Robinho. E não é de hoje. Fosse eu o treinador da Seleção, teria o levado à Copa da Alemanha.

Dupla Gre-Nal com focos diferentes

Ficou claro que o Grêmio não estava afim da Sul-Americana. O Inter teve lá seus méritos na classificação às oitavas, mas o Tricolor abriu mão da competição nitidamente. E fez bem em abrir. Para o líder do Brasileiro, o que interessa é o Brasileiro, e viagens para o exterior certamente atrapalhariam. Já para o Inter, que está mal e não tem grandes expectativas no Brasileirão, a Copa Sul-Americana é uma ótima. Além da bela remuneração, o título salvaria o ano colorado, que está muito aquém.

Definidos os grupos da Liga dos Campeões

Grupo A

Chelsea
Roma
Bordeaux
Cluj (Romênia)

Grupo B

Inter de Milão
Werder Bremen
Panathinaikos
Anorthosis (Chipre)

Grupo C

Barcelona
Sporting de Lisboa
Shakthar Donetsk
Basel (Suiça)

Grupo D

Liverpool
PSV Eindhoven
Olympique de Marseille
Atlético de Madri

Grupo E

Manchester United
Villarreal
Celtic
Aalborg (Dinamarca)

Grupo F

Lyon
Bayern de Munique
Steaua Bucareste
Fiorentina

Grupo G

Arsenal
Porto
Fenerbahçe
Dínamo de Kiev

Grupo H

Real Madrid
Juventus
Zenit
BATE Borisov (Belarus)

***

O grupo da morte, em tese, é o D.

Botafogo goleia Atlético em pleno Mineirão

Atlético-MG 2 x 5 Botafogo, melhores momentos:

Timão joga bem e goleia

Antes de falar da goleada, um parêntese.

Morais tem lugar entre os onze do Timão. Contra o Gama, o recém-contratado substituiu Dentinho à altura. Ele chegou para ser titular, e alguém vai ter de ceder o lugar. E esse alguém parece ser Lulinha. Cedo ou tarde, a linha de três meias corintiana provavelmente vai ser composta por Douglas, Morais e Dentinho.

Fechado o parêntese, mais que simplesmente vencer o fraco Gama no Pacaembu, o Corinthians jogou bem. E goleou com facilidade, 5 a 0.


Na primeira etapa os volantes Cássio e Elias (improvisado na posição) estavam tímidos. Pouco apoiaram. O Corinthians atacava só com cinco jogadores (Morais, Douglas, Lulinha, Herrera e André Santos). Para quem joga em casa, contra o Gama, é pouco. Mesmo assim a partida virou com Corinthians 2 a 0 no placar.

No segundo tempo, Carlos Alberto entrou no lugar do garoto Cássio, e o time melhorou. Os volantes saíram mais para o jogo (um deles, Elias, até marcou um gol), e o Corinthians passou a pressionar com mais homens. Com naturalidade, marcou mais três: Corinthians 5 x 0 Gama.

Corinthians 5 x 0 Gama, gols:

São Paulo 2007, Grêmio 2008

Tem-se falado que o Grêmio desse ano é o São Paulo da temporada passada.

De fato há muitas semelhanças táticas, técnicas e físicas entre as duas equipes:


Resta-nos esperar para ver se o desfecho será semelhante.

Diretoria boa é igual a beque bom

Veja a diferença entre as diretorias flamenguista e são-paulina.

Marcinho, Renato Augusto e Souza saíram do clube da Gávea, o time caiu radicalmente de rendimento, e só muitas semanas depois chegaram os em tese substitutos Marcelinho Paraíba, Josiel, Fierro.

O São Paulo perdeu agora o zagueiro Alex Silva para o Hamburgo, mas Rodrigo e Anderson já estão inseridos no grupo, já vestem a camisa tricolor a mais de um mês.

Diretoria boa é assim, é igual a beque bom: antecipa-se na jogada.

5 milhões de libras por gol

O Chelsea de Abramovich pagou £30.8 milhões pelo atacante ucraniano - a transação mais cara do futebol britânico - há pouco mais de dois anos. Dizem na Inglaterra que foi também a 'WORST transfer of all time'.

O custo/benefício de Shevchenko equivale a 5 milhões de libras por gol. Sheva marcou 9 gols na Premier League, em duas temporadas.

Outro jogador que custou muitas cifras ao magnata russo e não deu retorno foi Shaun Wright-Phillips. Veio há três anos por £21m, e não disse a que veio. Hoje está voltando ao Manchester City por £9m. Ele não está nos planos de Felipão.

As informações são do The Sun.

Quem vai à Copa?

Resultado da enquete sobre os olímpicos:


Lucas, Anderson e Pato parecem certezas. Imagino eu que, da lista, além dos três, Thiago Silva, Marcelo, Ronaldinho, Diego, e quem sabe Hernanes também vão. E Breno deve ser observado com atenção e carinho.

De qualquer maneira, faltam menos de 2 anos para a Copa do Mundo, e já passou da hora de convocar, treinar e escalar a Seleção, nos amistosos, nas Eliminatórias e na Copa das Confederações, pensando na África do Sul, pensando na base que vai em busca do ouro perdido, na base que vai atrás do hexa.

Medalha de prata, futebol de ouro

Os Jogos Olímpicos já acabaram, a final do futebol feminino se foi faz tempo, os EUA venceram o Brasil, tudo que deveria ser dito já foi dito, mas, mesmo com atraso, vale uma observação: O Brasil de Marta é a Hungria de Puskas. É a Holanda de Cruyff. É o Brasil de Zico. Não ganhou, mas encantou.

Coxa 2 x 2 São Paulo, empate sem sabor

Para quem sonhava em dormir a noite de domingo no G4, Coritiba 2, São Paulo 2 foi um resultado non grato por ambas equipes.

Mas se o resultado foi visto com maus olhos, o futebol dentro de campo foi bonito de se ver. Coritiba e São Paulo não abdicaram de ir pra cima, de atacar, de buscar o gol em nenhum momento. Não à toa a partida teve 4 gols.

Dorival Júnior, que não estava à beira do gramado porque está suspenso, mandou este Coxa a campo:


Do outro lado os comandados de Muricy Ramalho entraram assim:


Entre os dois 3-5-2 há duas diferenças básicas:

O ataque tricolor conta com dois centro-avantes (Borges e André Lima) enquanto o alviverde tem um centro-avante (Keirrison) e um segundo atacante (Marlos) de movimentação.

E o miolo do meio-de-campo são-paulino é formado por dois volantes que avançam (Richarlyson e Jean) e um meia (Hugo), e o do Coritiba por um volante (Alê) e dois meias que voltam (Carlinhos Paraíba e João Henrique).

Estes foram os times na primeira etapa. Na segunda, descontentes com o placar, os times fizeram alterações.

Hugo, Guaru e Leandro entraram no lugar de Carlinhos Paraíba, João Henrique e Rodrigo H. O Coritiba abriu mão do 3-5-2 e passou para o 4-4-2. Rodrigo Mancha se posicionou mais à frente para fazer o primeiro volante, Marlos ficou bem aberto pela direita, Guaru pela esquerda, e o ataque com dois centro-avantes de ofício:


Se os donos da casa adotaram dois homens de área para ficar lá na frente, os visitantes abandonaram essa idéia. Muricy tirou André Lima, um dos centro-avantes, e colocou Dagoberto, jogador de movimentação. E alguns minutos depois trocou Borges por Aloísio:


Pranchetas à parte, se para as equipes o empate foi sem gosto, o 2 a 2 foi saboroso para quem queria apenas ver um bom jogo de futebol.

Empate com sabores diferentes

O Grêmio só somou um pontinho no Recife graças ao gol que Réver marcou no último minuto da partida, aos 49 do segundo tempo: Náutico 1 x 1 Grêmio.


Para tricolores o empate teve o gosto de uma suculenta vitória. Para alvirrubros teve o gosto amargo da derrota. O resultado não desceu bem, está entalado na garganta do Timbú.

E quem também está engasgado é o Botafogo, que somou um só pontinho porque cedeu o empate aos 45 da etapa derradeira: Vasco 1 x 1 Botafogo.


O Vasco azedou o Fogão. Tirou o doce da boca da criança. Se tivesse ganhado, o alvinegro carioca estaria agora na deliciosa vice-liderança.

Confronto direto no topo da tabela

Se o São Paulo vem de uma vitória por 3 a 1 sobre o Atlético-PR no Morumbi, o Coritiba por sua vez meteu 3 a 0 no Figueirense, no Couto Pereira, na última rodada. Ambos estão num bom momento. O jogo entre Coxa e Tricolor, domingo às 16h, cheira a empate. Mas jogando em casa o Coritiba tem totais condições de vencer o São Paulo, ultrapassá-lo na tabela, e quem sabe chegar ao desejado G4.

Da China ao Chile

Dos 18 jogadores que bravamente conquistaram o bronze na China, 9 foram convocados pelo ainda técnico Dunga para os jogos contra Chile (dia 7 de setembro, no Chile) e Bolívia (dia 10, no Brasil): Renan, Alex Silva, Rafinha, Lucas, Anderson, Diego, Ronaldinho, Sóbis e Jô.

Veja a lista completa:

Goleiros

Júlio César (Inter de Milão)
Renan (Valência)

Laterais

Maicon (Inter de Milão)
Kleber (Santos)
Juan (Flamengo)
Rafinha (Schalke)

Zagueiros

Juan (Roma)
Lúcio (Bayern de Munique)
Luisão (Benfica)
Alex Silva (São Paulo)

Meio-campistas

Gilberto Silva (Panathinaikos)
Josué (Wolfsburg)
Lucas (Liverpool)
Elano (Manchester City)
Anderson (Manchester United)
Diego (Werder Bremen)
Julio Baptista (Roma)
Ronaldinho Gaúcho (Milan)

Atacantes

Robinho (Real Madrid)
Jô (Manchester City)
Luis Fabiano (Sevilla)
Rafael Sóbis (Bétis)

***

Só para registro, sobre os olímpicos: Alex Silva não é mais zagueiro que Thiago Silva e Breno nem aqui, nem na China. E nem Sóbis e Jô são mais atacantes que Pato.

Flamengo 2 x 1 Grêmio

Graças ao Flamengo, o campeonato ainda tem graça.

O líder e o pelotão

Quando parecia que Grêmio, Cruzeiro e Palmeiras iriam formar o pelotão da frente, mineiros e paulistas perderam. Era tudo o que os gaúchos queriam.

Agora todos estão de ouvidos e olhos no Maracanã.


Se der Tricolor logo mais, a vantagem do líder em relação ao segundo pelotão será pra lá de considerável. Porque nas cabeças da competição há dois pelotões: O primeiro, que é composto pelo Grêmio, e só pelo Grêmio. E bem atrás o segundo, formado por Cruzeiro, Palmeiras, Botafogo, São Paulo...

Ainda estamos no km 21 dessa maratona, mas se der Grêmio contra o Flamengo no Maraca (resultado historicamente plausível, para não dizer rotineiro), a distância entre o líder e o pelotão será enorme. Com tendência a aumentar mais e mais a cada rodada.

Palmeiras, o melhor convidado

O time de Luxemburgo é o mais regular do campeonato: ganha em casa, perde fora, ganha em casa, perde fora, ganha em casa, perde fora. É um péssimo anfitrião, e um ótimo convidado.

Até aqui o Palmeiras tem dez jogos como mandante e onze como visitante, e os números no Palestra são invejáveis. Em 30 pontos disputados, o Verdão somou 28 (nove vitórias e um empate).

Em contrapartida, longe de seu terreno, das onze partidas que fez, o alviverde imponente perdeu seis, empatou três e ganhou duas (9 pontos em 33).

Para quem não computa pontos também fora de casa, o título se torna impossível.

A máscara está caindo

Além das Eliminatórias, Dunga disputou duas competições pra valer como técnico da Seleção: Copa América e Olimpíadas.


Ano passado, na Venezuela, o Brasil de Dunga fez apenas um único jogo que convenceu: a final, 3 a 0 na Argentina. Jogou bem também nas quartas, 6 a 1 contra o Chile, é verdade. Mas em todas as outras partidas, não jogou rigorosamente nada. Contra Chile e Equador, na primeira fase, e Uruguai, na semifinal, foram vitórias sofridas, a duras penas. Sem falar na derrota para o México.

Dessa vez a Seleção de Dunga fez novamente uma só grande partida, contra a grande Nova Zelândia. O 3 a 0 para a Argentina à parte, contra Bélgica e Camarões o Brasil suou mais que o normal para vencer. Só foi bem mesmo contra as potências Nova Zelândia e China.

E nas Eliminatórias, a outra competição de verdade que Dunga participa, o Brasil vai mal no campo e na tabela. Quando não perde ou empata, ganha aos trancos e barrancos. Tanto é que o time de Dunga está em 5º lugar. Se a Copa fosse amanhã, a seleção brasileira orgulhosamente disputaria a repescagem contra o melhor da Concacaf.

De fato, o saldo de Dunga futebolisticamente falando é péssimo. Ele só não foi demitido ainda por causa do troféu da Copa América, que mascarou a realidade. Ainda. Porque a maquiagem que cobre sua competência está indo por água abaixo.

Antes, durante. E depois?

Não pode se dizer que a preparação do Brasil foi inadequada porque nem sequer houve uma. O Brasil desperdiçou vários amistosos que poderiam ter funcionado como laboratórios para a Seleção. Desperdiçou, e agora pagou o preço.


Mas o fracasso na China não pode ser atribuído somente à amadora preparação da equipe. Taticamente a Seleção de Dunga deixou bastante a desejar. O grupo estava cheio de talentos, mas todos dessintonizados. Faltou harmonia entre os craques brasileiros. Tecnicamente o time é muito forte, não resta dúvida. Entretanto coletivamente é bem fraquinho.

Bem fraquinho coletivamente por dois motivos: primeiro, porque não houve preparação; e segundo, fundamentalmente, porque Dunga não sabe lidar com o coletivo, tanto dentro quanto fora de campo. E justamente por causa dessa falta de habilidade de Dunga para lidar com o grupo - psicologicamente fora dos gramados, e taticamente entre as quatro linhas - é que o Brasil vai penar nas prioritárias Eliminatórias para a Copa de 2010.

Nigéria, Argentina e o ouro

Não foi à toa que Argentina e Nigéria chegaram à final olímpica.

PVC, na transmissão de Brasil 0 x 3 Argentina, na ESPN Brasil, fez uma observação pertinente:

Em 2005, pelo Mundial Sub-20, a Argentina, que eliminou o Brasil naquela semifinal, foi campeã em cima da Nigéria. A base foi mantida, e muitos jogadores (sete de cada) argentinos e nigerianos, que fizeram aquela final, vão se reencontrar em Pequim.

Com autoridade, a Argentina bateu o Brasil por 3 a 0, e a Nigéria, a Bélgica, por 4 a 1 nas semifinais.

Olimpicamente falando, é a chance dos argentinos se vingarem, já que em 1996, em Atlanta, deu Nigéria. Recentemente falando, é a oportunidade da Nigéria dar o troco, já que no Mundial Sub-20, em 2005, deu Argentina. Resta esperar para ver quem vai fechar os Jogos com medalha de ouro.

Bélgica, Brasil e o bronze

Merecidamente Brasil e Bélgica vão brigar (será que vão mesmo?) pela medalha de bronze. A julgar pelas derrotas acachapantes nas semifinais, Brasil e Bélgica justamente não chegaram à decisão.

E a julgar pelas campanhas das duas equipes, o bronze não está garantido para o Brasil, não.

Lembre-se que, na fase de grupo, o Brasil só venceu a Bélgica muito em função da expulsão de um jogador belga no início da segunda etapa, por um magro 1 a 0, gol de Hernanes.

Para quem eliminou a favorita Itália nas quartas, derrotar agora o desmotivado Brasil não será difícil.

Zebra africana? Não, senhor!

Nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, a Nigéria eliminou o Brasil nas semifinais. Quem não se lembra de Kanu e sua turma?

Na final daquela mesma Olimpíada, após despachar o Brasil, a mesma Nigéria venceu na final a Argentina.


Em Pequim, doze anos mais tarde, os nigerianos fizeram uma grande campanha e chegaram de novo à final olímpica, para brigar pelo ouro contra Argentina ou Brasil.

Seja Brasil, seja Argentina, a Nigéria, que vai dar muito trabalho na decisão, merece respeito, sem dúvida.

Admiración

Esta enquete está no site do argentino Olé.

A bola gira

Iarley foi dispensado do Internacional no começo da temporada.


Hoje o atacante, que tem 8 gols pelo Goiás, está acima do Inter na classificação do Campeonato Brasileiro.

Magníficas mulheres

Talento, habilidade, técnica, chame do que quiser. A diferença do Brasil para as demais seleções femininas é essa: a técnica, a habilidade, o talento. Incrível o que Marta e companhia fazem com suas adversárias.


A bola da vez, na semifinal olímpica, foi a Alemanha, bicampeã mundial, que sucumbiu à arte imposta pelos pés das mulheres brasileiras. 4 a 1, de virada, com dois legítimos golaços, um de Marta, outro de Cristiane. O Brasil deu baile, deu show, deu espetáculo.

Em nenhuma outra seleção se vê o que Marta e companhia fazem. Jogadas lindas, plásticas, objetivas, individuais e coletivas. Jogadas que fazem o Brasil receber o rótulo de país do futebol. Do futebol magnífico. Do futebol-arte.

Cruzeiro e Palmeiras à sombra do Grêmio

A cada rodada o desenho do Brasileirão fica mais nítido.

Os indicadores apontam que apenas dois times podem fazer frente ao Grêmio: Cruzeiro e Palmeiras.

Os mineiros, que venceram o Vitória por 2 a 1, e os paulistas, que bateram o Coxa por 1 a 0, aparentam ser os únicos capazes de tirar a taça do Olímpico.

E aparentam, assim como o Grêmio, estarem muito próximos da Libertadores 2009.

Só dá Grêmio!

Apesar do gol irregular de Perea, o Grêmio mereceu a vitória sobre o São Paulo.

O tricolor gaúcho caminha a passos largos rumo ao título, e a vaga na Libertadores, pode-se dizer, já está garantida.

A não ser que uns três ou quatro jogadores gremistas se machuquem e fiquem uns três ou quatro meses parados. Do contrário, é difícil imaginar outra equipe engrenar como o Grêmio engrenou. O time de Celso Roth está nos trilhos, embalado, e sem freio.

A próxima partida será contra o Flamengo no Maracanã.

Rodada de Fogo

Como era almejado por Ney Franco, São Paulo e Vitória perderam, o Flamengo empatou, e o Botafogo venceu. Com isso, o alvinegro carioca saltou do 8º lugar para o G-4.

A tarefa agora é se manter, para depois pensar em avançar na tabela. E a equipe botafoguense tem futebol para isso.

O próximo jogo é importantíssimo, contra um adversário direto: o Cruzeiro, no Engenhão.

Grêmio x São Paulo, futebol de botão

Time bom é aquele que o torcedor sabe de cor a escalação, do goleiro ao centro-avante. O torcedor, e o adversário.

Todo mundo conhece o jogo do Grêmio e o posicionamento de seus jogadores em campo. No entanto, ninguém consegue pará-lo. Não há motivos para Ceslo Roth querer "surpreender" o São Paulo. O tricolor gaúcho vai se impor contra o paulista como naturalmente se impõe contra qualquer um no Olímpico, jogando no clássico 3-5-2.

Do outro lado, a escalação são-paulina será conhecida somente minutos antes do jogo, e o posicionamento dentro das quatro linhas somente na hora do jogo. O site Globoesporte (Rogério; Ânderson, André Dias e Rodrigo; Zé Luís, Jean, Richarlyson, Hugo e Jorge Wágner; Dagoberto e André Lima) e Paulo Vinícius Coelho (Rogério; Ânderson, André Dias e Rodrigo; Jancarlos, Zé Luís, Jorge Wágner, Hugo e Richarlyson; Dagoberto e André Lima) apostam no 3-5-2. Eu aposto no falso 4-3-3:


Na verdade é um 4-3-3 com a bola. Sem ela é um 4-5-1. Quando os donos da casa tiverem a posse da bola, Dagoberto e Éder Luis (principalmente este) vão voltar para compor o meio-campo, e eventualmente formar uma linha com Jorge Wagner e Hugo, que podem inverter de posição ao longo da partida. Já Zé Luis, penso eu, vai marcar Tcheco individualmente, como já fez em outras ocasiões com outros camisas 10. Pergunte a Valdívia, ex-camisa 10 palmeirense, que já foi anulado pelo polivalente camisa 23 são-paulino.

Com a bola, Éder Luis vai abrir pela direita, Dagoberto pela esquerda, e André Lima vai jogar enfiado, como fizeram na goleada de 4 a 0 contra o Vasco. Três atacantes para três zagueiros. Os outros atletas que vão atacar pelo São Paulo serão Hugo e Jorge Wagner. Ou seja, os visitantes atacarão com cinco, no máximo seis atletas, já que Zé Luis será a sombra de Tcheco, e que os laterais, Richarlyson mais ainda, vão apoiar timidamente, por causa dos avanços excessivos dos alas gremistas.

Entrar assim contra o Grêmio, em Porto Alegre, é muita ousadia. Ou loucura. Por isso o mais esperado é que o São Paulo volte ao 3-5-2. Mas para quem perdeu no turno (1 a 0 Grêmio no Morumbi), o empate no returno não interessa. O risco é grande, mas deve ser corrido.

Brasil joga mal e chega à semifinal

Sorte brasileira que o adversário da semifinal sai para o jogo. O Brasil não sabe jogar contra time que se fecha. Até soube contra a Nova Zelândia, por causa do dia inspirado de Ronaldinho e da presença ofensiva dos laterais. Mas contra Camarões não soube.

Pelo meio estava difícil. Anderson, Hernanes, Diego, os encarregados de fazer a ligação do meio com o ataque, nada fizeram. Quem fez esse papel foram os zagueiros brasileiros, que fechavam os olhos e davam chutões para fazer a bola chegar na frente.

O caminho era pela lateral. Mas para não se expor, Rafinha, e principalmente Marcelo, não subiram. Ronaldinho não estava nos seus melhores dias, longe disso, apenas caminhou em campo. E por caminhar ao invés de correr, ele não abria espaço para quem vinha de trás. E o centro-avante da vez, Sóbis, ficou isolado, como de praxe. Faltou aproximação dos homens do meio com os da frente.


O Brasil teve muitas dificuldades para furar as duas linhas de quatro camaronesas, e só a fez porque o camisa 2 deles foi expulso no início do segundo tempo (com atraso, o cara bateu muito, assim como o time todo). E mesmo com um a mais no campo durante todo o segundo tempo, o Brasil não conseguiu abrir o placar. A vitória só veio na prorrogação, depois de muito sofrimento.

Sorte que a Argentina sai para o jogo.

Inter 1 x 1 Grêmio, vitória moral tricolor

Tradicionalmente os grenais são marcados pela raça, e não pela técnica.

Ontem não foi diferente. Gre-Nal é sempre Gre-Nal.

E no atual momento - Grêmio bem e Inter mal no Brasileiro -, entrar com força máxima em campo, em casa, e apenas empatar com os reservas do rival, só faz a crise vermelha aumentar.

A partida foi parelha, e o empate foi merecido. Empate que, para os colorados tem gosto de derrota, e para os gremistas, de goleada.

Hoje tem Gre-Nal!

Às 22h00, no Gigante da Beira-Rio, pela Sul-Americana. O Inter vai com força máxima: Nilmar, Daniel Carvalho, o estreante D'Alessandro, etc. Já o Grêmio, pensando no Brasileirão (no fim de semana o líder recebe o São Paulo), entra com os reservas. De qualquer maneira, Gre-Nal é sempre Gre-Nal.

Thiago Neves, uma avalanche de gols

No primeiro tempo Thiago Neves jogou pela esquerda no losango do meio-de-campo, mais recuado do que o habitual. Para essa função, Anderson é a melhor opção.


Em compensação, na segunda etapa o camisa 16 da Seleção atuou com mais liberdade, mais à frente, como meia. Anderson também faz essa função, no entanto, Thiago Neves a desempenha com mais eficiência.


Foi por essa faixa do gramado que Thiago Neves se destacou, criou, marcou dois gols e virou o nome do jogo contra a China. Por sinal, para um meia, ele faz bastante gol, inclusive em momentos decisivos. Lembre-se da final da Libertadores.

Seleção de Dunga está desequilibrada

Se fora de campo a CBF é famosa por adotar posições ditas de direita, entre as quatro linhas a Seleção de Dunga está esquerdista demais.

Insisto na tese de que, se Ronaldinho joga de segundo atacante, ele deve jogar como tal, caindo pelos dois lados do campo, e não ficar grudado à esquerda.

Por que Marcelo vai bem em todas as partidas, e do outro lado Rafinha e Ilsinho passam desapercebidos?

Porque é o camisa 10 quem faz o lateral-esquerdo jogar. (Aliás, Marcelo e Ronaldo estão afinadíssimos. Devem ser parceiros de quarto, ficam combinando as jogadas.) E se Ronaldinho caísse também pela direita, faria o mesmo com Ilsinho ou Rafinha.

Por essas e outras a Seleção está desequilibrada, atacando demais pela esquerda.

E Dunga tem lá sua parcela de culpa. Por que, por exemplo, ele não aproveitou o jogo-treino contra a China e orientou Ronaldinho: 'Tchê, vai pra direita também pra fazer o outro guri jogar'?

Brasil x Camarões, a revanche

Quem não tem o time de Camarões entalado na garganta atire a primeira pedra.

Foram eles que eliminaram o Brasil em Sidney, 2000, na última participação olímpica do futebol brasileiro (já que o país ficou de fora em 2004, Atenas).

Mas na verdade esse Camarões x Brasil não pode ser considerado uma revanche. Faz muito tempo. Oito anos. E além disso, nenhum jogador do Brasil, e de Camarões, que está lá na China nesse momento participou daquelas quartas-de-final na Austrália.

Nenhum, exceto um:


O destino colocou Ronaldinho e Camarões frente à frente de novo. De novo em uma quarta-de-final de Jogos Olímpicos.

Se os garotos do Brasil estão pra lá de motivados nestas Olimpíadas (para mostrar serviço a Dunga, visando a Seleção principal), Ronaldinho, o mais velho do grupo, remanescente de 2000, tem motivação de sobra para jogar bem. Particularmente contra a seleção camaronesa.

É a vez de Ilsinho

Assim como os milhares de internautas que votaram a favor de Ilsinho na enquete "Rafinha x Ilsinho", eu também apostaria no jogador do Shakhtar Donetsk.

Ilsinho é infinitamente mais incisivo na frente do que Rafinha. Mas atrás...

Bem, na defesa Rafinha não tem sido lá essas coisas mesmo (que o diga no ataque). Portanto Ilsinho deve ser testado nos Jogos - como possivelmente será, na partida de logo mais entre Brasil e China.

Mescla são-paulina na Sul-Americana

Este foi o São Paulo, com sete gatoros e quatro não-garotos (Bosco, Juninho, Anderson e Júnior), que estreou na Copa Sul-Americana contra o Atlético-PR nessa terça-feira, em Curitiba.

O placar ficou no 0 a 0, e ninguém por parte do Tricolor se destacou.

Renan, do Inter, fecha com o Valência

A informação é de PVC. Por 4,5 milhões de euros o goleiro Renan foi transferido ao futebol espanhol.


E a situação do Colorado fica ainda mais delicada: Clemer deve voltar à goleira (como dizem no sul) definitivamente.

Próxima rodada vai ser quente

A rodada que abre o turno final do Brasileirão, no fim de semana que vem, é simpática ao Botafogo.


Os seis primeiros colocados se enfrentam entre si: No Mineirão tem Cruzeiro x Vitória; no Olímpico, Grêmio x São Paulo; e no Palestra, Palmeiras x Coritiba.

Se der três empates, por exemplo, e o Botafogo vencer bem o Sport na Ilha do Retiro, a equipe liderada por Ney Franco pode roubar o lugar do Palmeiras e terminar a 20ª rodada em terceiro na tabela, dependendo dos placares das partidas do Recife e de São Paulo.

Não que ir à Ilha do Retiro para enfrentar o Sport seja mamão-com-açucar, mas no futebol tem que se matar um leão a cada dia. E os ventos estão a favor do Fogão.

(Correção: se Palmeiras e Coritiba empatarem, o time paulista vai a 35 e portanto não pode ser superado pelo Botafogo.)

Números do Grêmio impressionam

O líder nada mais tem que o maior número de pontos (41), o maior número de vitórias (12), o menor número de derrotas (2), o maior número de gols a favor (35), o menor número de gols contra (12), o melhor saldo de gols (23), e o melhor aproveitamento da era dos pontos corridos (71%).

São ou não são números de campeão?

Cuca não é bombeiro!

Ele é mestre em trabalhos a longo prazo, não a curto.

Primeiro foi o Peixe, que estava na brasa da zona do rebaixamento, e contratou o técnico Cuca. Não deu certo.

Agora é a vez do Tricolor carioca, que está assando na fogueira das últimas posições, e está atrás do treinador.

Cuca é mestre em trabalhos a longo prazo. Não espere que ele irá reviver esse ou aquele time das cinzas da noite pro dia.

Ou que ele apagará o incêndio que há no Fluminense. Cuca não é bombeiro. Quem acerta com Cuca hoje tem de pensar em 2009, 2010, e não em novembro, dezembro de 2008.

Seleção do 1º turno

Sem cerimônias e com convicção, esta é a Seleção do 1º turno do Blog do Carlão:


O Grêmio tem três jogadores. Rafael Carioca, um dos pulmões do Tricolor, belíssimo volante que sabe atacar e defender, é um deles.

Os outros dois gremistas do selecionado formam a dupla mais sertaneja do futebol brasileiro: Victor e Léo.

Demorou, mas o Grêmio encontrou um goleiro (Victor) que passasse segurança ao time e à torcida. E Léo, por sua vez, é um zagueiraço. Já é uma realidade, e tem pela frente um futuro promissor.

Duas equipes têm dois jogadores na Seleção. O Cruzeiro é representado por Guilherme e Ramires, e o São Paulo por Miranda e Hugo.

Guilherme tem feito nessa temporada de 2008, no Mineiro e no Brasileiro, o que aquele projeto de craque fez na Copa São Paulo de 2007: gols. Além de jogar muito.

Ramires é um dos melhores volantes que jogam no Brasil. Ele fez muito pelo Cruzeiro no 1º turno e por isso está nesse momento na China. Uma vaga na Seleção do 1º turno do Brasileirão tinha de ser dele.

Miranda é um dos melhores zagueiros que jogam no Brasil, e isso é sabido por muitos há muito tempo. Embora o São Paulo não tenha começado bem a competição, por ter divergido forças entre Brasileiro e Libertadores, Miranda sempre se manteve regular. Aliás, além da técnica, da força e da inteligência, o ponto forte de Miranda é esse: a regularidade.

O outro são-paulino da lista é Hugo. Após longo período sob desconfiança da torcida, dos dirigentes e da comissão técnica, Hugo deu a volta por cima e, enfim, tem jogado como nos tempos de Grêmio. Ele está gastando a bola.

Os outros quatro jogadores escolhidos são de diferentes times: Leandro, do Palmeiras; Léo Moura, do Flamengo; Marquinhos, do Vitória; e Nilmar, do Inter.

A lateral-esquerda ficou a cargo do palmeirense Leandro. Na posição, talvez só Juan, do Flamengo, poderia fazer frente a Leandro. Mas o momento é favorável ao jogador alviverde.

A lateral-direita, agora sim, ficou com o Flamengo. Na posição, talvez só Élder Granja, do Palmeiras, brigaria por essa vaga com Léo Moura. Mas é justo que o flamenguista seja eleito.

E se é justa a surpreendente campanha do Vitória no campeonato, essa muito se deve a Marquinhos, grande revelação da equipe baiana.

E por fim, o último da lista: Nilmar. Apesar da colocação do Colorado, Nilmar brilha. Para mim, é o melhor atacante do Brasil, muito acima e à frente dos demais.

Seleção em evolução

Ronaldinho está jogando na Seleção Olímpica como segundo atacante, e como tal ele deve cair pelos dois lados do campo, e não ficar fixado à ponta-esquerda.

Evidente que por ali ele rende bem, mas se o camisa 10 caisse também pela direita, a equipe criaria mais alternativas de ataque.

No jogo contra a Nova Zelândia os laterais apoiaram bastante, principalmente pela esquerda, com Marcelo. Por causa de Ronaldinho, o melhor em campo.


Pelo flanco canhoto as jogadas são tramadas por Marcelo, Anderson e Ronaldinho. Já pelo destro, Rafinha só tem Diego para jogar junto. O lado direito está carente de um atacante justamente porque Ronaldinho não cai por lá para jogar com Diego e Rafinha.


As trincas ofensivas devem ser formadas por Marcelo, Anderson e Ronaldinho pela esquerda, e por Rafinha, Diego e Ronaldinho pela direita.

Se Ronaldinho fizer o papel de segundo atacante de verdade, daqueles que joga pelos dois lados, o Brasil ganhará e muito.

Dito isso, o 5 a 0 na Nova Zelândia foi ótimo não só pelo placar, mas pelo futebol apresentado. Pela primeira vez em quatro jogos esse Brasil não pareceu um bando em campo. Pareceu um time de verdade. Uma seleção de verdade.

A equipe de Dunga está em evolução. E se assim continuar, vai longe.

Grêmio, campeão do 1º turno

Desde 2003, no começo dos pontos corridos, quem venceu o primeiro turno acabou campeão.

O equilíbrio desse campeonato é maior que dos anos anteriores, por isso o Grêmio vai ter de suar a camisa para manter a escrita.

Mas o fato é que a cada jogo fica mais claro que o tricolor gaúcho vai brigar pelo título até o fim. Com grandes chances de ganhá-lo.

Galo x Grêmio, o jogo do sábado

Se der Grêmio, o Tricolor será campeão do primeiro turno, o que não quer dizer rigorosamente nada.

Cruzeiro vence Inter e cola em Grêmio

O jogo do Mineirão colocou frente à frente os dois melhores atacantes do Campeonato Brasileiro até o momento: Nilmar e Guilherme. Melhor para o cruzeirense, que viu seu time sair de campo com 2 a 0 no placar e três pontos a mais na tabela.

O jogo do Mineirão também poderia ter colocado dois grandes camisas 10 frente à frente. Alex, do Inter, desfalcou o Colorado, e Vágner, a Raposa.

A diferença é que a 10 de Vágner vestiu Gerson Magrão, e a de Alex cobriu Rosinei. Gerson, que logo no começo da partida fez o primeiro gol, é mais jogador ofensivamente falando do que Rosinei. Do que Rosinei, e do que qualquer meio-campista colorado que atuou hoje. Sem Alex e sem Andrézinho, o Inter ficou refém de um meio-campo composto por Edinho, Guiñazu, Magrão e Rosinei. Quatro volantes. Assim não há santo que faça com que a bola chegue com qualidade aos atacantes Adriano e Nilmar.

Gerson Magrão, Henrique, Marquinhos Paraná e Charles apoiaram bastante a dupla de ataque cruzeirense. Guilherme mais uma vez jogou bem. Rômulo pouco fez. De qualquer maneira, o time mineiro bateu o Inter e não deixou o Grêmio distanciar. A diferença continua em 2 pontos.

Cuca e Santos: término precipitado

Após 14 partidas o casamento entre Cuca e Santos chegou ao fim. Precipitadamente. Com certeza esta relação entre o treinador e o time da Vila renderia muitos frutos, que seriam colhidos logo, logo, já no ano que vem. Ou em 2010, 2011. Cuca é ótimo treinador para trabalhos a longo prazo.


Se foi ele que pediu para sair, errou. Se foi o Santos que não o quis mais, errou também. (Até onde sei, Capella era o único cartola que bancava a permanência de Cuca.)

E agora? Quem vem para o Santos? (Roberto Fernandes, ex-Furacão? Antônio Lopes, que balança? Vão tentar Paulo Autuori?)

E Cuca, para onde vai? (Atlético-PR? Vasco?)

Dificilmente Cuca vai achar um time melhor que o Santos, e o Santos um técnico melhor que Cuca.

Dupla Gre-Nal na China

Dos onze titulares da Seleção Olímpica masculina, cinco foram revelados pelos clubes de Porto Alegre: Renan e Pato, pelo Inter; e Ronaldinho, Anderson e Lucas, pelo Grêmio.

O lugar do Brasil é no ataque!

Ousadia e liberdade: estas palavras não constam no dicionário da Seleção Olímpica de Dunga.

Está nítido que os jogadores se preocupam mais em defender do que atacar. O time mantém-se retraído no meio-de-campo a maior parte do tempo, e quando tenta atacar, avança com poucos jogadores. A maior preocupação da Seleção está em defender, e não em atacar. Não se vê uma jogada individual, um improviso, um drible, um tiro de longe...


Falta ousadia e liberdade à Seleção. Não pode o futebol brasileiro, pentacampeão do mundo, ser representado nas Olimpíadas por um timeco que tem medo de ir para cima, quando quem tem de ter medo de atacar são os adversários, e não o Brasil. Está ocorrendo uma inversão de valores na equipe brasileira.

Os piores em campo na estréia foram Ronaldinho, que ficou plantado na ponta-esquerda o jogo todo, não sei se por vontade própria ou se por orientação de Dunga, e Anderson, que esteve sumido durante os minutos que permaneceu em campo. O resto até que se esforçou, mas nada criou. O Brasil só chegou ao gol e venceu por 1 a 0 porque Hernanes resolveu ir para cima para resolver a parada, e porque um jogador da Bélgica havia sido expulso uns 5 minutos antes.

A exemplo dos amistosos contra Cingapura e Vietnã, o Brasil não jogou nada. E se continuar com esse futebol, a Seleção terá vida curta na China. Com esse futebol, o Brasil não chega perto nem do bronze.

Grêmio, embalado

O líder está com 38 pontos, 5 à frente do segundo colocado. Resta aos gremistas agora torcer indiretamente pelo rival Inter, que está em Belo Horizonte para enfrentar o Cruzerio, hoje.

São Paulo, embalado

O carrasco tricolor Washington meteu três gols, embalou o São Paulo e colocou-o no bolso. Assim como na Libertadores, o Flu fez 3 a 1 em cima dos são-paulinos, no Maracanã.

A culpa é de quem, Kleber?

Morales desiste de jogar no Flamengo após as cenas explosivas do treino na Gávea.

O cartola rubronegro Kleber Leite divulgou uma nota:

"Em razão da veiculação pela internet das imagens ocorridas no lamentável episódio ontem (terça-feira) na Gávea, a familia do jogador Morales impediu sua transferência para o Flamengo.

O jogador já havia acertado suas bases salariais, sua passagem havia sido emitida e sua hospedagem reservada.

O incalculável prejuizo institucional promovido por vândalos fez com que o clube perdesse importante reforço para nossa retomada no Campeonato Brasileiro.

Rio de Janeiro, 6 de agosto de 2008

Kleber Leite
Vice Presidente de Futebol"

Ora, Kleber, esses vândalos entraram no treino do Flamengo porque alguém liberou.

Tricolores em fases distintas

Desfalques por desfalques para a Seleção Olímpica, ambos têm dois. Mas o tricolor paulista soube melhor remanejar as peças. Os Thiagos Silva e Neves fazem mais falta ao time de Renato do que Alex Silva e Hernanes fazem ao time de Muricy.

O embalado São Paulo é favorito contra o conturbado Fluminense no Maracanã, hoje, a partir das 21h50.

Líder x Lanterna

Precipita-se quem descarta a possibilidade do líder Grêmio não conseguir os três pontos frente o lanterna Ipatinga em pleno Olímpico, hoje, a partir das 19h30.

Futebol é diferente dos outros esportes porque tem dessas: nem sempre o melhor vence. Em 2006, só para lembrar, o vice-lanterna Fortaleza foi ao Morumbi enfrentar o líder São Paulo e saiu de lá com 1 pontinho, após noite inspirada de Albérico, que fechou o gol do tricolor cearense e segurou o 1 a 1 no placar.

A vitória do tricolor gaúcho logo mais sobre o Ipatinga é o único resultado que se passa pela cabeça de todos. O mais provável é que o Grêmio vença, e vença bem, possivelmente atropelando, sem piedade. Mas tratando-se de futebol, não será surpresa se ocorrer um empate na capital gaúcha, em noite inspirada de Adeílson, por exemplo.

Inter: o melhor time do Brasil, no papel

Pelas contratações que fez, dificilmente o Colorado não perderá nenhum jogador. Mas caso não perca (principalmente Alex e Nilmar), Tite terá nas mãos a melhor equipe do país. Que eu escalaria assim: