Claro, não há apenas um jeito de se jogar. Existem exemplos de times bem sucedidos com meias e/ou atacantes escalados nas beiradas. O Real Madrid, por exemplo, representa o time de pontas de ofício. Bale e Cristiano Ronaldo são jogadores incisivos, objetivos, que têm na explosão física, no drible e na finalização seus pontos fortes. Já o Barcelona pode ser considerado uma equipe que joga com meia na beirada.
Concebida por Pep Guardiola, a ideia surgiu como exceção e era adotada por ele com parcimônia, mas virou regra nos tempos de Tito Vilanova e agora aparentemente está em voga com Tata Martino. Me refiro a Iniesta na ponta esquerda (algo que ocorre na Roja, diga-se). Veja bem, digo pode ser e não é porque, na maioria das vezes, Martino não jogou assim. Na maior parte da temporada o Barcelona atuou com três atacantes legítimos. Além de Messi, a lógica sempre foi Neymar, Alexis e Pedro brigando por duas vagas no ataque. As semanas recentes, porém, indicam que essa lógica pode estar alterada, e que Neymar, Alexis e Pedro podem estar disputando, em vez de duas vagas no ataque, apenas uma. Ou será que não?
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Para o clássico deste domingo, no Santiago Bernabéu, a dúvida pré-jogo, pelo menos na minha cabeça, é essa. Martino vai com um meia numa das pontas ou vai com dois atacantes de verdade nas extremas? No 2 a 1 sobre o Manchester City, no Camp Nou, por exemplo, Iniesta foi escalado à esquerda e Neymar à direita (confira aqui). Já no 7 a 0 sobre o Osasuna, também no Camp Nou, no fim de semana passado, Pedro, Alexis e Messi foram titulares, com Iniesta no meio campo, ao lado de Xavi e Busquets (Neymar e Fàbregas ficaram no banco). Há ainda uma terceira opção, vide El Clásico do primeiro turno, quando Fàbregas e Messi ocuparam o centro e a direita (veja aqui). Por essas e outras, pelo menos na minha cabeça, paira essa dúvida: quem serão os dois parceiros de Messi no setor ofensivo?
Embora faça sentido Iniesta na ponta (na ponta até a página dois, pois com a posse da bola ele costuma ocupar a faixa central e colocar o Barcelona em superioridade numérica na meia cancha), na minha prancheta prévia (acima) estou apostando na segunda opção, três atacantes de ofício (no caso, em Alexis, Messi e Neymar), por alguns motivos. Primeiro porque prefiro pontas mais atacantes do que meias e tenho fé - não informação - de que Martino compartilha desse pensamento. Segundo porque, inevitavelmente, no Bernabéu, Marcelo deverá atacar horrores, e será preciso um ponta com poder de marcação para tentar neutralizá-lo. Sob esse ponto de vista me parece mais pertinente, para cumprir essa função de duelar com Marcelo, um ponta-direita de pernas e pulmões intermináveis (Sánchez). E terceiro porque Neymar é um dos melhores pontas-esquerdas do planeta, simples assim. É bem possível, entretanto, que a primeira opção entre em campo (Iniesta na ponta, Busquets, Xavi e Fàbregas no meio).
Em relação aos donos da casa, não há muito mistério. Na verdade, não há mistério algum. A fase merengue é excelente, e o favoritismo é todo blanco. Recuperado, Benzema deve ser a referência, com Bale na ponta direita e Cristiano Ronaldo na ponta esquerda, noves fora Alonso, Modric e Di María no meio campo (ou seja, a formação rotineira do Real Madrid 2013/14). Se minha prévia da prancheta se confirmar, o croata deve bater de frente com Iniesta e Di María com Fàbregas (ou Xavi). A conferir. Teorias e tentativas de previsão à parte, a bola rola na prática às 17h deste domingo, horário de Brasília, na ESPN Brasil.
ATUALIZAÇÃO: Troquei Varane por Pepe.
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