Na entrevista coletiva após a partida perguntaram a Paulo Autuori (
Nando Gross, se não me engano), se falta ao Grêmio "aquela qualidade para desequilibrar o jogo", o talento individual.
O técnico gremista respondeu que, no futebol brasileiro, não tem visto nada de tão diferente. E, sem personificar, apontou o Corinthians como equipe, time mais equilibrado do país (concordo).
Autuori é um sujeito fantástico, não faz questão de aparecer, diz que os protagonistas do futebol são os jogadores e a torcida, procura sempre explicar o porquê das coisas aos seus comandandos e às pessoas que o cercam, excepcional treinador que poderia muito bem dirigir uma Seleção Brasileira numa Copa do Mundo. Sou fã do cara, como profissional e como pessoa.
No entanto quando ele afirma, na opinião dele, evidentemente, que hoje não há ninguém que faça a diferença, eu discordo. O camisa 25 do Cruzeiro faz. Como fez no Olímpico, por exemplo. Sem tirar os méritos de Adílson Batista e dos outros dez jogadores, no 2 a 2 diante do Grêmio quem desequilibrou foi Kléber.
Fábio fecha a meta, Jonathan e Gerson Magrão produzem um belo volume à frente, Leonardo Silva e Thiago Heleno, se não são nenhum Domingos da Guia, dão conta do recado, Marquinhos Paraná é a polivalência e a eficiência em pessoa, Ramires é jogador de Seleção, Wagner é o pé pensante, Wellington Paulista é a referência na área. Mas sem Kléber, a história da Raposa neste primeiro semestre provavelmente seria diferente.
Porque o Gladiador faz a diferença.
Protege a bola como ninguém, chuta com as duas pernas, tem poder de finalização, inteligência tática, habilidade para o drible, técnica para o passe, objetividade e regularidade. E claro, transpira raça.
Basta o Cruzeiro se sagrar tricampeão da Libertadores para que Kléber seja convocado, pelo menos por boa parte da crítica e do público, à Seleção.