LDU, a possível pedra na chuteira do Manchester

Discordo do favoritismo exacerbado creditado ao Manchester United. Primeiro porque a LDU tem um time alto e forte se comparado ao Gamba Osaka, portanto o mamão com açúcar na bola aérea não vai ocorrer; e segundo porque a equipe sul-americana e suas compactas duas linhas de quatro vão jogar, acredito, no contra-ataque, explorando a rapidez e principalmente o bom passe de Manso.

O 21 pode fazer a diferença lançando seus companheiros Reasco, Bolaños e Bieler, ou progredindo ele mesmo em velocidade. Como Evra vai bastante ao ataque (ao contrário de G. Neville) o flanco esquerdo defensivo do Manchester pode ser o caminho.



Por outro lado, para perfurar a barreira equatoriana, Nani, Tevez e Evra vão triangular pela esquerda, e Rooney, Tevez e C. Ronaldo pela direita. O miolo do meio-de-campo, imagino, vai se anular: Urrutia e William Araújo x Anderson e Scholes.

Evidentemente que futebol é imprevisível. Mas ao meu ver o jogo da manhã deste domingo será equilibrado, onde quem conseguir aproveitar o espaço deixado pelo oponente, vai vencer.

OBS.: As escalações na prancheta são supostas. E, não me surpreenderá se Bolaños, que tem muito mais qualidade que Reasco, atuar na direita para jogar nas costas de Evra.

Sentido Rio-São Paulo

Está havendo uma debandada de jogadores do futebol carioca para o paulista.

Mádson, Wagner Diniz, Renato Silva, Túlio, Jorge Henrique, Triguinho, Lúcio Flávio, Júnior César e Washington já foram. E fala-se muito em Arouca no São Paulo.

É praticamente um (belo) time!

O atraso nos salários, o amadorismo e a falta de seriedade de alguns dirigentes do Rio, e o prestígio dos projetos que os clubes paulistas apresentam, são fatores que pesam na hora do atleta profissional fazer sua escolha.

Leão foi um acerto do Galo?

Foi covardia. A enquete se fez desnecessária. Está na cara que a contratação de Dorival Júnior pelo Vasco foi melhor que a de Leão pelo Atlético-MG: 80% dos 15 votos foram para a transação cruzmaltina.

Nesta virada de temporada, em relação a treinadores, sem dúvida Júnior no Gigante da Colina foi o grande negócio do futebol brasileiro.

Já Leão no Galo...

Pelo Atlético ter um grupo de jovens bons jogadores, bastante gente aprova o acordo fundamentando-se no Santos de 2002. Ele foi campeão brasileiro com um time de garotos, dizem por aí. É verdade, foi, mas não fez uma campanha excepcional, classificou-se para o mata-mata em oitavo. E outra, gerações como aquela do Peixe, abençoada pelos Deuses do Futebol, aparecem uma vez a cada dez anos.

Para mim o argumento de que Leão sabe trabalhar com garotos não cola.

Mais um reforço no São Paulo: Júnior César

A lista já chega a cinco nomes. Primeiro o Tricolor do Morumbi fechou com Wagner Diniz e Eduardo Costa. Em seguida com Washington e Renato Silva. Agora com o lateral-esquerdo Júnior Cesar. Repare: todos de posições diferentes.

Não é possível contratar tantos jogadores (ainda mais deste nível) sem se desfazer de outros. Penso que o São Paulo vai vender duas ou três peças importantes.

E, se de fato ocorrerem estas negociações, a diretoria mostrou-se outra vez eficiente ao se antecipar à perda.

LDU, de Manso, chega à final do Mundial

Teve muita sorte a LDU ao abrir o placar logo no começo da partida contra o Pachuca. O time se fechou muito bem com duas linhas de quatro e anulou qualquer alternativa ofensiva do adversário.

O cabeça pensante da equipe é o baixinho Manso. Ele e o argentino Bieler formam uma dupla de ataque que não tem posicionamento fixo, ambos se movimentam muito. No entanto é o camisa 21 o encarregado de distribuir o jogo.



Manso consegue aliar velocidade e técnica. Além de ser uma arma para puxar contra-ataque na corrida, ele tem facilidade para efetuar passes de média e longa distância - muitas vezes de primeira, sem olhar, lançando no ponto futuro -, e também sabe driblar.

Já que os laterais são obedientes e vão pouco à frente, cabe a Reasco e Bolaños chegarem à linha de fundo. Bolaños é habilidoso, vai bem (também por dentro). O problema é Reasco. Não acerta um cruzamento, não conclui um passe. Só tem força. E, para jogar nesta posição específica da linha de quatro, é preciso ter velocidade, drible, e/ou passe. Reasco não tem nenhum.



Baseada no futebol de Manso, a Liga Deportiva Universitária fez 2 a 0 no Pachuca (gols de Bieler e Bolaños) e chegou fácil e justamente à final do Mundial, e agora espera, esperamos, pelo Manchester United.

Horcades, o arcaico

O que dizer das palavras do cartola tricolor?



Dirigente da Idade da Pedra.

São Paulo se prepara bem para o ano que vem

Confirmou-se o que era esperado: o São Paulo fechou com Washington (e Renato Silva).

Soma-se a estes nomes as contratações de Eduardo Costa e Wagner Diniz, e podemos imaginar como será o time que vai, na temporada que vem, em busca da Copa Libertadores.



Provavelmente o trio de zaga continue o mesmo. Rodrigo, o zagueiro forte, e Miranda, o técnico, são os homens do combate, e André Dias, que mescla força e técnica, o cara da sobra.

Eduardo Costa chegou para ser titular (até porque Jean é novo para encarar uma Libertadores, ainda mais nesta posição). Chegou para dar suporte às subidas de Hernanes, o volante/meia.*

Jorge Wagner, o ala/meia, continua com a liberdade habitual para atuar, quando o time está com a bola, por uma extensa faixa do campo adversário, sempre alimentando seus companheiros a passes curtos, médios e longos.

Wagner Diniz dará, penso eu, mais qualidade técnica e velocidade à ala direita (Zé Luis, volante 'improvisado' na ala em 2008, é atleta de vigor físico, embora não seja grosso com a bola, pelo contrário). O ex-vascaíno terá bastante campo para jogar com Hernanes e Dagoberto, seja partindo para a linha de fundo ou para dentro.

Hugo e sua eficiência devem manter o mesmo ritmo. Defende, articula, e chega na área para finalizar. Por baixo, de canhota, e por cima, de cabeça.

No ataque, Dagoberto - que está mais consciente taticamente e compreendeu a necessidade que um atacante de movimentação tem em marcar - possivelmente fará dupla com Washington. Possivelmente, porque há Borges, que está acostumado a jogar no estilo são-paulino, de costas para o gol. Mas creio que o ex-centroavante do Fluminense também pode fazer o pivô, além de ser mais decisivo. Com o tempo, na minha opinião, a titularidade será dele.

*Que algum volante são-paulino vai ser vendido antes da pré-temporada 2009, parece claro. Muitos apostam que este é Hernanes. Para mim, puro palpite, é Richarlyson. Hernanes fica para fazer (bem) a Libertadores, valorizar-se ainda mais, e aí sim sair na janela européia em julho.

Negócio praticamente fechado

Galvão Bueno, no Bem Amigos! de ontem, deixou implicitamente claro que Washington já é do São Paulo.

Disse o apresentador que encontrou por acaso Milton Cruz (membro da comissão técnica são-paulina) em um restaurante, onde bateram um papo rapidamente. E deu a entender que, nesta ligeira conversa, Milton Cruz confirmou a Galvão Bueno a contratação de Washington. Muricy Ramalho, um dos convidados do programa, não fez que sim nem que não. Ficou quieto.

Seja como for, a transação entre o centroavante e o clube paulistano, ao que tudo indica, está prestes a ser consumada.

Grêmio contrata ala-direito e centroavante

Deu no clicRBS: Wellington Paulista e Ruy jogarão no Grêmio.



O ex-jogador do Náutico vai dar maior consistência à ala direita tricolor (embora, na minha opinião, a melhor opção para esta posição seja Souza).

Já Wellington Paulista é longe de ser unanimidade entre os torcedores. Os gremistas argumentam que o camisa 9 fez poucos gols pelo Botafogo, no Brasileiro. É verdade. Mas não podemos esquecer dos salários atrasados e dos problemas financeiros do clube carioca.



Naturalmente os cartolas têm de tomar decisões e correr alguns riscos. Na carência de um centroavante, eu apostaria minhas fichas em Wellington. No entanto sua resposta vestindo as cores do Grêmio é uma incógnita.

Correção: ainda não se fechou o negócio.
Atualização (19/12, 15h20): acertou com Ruy (e Fábio Santos), Wellington P., não.

Cuca chega sob desconfiança

De acordo com a enquete, Cuca não foi uma boa para o Flamengo. Dos 20 votos assinalados, 70% reprovam a contratação.

Concordo, em partes. Acredito que pode ser uma boa sim. Mas somente se os rubronegros forem pacientes.

Como joga a Velha Senhora

Foi neste 4-4-2 que a Juventus, em Turim, afogou o Milan por 4 a 2, e chegou à vice-liderança da Série A, seis pontos atrás da Inter.



Sissoko fez a dupla de volantes com Marchisio; a de meias foi formada por Marchionni e De Ceglie (que substituiu Nedved ainda no 1º tempo); e na frente, Del Piero e o centroavantão Amauri.

Com os camisas 29 e 32 abertos, e com o 10 se deslocando - e em função da lentidão e da fragilidade do meio-de-campo do Milan - sobrou espaço para Sissoko sair muito para o jogo, atuando como um meia pelo meio, como escreveu Eduardo Cecconi no Preleção. Quando o francês subia, Marchisio centralizava.

Na origem do terceiro gol da Vecchia Signora, deu para ver este posicionamento.



Pirlo errou na saída, Marchisio interceptou o passe e a bola sobrou para De Ceglie. O garoto foi andando (e Emerson olhando), andando (e Emerson olhando), andando (e Emerson, de longe, olhando), deu uma pescoçada na área, calculou a força e a direção do cruzamento, e colocou na cabeça de Amauri. 3 a 1 Juventus.

E Emerson olhando.

OBS.: A imagem congelada é do vídeo disponível na barra lateral do blog.

Chega um, sai outro

É especulação, não informação. Mas a contratação de Eduardo Costa é a saída anunciada de um destes quatro.



Se chegou um volante no São Paulo, é porque outro vai embora.

Diretoria boa é assim, é igual a zagueiro esperto: antecipa-se à jogada.

Milancólico

Com seu treinador enferrujado e seu time jurássico, mais uma vez o Milan passou vergonha em campo.



Se não houver uma renovação na equipe (comissão técnica e jogadores), os rossoneros continuarão dependendo quimicamente de Kaká.

Ibrahimovic, um dos melhores do planeta

O camisa 8 da Inter de Milão é o centroavante mais contundente do momento.

Nenhum atacante alto e forte como ele tem tamanha habilidade e inteligência (o que o qualifica para jogar longe da área).

Hoje, de novo, ele foi decisivo no jogo em casa contra o Chievo, pelo Campeonato Italiano: 4 a 2, dois dele, sem falar no show.



Entretanto a lista dos cinco melhores do mundo em 2008, pela FIFA, é composta por Messi, Cristiano Ronaldo, Kaká, Fernando Torres e Xavi.

Para mim o argentino e o português jogaram mais que o sueco neste ano. Os outros três, não.

Deixemos pra lá os indicados da FIFA. Todos estamos vendo o que Ibrahimovic fez e faz, e do que ele é capaz.

A diferença entre os xarás

Não é só o nome que os clubes de Milão e Porto Alegre tem em comum. O sistema de jogo adotado é o mesmo, o 4-4-2 com um losango no meio-campo. Porém com características distintas.

A diferença está na estratégia.

Na Internazionale os laterais usam e abusam da ofensividade. Os brasileiros Maxwell e, principalmente Maicon, vão à frente para jogar com os vértices laterais do losango (Muntari e Zanetti) e com os atacantes (Ibrahimovic e Obinna).

No Internacional os laterais/zagueiros ficam mais fixos, e a responsabilidade ofensiva fica a cargo do Trio de Ouro (D'Alessandro, Alex e Nilmar).

Outra diferença é que Alex tem cacoete de meia. Por conseguinte Nilmar fica eventualmente isolado. Na Inter, Ibrahimovic está sempre acompanhado (até porque o sueco tem qualidade para atuar longe da área).

Numa hipotética partida entre os xarás, imagino que as válvulas de escape de Mourinho não poderiam ser exigidas com tanta freqüência, porque se fossem, a trinca de ataque colorada iria deitar e rolar.



Por outro lado Guiñazu, Marcão e Álvaro teriam muito trabalho com as triangulações milanesas, aqui pela esquerda, e ali pela direita, Magrão, Bolívar e Índio.

Futebol de botão e Playstation à parte, para nossa tristeza, este confronto não acontecerá. Mas que seria interessante, seria.

Barça, de Messi e Henry, bate Real Madrid

Barcelona e Real Madrid fizeram uma grande partida neste sábado, no Camp Nou.

Tática e tecnicamente os donos da casa foram bastante superiores, apesar de uma ou outra boa chance criada pelos visitantes.

Na primeira etapa, auxiliado por Daniel Alves, Lionel Messi infernizou a vida de Sérgio Ramos e Gago. À troca rápida de passes com o lateral brasileiro (e com Xavi), o camisa 10 levou perigo ao gol merengue.

Por outro lado abria-se espaços para Drenthe jogar, meio que sozinho. O holandês até ficou cara a cara com Valdez num contra-ataque, mas não marcou.



No segundo tempo o Real Madrid adiantou seus jogadores - que foram sufocados no campo de defesa até então - e liberou mais o volante Gago. Los Blancos melhoraram. Mas deixaram mais espaços ainda.

Messi teve oportunidades para se infiltrar em diagonal para jogar com Eto'o e com Henry, que cresceu no jogo progredindo tanto para a linha de fundo quanto para dentro.



Foi assim, suportado por vantajosa qualidade técnica e tática que o Barça venceu por 2 a 0.

Tevez movimenta o Manchester United

Os Diabos Vermelhos jogaram hoje contra o Tottenham, pelo Campeonato Inglês, num 4-4-2 idêntico ao do Bayer de Munique: Uma linha de quatro, dois volantes, dois meias bem abertos, e dois atacantes.

A diferença é Tevez.



No Bayer de Munique o ataque é composto por dois centroavantes centroavantes (Toni e Klose). Com Tevez, o Manchester United ganha muito em movimentação. O argentino, como de costume, se desloca a todo instante por todo o campo para fazer e dar opções de jogadas, principalmente pelo lado esquerdo.

Flamengo tem novo técnico: Cuca

Entende de tática e sabe fazer o time jogar.

Cuca é um belo treinador.



O problema é que, nos momentos de decisão, ele some. Na hora H, ele não tem dado sorte (para não dizer falhado).

E o histórico recente do Flamengo apresenta fraqueza nas horas decisivas. Vide as partidas contra o América, na Libertadores, e Atlético-MG e Goiás no Brasileirão.

Tenho lá minhas dúvidas sobre este casamento. Até porque Cuca vai bem em trabalhos a longo prazo, e os flamenguistas não são tão pacientes assim.

A Fiel pode ter fé

Se não ficar só no discurso, Ronaldo vai surpreender.

Dorival Júnior fecha com o Vasco

Não havia nome melhor.



A contratação de Dorival Júnior foi o primeiro golaço do Vasco na temporada 2009.

Thiago Silva, o substituto de Paolo Maldini

Segundo a Gazzetta dello Sport, o zagueiro brasileiro acertou com o Milan por quatro temporadas. O Flu ganhará 10 milhões de euros com a transação, e Thiago Silva passará a receber 2,5 milhões por temporada.



A política do clube milanês é de investir em jovens talentos e mantê-los por anos. Foi assim com Pato, e é assim com Thiago Silva, o Monstro tricolor, que chega para ser o substituto de Maldini, o veterano xerife da zaga rubronegra.

Por que Ronaldo teria motivação?

Sabemos que depende só dele. Se quiser, ele pode sim voltar à uma forma aceitável e a marcar gols. Mas para isso exige-se sacrifício. Para que Ronaldo volte a jogar bem e a dar alegria à torcida, é preciso comprometimento e dedicação por parte dele.

E aí vem a pergunta: Como convencer um cara, que já fez o que fez e é o que é, a abrir mão de um churrasco, uma cerveja, um cigarro e uma noitada, para se dedicar veementemente à vida de atleta? Sim, porque se quiser voltar a atuar num bom nível, ele terá de lutar contra alguns pecados e prazeres.

E aí vai um motivo.

Ele tem 32 anos, ainda há lenha pra queimar. Se se sacrificar por mais dois ou três anos, terá o resto da vidar para beber e comer o que e quem quiser.

Nestes dois ou três anos, se Ronaldo levar a sério, se entrar em forma e estiver concentrado, ele pode, em 2009, ajudar o Coringão a chegar à Libertadores, e a conquistá-la no ano do centenário alvinegro.

Ele viraria ídolo eterno do Timão. E, cá entre nós, ser ídolo da segunda maior torcida do Brasil não é pouco.

Ah, sem falar que Ronald, seu filho, é corintiano. E que, de quebra, em 2010, tem Copa do Mundo. Diz ele que quer ir à África do Sul.

Embora não pareça, há sim motivos para ele querer.

Os motores do Bayer de Munique

Schweinsteiger e Ribéry são fundamentais para o funcionamento do Bayer de Munique. São eles os principais responsáveis em fazer a ligação entre o meio-campo e o ataque.

Esta articulação não é feita à base de lançamentos. Pelo contrário. Os camisas 7 e 31, velozes carregadores de bola que são, infiltram-se por dentro (ou abrem pelas pontas) e fazem as triangulações a passes curtos.



Ribéry trabalha com Lahm e Toni pela esquerda. Pela direita Schweinsteiger faz o mesmo com Oddo e Klose. E quando partem para o meio, eventualmente eles se encontram.

Quando a equipe está sem a bola, ambos acompanham os laterais e/ou volantes adversários, e praticamente formam uma linha de quatro com Van Bommel e Borowski.

PS.: Este foi o time que venceu hoje o Lyon por 3 a 2, na França, pela Liga dos Campeões.

O que esperar de Ronaldo?

Ele não voltará a ser aquele centroavante da Seleção de 2002 ou do Real Madrid, é óbvio.

Mas se entrar numa forma no mínimo decente, o Ronaldo do Corinthians pode ser bastante parecido com o do Milan:



Segundo a confiável Wikipédia, o Fenômeno marcou 9 gols em 20 partidas com a camisa rubronegra.

Carlos Alberto Parreira é técnico em palestras

Em sua palestra no Footecon, Carlos Alberto Parreira alertou que os times não devem jogar com dois trombadores no mesmo setor. Principalmente no ataque.

Diz ele que dois foras de série até podem jogar juntos, como Romário e Bebeto em 1994, Tostão e Pelé em 1970.

Mas jamais com dois trombadores.

Ora! E 2006, Seu Parreira?

Adriano nunca primou pela técnica. Foi, é e sempre será centroavante rompedor. E Ronaldo, com seus 100 kg, era um fardo. Pesado.

Diz o palestrante que o bacana é mesclar habilidade com força.

Vá lá, concordo.

Mas então por que a dupla de ataque não foi Adriano (força) e Robinho (habilidade)?

Ah, mas o Ronaldo tinha cadeira cativa, dirá alguém.

Ok, escalsse então Ronaldo e Robinho!

Não dá pra entender. Às vezes parece que este Parreira não era o treinador daquela equipe fiasquenta em 2006.

Ou que ele não é treinador, e vive de palestras.

Nilmar é Seleção. Mas onde?

Todo mundo sabe que sou fã do futebol do Nilmar. Por mim ele estaria na Alemanha em 2006, e estará na África do Sul em 2010.

O resultado da enquete aponta que ele deveria estar na Seleção. Dos 30 votos assinalados, 70% são a favor. Não poderia ser diferente.

A questão é: onde ele poderia jogar?

Quando se fala em Nilmar e Seleção, a maioria das pessoas pensa nele como um centroavante que teria de brigar pela posição com Luís Fabiano, Alexandre Pato e Jô.

Penso diferente.

No 4-2-3-1 da Seleção, fosse eu o técnico, ele seria o meia pela direita (lugar que hoje é de Elano).



Nilmar tem qualidade suficiente para jogar como centroavante e pôr Luís Fabiano, Pato ou Jô no banco. No entanto, imagino, ele renderia mais se atuasse aqui pela direita. O que Robinho faz na esquerda, Nilmar faria na direita.

Entendo que seria mais proveitoso se o craque colorado jogasse nesta posição porque, quando o time retoma a bola, Nilmar tem velocidade e habilidade para ser lançado em profundidade como um ponta-direita, ou para entrar em diagonal para jogar com Kaká ou Luís Fabiano.

Nilmar no Inter é centroavante. Mas suas características são mais semelhantes às de Robinho do que de Luís Fabiano. Por isso ele seria uma ótima alternativa para fazer pela direita o que Robinho faz pela esquerda. Na minha opinião, aliás, Nilmar joga mais que Robinho.

Reforço de peso no Timão!

O contrato será para o ano de 2009.



Só não cravo que Ronaldo não vai dar certo no Corinthians por um motivo: Mano Menezes.

O 3-5-2 tricampeão

Desde os tempos de Cuca, em 2004, o São Paulo joga no 3-5-2, esquema este que provou-se e comprovou-se muito eficiente, e que, segundo o presidente Juvenal Juvêncio, o resto do Brasil está copiando.

Abaixo está a base dos três 3-5-2 que conquistaram o tricampeonato à moda antiga.



O 3-5-2 tricolor não tem mistério: são três zagueiros, dois alas que avançam bastante, um volante que fica mais preso, outro mais livre, um jogador na articulação (que tem responsabilidade defensiva), um segundo atacante que se desloca por todo o campo, e um centroavante que principalmente joga de costas, como pivô.

Só para registro, nos úlitmos 114 jogos do Campeonato Brasileiro, o Tricolor do Morumbi sofreu insignificantes 16 derrotas. Em 2006 o São Paulo perdeu apenas 4 partidas em toda competição; em 2007 foram 7; e neste ano somente 5. Em matéria de números, nada mal.

Seleção do Brasileirão 2008

Eu poderia escalar a Seleção do Brasileirão no 4-2-3-1, sistema que mais me agrada. Ou no 3-5-2, que é utilizado por quatro dos cinco primeiros colocados. Mas para poder eleger dois zagueiros, dois laterais, dois volantes, dois meias e dois atacantes, adotei o 4-2-2-2:



Vamos aos argumentos.

Goleiro

Os goleiros dos times do G5 fizeram um belo campeonato. Rogério Ceni manteve sua regularidade no São Paulo; Marcos se recuperou e foi importantíssimo para o Palmeiras; Fábio fechou o gol do Cruzeiro; Assim como Bruno o do Flamengo. Mas o destaque maior no Brasileirão 2008 foi Victor, a muralha do Grêmio. Na fase avassaladora do Tricolor Gaúcho, ele fez a diferença. A camisa 1 da Seleção do Brasileirão está em boas mãos.

Zagueiros

Para mim Fábio Luciano e André Dias foram impecáveis. É verdade que em seus times eles jogaram na sobra. Mas como a Seleção é teórica, não vejo problema em "escalá-los" num sistema com dois zagueiros.

Laterais

Na esquerda a briga, na minha cabeça, ficou entre Juan e Leandro. O que pesou a favor do alviverde é que, se ele não entrasse, o Palmeiras não teria nenhum jogador na Seleção.

E na direita, confesso que não tenho nenhuma convicção ao optar por Vitor, do Goiás. Estou indo na onda da galera.

Volantes

Assim como Victor, Rafael Carioca foi peça-chave naquele trecho da competição onde o Grêmio deslanxou. E Ramires, na minha opinião, é disparado o melhor volante do campeonato.

Meias

Pouca gente fala dele, muitas pessoas destacam Hernanes, Jorge Wagner, Miranda, mas, ao meu ver, Hugo, o camisa 18 tricolor, foi o melhor jogador do São Paulo neste Brasileirão. E, só por isso, merece uma vaga. Já Alex é, para mim, o melhor da temporada. Por isso também merece um lugar. Penso que assim o meio-campo ofensivo da Seleção do Brasileirão está em bons pés.

Atacantes

Que dupla é essa, hein! Há muitas semelhanças entre eles: Dois jogadores talentosos, inteligentes, que sentem o faro do gol, que são bastante jovens, mas possuem a frieza dos grandes veteranos.

Que dupla! Não só para a Seleção do Brasileirão 2008, mas, quem sabe um dia, para a Seleção Brasileira. Futebol para futuramente vestir a amarelinha, eles têm.

Por que o Flamengo ficou de fora

Um dos motivos é o superdimensionamento de tudo que acontece no clube da Gávea.

Outra razão, para mim a principal, é esta.

A vez do Vasco

Se pensarmos que 20% dos times que disputam a Séria A são rebaixados ao término da competição, se levarmos em conta que o Brasil possui 12 clubes ditos grandes, e se lembrarmos que boa parte dos cartolas brasileiros são amadores, podemos concluir que, vira-e-mexe, um grande vai cair.

Ano passado foi a vez do Corinthians. Esse ano foi a vez do Vasco. E assim vai.

Os méritos do técnico tricampeão

A rotina tem se repetido nos últimos anos: O São Paulo enfrenta um período de turbulência no pós-Libertadores, e no segundo semestre se acerta.

Foi assim em 2006, quando, após o vice-campeonato da Libertadores, Muricy Ramalho foi muito questionado. Mas mantido. Na segunda metade do ano Muricy encontrou Hernanes, o substituto de Mineiro.

Em 2007 foi a mesma coisa. A equipe foi precocemente eliminada da Libertadores, e o treinador balançou. Mas não caiu. Naquela temporada o técnico encaixou a vitoriosa dupla de volantes (Richarlyson e Hernanes), e trouxe para os titulares Alex Silva, o Pirulito, e Breno, o "Pato" da zaga, formando assim aquele time que não levava gol.

Neste ano a história se repetiu: Frustração no mata-mata da Libertadores, sucesso nos pontos corridos do Brasileiro. No primeiro semestre houve confusão com Fábio Santos, Carlos Alberto e Adriano. No segundo estes caras foram embora, e Muricy pôde ajeitar a casa. Desta vez ele subiu Jean, para formar a dupla com Hernanes. E recuperou Hugo, peça fundamental na campanha.

Muricy Ramalho é um excelente treinador. Mas precisa de tempo para identificar as carências de sua equipe, e, na base do treinamento, supri-las. Por essas e outras que o São Paulo, de Muricy, é hoje o Rei do Brasileirão.

Correção: Hernanes surge em 2007, e não em 2006. Mineiro e Josué era a dupla do primeiro campeonato dos três.

A geração dos Mamonas Colorados

O torcedor do Inter de vinte e poucos anos já sofreu muito nas mãos dos gremistas.

Enquanto o Colorado não ganhou nada durante anos, o Grêmio papou tudo.

Isso mudou a partir de 2006.

Hoje em dia essa legião de jovens torcedores extravasa o sentimento reprimido por muito tempo.

Hoje em dia essa geração enche a boca de orgulho para soltar o grito, para cantar:



Essa geração, que tem os Mamonas Assassinas gravado na mente, hoje em dia se sente leve, livre e solta.

A volta do losango colorado

Tite adotou as duas linhas de quatro em La Plata por necessidade. Hoje à noite é provável que o time volte a jogar com o habitual losango no meio-de-campo:



Apesar de ser o centroavante, Nilmar se movimenta bastante, não fica preso à área. Quando é lançado em profundidade, ou acionado para triangular, ele também pinta pelas pontas.

Alex jogará como segundo atacante e terá liberdade para aparecer por todos os cantos, inclusive para buscar o jogo no meio, ao lado de D'Alessandro (quando o time está sem a bola eles ficam na mesma linha).

E como Andrézinho, o substituto de Guiñazu, avança mais que o argentino, Magrão deverá ser cauteloso nas subidas. Quando D'Alessandro cair pela ponta direita, por exemplo, o camisa 11 vai por dentro. Mas, penso eu, com moderação.

O campeonato da coerência

Não poderia o campeonato mais equilibrado da era dos pontos corridos terminar na penúltima rodada.

Seria incoerente.

Ao inverso de 2003 e 2007, por exemplo, neste ano nenhum time jogou bola o suficiente para ser campeão antecipado.

Na verdade, nenhuma equipe apresentou um futebol de campeão. Foram muitos os vacilos de todos os membros do G5. Mas como alguém tem de erguer a taça, é justo e coerente que o Brasileirão 2008 seja decidido nos últimos 90 minutos.