Fiquei com a impressão de que atletas e treinador não estavam falando a mesma língua. Posso estar viajando, mas fiquei com a sensação de que eles estavam contrariados com alguma coisa. Pode ser algo extra-campo, pode ser algo pessoal, ou posso estar procurando pêlo em ovo. Mas os duelos diante de Brasil e Espanha me fazem pensar que Queiroz pisou na bola nas estratégias traçadas para estes confrontos.

Contra a Seleção, jurava que o técnico moçambicano iria no 4-3-3 habitual, com um volantes, dois meias, dois ponteiros e um centroavante. No entanto entrou num 4-1-4-1 com Duda na beirada esquerda e Cristiano Ronaldo de 9. Ou seja: não entrou com ambição para ganhar do Brasil e muito provavelmente evitar a Fúria na fase seguinte. Estava satisfeito com a segunda colocação do grupo.
Nas oitavas de final, manteve o 4-1-4-1, desta vez com Hugo Almeida na frente, Simão e Cristiano Ronaldo nas pontas. Menos mal. Normal que o 7 e o 11 fechassem os lados do gramado. Até aí, tudo bem. O problema foi a atitude da equipe. Mesmo perdendo por 1 a 0, o time parecia apático, jogou a toalha em pleno andamento do segundo round.
É evidente que a Espanha é muito mais bola, coletiva e individualmente. Seria estranho se os lusos tivessem passado. Todavida a maneira como Portugal vendeu a derrota, também foi esquisita. Contudo, na minha visão, entre a duas partidas, o maior pecado que Carlos Queiroz cometeu na Copa foi frente o Brasil.