Tirar Messi da ponta direita para transformá-lo em falso 9, após a saída de Ibrahimovic rumo ao Milan, foi a maior sacada de Guardiola no comando do Barcelona. A segunda maior, para mim, foi o 3-4-3.
Pode-se pensar que a chegada de Fàbregas foi essencial para o surgimento desse "plano B". E até certo ponto, foi. Graças ao retorno do camisa 4, o técnico se viu forçado a encontrar uma estrutura diferente do tradicional 4-3-3 para encaixar o ex-capitão do Arsenal (embora Fàbregas também jogue no 4-3-3, com Iniesta na beirada).
Contudo, em regra o jogador-chave que faz o time mudar ou não de esquema é Daniel Alves. Sem ele à disposição, as chances de Guardiola escalar a equipe no 3-4-3 são sempre grandes. Com ele disponível, a probabilidade maior é o 4-3-3. Daniel Alves também joga no 3-4-3, é verdade. Mas como ponta-direita, e não fechando o lado na linha de três.
Na vitória por 4 a 0 sobre o Getafe, nesta terça-feira, no Camp Nou, sem Fàbregas e Daniel, o "plano B" entrou em vigor novamente. Dessa vez com Mascherano na sobra, Cuenca e Pedro nas pontas, Alexis centralizado e Messi na ponta superior do losango da meia-cancha.
Entre o trio de "zagueiros", Adriano e Puyol foram relativamente ativos no apoio. E quando apoiavam, alternadamente, Busquets guardava a posição. Ou seja: sempre havia três jogadores culés para dois atacantes do Getafe - quandos estes não estavam recuados.
No setor ofensivo, como de praxe no 3-4-3 de Guardiola, os ponteiros (Cuenca e Pedro) atuaram bem abertos, próximos às linhas laterais do gramado, buscando a diagonal e a linha de fundo. Essa estratégia, como gosta de ressaltar Paulo Calçade nas transmissões dos canais ESPN, distancia os membros da linha defensiva do adversário e, por conseguinte, abre espaços para o centroavante e para quem vem de trás, para quem vem do meio-campo.
E é justamente no meio-campo que está o coração do jogo azulgrená. E o cérebro. Nesta terça-feira, por exemplo, o setor foi ocupado por Busquets, Xavi, Iniesta e Messi, atletas de muita qualidade no passe - fundamento crucial para a manutenção da posse de bola. São quatro jogadores para pensar pacientemente a partida pela faixa central. E às vezes são cinco, quando Fàbregas é titular e Messi o falso 9.
A maior sacada no comando do Barcelona, para mim, foi centralizar Messi. Entretanto reconheço que esse 3-4-3 retirado da cartola de Guardiola merece menção honrosa. Por originar, insistir e desenvolver a ideia, mais uma vez Pep merece palmas.
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2 comentários:
Fantastico.
Texto show. 1 AULA.
Flexibilidade tática do Guardiola é fantástica. O Madrid que se cuide.
Messi é o melhor Meia-atacante/ponta/segundo atacante/falso nove do mundo
hahahah
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