Zé Roberto. O nome do jogo. Sem dó nem piedade afundou o Caracas com dois gols, nesta terça, na Arena. Werley, o zagueiro-artilheiro, e Barcos, o capitão da tripulação tricolor dentro das quatro linhas, também balançaram as redes (4 a 1).
Tenho consciência de que seja prematuro, imediatista e irresponsável afirmar isso a essa altura do campeonato. E de que a probabilidade de eu queimar a língua é bastante alta. Contudo, baseado nos elencos – quantidade e qualidade – e nas comissões técnicas, hoje vejo apenas um time capaz de bater o Corinthians no mata-mata: o Grêmio.
O que pode pesar contra os comandados de Luxemburgo é o curto tempo de vida. É a falta de entrosamento. Dida, Cris, André Santos, Vargas e Bacos chegaram nessa temporada. Estamos falando de cinco titulares. Sincronia não se adquire da noite pro dia. Porém não há como negar que as exibições contra o Fluminense, no Rio de Janeiro, e contra o Caracas, em Porto Alegre, lavaram a alma dos tricolores gaúchos (noves fora o balde de água fria nos concorrentes).
Experiência de sobra sob a trave, um zagueiro forte na jogada aérea (Cris nem tanto), um lateral agudo no apoio (Pará nem tanto), dois volantes que transbordam fôlego, que defendem e atacam com a mesma eficiência, dois meias (em ótima fase) rodados e dotados tecnicamente, um atacante veloz e habilidoso, outro completo e goleador. Some a esse onze um banco de reservas de respeito e um treinador sedento pelo título que lhe falta, e está composta a receita duma bela campanha.
Claro que qualquer um pode morrer no mata-mata. Estamos falando de futebol. Em 180 minutos tudo pode acontecer, independente de quem esteja do outro lado do campo. Entre os integrantes brasileiros, no entanto, a evolução gremista dentro da competição está nitidamente à vista - a exemplo da alvinegra liderada por Alexandre Pato e Renato Augusto. O que não quer dizer que Fluminense, Atlético, São Paulo e Palmeiras irão morrer na praia, pois ainda há muita água para passar debaixo da ponte.
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