sábado, março 16, 2013

Volantes mostram o caminho

Há de se ponderar a fragilidade do oponente. O Reading disputa a lanterna da Premier League com o QPR ponto a ponto. A briga é boa. Não se pode negar, porém, a aula de futebol aplicada pelo Manchester United, neste sábado, no Old Trafford. Tudo bem, a partida feita pelo líder não foi nota dez, esteve longe da perfeição. É verdade. Contudo foi uma lição do bom e velho 4-4-2 britânico, apesar da vitória magra por 1 a 0 (gol de Rooney).

Cleverley não foi relacionado para o jogo e Carrick ficou no banco (ambos considerados titulares). Nesse contexto a equipe escalada por Ferguson alinhou no setor do meio campo Welbeck, Anderson, Giggs e Young. Todos - cada um a seu jeito - atletas de bom trato com a bola no pé. Por dentro, dois canhotos do passe e da visão apurados; por fora, dois condutores de velocidade, duas válvulas de escape. Os quatro visando alimentar a dupla de ataque.



Evidente que um dos atacantes volta para marcar o primeiro volante quando a posse está com o adversário no campo defensivo do United. Em regra, esse cara é Rooney. Ainda assim, gosto de classificar o sistema como 4-4-2 - ao invés dum 4-4-1-1 - porque o camisa 10 atua boa parte do tempo próximo a Van Persie, e porque Van Persie se movimenta bastante, abandona a referência em vários momentos. Nomenclaturas às vezes irrelevantes à parte, o que realmente me chamou a atenção no confronto com o Reading foi a composição da meia cancha. Em especial, do miolo dela.

A dupla de volantes foi formada por Anderson e Giggs. Convenhamos, nenhum cão de guarda. Nenhum destruidor de jogadas. Sabem dar de ladrão, mas são mais construtores. Há quem prefira o balanceamento, um destruidor e um construtor lado a lado. É uma teoria tentadora, admito. Eu, todavia, prefiro dois construtores juntos, como Anderson e Giggs (ao invés de Carrick e Giggs, Carrick e Anderson ou Carrick e Cleverley, por exemplo). Pelo seguinte: a partir do momento em que os jogadores estão em sincronia, ocupando os espaços com inteligência, correndo certo, a presença do chamado leão de chácara à frente da defesa se faz desnecessária. Ainda mais no 4-4-2 em linha, já que nessa estrutura a faixa central carece de criação quando os volantes não saem com qualidade para o jogo, alternadamente ou não.

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