Goleiro em noite inspirada, contra-golpe perfeito, e sorte. Essa é a receita para bater o todo-poderoso Barcelona. Por isso a vitória por 1 a 0 adquirida pelo Chelsea, no Stamford Bridge, nesta quarta-feira, pode entrar para o manual "Como derrotar o Barça de Guardiola e Messi".
A estratégia ideal para enfrentar a equipe catalã - senão a única - é jogar no contra-ataque. Por um simples motivo: futebol se joga com apenas uma bola, e ela é do Barça, em média durante 70% do tempo. Não importa se você é o Real Madrid ou o Bragantino, se a disputa é dentro ou fora da casa, a posse sempre pertence ao time culé.
Portanto, como os culés majoritariamente mantêm a posse e atuam com a última linha adiantada, quando a bola é retomada a orientação é a ligação direta para os atletas mais velozes sairem no contra-ataque. Foi o que ocorreu com Ramires, quando foi lançado às costas de Daniel Alves, ganhou dos marcadores na corrida e cruzou para Drogba balançar a rede.
Ramires, aliás, era pedra cantada. Estava na cara que a jogada seria o contra-golpe puxado por ele, como previsto aqui do blog (só não tinha imaginado o 7 na esquerda, grande sacada do técnico suíço-italiano). Vale ressaltar que várias vezes os contra-ataques chegam a até ser criados diante do Barcelona, mas poucas vezes são aproveitados. No caso dos Blues, eles aproveitaram - com participação crucial do ex-cruzeirense.
Porém um triunfo sobre esse Barcelona não se constrói apenas de contra-golpe. É preciso marcar, e muito. É preciso se fechar, povoar o campo defensivo e diminuir os espaços dos azulgrenás. Palmas para Di Matteo e seus comandados, que conseguiram essa proeza, ora com duas linhas de quatro, ora com uma de quatro e outra de cinco. Evidente, defensivamente o coletivo do Chelsea brilhou. No entanto peço licença para destacar a função exercida por Meireles, que não deixou Messi jogar na região que o argentino mais se sente à votande: entre o meio e a direita.
Mas não para por aí, não. Para superar esse Barcelona, além de contra-ataque e marcação perfeitos, é preciso ter sorte. Muita sorte. Por mais eficiente que seja o sistema defensivo, cedo ou tarde o Barça cria as chances. Não tem jeito. E é aí que entra a sorte, algo que sobrou para Di Matteo e seus comandados. Não só pelas três na trave (Alexis no primeiro tempo, Puyol e Pedro no segundo), mas por aquele gol perdido por Fàbregas, que na verdade foi perdido porque a bola quicou com bastante efeito antes da finalização do camisa 4. Ah, e claro, Cech fez excelentes intervenções. Noite inspirada.
Antes do confronto de ida, o treinador do clube londrino disse que seria necessário fazer duas partidas perfeitas para passar de fase. Uma já foi feita. Legítima, inteligente e letalmente, o Chelsea fez o que precisava ser feito para derrubar o Barcelona e terminou com a vitória sem discussão. Agora é esperar o duelo da volta, que tem tudo para ser idêntico (pelo menos nas estratégias) a esse, na semana que vem, terça-feira, no mesmo horário.
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4 comentários:
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Caro Carlão,
O Chelsea a jogar assim ganha 1 jogo em 20 ao Barcelona.
Acho que era possível o Chelsea jogar com mais coragem. Tem jogadores para isso.
Abraço
r.
Correção: foram três bolas na trave (Alexis, Puyol e Pedro).
A de Puyol foi muito bem espalmada pelo Cech. Agora, eu ouvi um comentário do José Trajano na internet (ESPN), dizendo que o Chelsea não foi tudo isso. Eu gostaria de dizer a ele que se o Barcelona tivesse encarado defesas do nível da defesa do CFC, no Espanhol, estaria fora até da Champions do ano seguinte. O Chelsea fez um jogo tático, muito bom, não perfeito, mas eficiente. Ouso dizer que nem o Real conseguiu colocar um time tão bem disposto defensivamente contra os catalães. No jogo da volta o Chelsea pode perder por uma diferença mínima de um gol que se classifica, desde que marque gols. O Barça teve umas 5 chances claras de gol nesse jogo, diferente do que fez em outras partidas, onde conseguiu dezenas de chances. O trabalho do Di Matteo tem que ser reconhecido. Venceu o melhor do Mundo, o Barça. O pessoal fala por aí "o Barça teve azar, as bolas foram na trave". Uma bola que bate na trave pode entrar ou pode sair, faz parte do jogo. O Barça teve sorte, também, quando a bola escapou de Drogba no início do 1º tempo, na entrada da área. Não suporto ouvir esses comentários. A tv aberta em nenhum momento deu crédito a marcação do Chelsea, só a falta de sorte do Barcelona. Bom post.
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