quinta-feira, janeiro 15, 2015

Duas opções para o Inter 2015

Não sei o que Aguirre tem em mente para o Internacional, no que diz respeito ao esquema tático da equipe. Até onde sei, salvo engano, ele é adepto do 4-4-2 em linha. Daí a dizer de que ele irá implantá-lo no Colorado, são outros quinhentos. Por essas e outras me permiti projetar nesse post duas opções para a temporada: uma no 4-4-2 em linha e outra no 4-1-4-1 – sistema de Abel Braga no ano passado.

No 4-4-2 em linha, com a chegada de Vitinho, pensaria nele e Sasha pelas extremas, com Nilton primeiro volante e Aránguiz segundo, saindo mais, além de D’Alessandro pela faixa central, encostando em Nilmar. D’Ale é mais meia que atacante, e a variação para um 4-4-1-1 seria natural, com o camisa 10, sem a bola, marcando o primeiro volante adversário, enquanto os extremos Sasha e Vitinho fecham os lados, alinhados aos volantes, todos dançando o baile da compactação. (Sem Vitinho, defendo esta opção aqui.)



Dessa maneira o Inter teria dois típicos wingers, dois atletas de velocidade e drible pelas beiradas, de condução, de transição rápida. Não dois goleadores, mas dois jogadores de características fundamentais a uma estratégia de jogo, especialmente adotada fora de casa e/ou quando se está em vantagem no placar: o contra ataque. Dessa forma, D’Alessandro, que atuou à direita na temporada passada (e em tantas outras, inclusive na Libertadores 2010), teria de trabalhar mais pela faixa central, para liberar o flanco para Sasha. O que não seria problema para ele, nem para o time. O problema, nesse caso, seria de Alex, que acabaria no banco.

Há também Giorgian De Arrascaeta, ex-Defensor, uruguaio de 20 anos de idade. Confesso que não conheço o futebol dele, por conseguinte não posso opinar sobre. A julgar por esse vídeo no YouTube, todavia, parece-me um meia-atacante versátil, que rende bem tanto por dentro quanto por fora, atrás do centroavante ou vindo da ponta. Porém posso estar enganado. Por isso não especulei-o na prancheta acima, nem na abaixo. Na prancheta abaixo, aliás, a meu ver, encontra-se um XI mais equilibrado, com as peças melhor distribuídas, no 4-1-4-1.



No 4-1-4-1, com Vitinho, a ideia é a mesma da alternativa anterior: velocidade e habilidade pelos flancos com ele e Sasha, dando ênfase aos contra golpes – ainda mais com o velocista Nilmar no comando do ataque. O que muda é o miolo da meia cancha, nesse caso. Em vez de uma dupla de volantes, nesse esquema há a figura do cabeça de área, incorporada em Nilton, à frente da zaga. Nilton, por sinal, resgata uma “tradição” recente de primeiros volantes altos no Inter (Sandro, etc). E à frente dele, uma dupla de meias de altíssima categoria: o argentino D’Alessandro e o chileno Aránguiz. Dessa forma, penso eu, a meiuca ficaria mais balanceada, tanto defensiva quanto ofensivamente.

Uma visualização rápida. Com a posse de bola, por exemplo, Ernando e Réver poderiam abrir pelos lados, para liberar os laterais simultaneamente, enquanto Nilton se aprofundaria entre eles, como uma espécie de terceiro zagueiro, deixando a criação do corredor central toda nos pés de Aránguiz e D’Alessandro. E do próprio Nilmar, que poderia recuar para se somar ao meio campo, além de abrir espaço para as entradas em diagonal de Vitinho e Sasha – que por suas vezes abririam espaço para as subidas dos laterais.

Seja como for, no 4-4-2 em linha, no 4-1-4-1 ou noutro esquema tático por mim aqui não cogitado, o fato é que a expectativa é positiva em relação ao Inter. Pelo menos a minha. Principalmente pela contratação de um treinador estrangeiro, que, confesso, não conheço direito, contudo tenho certeza de que pior que a média dos medalhões brasileiros, ele não é. É importante lembrar à imprensa, à torcida e à cartolagem, portanto, que Aguirre está chegando agora, e que uma avaliação justa do seu trabalho só pode ser feita lá pelo final da temporada. Qualquer avaliação antes disso é injusta, cruel e covarde. Repito: covarde. Caso as coisas não engrenem logo de cara, nós não podemos fazer dele um novo Gareca. Nós imprensa, nós torcida, nós cartolagem.

EM TEMPO: Giorgian De Arrascaeta acabou fechando com o Cruzeiro.

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