quarta-feira, janeiro 21, 2015

Enfim, o Liverpool está nos trilhos

Por uma série de motivos, a primeira metade da temporada 2014/15 foi difícil para o Liverpool. Talvez o principal deles, o excesso de mudanças promovidas por Brendan Rodgers meio que da noite para o dia, tanto em termos de peças (jogadores) quanto de estrutura (esquema). A inserção dos reforços no time em larga escala e a alternância frequente do sistema tático, aliadas à lesão de Daniel Sturridge, foram determinantes na campanha ruim dos Reds na primeira metade da temporada. Agora, na segunda metade, muitas rodadas depois, o panorama parece ter mudado de vez.

Somando todas as competições (Premier League, FA Cup e Copa da Liga Inglesa), o Liverpool não perde há 9 jogos. Isso mesmo. São 6 vitórias e 3 empates. Mas mais do que os resultados na tabela, o Liverpool tem jogado bem no campo. Não tem conseguido os resultados na marra. Tem conseguido na bola. E talvez o melhor exemplo disso seja o 1 a 1 contra o todo-poderoso Chelsea, na terça-feira, quando a equipe de Rodgers dominou totalmente a de Mourinho. Vide esse post (com prancheta), a supremacia vermelha ficou nítida também nos números (20 a 2 em finalizações).



De uns tempos para cá o Liverpool tem conseguido os resultados na bola porque o time se encontrou. E o time se encontrou porque o treinador tem repetido o XI. Há cerca de dez partidas, o XI se distribui num 3-6-1, com um quadrado no meio campo, formado por Lucas, Gerrard (Henderson), Lallana (Gerrard) e Coutinho. No setor defensivo, Emre Can, Skrtel e Sakho têm sido eficientes e passado segurança aos companheiros. Já Sterling, ainda sem Sturridge à disposição, tem sido improvisado no comando do ataque. E nas alas, mais recentemente Moreno reconquistou a esquerda, ao passo que Markovic tem se firmado na direita.

A última derrota do Liverpool foi para o Manchester United, no Old Trafford, no dia 14 de dezembro, por 3 a 0. Apesar do placar, o Liverpool jogou bem. De Gea fez muita diferença, foi um dos melhores em campo, se não o melhor, e isso indica que chances foram criadas pelos Reds. E foi justamente nesse jogo contra o United, salvo engano, que Rodgers utilizou o 3-6-1 pela primeira vez na temporada, ainda com Johnson/Touré e Lovren na zaga, Henderson na ala dirieta, e Allen na meia cancha, na vaga que indiscutível e merecidamente hoje pertence a Lucas. Confira aqui na prancheta.

No fim das contas, a boa notícia para o torcedor do Liverpool, na verdade, são duas. A primeira é que Rodgers definitivamente encontrou o chamado XI ideal, esquematizado no 3-6-1. Esquema que deve ser mantido mesmo com o retorno do centroavante Sturridge, que deve ocorrer no próximo mês. Nesse caso, Sterling formaria a dupla de meias com Coutinho, e Markovic acabaria no banco. Ou o próprio Henderson. A segunda boa notícia é que o time tem alcançado os resultados jogando bem, na bola, não aos trancos e barrancos. E talvez o melhor exemplo disso seja a exibição de ontem contra o Chelsea. A vitória não veio, é verdade. Ainda assim a equipe demonstrou capacidade e confiança para conseguir bons resultados na segunda metade da temporada. Quem sabe a ponto de levantar algum troféu (Europa League, FA Cup e/ou Capital One Cup) e/ou de terminar a Premier League no G4.

PS: Leia outros dois posts sobre o Liverpool publicados nessa temporada, um em setembro e outro em janeiro.

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