terça-feira, janeiro 13, 2015

Dudu e Kelvin: quem segura?

Quando Dudu foi anunciado no último domingo, apressei-me a projetar um time com ele e outros jogadores recém-contratados pelo Palmeiras. Nele, acabei colocando-o na ponta direita, apesar de ter grifado "Dudu é ponta-esquerda e ponto final" no texto. Nessa projeção, para encaixar Zé Roberto na esquerda, sem descartar a inversão deles (leia o post no próximo link), desloquei Dudu à direita (veja aqui na prancheta). Novidades surgiram nas últimas horas, no entanto. E a chegada de um atleta em específico, noticiada nesta terça-feira, fez-me mudar de visão sobre o possível/provável Palmeiras.

Refiro-me a Kelvin. Ficou famoso por deixar Jesus de joelhos (relembre na abertura do vídeo abaixo). Ponta do Porto, brasileiro, 21 anos. Chega por empréstimo de uma temporada. O que me faz pensar que ele será titular. Não só por isso, mas em especial por suas características de velocidade e drible. Características semelhantes às de Dudu, inclusive, embora Kelvin me pareça mais agudo. Ou seja, os laterais aversários que se cuidem! Enfim. O fato é que Oswaldo tem em mãos dois belos wingers, dois excelentes jogadores de beirada, acima da média do futebol brasileiro. Um canhoto (Kelvin) e outro destro (Dudu). O que me leva a crer que o treinador irá adotar a tática dos pés opostos: canhoto na ponta direita e destro na ponta esquerda. Tática da qual sou adepto, por sinal.



A questão é: e Zé Roberto? Com Kelvin e Dudu nas pontas do suposto 4-2-3-1 alviverde, onde entra Zé Roberto? Porque, num primeiro momento, vejo Zé titularíssimo. Pelo menos no primeiro semestre do ano, honestamente, não consigo imaginá-lo fora do XI inicial. Você consegue? Bah. Eu juro que eu não. Logo, abrem-se, pelo menos na minha cabeça, três alternativas: ou Zé Roberto joga como meia-central, ou Zé Roberto joga como volante, ou Zé Roberto joga na lateral esquerda. Em outras palavras, Zé deve ser o curinga de Oswaldo. Quando Valdivia não estiver apto, ele pode formar o meio campo com Amaral e Gabriel (4-2-3-1 ou 4-1-4-1). Quando Valdivia estiver apto, ele pode formar a dupla de volantes com Amaral ou Gabriel (4-2-3-1). Ou, de preferência quando Victor Luis não estiver à disposição, Zé Roberto pode jogar na lateral. Isso tudo aos 40 anos. Resumindo: que homem!

Seja como for, com Zé na meia, na "volância" (odeio esse termo), na lateral ou no banco de reservas (se isso rolar ficarei bastante surpreso), o fato é que o Palmeiras está montando um plantel forte para os padrões nacionais. Não diria forte ao ponto de candidatá-lo ao título do Brasileirão 2015, mas forte ao ponto de visualizá-lo na briga por uma vaga na Libertadores 2016.

Claro. Trata-se de um início de trabalho. É preciso ter cautela. Não se pode empolgar. Outros concorrentes estão com o mesmo treinador há mais tempo, praticamente o mesmo elenco, até mesmo o mesmo XI, e isso significa uma baita vantagem. Ainda assim, vejo qualidade no trabalho de Oswaldo e nos jogadores que chegaram ao ponto de acreditar que o time ganhará corpo e engrenará a tempo de brigar por uma vaga no G4. Mas para tanto, Oswaldo precisará de convicção para definir o XI o quanto antes, para dar sequência a ele e para deixá-lo evoluir (lembre-se: sem convicção não há repetição, e sem repetição não há evolução). Quanto às possibilidades na Copa do Brasil... Bom. No mata-mata tudo pode acontecer.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Carlão, tudo bom? Gosto muito de seus textos e de suas reflexões e desdobramentos a cerca do mundo da bola.

Por isso, acho que você é a melhor pessoa para responder uma dúvida que está na minha cabeça: O que aconteceu com a seleção de Portugal? Que antes tinha Figo, Deco, Simão Sabrosa, Petit e etc? Pois a atual depende, excusivamente, da genialidade de um tal de CR7. O q houve?

Espero que leia com carinho e se interesse pela questão, pois estou ansioso pela sua explicação.

Unknown disse...

Portugal é um país com 10 MM de habitantes. Estatísticamente é difícil sair boas gerações em sequência.
O curioso é que as seleções de base tem tido bons resultados nas Euros de categorias inferiores, mas poucos são aproveitados por clubes portugueses e, consequentemente, pela seleção.