"O Robinho é diferente do Neymar. O Robinho dribla em velocidade. É completamente diferente. O Neymar não é veloz, mas é muito técnico, arma muito bem o jogo. Acho que ele vai emplacar como meia-atacante".
Esta declaração foi dada por Zito, ídolo e gerente de futebol do Santos, no início de 2009, quando Neymar começava a fazer seus primeiros jogos entre os profissionais, no time treinado por Vagner Mancini.
Passado um ano, a previsão de Zito não se confirmou por completo, principalmente no que diz respeito ao posicionamento do menino da Vila. No 4-3-3, Neymar é ponta-esquerda. No 4-4-2, é segundo atacante.
No entanto, de fato, ele tem a visão de jogo dos grandes camisas 10. Não é um armador da estirpe de Paulo Henrique Ganso, por exemplo. Mas faz a leitura das jogadas como poucos, a exemplo do
lance do segundo gol do Peixe sobre o São Paulo, neste domingo.
Quando parecia que não havia opções, Neymar encontra, ou melhor, cria um espaço entre dois são-paulinos e toca de trivela para o centroavante marcar. Detalhe: ele não ergue a cabeça para ver a entrada de André por trás da zaga. Nota-a com a visão periférica. Jogada, a meu ver, genial.
Se não bastasse ter os olhos e o raciocínio afiados, Neymar tem talento para pôr em prática, com precisão, o que trama na mente.