sexta-feira, junho 28, 2013

Prévia de Brasil vs Espanha

É sabido que os laterais da Seleção dão trabalho aos defensores adversários. Por isso penso que Del Bosque não irá escalar nem Iniesta, nem Fàbregas, numa das beiradas do campo. Porque quem for escalado na ponta esquerda, por exemplo, terá de acompanhar as subidas de Daniel Alves, e creio que Iniesta e Fàbregas não serão submetidos a esse "sacrifício".

Quem pode ser escalado por ali? Quem pode dificultar os avanços do lateral-direito do Brasil? Imagino que Pedro - que, justiça seja feita, se jogar por ali, terá como missão não apenas marcar Daniel Alves. Pelo contrário. Se jogar por ali, pela esquerda, o camisa 11 da Roja irá infernizar a vida de seu companheiro de Barcelona. Em relação ao outro lado, em relação às medidas contra as investidas de Marcelo, acredito que o treinador da Espanha irá optar por Jesus Navas - para tentar frear as subidas do lateral do Real Madrid e, claro, para atacar por aquele flanco com muita velocidade.

Confira aqui a prancheta prévia.



Se assim for, partindo do princípio que o meio campo espanhol será formado por Busquets, Xavi e Iniesta, sobra apenas uma vaga do meio pra frente: a de centroavante. E entre Soldado e Torres, aposto que Del Bosque irá de Fàbregas - entre outros motivos, para trabalhar como falso nove, para recuar, se somar à meia cancha e obter superioridade numérica no setor da meia cancha, qualificando assim a posse de bola através do passe.

Dito isso, me parece que o duelo chave da finalíssima da Copa das Confederações, domingo, no Maracanã, tem tudo para ser Paulinho vs Iniesta. Pelo seguinte: Paulinho é a válvula de escape do time de Felipão, peça fundamental para o contra ataque verde e amarelo. E, convenhamos, não é muito a do Iniesta marcar ou acompanhar as arrancadas típicas do ex-corintiano. Em contrapartida, Paulinho deve ter menos liberdade e oportunidade para atacar justamente por, em tese, bater de frente com Iniesta durante boa parte da partida.

Marcação por pressão, abafa, nos primeiros dez minutos e, com ou sem balançar a rede de Casillas, a partir daí se armar para contra golpear - sem abdicar da bola aérea (tiro direto, indireto, cruzamento, escanteio, etc) e dos chutes de longa distância. A estratégia do Brasil deve ser essa. Estratégia que tem grandes chances de dar certo. Mas para tanto é preciso que a Espanha não consiga com frequência as finalizações que em regra consegue (frutos da habitual e exímia troca de passes paciente, e da espera pelo momento exato para se infiltrar na área e executar o arremate).

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segunda-feira, junho 24, 2013

Não vi Pelé, mas vi Messi

Messi completa hoje, dia 24 de junho, 26 anos. Na carreira, são 313 gols pelo Barcelona (em 379 jogos) e 35 gols pela Argentina (em 82 jogos).



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quarta-feira, junho 19, 2013

Futebol de ponta

Aos poucos Neymar vai assumindo o posto deixado por Ronaldinho, do Barcelona, o último grande ponta-esquerda brasileiro.



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segunda-feira, junho 17, 2013

Missão quase impossível

Javi Martínez, Cazorla, Mata, Silva, Navas, Torres, Villa... Isso sem citar Isco, que está disputando a Euro Sub-21. Para um banco de reservas, nada mal. Sem dúvida o elenco mais qualificado do planeta no momento. Talvez não o mais equilibrado, a dupla de zaga carece de suplentes à altura. Porém sem dúvida o plantel com mais talentos individuais, superando o da Alemanha, da Argentina, da Holanda, do Brasil, e por aí vai.

Apesar disso, o destaque da atual seleção campeã mundial e bicampeã europeia não é o fator individual, mas sim o coletivo, que todos estão carecas de saber como funciona: valorização da posse de bola baseada na troca de passes precisos e pacientes, à espera da oportunidade da infiltração, do passe vertical, da finalização. Muito toque no campo do adversário à espera da hora certa de dar o bote. E nos raros momentos em que perde a pelota, retoma-a lá na frente, pressionando o oponente, pois avança em bloco, com o time inteiro compactado. Em resumo, uma aula. Não aprende quem não se interessa.



É impossível vencer a Espanha? Não. Possível é. A bola parada, o contra ataque - e uma pitada de sorte - são os caminhos. Não adianta querer jogar de igual para igual, tentar igualar a posse, porque futebol se joga com apenas uma bola, e quer queira ou não, ela fica a maior parte do tempo (70% em média) nos pés dos espanhóis. Portanto, além da bola parada (tiro livre direito, escanteios, jogadas aéreas, etc), o contra golpe é a estratégia mais indicada para tentar tirar uma casquinha da toda-poderosa Roja. O problema é que nem sempre se consegue encaixar o contra ataque como se imagina ou se ensaia.

É preciso paciência. É preciso ter consciência e compreender que durante boa parte da partida você vai correr atrás da bola. Ou melhor: vai correr sem a bola, preenchendo e diminuindo os espaços no campo defensivo, à espera da retomada, da transição entre defesa e ataque e da progressão em velocidade no espaçoso gramado ofensivo, já que a Espanha se adianta toda e deixa vazios generosos da sua intermediária para trás. É preciso igualmente ter competência para conseguir encaixar o tal do contra ataque, que pode ser raro em 90 minutos. Pode pintar um aqui, outro ali, e por isso é preciso alto nível de concentração para que ele seja bem sucedido. Ou seja: para que termine em gol. Também é preciso eficiência defensiva, pois de nada adianta fazer um e levar três, por exemplo. E é preciso também, por que não?, um pouco de sorte, afinal, trata-se de um jogo. Ah, e é preciso confiança, acreditar na vitória, pois se entrar em campo com espírito de derrotado, já era.

A Espanha de Xaviniesta e companhia é a favorita à Copa das Confederações? É. Por mais que tentem vender um falso favoritismo verde e amarelo, e por mais que, de fato, a seleção de Felipão tenha mostrado relativa evolução de uns jogos para cá, não se pode negar o domínio, o predomínio espanhol. Porém, como tentei explicar nesse post, é sim possível vencer a equipe treinada por Del Bosque. Basta, para isso, que essa conjunção de fatores aconteça. Convenhamos, não é fácil, tampouco provável. Mas não é impossível.

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domingo, junho 09, 2013

Oscar e Hernanes lado a lado

Está meio claro que Felipão tem no 4-3-3 seu plano B. Diante da Inglaterra, no Maracanã, e agora contra a França, na Arena do Grêmio, o treinador alterou o esquema tático no segundo tempo. Abriu mão do 4-2-3-1 e passou a jogar com "três volantes", como equivocadamente muitos costumam dizer. Admito que gosto dessa opção, porém com uma condição: Oscar titular.

Tanto contra os ingleses quanto contra os franceses, quando a Seleção adotou o 4-3-3, Oscar já tinha sido substituído. E é aí que mora o erro, a meu ver, porque, a exemplo de Hernanes, o meia do Chelsea é essencial ao funcionamento dessa estrutura. Não sei se com Fernando, David Luiz ou Luiz Gustavo na cabeça de área, Lucas ou Hulk na ponta direita. Não sei. Só sei que a dupla de meias (não volantes), nesse sistema, tem de ser Hernanes e Oscar.



Depois dessa sequência de amistosos, acredito que ninguém irá questionar a titularidade de Hernanes, né? Posse, passe, finalização com as duas pernas (de perto e de longe), senso tático, experiência internacional... Sem querer encher a bola dele mas já enchendo, um meio-campista completo. Mas e Paulinho, Carlão? Banco. Simples assim. Aliás, não entendo essa unanimidade por Paulinho no onze inicial da Seleção. Que é um grande volante, não se nega. Daí a pensar que ele é titularíssimo do Brasil, para minha cabeça, me desculpe, é um pouco demais.

Confesso que entre o 4-3-3 e o 4-2-3-1, prefiro o 4-2-3-1, da maneira que foi diante da França, com Hulk, Oscar e Neymar na linha de três (veja aqui). Confesso também, todavia, que vejo com bons olhos esse 4-3-3 - desde que Oscar e Hernanes atuem lado a lado. Em relação ao cabeça de área e ao ponta-direita, são outros quinhentos. Mas só para não passar em branco, a ideia de Lucas no lugar do Hulk é pertinente, entre outros motivos, para dar cancha com a amarelinha ao winger do PSG. Já David Luiz, até pela estatura, pode ganhar espaço no meio campo defensivo.

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quarta-feira, junho 05, 2013

Sai Fernandinho, entra Fernando

Tá no Guardian Football: Fernandinho perto de fechar com o Manchester City por € 35 milhões. Segundo o site (leia aqui), o volante já teria feito até os exames médicos e tudo mais nessa quarta-feira. Ou seja, num dia o Shakhtar compra Fernando, no outro vende Fernandinho. E a pergunta que fica é: para passar o bastão?



No post publicado ontem, terça-feira (com prancheta), levantei a bola sobre o posicionamento no time e agora quero distribuí-la. Citei o interesse do City no ex-jogador do Atlético-PR e especulei, no último parágrafo, a possibilidade de Fernando chegar para assumir a vaga de segundo volante, se Fernandinho de fato saísse - o que aparentemente se consumou (por € 35 milhões!).

Escrevi: "Caso Fernandinho realmente se mude de Donetsk, não vou me surpreender se o gremista Fernando assumir o papel de seu xará, de volante de escape, ao lado de Hübschman. Além de marcar muito, o camisa 5 da Seleção de Felipão tem qualidade de sobra para aparecer na frente - e tempo de sobra para evoluir, pois tem apenas 21 anos."

Analisando o elenco hoje, me parece claro que Fernando chega para ser o segundo volante da equipe. A não ser que o Shakhtar contrate mais alguém para o setor, o chamado primeiro volante do Brasil tem tudo para se tornar segundo nos gramados da Ucrânia e da Europa. Seria, por exemplo, o caminho inverso de outro tricolor, Lucas, que saiu de Porto Alegre como segundo volante e virou primeiro no Liverpool.

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terça-feira, junho 04, 2013

Onde entram Fernando e Nem?

Nem Luiz Adriano, nem Alex Teixeira, nem Douglas Costa, nem Fernandinho. O craque do Shakhtar veste a camisa 22, é armeno, tem 24 anos e nada menos que 25 gols (1 de pênalti) em 29 jogos no Campeonato Ucraniano 2012/13 (veja aqui o vídeo dos tentos do artilheiro da competição). Logo, a formação do time para a próxima temporada passa pela permanência dele ou não, já que o Liverpool tem na manga uma oferta de € 25 milhões.

Se Mkhitaryan ficar, a ideia é simples: segue o 4-2-3-1 com ele pela faixa central, Luiz Adriano na referência do ataque, Taison na ponta esquerda, e Alex Teixeira, Douglas Costa ou Wellington Nem na ponta direita. Quanto a Fernando, deve ganhar na bola a vaga do respeitado Hübschman e formar dupla com Fernandinho (desde que o ex-Furacão não se mude para o Manchester City).



Se Mkhitaryan sair, a tendência é a linha de três ser composta por três brasileiros. Só não sei como. Mas, embora seja um ponta de ponta, imagino que Taison possa acabar atuando por dentro (como atuou no Metalist), com Alex Teixeira e Douglas Costa ou Wellington Nem pelas extremas, num esquema que varia entre o 4-4-2 em linha (4-4-1-1) e o 4-2-3-1 (Taison ora atacante, encostando em Luiz Adriano, ora meia, mais próximo aos volantes).

Falando nos volantes, caso Fernandinho realmente se mude de Donetsk, não vou me surpreender se o gremista Fernando assumir o papel de seu xará, de volante de escape, ao lado de Hübschman. Além de marcar muito, o camisa 5 da Seleção de Felipão tem qualidade de sobra para aparecer na frente - e tempo de sobra para evoluir, pois tem apenas 21 anos. Seria, por exemplo, o caminho inverso de outro tricolor, Lucas, que saiu do Grêmio como segundo volante e virou primeiro no Liverpool.

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Mais um para a legião brasileira

Tá no site do Globo Esporte: Fernando é do Shakhtar Donetsk por € 13 milhões. Além de se juntar a Luiz Adriano, Douglas Costa, Alex Teixeira, Taison, Ilsinho e Maicon, ele tem tudo para assumir a posição e jogar ao lado do xará Fernandinho, o chamado segundo volante da equipe (claro, desde que Fernandinho permaneça, pois parece que propostas tentadoras não faltam). Veja a prancheta do Zonal Marking.



Pelos valores atuais do mercado internacional, pela bola que joga e pela idade (21 anos), € 13 milhões é um preço justo. Do potencial de Fernando ninguém duvida (exceto Luxemburgo, que escalou Adriano naquele jogo da Libertadores na Arena, lembra?). Portanto é bem possível que daqui, sei lá, três anos, algum gigante da Europa o leve do Shakhtar por, vá lá, uns € 20 milhões. Assim como os portugueses, os ucranianos são excelentes middle men.

Pensando em jogadores brasileiros de nível semelhante e da posição, para efeito de comparação, por exemplo, em 2011, aos 22 anos, o corintiano Jucilei, outro brilhante volante da nova geração, custou aos cofres do Anzhi € 10 milhões. E quatro anos antes, em 2007, o também tricolor Lucas, então com 20 anos de idade, foi vendido ao Liverpool por € 9 milhões.

Sem dúvida, é um desfalque desastroso para o Grêmio. E um reforço de peso para o Shakhtar e sua legião verde e amarela. Perde o futebol jogado por aqui no nosso país e no nosso continente, porém ganha o futebol europeu e, quer queira ou não, por conseguinte, a seleção brasileira.

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domingo, junho 02, 2013

Plano B é com Oscar

Não tá fácil escrever sobre a Seleção. Caio na mesmice há meses. Bato sempre na mesma tecla: o lugar de Oscar é pela faixa central e o de Neymar é a ponta esquerda. Respeito e compreendo a opinião de quem prefere o jogador do Barcelona por dentro, mas modestamente discordo. Neymar nasceu para jogar pela beirada esquerda, assim como Oscar foi feito para atuar pelo centro.

Dito isso, me chamou a atenção, no amistoso contra a Inglaterra, na reabertura oficial do Maracanã, neste domingo (2 a 2), um trecho do segundo tempo, quando o Brasil se distribuiu no 4-3-3, com Fernando na cabeça de área, Paulinho na meia direita e Hernanes na meia esquerda - além de Lucas e Neymar nas pontas, mais Fred na referência.



Alguns vão cornetar: "Três volantes!" Normal. No entanto, na prática, no posicionamento, dessa maneira Paulinho e Hernanes são meias. Sem querer comparar, mas já comparando, a exemplo clássico de Xavi e Iniesta no 4-3-3 azulgrená. Eu sei, Xavi e Iniesta não são brasileiros, não podem ser convocados por Felipão. Ainda assim, o elenco verde e amarelo tem sim um atleta indicado para cumprir essa função com maestria, nessa posição, nesse esquema. Me refiro, claro, a Oscar.

Não me canso de falar, para mim o time ideal joga no 4-2-3-1, com Lucas, Oscar e Neymar na linha de três. Não podemos esquecer, porém, que um plano B é sempre bem-vindo, e o 4-3-3 pode ser um plano B classe A. Contudo entendo que a presença de Oscar é fundamental para esse funcionamento, ao lado de Hernanes (apesar do golaço do Paulinho contra os ingleses). Completariam a equipe Luiz Gustavo, ou Fernando, ou David Luiz na cabeça de área (prefiro o último), Lucas e Neymar abertos nas extremas, e Fred na dele. Acho que não vai rolar, mas torço para que Scolari também pense assim.

PS: Veja aqui a prancheta de Brasil vs Inglaterra.

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sábado, junho 01, 2013

O que esperar do Leão?

Não. O Vitória não vai brigar pelo título, tampouco flertará com uma vaga na Libertadores. Eu sei. É muito cedo para cravar alguma coisa, logo a probabilidade de eu quebrar a cara é alta. No entanto, sem querer bancar a bola de cristal, mas já bancando, entendo que o campeão baiano não irá lutar contra o rebaixamento - o que até certo ponto é uma previsão otimista.



Sei que é muito cedo, portanto posso estar enganado. Hoje, porém, vejo outras equipes ficando na parte de baixo, enquanto o rubronegro tem tudo para flutuar pela zona intermediária da tabela. Portuguesa, Bahia, Goiás, Criciúma e Vasco, por exemplo (mais alguém?), a meu ver têm mais chances de cair do que o Vitória. Se vão cair ou não são outros quinhentos.

Não tanto pelo aproveitamento em apenas três rodadas, muito menos pela liderança momentânea, mas sim pela consistência, pelos valores individuais, pela força em casa e pelo entrosamento apresentado dentro das quatro linhas, imagino que o time treinado por Caio Júnior não passará por grandes sustos. Sem querer ser imediatista, mas já sendo, a exibição contra o Vasco, neste sábado, por exemplo, me dá motivos para crer nisso (para quem não viu, aliás, eis aqui a prancheta do Leão). Daqui uns trinta jogos veremos se estou viajando ou não.

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