quinta-feira, fevereiro 27, 2014

O melhor ponta-direita do mundo

O galês, canhoto, de 24 anos, soma 14 gols e 10 assistências em 27 jogos pelo Real Madrid 2013/14. Mas lembre-se (e o vídeo abaixo ajuda a lembrar): futebol não são só números.



Há quem prefira Robben, o holandês, também canhoto, de 30 anos. Entendo. A briga é boa. Mas sou mais Bale.

PS: Saiba mais sobre a era dos pontas de pés opostos.

quarta-feira, fevereiro 26, 2014

Terceiro uniforme por quê?

A necessidade é a mãe da invenção, e com o terceiro uniforme não foi diferente. Seu nascimento não foi à toa. Ao contrário do que podem pensar e dizer alguns, o terceiro uniforme não existe somente "para vender". O terceiro uniforme, acima de tudo, tem utilidade (parece óbvio, eu sei, mas às vezes o óbvio precisa ser dito com todas as letras, quando não desenhado).



Por que o Real Madrid jogou de laranja nesta quarta-feira? (Confira aqui a análise.) Porque as cores do mandante do jogo, o Schalke 04, são o azul e o branco (na foto acima, à direita, o adversário é o Espanyol). Por isso, para que a combinação não seja quebrada, usa-se o terceiro uniforme. Se o Real Madrid não tivesse o uniforme laranja, por exemplo, teria de ter jogado contra o time alemão com a camisa branca, o meião branco e o calção azul (tipo, sei lá, o Santo André). E além disso a vida dos bandeirinhas e dos espectadores ficaria complicada.

Outra questão é: quando usar o terceiro uniforme? Simples. Apenas nas partidas como visitante, quando necessário. Se o Real Madrid visita uma equipe que joga toda de verde, por exemplo, não precisa adotar o azul ou o laranja: joga de branco, evidentemente. Enfim, não quero me tornar repetitivo. Vira e mexe tuíto sobre o assunto e já escrevi um post a respeito (leia aqui). Só espero que os clubes brasileiros aprendam o quanto antes a importância do terceiro uniforme e, principalmente, aprendam a utilizá-lo.

Chocolate merengue na Alemanha

Pirlo na Juventus, Gerrard no Liverpool e Alonso no Real Madrid. O que eles têm em comum? Além da rodagem, das carreiras bem sucedidas e da relativa falta de mobilidade, tratam-se dos principais exemplos de volantes bons de passe que jogam à frente da zaga. Talvez a comparação mais pertinente, na verdade, seja somente entre Alonso e Gerrard, já que a Vecchia Signora de Conte atua com três zagueiros (o que não invalida a ideia do cabeça de área técnico, claro; Pirlo é o exemplo maior disso). Nos esquemas de Rodgers e Ancelotti, com linha de quatro na defesa, quando se tem a posse da bola, Gerrard e Alonso costumam se posicionar entre os zagueiros, que por suas vezes abrem e liberam os laterais simultaneamente.



Na goleada por 6 a 1 sobre o Schalke 04, nesta quarta-feira, na Alemanha, pela ida das oitavas de final da Champions League (prancheta acima), a função executada por Xabi ficou evidente em sua movimentação e em seus passes, como de praxe. É do pé dele que saem as jogadas, por isso suas tomadas de decisão são importantes. Além de Alonso, Di María e os laterais Carvajal e Marcelo também foram bem. O destaque da partida, contudo, ficou por conta do trio de frente, com dois gols para cada. Se Benzema não chega a ser o melhor centroavante do planeta, pelo menos nas beiradas o Real Madrid conta com os melhores e mais contundentes pontas da atualidade. Embora esteja correspondendo como nunca, naturalmente o francês é o patinho feio dos três.

Apesar do destaque do trio de frente, vale ressaltar o equilíbrio. Bale, Benzema e Cristiano Ronaldo não estão levando o time nas costas, longe disso. A meia cancha não fica atrás, com Modric e Di María lado a lado (além de Alonso), assim como Pepe e Ramos no miolo da zaga (além dos laterais, em especial o esquerdo). Apesar de Bale, Benzema e Cristiano Ronaldo se destacarem, é notório o balanceamento entre os setores de defesa, meio campo e ataque do Madrid, e o entrosamento que a equipe treinada por Ancelotti vem atingindo a cada rodada. É um dos candidatos ao título? Fato. Sem dúvida. Mas se há um favorito, o favorito, esse cara segue sendo o Bayern.

Grêmio caminha para frente

Candidato é uma coisa, favorito é outra. Favorito só tem um, candidatos têm vários. O favorito, para mim, é o Cruzeiro. Já o Grêmio, para mim, é um dos candidatos (talvez um dos principais candidatos). Dito isso, a vitória por 3 a 0 sobre o Atlético Nacional, nesta terça-feira, na Arena, pela 2ª rodada do grupo 6, é digna de elogios e reflexões de uma maneira geral.

O primeiro elogio é para os jovens Wendell e Luan, nascidos em 1993. De fato, além de dinamismo, ambos dão habilidade ao time. Agregam qualidade individual ao coletivo, com velocidade, dribles e ousadia. Sem dúvida o lado esquerdo fica arisco com eles por ali. Embora não abandone a ponta, o destro Luan busca a faixa central, arrasta o marcador, circula, cola no nove, vira segundo atacante - movimentação que abre o corredor para Wendell chegar à linha de fundo. Quando entrosarem de vez, sai de baixo.



O segundo elogio pertence à dupla Ramiro e Riveros. Com Edinho à frente da zaga, centralizado, Ramiro (direita) e Riveros (esquerda) têm executado com precisão suas funções. São os chamados carrilleros, os caras do apoio, os caras que geram volume de jogo pela faixa central do gramado. Contam com qualidade no passe, na infiltração na área e na finalização. Não à toa eles têm feito gols nesse início de temporada. São peças crucias e complementares no esquema de Enderson Moreira.

A única coisa que me chamou a atenção negativamente (e confesso não saber até que ponto é uma coisa de fato negativa) foi um certo desequilíbrio gerado pela falta de poder de fogo pelo lado direito. Porque, apesar de Zé Roberto fechar aquele flanco sem a bola, com a posse, até por ser um meia canhoto, veterano, pelos atalhos, ele flutua pelo corredor central, enquanto o corredor direito fica somente para Pará. É suficiente atacar pela direita só com Pará? Não sei. Pode ser que seja. Ou pode ser que esse desequilíbrio, essa falta de contundência pela direita, não seja algo grave. Pode ser algo pontual. Enfim, só sei que as expectativas tricolores devem melhorar a cada dia em relação à Copa Libertadores 2014.

terça-feira, fevereiro 25, 2014

A grande exibição do favorito

Paciência. Essa foi uma das virtudes do melhor time do Brasil, nesta terça-feira, no Mineirão. Somente aos 34 minutos Ricardo Goulart – a eficácia de chuteiras – abriu o placar. Sem desrespeitar o adversário, convenhamos, o gol demorou a sair. Ao fim do primeiro tempo, o placar marcava Cruzeiro 3, Universidade de Chile 0. E ao fim do segundo, 5 a 1 (três de Ricardo, um de Dagoberto, um de Willian, que entrou na etapa final, e um de Lorenzetti).

O time treinado por Marcelo Oliveira teve paciência para fugir da marcação dos visitantes. Devido aos esquemas táticos de ambas as equipes, não houve sobra e o encaixe foi total. Quando há um confronto entre 4-2-3-1 e 4-3-3, por exemplo, meias pegam volantes e laterais pegam pontas, mas são dois homens (dupla de zaga) para o centroavante. No caso desse jogo foi um para um (4-2-3-1 vs 3-5-2). Claro, a marcação não foi individual (nunca é), e os duelos pelo lado de cá do campo mostraram isso: Egídio e Dagoberto contra Castro e González (às vezes Dagoberto era marcado por Castro, às vezes por González, e vice-versa). Como o Cruzeiro quebrou o encaixe da marcação? Com movimentação e trocas de posição.



Imagino Muricy Ramalho mostrando o primeiro gol de Ricardo Goulart para Paulo Henrique Ganso: “Tá vendo, meu filho? O 10 tem que entrar na área.” Impressionante. Goulart não é nenhum craque, porém é peça essencial nesse XI azul. Joga nas três posições da linha de três e como centroavante com a mesma eficiência. Foi assim, infiltrando-se na área como um 9, para receber o passe em diagonal nas costas da linha defensiva, que o camisa 28 abriu a porteira. E uma vez aberta a porteira, tudo fica mais fácil, pois os espaços, até então escassos, começam a brotar.

Você que me segue no Twitter sabe: o Cruzeiro é meu favorito à Libertadores 2014. Desde o ano passado, diga-se. E mantenho minha opinião (agora vou com ela até o fim, né) baseado primeiramente na qualidade do elenco (de longe o melhor do Brasil), na competência e nas convicções do treinador, e no entrosamento adquirido desde a temporada passada. Se o Cruzeiro vai ser o campeão ou não são outros quinhentos. Estamos falando de futebol. No mata-mata qualquer um pode matar, qualquer um pode morrer. No entanto enquanto o mata-mata não chega, a Raposa assume a liderança do grupo 5 com três pontos, graças ao saldo de gols. Defensor (2º), Real Garcilaso (3º) e Universidade de Chile (4º) também têm três pontos cada.

Meia-entrada pra quem?

No Brasil ser honesto é ser otário. Por isso a meia-entrada não funciona (e até onde sei, essa política só existe no Brasil). Ou melhor, funciona na teoria. No campo das ideias é bacana. Agrega, inclui. Na prática, porém, prejudica os promotores e principalmente os consumidores do evento.

Claro, se você tem direito à meia-entrada, legal. O estudante, por exemplo, é beneficiado. O problema é o número enorme de não estudantes e de pessoas sem esse direito que dão um jeito de conseguir entrar no espetáculo dessa maneira, enquanto o cidadão dito de bem, que honestamente paga inteira, é considerado otário pelos malandros (e pela sociedade como um todo). E tem outra: também por causa disso, do uso irregular da meia-entrada com a maior naturalidade, os dirigentes jogam o preço do ingresso lá em cima.

Ah, o jeitinho brasileiro. Fodendo o país há 500 anos. Visto com graça por alguns, eu abomino, do fundo do coração, com unhas e dentes, o jeitinho brasileiro, da fila furada à carteirinha de estudante falsificada, passando pelo corruptor e pelo corrompido. É um dos motivos pelos quais o Brasil não anda, não só fora mas também dentro dos gramados, já que o futebol é reflexo da sociedade.

sábado, fevereiro 22, 2014

A estátua em movimento

Linda a estátua de Dennis Bergkamp, inaugurada neste sábado, nos arredores do estádio do Arsenal. Pelo clube londrino, entre 1995 e 2006, o holandês marcou 120 gols e deu 116 assistências em 423 partidas. Confira nos vídeos abaixo.



sexta-feira, fevereiro 21, 2014

É hora de repensar Ganso

"Camisa 10 tem que entrar na área!"

Quantas vezes você ouviu Muricy Ramalho bater nessa tecla? Pois é. Sempre que o assunto é Paulo Henrique Ganso, o treinador do São Paulo - desde os tempos de Santos, diga-se - solta a frase feita: "Camisa 10 tem que entrar na área!"

Concordo com Muricy. O chamado camisa 10 tem de entrar na área. Se você joga com dois pontas, o cara mais próximo do centroavante pela faixa central é o chamado camisa 10. Por essas e outras ele precisa entrar na área, precisa finalizar, precisa fazer gol.

Ganso, porém, não é esse camisa 10. Está mais para, como dizem na Itália, regista do que para trequartista. Pode soar estranho, mas num 4-4-2 em losango, por exemplo, talvez a posição mais indicada para Ganso fosse à frente da zaga, e não atrás dos atacantes. Para a função que executa com maestria (a armação), Ganso precisa de gente se movimentando na frente dele, de companheiros dando opção para seus preciosos passes - os esperados e inesperados.



Às vezes penso, e chego a ter a pretensão de ter certeza de que, se jogasse na Europa, Ganso seria escalado mais atrás. Como tuitou Rogerio Jovaneli, Seedorf deu a dica naquele Bem, Amigos! clássico (relembre aqui). Quando Pirlo foi citado por Galvão Bueno, o holandês disse, se referindo ao jogador do São Paulo: "Se ele vai jogar como armador, na frente da defesa, aí tudo legal." Quem sou eu para discordar del Professore, né?

No caso de Ganso, “camisa 10 tem que entrar na área!” talvez é murro em ponta de faca (e sei que isso é difícil de entrar na nossa cabeça). É verdade que em 2010 ele jogava por dentro da linha de três, à frente de Arouca e Wesley, entre Robinho e Neymar, atrás de André. Mas aquele time tinha Neymar, não pode ser parâmetro. Com Neymar no time até Zé Love virou craque (juro, ouvi comentarista usar esse termo na época). E outra: aquela fase esplendorosa foi antes do rompimento do ligamento cruzado anterior. Ponderação feita, o fato é que, na sua função, na armação das jogadas, Ganso, esse sim, é craque. No entanto seu posicionamento em campo, avançado, pode estar cortando suas asinhas.

PS: Em 80 partidas pelo Tricolor, Ganso marcou 5 gols.

quarta-feira, fevereiro 19, 2014

A era dos pontas de pés opostos

Antigamente era impensável um ponta-direita canhoto. A grosso modo a função do ponta era chegar na linha de fundo e cruzar para o centroavante, logo, o cara que jogava pela direita tinha de ser destro e o que jogava pela esquerda tinha de ser canhoto. Com o passar do tempo, no entanto, essa função foi assumida pelos laterais, e não houve mais motivos nem espaços para os ponteiros buscarem aquele canto do gramado. (Nilton Santos, aliás, foi o pioneiro dessa movimentação. Talvez por isso - talvez não, com certeza - os laterais brasileiros são ofensivos por natureza.)

São vários os exemplos de pontas de pés opostos, como gosto de dizer: Cristiano Ronaldo (destro) e Bale (canhoto) no Real Madrid, Ribéry (destro) e Robben (canhoto) no Bayern, Neymar (destro) no Barcelona, Hazard (destro) no Chelsea, Hulk (canhoto) na Seleção, e por aí vai. No futebol brasileiro, por exemplo, o canhoto Éverton Ribeiro costuma atuar pela direita no Cruzeiro. Já no Atlético-MG, na contramão dessa tendência, o canhoto Fernandinho cansa de jogar pela esquerda (joga nas duas, na verdade). Ou seja, não há regra. Depende das características dos atletas do elenco e das visões e convicções do treinador. Eu, particularmente, sou adepto da prática do ponta do pé oposto.

Prática que não à toa se disseminou pelo futebol mundial de uns anos para cá (e o surgimento do canhoto Messi na ponta direita do Barça de Rijkaard simboliza essa nova era de ponteiros, naquele time que tinha, olha só, o destro Ronaldinho voando na ponta esquerda). Não à toa porque além de não ocupar o espaço do lateral, a entrada em diagonal na base do drible e o arremate colocado, muitas vezes no canto de lá do goleiro, tornou-se uma arma eficiente das equipes ditas modernas. Esse tipo de jogada, que tem boas chances de terminar em gol, é recorrente, e os jogadores citados no parágrafo anterior não me deixam mentir.

Dare to Zlatan

Há quem diga que é marra. Eu prefiro encarar como autoconfiança, e admiro isso. A insegurança é um dos freios de mão do sucesso. Por isso não vi nada demais quando ele disse que não precisa da Bola de Ouro para se considerar o melhor jogador do mundo (relembre aqui). Agora, nessa semana, voltei a tirar o chapéu para sua resposta, quando questionado pelo seu golaço de esquerda: "There is no wrong foot." Categoria dentro e fora de campo.



Com dois marcados na vitória por 4 a 0 sobre o Leverkusen, na Alemanha, nesta terça, pelo jogo de ida das oitavas de final da Champions League, Zlatan Ibrahimovic chegou a 10 gols em 6 partidas e momentaneamente se isolou na artilharia da competição. Na temporada, somando todos os torneios disputados por seu clube, o sueco de 1,94m computa 34 gols em 35 jogos.

domingo, fevereiro 16, 2014

Passes de mágica

Messi, o único gênio da atualidade.

Tradição rumo à Champions League

O dinheiro despejado sobre Chelsea e Manchester City também contribuiu para a recente queda do Liverpool no cenário europeu. Sem condições de competir de igual para igual nas contratações, o tradicional time da terra dos Beatles perdeu espaço no chamado Big Four e não participa da Champions League há quatro temporadas. Para um clube pentacampeão do torneio mais cobiçado do planeta (1976/77, 1977/78, 1980/81, 1983/84 e 2004/05), nada mais doloroso do que essa sequência de ausências.

A ferida, porém, está prestes a desaparecer, e um bom passo pode ter sido dado neste domingo, diante do Arsenal, no Emirates. Sim, a derrota por 2 a 1 e a eliminação na FA Cup podem ajudar o Liverpool em seu retorno à elite do continente. Ao contrário de seus concorrentes, o elenco dos Reds é curto. Tem bastante qualidade no XI inicial, contudo carece de banco. Logo, seria difícil brigar com força nas duas frentes. Se passasse hoje pelo Arsenal, o Liverpool chegaria às quartas de final da FA Cup. Com o devido respeito à competição mais antiga do mundo, hoje o Liverpool precisa mais da vaga na Champions do que o título da Copa da Inglaterra.

Claro, a eliminação na Copa da Inglaterra não garante o Liverpool no G4, tampouco o troféu da Premier League. Entretanto não há como negar que, embora não se trate do calendário brasileiro, sem outros jogos pelo caminho, suas chances aumentam com o foco total no certame de pontos corridos. E quando digo foco, não me refiro a trocar a “chavinha” dum campeonato para outro. Me refiro ao plantel mesmo. Faltam jogadores à altura de Suárez e cia ou quase isso na reserva – o que enaltece ainda mais o trabalho feito pelo treinador Brendan Rodgers e seus poucos 41 anos de idade.

sexta-feira, fevereiro 14, 2014

Fechado com o Adriano

Sem falso moralismo. Quem não gosta do Adriano, bom sujeito não é.



Não conheço Adriano pessoalmente, por isso não me dou o direito de julgá-lo. Ou melhor, quem sou eu para querer julgá-lo? Quem sou eu para chamá-lo de dependente químico ou cachaceiro? Quem sou eu para me esconder atrás do anonimato da Internet para teclar besteiras sobre o Imperador? Se Adriano tem mesmo problema com álcool, o problema é dele. Não cabe a mim, nem a você, dizer o que é certo e o que é errado, até porque o que é certo para você pode ser errado para mim, e vice-versa. Na comodidade da poltrona, no friozinho do ar condicionado, atrás do computador, é fácil, é mole, é lindo.

Torço por Adriano. Não pelo ser humano. Não pelo homem. Ele é grandinho e sabe se cuidar, ou ao menos sabe o caminho. Torço pelo Adriano jogador. Se não para vestir a camisa 9 da Seleção na Copa do Mundo, torço por seus gols na Libertadores, no Brasileirão e na Copa do Brasil, vestindo a camisa 30 do Atlético. Na noite de ontem para hoje, aliás, sonhei que ele tinha feito um gol de cabeça, em sua estreia, contra o Strongest (diga-se, uma senhora cabeçada que quase furou a rede, após cruzamento da direita). Foi só um sonho, mas tenho fé que irá se realizar e se repetir ao longo da temporada.

Deixe de falso moralismo, meu caro. Se Adriano tem fotos com armas, tem amigos traficantes, Comando Vermelho e o caralho a quatro, dane-se. Nem eu nem você temos a ver com isso. Não conhecemos sua história tampouco sentimos na pele o que ele sentiu, tanto para o bem quanto para o mal. Se o problema é com a bebida, como disse, o problema é dele. Se de fato o álcool o atrapalha, pode ter certeza de que ele sabe disso melhor do que eu ou você. Se de fato isso ocorre, pode ter certeza de que, melhor do que ninguém, ele sabe o que é preciso fazer.

Não torço para que você vire santo, Adriano. Não torço para que você troque a cerveja pelo suco verde (eu jamais trocaria). Torço, até em sonho, para que você meta gol. Torço para que você seja o artilheiro da Libertadores, do Brasileirão, da Copa do Brasil. E, acima de tudo, torço para que os falsos moralistas de plantão deem o braço a torcer a cada gol que você marcar. Mesmo de longe, sem te conhecer pessoalmente, saiba que estou fechado contigo.

terça-feira, fevereiro 11, 2014

O que Felipão dá a entender

Nas entrelinhas me pareceu evidente que nenhum nome inédito pintará na lista dos 23. Me pareceu óbvio que Felipão não irá convocar para a Copa ninguém que ele já não tenha convocado. Caso se confirme esse indício, latente na entrevista desta terça-feira, nomes como Éverton Ribeiro, por exemplo, soam mais do que improváveis (sem falar em outras opções que vinham e vêm sendo cogitadas por parte do público e da imprensa).



Nas entrelinhas da coletiva do treinador da Seleção também me pareceu nítido que apenas dois jogadores brigam pela reserva de Fred: Jô e Damião. Se, por exemplo, Fred rompesse o ligamento cruzado anterior amanhã, não tenho dúvida de que eles seriam os dois escolhidos por Luiz Felipe Scolari. Ah, e lembre-se que Jô só foi chamado pela primeira vez porque Damião se machucou. Ou seja, em condições normais de temperatura e pressão, a primeira opção, entre Damião e Jô, é pelo centroavante do Santos.

Quanto à convocação para o amistoso contra a África do Sul, me chamou a atenção a presença do meio-campista Fernandinho. Me chamou a atenção porque primeiramente pensei nele jogando como primeiro volante, como vem jogando no Manchester City. Primeiramente pensei: entra na vaga de Lucas Leiva. No entanto, quando me dei conta de que Hernanes havia ficado de fora, fiquei com a sensação de que Fernandinho chega para tomar o lugar do agora atleta da Inter, enquanto o do Liverpool, machucado, continua na reserva de Luiz Gustavo (pelo menos nos planos). Contudo, dependendo de como Fernandinho for escalado contra os sul-africanos, minha sensação vai por água abaixo, e quem pode pagar o pato é Lucas Leiva mesmo.

domingo, fevereiro 09, 2014

O comandante está perdido?

Vamos combinar. Moyes não se ajuda. Foram mais de 80 bolas alçadas na área do Fulham em pleno Old Trafford. Oitenta. Do Fulham. O lanterna do campeonato. Convenhamos, uma estratégia paupérrima para um clube tão rico. Só no primeiro tempo foram 44, quase uma por minuto. No fim das contas, o barato saiu caro: 2 a 2 no placar.

Imagino que os próprios jogadores não gostaram do episódio deste domingo. Pelo seguinte: ao optar escancaradamente por um plano de jogo limitado desses, o treinador os subestimou em público, duvidou da capacidade deles. Existem algumas falhas pontuais no elenco do Manchester United? Existem. Mas não a ponto de justificar mais de oitenta bolas despachadas na área do lanterna do campeonato. Do primeiro ao último instante da partida, sem tirar nem pôr, o que se viu foi isso, jogadores, a comando de Moyes, buscando as jogadas pelas beiradas e os cruzamentos. Se era para priorizar o chuveirinho, ora, não precisava ter contratado Mata - o cara do passe - a preço de ouro.



O problema principal dos Red Devils passa pela dupla de volantes. Carrick, vá lá, pode ser considerado um bom primeiro volante. Ou ótimo. Mas quando o assunto é o segundo, o United fica a ver navios. Nenhuma das três opções (Cleverley, Fletcher e Fellaini) atende às necessidades ofensivas da equipe. Não há no plantel um volante de infiltração, de condução em velocidade. Falta ao United, por exemplo, um Paulinho. Mas, claro, de nada adiantaria um Paulinho se a estratégia coelho fosse mantida: cruzar, cruzar e cruzar.



Particularmente acredito que foi um episódio isolado. Quero acreditar nisso. Me nego a crer que Moyes - the chosen one - irá padronizar essa maneira burocrática e covarde de atacar. Me nego a cogitar que a pessoa escolhida por Sir Alex Ferguson irá se limitar a um estilo de jogo tão pobre taticamente (noves fora que matematicamente é inviável, basta ver a relação sucesso-fracasso dessas jogadas aéreas, 2 gols em 80 tentativas). E, embora não se trate do melhor elenco do mundo (tampouco do pior), me nego a pensar que esse caminho por cima seja o mais fácil ou indicado para balançar as redes. Por mais que haja defeitos na montagem do elenco (a culpa é de quem?), o time tem sim condições de chegar ao gol trabalhando a bola no chão. Para tanto é preciso convicção e conhecimento por parte do treinador. É preciso treinamento e, na medida do possível, repetição do dito XI ideal. David Moyes, entretanto, parece estar perdidinho.

Muita raça e muita técnica

Diver. Piscinero. Cai-cai.

Palavras inexistentes no dicionário de Messi.

quinta-feira, fevereiro 06, 2014

A troca é boa para todo mundo

O Corinthians precisa mais do Jadson do que o São Paulo do Pato. Partindo do princípio de que Osvaldo e Pabón serão titulares, o ex-corintiano chega para brigar por posição com Luis Fabiano. Já o ex-são-paulino chega para assumir o papel de criação pela faixa central do gramado, posição e função carentes desde a temporada passada. No novo time Jadson terá menos concorrência, já que Douglas foi para o Vasco, Danilo enfrenta um certo declínio na carreira e Renato Augusto, infelizmente, vive machucado.



Ele cometeu alguns erros (o mais simbólico, aquele pênalti contra o Dida), porém não foi o único. Na equipe de 2013, que não levava mas também não fazia gol, Pato virou bode expiatório. Nem mesmo Ibrahimovic ou Suárez faria gol, se jogasse naquela equipe defensiva de 2013, que sofria demais para criar as jogadas ofensivas (e é aí que entra Jadson). No entanto, Pato foi crucificado e, lamentavelmente, sua permanência se tornou insustentável. Em relação aos € 15 milhões pagos pelo Corinthians ao Milan, se ele arrebentar com a camisa do Tricolor (eu acredito), pode crer que não serão poucos os clubes europeus interessados no atacante, propensos a pagar um valor superior a esse. Lembre-se: Pato está emprestado ao SPFC até o final de 2015, e seu contrato com o SCCP vai até 2016.

"Pato e Guerrero não podem jogar juntos assim como Jadson e Ganso." Não gosto e discordo com força dessa afirmação. Mas se você gosta e concorda, relaxe, esse problema acabou. Quanto a supostas “dores de cabeça” para escalar o time, aliás, Muricy em tese terá mais do que Mano. Mano, que conhece Jadson desde os tempos da base do Inter, e quando era treinador da Seleção, convocou-o algumas vezes, deve torná-lo titular sem titubear. Muricy, em contrapartida, terá o desafio de fazer render Ganso e Pato juntos, dois atletas que não costumam sujar o calção, contudo dotados duma técnica ímpar (pós-Copa 2010, inclusive, eles eram apostas brasileiras, vide essa capa da Placar de julho daquele ano). Eu, particularmente, creio que vai dar certo, tanto Jadson no Corinthians quanto Alexandre Pato no São Paulo. Eu, sinceramente, remo contra a maré e a maioria: na minha visão a troca é boa para todo mundo (para ambos os clubes e jogadores).

segunda-feira, fevereiro 03, 2014

Chelsea passa pelo City no Etihad

O que o Chelsea fez diante do Manchester City, nesta segunda-feira, não chegou a ser o chamado nó tático. Mas que o time treinado por Mourinho deu um banho de bola na equipe de Pellegrini, em pleno Etihad Stadium, deu. A magra vitória por 1 a 0 não refletiu o que foi o jogo. Durante a maior parte do tempo, diga-se, os visitantes estiveram mais perto de fazer o segundo gol do que os anfitriões o primeiro.



"Se" não entra em campo, eu sei. No entanto, desfalque de última hora, Fernandinho de fato fez muita falta. Seu substituto, o zagueiro argentino Demichelis, improvisado no meio campo, não tem nem de perto o passe, a infiltração e o arremate do brasileiro (tampouco o entrosamento com Yaya Touré, o outro volante do 4-4-2 em linha adotado pelo técnico chileno). Kun Agüero, claro, também fez muita falta. No rico elenco do City ele é um dos poucos, se não o único, capaz de quebrar defesas bem montadas com jogadas individuais. Ainda assim, imagino que mesmo se Fernandinho e Agüero estivessem em campo, o resultado seria semelhante, pois o que o Chelsea jogou não está no gibi.

Com Mikel, Lampard e Oscar no banco, Mourinho optou por Ramires, Willian e Hazard na linha de três do 4-2-3-1, enquanto David Luiz e Matic jogaram à frente da linha de quatro, que teve Azpilicueta na lateral esquerda, Ivanovic na direita, e Cahill e Terry na zaga (na frente, Eto’o). Dessa maneira, bastante compactado e concentrado, o Chelsea não deu espaços nem chances para os Citizens criarem quase nada coletivamente. E, na base do contra golpe, o Chelsea aproveitou os inevitáveis espaços deixados pelo City em seu campo de defesa. Domínio total. No fim das contas, o 1 a 0 (gol de Ivanovic) ficou barato, já que Hart levou três bolas na trave, entre outras oportunidades claras. (Individualmente, os destaques foram Matic, Willian e Hazard.)

Agora a situação é a seguinte: o Arsenal lidera com 55 pontos, seguido de Manchester City (53), Chelsea (53), Liverpool (47), Everton (45), Tottenham (44) e Manchester United (40). No momento esse é o Top 7 da Premier League. Na próxima rodada (25ª), enquanto o Arsenal enfrenta nada menos que o Liverpool no Anfield, o Chelsea recebe o Newcastle e o City visita o Norwich.