quinta-feira, fevereiro 28, 2013

A briga pela artilharia alvinegra

"Na frente, Pato e Guerrero resolveram. Como uma típica dupla de ataque tão rara em tempos de domínio do 4-2-3-1 e do 4-3-3. A última marcante nas principais ligas do mundo foi Dzeko e Grafite no Wolfsburg campeão alemão da temporada 2008/09."

Tem razão André Rocha no Olho Tático.



De bate-pronto lembro de outras duplas da atualidade, como Suárez e Sturridge (Liverpool), Ibrahimovic e Lavezzi (PSG) e Vargas e Barcos (Grêmio). Todas equipes postadas no 4-4-2 em linha. E em todas elas sem uma regra, sem o centroavante de ofício e o segundo atacante definitivos. O revezamento das funções, em todos times citados, é flagrante.

A diferença é que nelas um deles sempre se destaca com mais gols. Suárez, Ibrahimovic e Barcos costumam balançar as redes com mais frequência que seus companheiros, enquanto no Timão a tendência é que Pato e Guerrero disputem pau a pau topo da tabela de artilharia do clube (e quem sabe do campeonato), a exemplo de Dzeko e Grafite no Wolfsburg.

Se imaginarmos que os alvinegros farão, sei lá, cerca de 80 partidas na temporada (Paulistão, Libertadores, Recopa, Brasileirão e Copa do Brasil), podemos projetar sem medo de ser feliz que Pato e Guerrero juntos garantirão, no mínimo, 60 gols em 2013 (claro, desde que nenhum deles fique no estaleiro por um tempo e que tenham sequência).

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A cara do Corinthians 2013

É questão de tempo, mas obviamente Renato Augusto e Alexandre Pato serão titulares. Um time sem eles é impensável, convenhamos. Não pelo alto investimento, claro, mas sim pela qualidade técnica, pura e simplesmente. E como esperado, os candidatos a perder as vagas são Jorge Henrique e Emerson.

Com Pato e Guerrero juntos Tite promoveu uma leve alteração no enraizado esquema tático alvinegro. Trocou o 4-2-3-1 pelo 4-4-2 em linha (como imaginado lá atrás), com Renato Augusto e Danilo pelas extremas, e os camisas 7 e 9 dividindo os espaços do campo ofensivo.



A dupla Pato e Guerrero, aliás, tem tudo para dar certo. Além de finalizadores do faro apurado, são ambos atacantes de mobilidade que sabem jogar longe dos domínios da área. Graças às características, podem e devem se revezar na referência do ataque. Quando um cai mais para o lado, o outro fecha por dentro. E vice-versa.

Na vitória por 2 a 0 sobre o Millonarios, nesta quarta-feira, Renato Augusto destoou um pouco dos demais. Não conseguiu, em especial no primeiro tempo, fazer pela direita o que Danilo fez pela esquerda (trabalhar pelo corredor central com os homens da frente). Justiça seja feita, porém, o 25 fez uma ou outra boa jogada com Alessandro, nem se omitiu de tentar as diagonais, apesar de mal-sucedidas.

Jorge Henrique e Emerson vão acabar pagando o pato. Não tenho sombra de dúvida de que essa é a força máxima do Corinthians, com Renato Augusto e Pato entre os onze. A espinha dorsal já existe, só falta agora Tite dar uma cara a esse "novo" time. Logo, no momento o objetivo é pegar entrosamento através da repetição da escalação. E uma vez entrosada, essa equipe vai dar o que falar.

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quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Sai Arouca, entra Bernard

Julio César, Diego Alves, Dante, David Luiz, Leandro Castán, Miranda, Adriano, Daniel Alves, Filipe Luís, Arouca, Hernanes, Paulinho, Ramires, Oscar, Ronaldinho, Lucas, Neymar, Hulk, Fred e Luis Fabiano.

Lembrando que Jean foi chamado para a vaga do cortado Hernanes, esses foram os vinte convocados por Luiz Felipe Scolari para enfrentar a Inglaterra, no dia 6 de fevereiro. Os próximos amistosos são contra Itália e Rússia nos dias 21 e 25 de março, em Genebra e Londres, respectivamente. E a pergunta é: quem sai do grupo para Bernard entrar?



Se puder - confesso que não sei - convocar mais de vinte atletas para esses jogos, Felipão adiciona Bernard à lista e fim de papo. Agora, partindo do princípio que o número é o mesmo, alguém tem de sair.

E esse alguém, creio eu, tem nome e sobrenome: Marcos Arouca da Silva. Pelo seguinte: em sua primeira entrevista coletiva o treinador deixou claro nas entrelinhas que a possibilidade de jogar com David Luiz no meio campo é grande. Logo, Arouca poderia vir a se tornar "desnecessário".

Outro ponto contra (no bom sentido) o volante santista é que seria um pecado sacar, nesse momento, qualquer nome do meio ofensivo para frente (Oscar, Ronaldinho, Lucas, Neymar, Hulk, Fred ou Luis Fabiano). Oscar e Ronaldinho são opções para a faixa central do 4-2-3-1 verde e amarelo; Fred e Luis Fabiano brigam pela nove; e pelas beiradas as alternativas são, além de Oscar, Neymar, Lucas e Hulk. E se for chamado, Bernard, que pelas beiradas costuma deitar e rolar.

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Atlético atropela Arsenal

Não dá para começar sem falar dele. Autor de três gols contra Arsenal nesta terça-feira, o camisa 11 alvinegro mostrou mais uma vez que sua hora de ser convocado está se aproximando. Atleta veloz, habilidoso, objetivo e goleador, Bernard tem tudo para comer literalmente pelas beiradas até a Copa do Mundo.



Sobre o comportamento coletivo em si, no primeiro tempo me chamou atenção a ansiedade do time treinado por Cuca. Mesmo após empatar minutos depois de sofrer aquele gol-relâmpago (falta de concentração), a equipe mineira estava atuando na frequência frenética do Estádio Independência. Cheguei a tuitar: "Galo me parece afobado, apressado. Tá 1 a 1, fora de casa. Precisa ter calma." Foi para o intervalo em vantagem no placar (3 a 2), é verdade. Porém poderia ter administrado melhor os ânimos. Antes de descer para o vestiário, aliás, Ronaldinho ressaltou que eles eram os visitantes, que precisavam ter calma, que não precisavam querer jogar de igual para igual.

Na segunda etapa, naturalmente, o ritmo diminuiu. Ainda assim o Atlético fez mais dois (e só não fez três porque Ronaldinho cobrou a penalidade máxima no travessão). No frigir dos ovos, vitória exemplar e espetacular do Galo - como de praxe, distribuído no 4-2-3-1, com Tardelli à direita, buscando a faixa central, e Bernard à esquerda, agudo e agressivo.

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segunda-feira, fevereiro 25, 2013

Felipe Melo no xis da questão

Há cerca de uma semana, diante do Schalke 04, o Galatasaray se armou no 4-4-2 em linha, com Felipe Melo e Selçuk Ínan por dentro, Yilmaz e Drogba na frente, Altintop e Sneijder pelas extremas (veja aqui).

Nesta segunda, contra o Orduspor, pelo campeonato turco, sem Felipe Melo (suspenso), Fatih Terim alterou sutilmente o esquema tático ao aproximar os camisas 4 e 14 pela faixa central - região do gramado onde o holandês rende mais, penso eu.



Nesse 4-3-3 Yilmaz foi o ponta-direita (apesar do revezamento na referência com Drogba) e Amrabat, mais cauteloso, guardando posição, o ponta-esquerda. Dessa forma o time se comportou relativamente bem, contudo não conseguiu ser contundente e ficou nervoso. Resultado: em dois lances isolados os visitantes fizeram 2 a 0 na primeira etapa (o primeiro com uma mãozinha do Muslera).

Sem abdicar das tramas por dentro, no segundo tempo Altintop bem que tentou procurar mais sua praia (o flanco direito) para modificar o panorama do confronto. Ainda assim, os donos da casa pouco criaram e foram pouco eficientes. Mas isso mudou com Sneijder e seu golaço aos 13 minutos. A partir do gol o Galatasaray se acalmou, cresceu, dominou o adversário e virou com estilo. Mais centroavante do que na primeira metade da partida, Yilmaz fez dois, e Ínan fechou a conta (outra pintura). 4 a 2.

A empolgante virada sobre o Orduspor tem de ser comemorada e exaltada, sem dúvida. Entretanto a questão que fica, pelo menos para mim, é: com Felipe Melo em campo a ideia é manter Sneijder pelo corredor central, ou retorná-lo à esquerda? Como disse, prefiro-o pelo meio. Resta saber se o treinador também. Se sim, o 4-3-3 pode ser mantido, com Felipe Melo, Ínan e Sneijder na meia cancha, Drogba enfiado, Yilmaz e Altintop nas beiradas (lembrando que o 17 sempre visa a área).

Torneio nacional à parte, onde é líder com seis pontos a mais que o vice Fenerbahçe, no dia 12 de março, terça-feira, a equipe turca encara o Schalke na Alemanha, pela volta das oitavas de final da Champions League. Na ida, 1 a 1.

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domingo, fevereiro 24, 2013

A evolução de Lucas no PSG

Se o torcedor do Paris Saint-Germain esperava por um goleador, terá de esperar um pouco mais. É verdade que no segundo semestre do ano passado ele fez vários - e importantes - gols pelo São Paulo. É verdade também que está há pouco tempo na Europa, em período de adaptação. Contudo, convenhamos, Lucas está longe de ser artilheiro.

Demorou mas o treinador italiano encontrou seu onze ideal: Sirigu; Jallet, Alex, Thiago Silva e Maxwell; Lucas, Thiago Motta, Matuidi e Pastore; Ibrahimovic e Lavezzi. Isso distribuído num 4-4-2 em linha, com Pastore na extrema-esquerda e... Lucas na direita (confira aqui). E justamente por jogar onde está jogando, por atuar como right-winger, com maiores responsabilidades defensivas, seu faro de gol, que é apurado mas nem tanto, pode tardar a evoluir.



Veja bem: não estou criticando as escolhas de Ancelotti. Baseado no atual elenco, a ideia do 4-4-2 em linha, que tem dado certo, é pra lá de insinuante. E dentro desse esquema que encaixou tão bem, a posição mais indicada a Lucas é mesmo aberto à direita na segunda linha de quatro. Ancelotti poderia tentar um 4-2-3-1 com Lucas e Lavezzi nas pontas, eu sei. Concordo. Dessa maneira o brasileiro ficaria mais perto da área. Porém, como Ibrahimovic se movimenta bastante e deixa de ser a referência em vários momentos da partida, é inteligente colocar alguém para lhe fazer companhia (Lavezzi, indiscutivelmente).

Lucas vai ter seu crescimento freado ou retroceder por causa desse "novo" posicionamento? Não. Claro que não. Pelo contrário. Vai desenvolver um senso tático individual e coletivo que, por aqui, no Brasil, seria mais difícil desenvolver. Só imagino que os esperados gols aparecerão espaçados, pingados, aos poucos. Aliás, é provável que Lucas se destaque nas estatísticas mais com assistências do que com gols - pelo menos nessa "reta final" de temporada.

PS: São 8 jogos pelo PSG (6 pelo Francês, 1 pela Champions e 1 pela Copa da França) e nenhum gol.

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sábado, fevereiro 23, 2013

O futuro a Deus pertence

Kaká jogou os 90 minutos da partida contra o Deportivo, em La Coruña, neste sábado. Algo a se comemorar. Mas a boa notícia não para por aí: ele foi fundamental na virada merengue por 2 a 1, com um gol e uma "meia assistência".

Atrás no placar, Mourinho fez uma alteração tripla aos 12 do segundo tempo (Essien, Modric e Marcelo por Khedira, Cristiano Ronaldo e Özil). E com a chamada força máxima em campo, cercado de gente boa, o camisa 8 fez isso (a partir do segundo 58 do vídeo).



Eu sei, é preciso celebrar o momento do brasileiro. Porém sem perder de vista o futuro. Logo, a questão, ou as questões, são: Se Mourinho sair na próxima temporada, vale a pena seguir no clube blanco após dois anos de banco? E se Mourinho continuar, o melhor a fazer são mesmo as malas? E quanto à Seleção? Pode (deve!) fazer sombra em Ronaldinho? Honestamente, acho que só tenho resposta para essa última (sim!). Para as outras duas perguntas, sobre o Real Madrid, opto pelo muro.

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Prévia do clássico dos milionários

Silva e Oscar terão funções semelhantes. Claro, desde que sejam titulares e atuem abertos à esquerda. Ainda que canhoto, o camisa 21 dos donos da casa em regra busca jogo pela faixa central, abrindo o corredor lateral para Clichy. Destro, o 11 dos visitantes faz o mesmo, abrindo o corredor para a subida de Cole. Em razão desse avanço, aliás, penso que Mancini inicie com Milner na extrema-direita.

Se Barry também começar (Javi García?), terá de ser preciso na cobertura de Clichy, pois é por ali que o velocista da linha de três do Chelsea, Victor Moses, costuma ser perigoso. Nastasic idem. E o mesmo se aplica a Lampard (Ramires?) e Terry em relação a Cole, já que Milner defende e ataca com a mesma eficiência. Sua entrada em diagonal não é das melhores, porém as chegadas à linha de fundo são frequentes.



Estou apostando em David Luiz no meio campo por causa de Agüero. Embora o argentino seja - se é que vai ser - o segundo atacante dum 4-4-2 em linha, eles devem duelar durante vários momentos da partida. Se assim for, os outros confrontos individuais da meia cancha devem ser estabelecidos entre Yaya Touré e Lampard, e Barry e Mata.

Teorias e tentativas de previsão à parte, a bola rola na prática neste domingo, no Etihad Stadium, às 10h30 (horário de Brasília), pelo complemento da 27ª rodada da Premier League. O City é o segundo colocado com 53 pontos, seguido do próprio Chelsea e seus 49. Em quarto está o Tottenham, com 48. Já o United, sobra na liderança: 68 pontos.

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quinta-feira, fevereiro 21, 2013

A dupla da meia cancha

Hoje a dupla é Vilson e Márcio Araújo. Mas Léo Gago pode em breve se tornar titular do Palmeiras. Já as outras são Wellington e Denilson, Edinho e Jean, Pierre e Leandro Donizete, Ralf e Paulinho, e Fernando e Souza.

Essas são as duplas de volantes dos participantes brasileiros da Libertadores. Com exceção feita à do Palmeiras, que talvez esteja um degrau abaixo das demais, todas excelentes. E entre elas, talvez, a do Corithians seja unanimidade. Na minha visão, contudo, a do Grêmio não fica muito atrás.



Prestes a completar 21 anos, nesta quarta-feira Fernando mostrou ao mundo e ao seu comandante que é infinitamente superior a Adriano em todos aspectos (defensivos e ofensivos), e que a escolha feita por Luxemburgo contra o Huachipato foi equivocada, inexplicável e injustificável.

Quanto a Souza e seus 24 anos, têm comprovado o que se viu na temporada passada: força física e qualidade técnica aliadas a favor do time. Inteligência e sabedoria na hora de decidir se soube ou se fica, se fica ou se vai. E nas duas funções, vai bem.

Se você me perguntar hoje, vou preferir Ralf e Paulinho - até pelo entrosamento de longa data. Porém se a pergunta for feita daqui, sei lá, três meses, é provável que eu mude de opinião e opte por Fernando e Souza, porque tenho a impressão de que a dupla alvinegra já atingiu seu "limite", enquanto a tricolor só tende a crescer - até pela juventude.

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O arco e a flecha tricolores

Quando se pensa na dupla Barcos e Vargas a obviedade pode ser cruel e traiçoeira. Logo de cara, imagine-se: Barcos é a referência e Vargas o segundo atacante, o cara da movimentação e da preparação. Durante boa parte é assim mesmo. Essa é a regra. Mas como toda, existe exceção.



O segundo tempo do massacre do Engenhão, nesta quarta, mostrou isso. Em vantagem no placar, engatilhada para contra atacar, a equipe treinada por Luxemburgo se armou com Barcos mais recuado, para arquitetar e ditar o ritmo do jogo, enquanto Vargas trabalhou como último homem, no limite da linha da zaga do Fluminense.

Houve outros lances. É só pinçar. Porém para exemplificar essa versatilidade em alto nível do jogador argentino, essa variação no setor ofensivo, esse arco e flecha, nada melhor que o terceiro gol.



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quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Pré-jogo do choque tricolor

Terá Luxemburgo a audácia de iniciar com Vargas, Barcos e Welliton? Particularmente entendo que seja a melhor alternativa para o Grêmio, não somente para encarar o Fluminense no Engenhão, nesta quarta-feira, mas também para o desenrolar da temporada. Na minha primeira prévia, quando Barcos estava sendo contratado, inclusive, essa foi a opção mais pertinente que me veio à cabeça, no 4-3-3 (confira aqui).

As interrogações que cercam esse clássico pairam apenas sobre a Azenha. Se por um lado o desentrosamento transborda, e ainda não se sabe ao certo quem é quem no time, do outro existem certezas e mais certezas, afinal, a equipe de Laranjeiras é a mesma do ano passado, que conquistou o Brasileirão.

Se Luxemburgo ousar, escalando o trio na frente, provavelmente os duelos da meia cancha ficarão estabelecidos entre Edinho e Zé Roberto, Jean e Elano, e Deco e Souza. Evidente que a marcação não é individual, porém na maior parte do tempo devem ser estes os confrontos. Já pelas beiradas, Bruno e Carlinhos bateriam de frente com Welliton e Vargas, enquanto Wellington Nem e Thiago Neves pegariam André Santos e Pará. As investidas do ligeiro e habilidoso Nem em cima e às costas de André Santos, aliás, podem ser perigosas. Essa pode ser a batalha-chave.



Honestamente, acho difícil Luxa iniciar dessa maneira. É mais provável que Welliton comece no banco e Fernando no campo. (Não creio que ele cometerá novamente o erro bizarro de começar com Adriano na vaga de Fernando, como fez contra o Huachipato.) Logo, se assim for, o Grêmio deve manter o esquema do primeiro tempo da partida da semana passada: um 4-2-3-1 com Vargas, Elano e Zé Roberto na linha de três, e a dupla de volantes composta por Souza e Fernando.

Outra possibilidade, ainda com Welliton na reserva e Fernando no gramado, é o povoamento do meio de campo por parte do Grêmio. Ao invés de atuar aberto à esquerda, Zé Roberto flutuaria mais pelo corredor central, transformando a estrutura num 4-4-2. Caso isso ocorra, pode ser que Abel faça o mesmo, para igualar numericamente o setor, passando Thiago Neves para a faixa central, espelhando taticamente a peleja.

Não são poucas as opções. Com certeza existem outras, que sequer passaram pela minha mente no momento, e que por uma série de detalhes deixei de fora desse post. Por isso nesse início de temporada podemos dizer que, talvez esse Fluminense vs Grêmio seja o jogo onde o xadrez pré-partida tenha tomado dimensões maiores do que em outros carnavais - claro, também em função de sua importância, em especial graças à derrota do Grêmio na Arena na estreia da fase de grupos. Teorias e tentativas de previsão à parte, a bola rola na prática às 22h (horário de Brasília).

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segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Será que vou pagar o pato?

Fui linchado virtualmente neste domingo porque escrevi no Twitter que Pato é do patamar do Neymar. Tecnicamente Neymar pode até ser – e é – superior a Pato. Mas quando digo que eles são do mesmo patamar, não estou necessariamente estabelecendo uma comparação entre os dois (até porque jogam em posições diferentes). Quando digo que são do mesmo patamar, digo que são farinhas do mesmo saco.



Admito: escrevi que Pato é do patamar de Neymar também pela sonoridade da frase, pela aliteração e pela rima (e pela esperada repercussão). Mas confesso que ela foi pensada duas vezes antes de ser publicada, pois, embora seja fã assumido de Pato (e de Neymar), vejo no atacante do Corinthians qualidades singulares, dignas da nata do futebol mundial.

Esqueça as lesões. Esse argumento é válido, porém pobre. Pense no presente. Pense no futuro. Não há garantias de que daqui pra frente Pato irá se lesionar com frequência. Nem de que não irá, eu sei. Mas sou otimista e aposto minhas fichas – all in – no ressurgimento dele. Pode favoritar e me cobrar: Pato vai reencarnar em fênix, voar alto e queimar a língua de muita gente.

Só espero não pagar o pato sozinho com esse post.

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domingo, fevereiro 17, 2013

Chelsea é Oscar e mais dez

A versatilidade de Oscar impressiona. Além de jogar nas três posições da linha de três, também atua ocasionalmente como segundo volante. Detalhe: vai bem em todas elas. Depois de muita teimosia, parece que, enfim, Rafa Benítez se convenceu da titularidade incontestável do camisa 11.

Sempre bato na tecla sobre o posicionamento do brasileiro. A meu ver ele rende mais, é mais produtivo ao time quando joga pela faixa central do 4-2-3-1 do Chelsea (e da Seleção). Desde a chegada de Benítez, porém, Oscar foi deslocado à beirada do campo - no caso, a ponta direita. No 4 a 0 sobre o Brentford, neste domingo, no entanto, ele jogou na esquerda.



Insisto: gostaria de vê-lo pela faixa central, mesmo com Mata no time, por uma série de motivos (inteligência, visão de jogo, qualidade no passe, no arremate, na infiltração na área, etc). Porém, se for para escalá-lo numa das pontas (Mata centralizado), antes a esquerda do que a direita. Destro, Oscar tende a puxar para dentro, tendo assim muito mais ângulo para trabalhar com seu pé direito, além de abrir o corredor para as subidas de Cole.

Demorou, mas parece que Benítez se deu conta da importância de Oscar para o Chelsea. Após uma série de erros, em especial quando deixou Oscar no banco, o treinador espanhol finalmente caiu na real. E não vou me surpreender - torço por isso, aliás - se daqui uns tempos ele escalar Oscar centralizado, com Mata e Moses (Hazard) nas beiradas.

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quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Grêmio corre contra o tempo

Sem tirar os méritos do Huachipato, o Grêmio pagou o pato pela falta de entrosamento. Com cinco titulares que chegaram nessa temporada (Cris, André Santos, Adriano, Vargas e Barcos), o time treinado por Luxemburgo esteve perdidinho em campo, espalhado pelo gramado.

Postado num 4-2-3-1 confuso, as chamadas pequenas sociedades praticamente inexistiram. Os laterais pouco conversaram com os pontas, os volantes não saíram para o jogo, e a troca constante de posição entre os membros da linha de três (Vargas, Zé Roberto e Elano), a meu ver, não ajudou em nada.

Barcos e André Santos desde o início dá para entender. A escolha por Adriano, todavia, é injustificável. É verdade que foi sua estreia, mas o fato é que o ex-santista ficou mais perdido que peido em bombacha. Fernando na reserva foi um equívoco grotesco.

Na segunda etapa o Tricolor melhorou, com Moreno na vaga de Adriano, estruturado no 4-3-3, com Elano na meia direita, Zé Roberto na meia esquerda, Vargas na ponta direita, e Barcos e Marcelo Moreno se revezando na referência do ataque. A diferença é que o argentino sabe jogar longe da área, enquanto o boliviano é "apenas" um finalizador.

Na segunda etapa o Tricolor melhorou, mas não conseguiu evitar a derrota por 2 a 1; e o próximo confronto é contra o Fluminense no Engenhão. Não há motivos para se desesperar. No entanto Luxa precisa encontrar o onze ideal o quanto antes - onze que, para mim, deveria ter Vargas, Barcos e Welliton na frente, no mesmo 4-3-3 do segundo tempo desta quinta-feira.

Quanto ao entrosamento, virá com a definição da equipe titular, com os treinamentos e os jogos - em especial do Gauchão. Só espero que não seja tarde.

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Falta um nove à altura

Não à toa dizem que o Real Madrid vai tentar contratar Cavani. Por mais que sejam ótimos centroavantes - seriam titulares em qualquer time do Brasil e até mesmo na seleção brasileira -, Benzema e Higuaín deixaram a desejar no clássico com o Manchester United, nesta quarta-feira.

Quem viu o jogo viu os visitantes fechados, preparados para contra atacar. A estratégia de Ferguson foi clara, e no fim das contas deu certo: 1 a 1 no placar. E ainda que Van Persie não tenha balançado as redes, foi infinitamente mais perigoso e participativo que os homens da referência do ataque blanco.



A eficiência merengue no gramado pode ser questionada, mas os números escancaram a superioridade da equipe de Mourinho: 28 finalizações contra 13. Convenhamos, com tantos arremates assim, é inacreditável que seus homens-gol (primeiro Benzema, depois Higuaín) passaram em branco.

Tudo bem, De Gea fechou a baliza, é verdade. Noite de gala do goleiro espanhol. Contudo me parece evidente que o ponto fraco do Madrid foi esse. Faltou ao Madrid, pelo menos nessa partida, um, sei lá, Van Persie.

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quarta-feira, fevereiro 13, 2013

Atlético-MG 5 x 4 São Paulo

Futebol é um esporte coletivo. Por isso as comparações nome a nome entre os titulares são meio inúteis. Mas são divertidas. E no caso do equilibrado clássico desta quarta-feira, a ligeira vantagem é, a meu ver, dos donos da casa.

O fato dos dois times jogarem no mesmo esquema tático (4-2-3-1) deixa a brincadeira mais precisa: ponta-direita vs ponta-direita, ponta-esquerda vs ponta-esquerda, meia vs meia (embora, no campo, na prática, os duelos individuais sejam outros).



No placar, cinco a quatro para o Atlético-MG, noves fora os dois empates (Victor/Rogério e Tardelli/Osvaldo). Veja bem: ainda que gere discórdia (natural que gere), a comparação é baseada no momento atual dos atletas (físico, técnico, etc).

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quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Não adianta: a meia já tem dono

Foi apenas o primeiro jogo, é verdade. Mas, para encaixar Ronaldinho no time, Felipão cometeu o mesmo pecado que comete Benítez no Chelsea, e que cometeu Mano em algumas partidas nas Olimpíadas: escalou Oscar pela beirada.

Não sei para você, porém para mim é evidente que Oscar rende muito mais quando atua pela faixa central. Quando trabalha por dentro - no caso do Chelsea e da Seleção, no 4-2-3-1 - sua produção individual e coletiva é infinitamente superior a quando joga pela ponta.



Suportado por sua visão de jogo e pela qualidade do seu passe (vertical, inclusive), por ali Oscar deita e rola com a bola. É forte na distribuição, no cadenciamento (quando preciso), nas infiltrações na área, nos arremates de média e longa distância, além da participação quando a posse está com o adversário. Por essas e outras me soa um tremendo equívoco deslocá-lo à direita para colocar Ronaldinho, ou quem quer que seja, no corredor central da equipe.

PS: No segundo tempo do amistoso contra a Inglaterra, justiça seja feita, com R10 no banco, Scolari escalou Oscar centralizado, com Neymar na ponta esquerda e Lucas na direita - linha de três, por sinal, que mais me agrada.

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Prévia do jogo de Wembley

As informações que chegaram de Londres indicam os 22 titulares do amistoso desta quarta, porém não ficou nítido, pelo menos para mim, as estruturas táticas que Scolari e Hodgson pretendem adotar.

Posso estar enganado (o que é bastante provável), mas baseado nos nomes dos jogadores, estou apostando num 4-1-4-1 vs 4-2-3-1. E se assim for, os duelos individuais ficarão bem definidos entre laterais e wingers, e meias e volantes.



Insisto: não temos - eu pelo menos não tenho - informações sobre os esquemas táticos, em especial o inglês. No entanto, nesse 4-1-4-1 que estou presumindo, minha maior dúvida paira sobre o marcador de Ronaldinho: Cleverley ou Wilshere?

Na minha prévia optei, sem tanta convicção, pelo meio-campista do Manchester United. Mas pode até ser, vai saber, Gerrard o primeiro homem da meia cancha, com Cleverley e Wilshere batendo de frente com Ramires e Paulinho. Ou alguma outra alternativa que não me veio à cabeça.

Teorias e tentativas de previsão à parte, a bola rola na prática às 17h30, horário de Brasília. E só a partir do pontapé inicial saberemos quem é quem nessa partida que promete.

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domingo, fevereiro 03, 2013

A questão é: Danilo ou Emerson?

Com a chegada de muita gente boa, muita gente boa vai ficar de fora. Se pensarmos que Renato Augusto e Alexandre Pato serão titulares, algum medalhão vai parar no banco. É difícil mexer em time que está ganhando, eu sei. Mas partindo do princípio que, além do goleiro e da linha defensiva, Ralf, Paulinho, Renato Agusto, Pato e Guerrero são titulares, sobra apenas uma vaga.

Há quem pense que Pato e Guerrero não irão jogar juntos, porém confesso que não consigo entender o raciocínio. Me parece evidente que, num futuro próximo, quando os reforços se encaixarem na equipe, a dupla de frente será formada pelos camisas 7 e 9, titulares absolutos, artilheiros natos.

Renato Augusto na reserva? Não creio. Nem tanto pelo investimento financeiro, mas sim pela qualidade técnica do jogador. Logo, se ele e Pato cavarem seus lugares no onze inicial (o que imagino que irá ocorrer cedo ou tarde), ou Danilo ou Emerson irá dançar.



Durante alguns minutos da partida contra o Oeste, neste domingo, Tite distribuiu o Corinthians no 4-4-2 em linha, com Danilo na extrema direita, Jorge Henrique na esquerda, Ralf e Guilherme por dentro, Emerson e Pato na frente. Se essa ideia for mantida, das duas linhas de quatro (para mim a mais viável), Pato e Guerrero atuam na frente, Ralf e Paulinho por dentro, Renato Augusto numa extrema, e Danilo ou Emerson na outra. Jorge Henrique? Douglas? Romarinho? Nah.

Sei que Sheik (ainda) está jogando bem, é experiente, raçudo, decisivo. Danilo, todavia, é essencial na bola aérea, além de compor o setor do meio de campo com mais eficiência. Particularmente, eu tiraria Emerson e deixaria Danilo. Quem tem de equacionar esse problema, contudo, é o treinador. Resta-nos aguardar.

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sábado, fevereiro 02, 2013

Vitória magra do líder United

Tava na cara. Cleverley e Valencia não estavam correspondedo às expectativas, tampouco cumprindo suas funções ofensivas. Pela faixa central o camisa 23, o responsável maior pela saída de jogo (Carrick mais preso), deixou a desejar tanto na distribuição quanto na movimentação. Não conversou com os wingers nem com os atacantes. E o resultado dessa omissão resultou num buraco no gramado ofensivo, ora ocupado por Rooney, ora por Van Persie.

Já Valencia pecou ao ocupar o mesmo espeço de Rafael, ao abandonar as entradas em diagonal. Sei que não é muito a dele essa puxada pra dentro, mas na partida contra o Fulham, neste sábado, o equatoriano insistiu demais pelo corredor (ao contrário de Nani, que procurou a faixa central diversas vezes). Destro, talvez Valencia tenha dificuldade em partir da ponta direita, carregando a bola, em direção à área. O fato é que, no fim das contas, ele foi substituído no segundo tempo por... Chicharito.



Mesmo com a mudança, Ferguson manteve a estrutura tática. Chicharito formou a dupla de ataque com Van Persie, enquanto Nani pulou para a extrema direita e Rooney foi deslocado à beirada esquerda. Dessa maneira os Red Devils ganharam equilíbrio, dois wingers se infiltrando, buscando as tabelas e a finalização. O único gol do jogo, aliás, de Rooney, mostrou isso.

Outra alteração que teve a melhor das intenções foi Giggs na vaga de Cleverley (eu tinha pensado em Anderson desde o princípio). Em tese o veterano poderia dar a cadência, se necessário, e o toque de qualidade que faltava ao meio de campo. Na prática, porém, mesmo após as substituições, a equipe líder da Premier League esteve longe de apresentar um futebol convincente - apesar da vitória por 1 a 0, fora de casa.

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