Aguirre ainda não tem o XI ideal na cabeça. Aparentemente não tem. Normal. Chegou ontem ao Internacional. Está conhecendo o elenco aos poucos. Deve ter suas ideias, deve ter suas convicções, porém ainda está conhecendo os atletas que tem em mãos. Aos poucos. Não só tática e técnica, mas também emocionalmente. Portanto é natural que em duas rodadas de Libertadores, ele tenha optado por dois times titulares diferentes (esquema e peças). Na semana passada, por exemplo, em La Paz, contra o Strongest, o Inter iniciou no 4-1-4-1 (veja aqui). Já diante da Universidad de Chile, nesta quinta-feira, no Beira-Rio, Aguirre adotou o 4-2-3-1 (esquema que foi utilizado contra o Strongest, diga-se de passagem, após Anderson ser substituído ainda no primeiro tempo).
Sem Nilmar, nem Rafael Moura, ontem Sasha foi escalado como centroavante, enquanto D’Alessandro, Vitinho e Jorge Henrique compuseram a linha de três. Isso mesmo. Nessa ordem: D’Alessandro à direita, Vitinho por dentro e Jorge Henrique à esquerda. Muitas vezes os caras pelas beiradas (D'Ale e JH) se alinhavam aos volantes (Nilton e Aránguiz), configurando assim um 4-4-1-1. É verdade. Detalhe. Ainda assim, o que chamou a atenção foi o posicionamento do camisa 10, à direita mesmo. Na partida na Bolívia, quando Anderson saiu para Vitinho entrar, por exemplo, D’Ale passou para a faixa central, de modo que os flancos ficaram ocupados por Vitinho e Eduardo Sasha. Já diante da Universidad de Chile, D’Alessandro jogou onde mais se sente à vontade: à direita, canhoto que é, em regra partindo para dentro, com Vitinho pela faixa central e Jorge Henrique na outra ponta.
A questão é: qual o XI ideal? Na medida em que Aguirre conhece os atletas que tem em mãos, quais serão suas escolhas? A julgar pelo desempenho no 4-1-4-1 com Anderson, o 4-2-3-1 (variação 4-4-1-1) parece ser o esquema tático mais indicado mesmo. Enquanto Anderson não tem condições físicas para jogar em alto nível, talvez o treinador uruguaio siga mesmo no 4-2-3-1, provavelmente com Nilton e Aránguiz volantes, D’Alessandro à direita, Sasha à esquerda, Nilmar na frente e, pela faixa central... Alex, e não Vitinho. Creio que depois de ontem, quando entrou no segundo tempo na vaga de Vitinho e meio que mudou o jogo (o passe para o gol de Jorge Henrique – o 2 a 0 – foi dele), Alex deve ganhar a titularidade na quarta-feira que vem, contra o líder do grupo Emelec, em Porto Alegre. Creio que depois de ontem, fica evidente a importância técnica de Alex ao time, em pleno 2015. Se assim for, se Alex virar titular, aí Anderson e Vitinho, as duas grandes contratações da última “janela”, por ora ficarão no banco.
sexta-feira, fevereiro 27, 2015
quinta-feira, fevereiro 26, 2015
Repetir o XI é preciso
“A gente tem que evoluir.” São palavras de Rogério Ceni. Ao final da partida contra o Danubio, na noite desta quarta, no Morumbi, pela segunda rodada da fase de grupos Libertadores, Rogério Ceni disse que é preciso “melhorar”. Segundo o capitão tricolor, o desempenho do time perante a equipe uruguaia foi “razoável”, apesar do placar por 4 a 0 (Pato duas vezes, Reinaldo e Cafu). Concordo. Apesar do placar, pode-se sim dizer que a exibição foi razoável. E concordo mais ainda que o time tem que evoluir. Só que essa evolução jamais ocorrerá se o treinador não tiver convicção, porque sem convicção não há repetição, e sem repetição consequentemente não há evolução. Em outras palavras, essa evolução reclamada por Rogério jamais ocorrerá se Muricy não repetir o XI (as peças e o esquema tático).
Durante o segundo semestre do ano passado, quando engrenou de vez, o São Paulo se distribuiu no 4-4-2 em linha, com Ganso e Kaká pelas beiradas, Denilson e Souza volantes, mais a dupla de ataque, ora formada por Kardec e Pato, ora por Kardec e Luis Fabiano, ora por Pato e Luis Fabiano. Apesar de eu não gostar da ideia de Ganso aberto (você que me segue no Twitter sabe bem disso), admito que dessa forma, no 4-4-2 em linha, o time emplacou uma sequência relevante de vitórias no Brasileirão, acima de tudo, jogando bem. E foi assim, no 4-4-2 em linha, jogando bem, que o time encerrou a temporada em alta. Eis que no primeiro jogo da Libertadores 2015, não entendi até hoje por que, Muricy trocou o esquema tático. Na constrangedora derrota para o Corinthians (leia o post aqui), Muricy passou para o 4-4-2 em losango, algo praticamente inédito (sem falar no deslocamento de Michel Bastos – o substituto de Kaká – para a lateral). Aí te pergunto: por quê?
Já diante do Danubio, Muricy fez o que deveria ser feito: voltou para o 4-4-2 em linha, com Ganso aberto na direita, Michel Bastos na esquerda, e Pato e Luis Fabiano no ataque (e o time venceu por 4 a 0). Um bom sinal, já que foi nessa estrutura tática que o time rendeu mais na temporada passada. Logo, evidentemente, é preciso repeti-la na próxima rodada. Mas mais do que isso, mais do que repetir o esquema tático na próxima rodada, é preciso repetir as peças, é preciso repetir os jogadores. Repetir o esquema tático será um bom começo, eu sei. Contudo a evolução que Rogério pede jamais ocorrerá se Muricy Ramalho não repetir as peças. O entrosamento jamais irá florescer, por exemplo, se num jogo Pato é banco, no outro é titular, e assim por diante (olhe este tweet). Ou seja, além do esquema tático, Muricy precisa repetir os titulares, repetir o XI como um todo, faça chuva ou faça sol. Caso contrário, não haverá evolução.
Durante o segundo semestre do ano passado, quando engrenou de vez, o São Paulo se distribuiu no 4-4-2 em linha, com Ganso e Kaká pelas beiradas, Denilson e Souza volantes, mais a dupla de ataque, ora formada por Kardec e Pato, ora por Kardec e Luis Fabiano, ora por Pato e Luis Fabiano. Apesar de eu não gostar da ideia de Ganso aberto (você que me segue no Twitter sabe bem disso), admito que dessa forma, no 4-4-2 em linha, o time emplacou uma sequência relevante de vitórias no Brasileirão, acima de tudo, jogando bem. E foi assim, no 4-4-2 em linha, jogando bem, que o time encerrou a temporada em alta. Eis que no primeiro jogo da Libertadores 2015, não entendi até hoje por que, Muricy trocou o esquema tático. Na constrangedora derrota para o Corinthians (leia o post aqui), Muricy passou para o 4-4-2 em losango, algo praticamente inédito (sem falar no deslocamento de Michel Bastos – o substituto de Kaká – para a lateral). Aí te pergunto: por quê?
Já diante do Danubio, Muricy fez o que deveria ser feito: voltou para o 4-4-2 em linha, com Ganso aberto na direita, Michel Bastos na esquerda, e Pato e Luis Fabiano no ataque (e o time venceu por 4 a 0). Um bom sinal, já que foi nessa estrutura tática que o time rendeu mais na temporada passada. Logo, evidentemente, é preciso repeti-la na próxima rodada. Mas mais do que isso, mais do que repetir o esquema tático na próxima rodada, é preciso repetir as peças, é preciso repetir os jogadores. Repetir o esquema tático será um bom começo, eu sei. Contudo a evolução que Rogério pede jamais ocorrerá se Muricy Ramalho não repetir as peças. O entrosamento jamais irá florescer, por exemplo, se num jogo Pato é banco, no outro é titular, e assim por diante (olhe este tweet). Ou seja, além do esquema tático, Muricy precisa repetir os titulares, repetir o XI como um todo, faça chuva ou faça sol. Caso contrário, não haverá evolução.
terça-feira, fevereiro 24, 2015
Manchester City segue vivo na UCL
“Pronto, Pellegrini. Pode pôr Fernandinho agora mesmo.” Quando Suárez fez 2 a 0, logo aos 30 minutos do primeiro tempo, tuitei isso. Em desvantagem no placar, não fazia sentido continuar com Fernando e Milner compondo a dupla de volantes, uma vez que o Manchester City precisaria trabalhar melhor a posse de bola, e o Barcelona não teria motivos para ceder espaços para o contra ataque. Até então, a posse era toda do Barça, e a marcação do City era pra lá de passiva. Ou seja, a dupla Fernando e Milner estava deixando a desejar tanto com a bola mas também sem ela. Pensei que Fernandinho em tese ao menos qualificaria a posse pela faixa central.
No intervalo, 2 a 0 para os visitantes (dois gols de Suárez), segui no Twitter: “Eu voltaria do intervalo com Fernandinho na vaga do Nasri.”. Pellegrini voltou com o mesmo time. Algo compreensível, porém muito conservador para o meu gosto, devido ao contexto da partida. Nos primeiros 10 minutos do segundo tempo, justiça seja feita, o City jogou mais do que em todos os 45 do primeiro, e apresentou uma relativa superioridade em relação ao adversário. Contudo o panorama foi logo voltando ao normal e o Barça foi controlando a posse da bola. Eis que, aos 61’, Fernandinho entrou na vaga de... Nasri. Modéstia à parte, cantei a pedra. Mas não foi nada demais, porque me pareceu evidente que a equipe inglesa precisava de um winger de verdade numa das beiradas (no caso, Milner, que abriu pelo flanco direito quando Fernandinho entrou). Até então, o City contava com dois ditos meias pelas extremas, e isso não ajudava na recomposição, nem na transição rápida.
Fernandinho não mudou o jogo, mas na medida do possível, mudou o City. A qualidade do passe pela faixa central aumentou com ele em campo. O gol de Agüero aos 69’, diga-se, não à toa nasceu de um passe vertical coisa mais linda dele para Silva, que por sua vez deu uma assistência coisa mais linda ainda para o argentino. O toque do brasileiro clareou toda a jogada. Toque que Milner e Fernando, por exemplo, são incapazes de executar.
O gol de Agüero até deu um ânimo aos citizens, porém o Barcelona seguiu com as rédeas da situação nas mãos, e a vaca dos anfitriões foi para o brejo aos 73’, quando Clichy recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Só não foi para um brejo sem volta porque Messi perdeu um pênalti no último minuto do duelo e o placar se manteve em 2 a 1 (para mim Messi mais perdeu do que Hart pegou). No fim das contas, portanto, o resultado ficou de bom tamanho. E o gol de Agüero, aliado ao pênalti perdido por Messi, acendeu um fio de esperança para o City – embora, obviamente, o Barcelona seja o grande favorito para passar para as quartas de final da Champions.
No intervalo, 2 a 0 para os visitantes (dois gols de Suárez), segui no Twitter: “Eu voltaria do intervalo com Fernandinho na vaga do Nasri.”. Pellegrini voltou com o mesmo time. Algo compreensível, porém muito conservador para o meu gosto, devido ao contexto da partida. Nos primeiros 10 minutos do segundo tempo, justiça seja feita, o City jogou mais do que em todos os 45 do primeiro, e apresentou uma relativa superioridade em relação ao adversário. Contudo o panorama foi logo voltando ao normal e o Barça foi controlando a posse da bola. Eis que, aos 61’, Fernandinho entrou na vaga de... Nasri. Modéstia à parte, cantei a pedra. Mas não foi nada demais, porque me pareceu evidente que a equipe inglesa precisava de um winger de verdade numa das beiradas (no caso, Milner, que abriu pelo flanco direito quando Fernandinho entrou). Até então, o City contava com dois ditos meias pelas extremas, e isso não ajudava na recomposição, nem na transição rápida.
Fernandinho não mudou o jogo, mas na medida do possível, mudou o City. A qualidade do passe pela faixa central aumentou com ele em campo. O gol de Agüero aos 69’, diga-se, não à toa nasceu de um passe vertical coisa mais linda dele para Silva, que por sua vez deu uma assistência coisa mais linda ainda para o argentino. O toque do brasileiro clareou toda a jogada. Toque que Milner e Fernando, por exemplo, são incapazes de executar.
O gol de Agüero até deu um ânimo aos citizens, porém o Barcelona seguiu com as rédeas da situação nas mãos, e a vaca dos anfitriões foi para o brejo aos 73’, quando Clichy recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Só não foi para um brejo sem volta porque Messi perdeu um pênalti no último minuto do duelo e o placar se manteve em 2 a 1 (para mim Messi mais perdeu do que Hart pegou). No fim das contas, portanto, o resultado ficou de bom tamanho. E o gol de Agüero, aliado ao pênalti perdido por Messi, acendeu um fio de esperança para o City – embora, obviamente, o Barcelona seja o grande favorito para passar para as quartas de final da Champions.
As alternativas sem Jadson
Não vamos exagerar. Jadson é um ótimo jogador, mas está longe de ser imprescindível ao Corinthians. Vale a pena lembrar que ele só virou titular porque Lodeiro foi para o Boca. É verdade que seu desempenho contra Once Caldas e principalmente São Paulo foi excelente. Porém o mais novo jogador do futebol chinês está longe de ser uma peça vital ao esquema tático de Tite. Esquema esse que agora pode ter um winger de ofício pela extrema direita. Ou não.
Tite pode manter o 4-1-4-1, deslocando Renato Augusto para a posição de Jadson, aberto à direita (não é novidade para ele, atuou por ali nos tempos de Leverkusen e no próprio Corinthians), e colocando Cristian ou Petros ao lado de Elias, pela faixa central (Ralf atrás da linha de quatro do meio campo e Guerrero à frente dela). Ou pode simplesmente pôr Malcom ou Mendoza na de Jadson, à direita, sem mexer no posicionamento de Renato Augusto. Na primeira opção, a equipe continuaria com um dito meia pela beirada (Renato), enquanto na segunda a equipe contaria com um dito jogador de beirada pela beirada (Malcom) – sem falar que Renato seguiria pelo corredor central, onde em tese rende mais. Em outras palavras, a segunda opção me parece a mais apropriada.
Sem Jadson, outra alternativa seria mudar de esquema tático – duvido, sem tanta convicção, que irá ocorrer, mas não custa nada citar. Tite poderia trocar o 4-1-4-1 pelo 4-4-2 em linha, com nada mais nada menos que Vagner Love e Paolo Guerrero no ataque (convenhamos, uma baita dupla de ataque). Dessa forma, Ralf e Elias formariam a dupla de volantes, Renato iria à direita (não é novidade para ele) e Emerson seguiria na praia dele, a ponta esquerda. Um time com duas disciplinadas, sincronizadas e compactadas linhas de quatro, além de dois atacantes que sabem trabalhar por toda a extensão do setor ofensivo e, acima de tudo, que sabem balançar as redes. Quando Love foi anunciado, aliás, foi assim que projetei o time (veja aqui).
Sim. Jadson é um ótimo jogador. Mas não é fundamental ao Corinthians. Não tenho dúvidas de que Tite já sabe o que fazer daqui para frente sem ele. E não tenho dúvidas de que, seja no 4-1-4-1 ou no 4-4-2, com Love, Cristian, Petros, Malcom ou Mendoza na vaga do ex-camisa 10, o Corinthians tem tudo para ir longe na Libertadores. Se vai ganhar ou não são outros quinhentos, pois mata-mata é mata-mata. Contudo, entre os participantes brasileiros da competição continental, o Corinthians de Tite me parece o mais preparado. Mesmo sem Jadson.
Tite pode manter o 4-1-4-1, deslocando Renato Augusto para a posição de Jadson, aberto à direita (não é novidade para ele, atuou por ali nos tempos de Leverkusen e no próprio Corinthians), e colocando Cristian ou Petros ao lado de Elias, pela faixa central (Ralf atrás da linha de quatro do meio campo e Guerrero à frente dela). Ou pode simplesmente pôr Malcom ou Mendoza na de Jadson, à direita, sem mexer no posicionamento de Renato Augusto. Na primeira opção, a equipe continuaria com um dito meia pela beirada (Renato), enquanto na segunda a equipe contaria com um dito jogador de beirada pela beirada (Malcom) – sem falar que Renato seguiria pelo corredor central, onde em tese rende mais. Em outras palavras, a segunda opção me parece a mais apropriada.
Sem Jadson, outra alternativa seria mudar de esquema tático – duvido, sem tanta convicção, que irá ocorrer, mas não custa nada citar. Tite poderia trocar o 4-1-4-1 pelo 4-4-2 em linha, com nada mais nada menos que Vagner Love e Paolo Guerrero no ataque (convenhamos, uma baita dupla de ataque). Dessa forma, Ralf e Elias formariam a dupla de volantes, Renato iria à direita (não é novidade para ele) e Emerson seguiria na praia dele, a ponta esquerda. Um time com duas disciplinadas, sincronizadas e compactadas linhas de quatro, além de dois atacantes que sabem trabalhar por toda a extensão do setor ofensivo e, acima de tudo, que sabem balançar as redes. Quando Love foi anunciado, aliás, foi assim que projetei o time (veja aqui).
Sim. Jadson é um ótimo jogador. Mas não é fundamental ao Corinthians. Não tenho dúvidas de que Tite já sabe o que fazer daqui para frente sem ele. E não tenho dúvidas de que, seja no 4-1-4-1 ou no 4-4-2, com Love, Cristian, Petros, Malcom ou Mendoza na vaga do ex-camisa 10, o Corinthians tem tudo para ir longe na Libertadores. Se vai ganhar ou não são outros quinhentos, pois mata-mata é mata-mata. Contudo, entre os participantes brasileiros da competição continental, o Corinthians de Tite me parece o mais preparado. Mesmo sem Jadson.
quinta-feira, fevereiro 19, 2015
Palmas para Tite e vaias para Muricy
Nos últimos dois meses, Tite fez mais pelo Corinthians do que Muricy fez pelo São Paulo nos últimos dois anos. Mais ou menos isso. No clássico disputado na Arena, nesta quarta-feira, válido pela primeira rodada da fase de grupos da Libertadores, essa diferença ficou nítida, quando o time treinado por Tite deu um banho no time treinado por Muricy, em especial nos quesitos tático e emocional do esporte. No que diz respeito à distribuição tática das peças, à estratégia, à proposta de jogo (e sua aplicação) e à concentração, o time de Tite superou o de Muricy com facilidade. A vitória corinthiana por 2 a 0 reflete fielmente o que foi a partida.
Não quero ser imediatista. Não pretendo julgar o trabalho de Muricy, nem de Tite, por apenas um jogo. Não vou endeusar Tite, nem crucificar Muricy, pelo jogo desta quarta. No entanto, se você pensar que Muricy está no São Paulo desde setembro de 2013, e que Tite voltou esses dias ao Corinthians, em tese o São Paulo deveria estar bem melhor que o Corinthians. Em tese o São Paulo deveria se encontrar num nível de evolução muito mais avançado que o Corinthians. Na prática, todavia, o que se viu foi o contrário. O que se viu foi a equipe que está sendo formada há menos tempo (Corinthians) muito mais completa do que a que vem sendo formada há mais tempo (São Paulo). E isso tem tudo a ver com o treinador. Palmas para Tite. Vaias para Muricy.
Pegue Jadson e Ganso, por exemplo. Personagens principais, por motivos óbvios: Jadson perdeu espaço no São Paulo após a chegada de Ganso e acabou negociado com o Corinthians, naquela transação que envolveu Alexandre Pato. A julgar pelo Majestoso desta quarta, você pode chegar à conclusão de que o São Paulo fez besteira, pois Jadson é melhor que Ganso, afinal o camisa 10 tricolor fez uma péssima partida e o camisa 10 alvinegro decidiu (uma assistência para Elias no primeiro tempo e um gol no segundo). Contudo é preciso ponderar que Jadson tem um time ao redor dele, ao passo que Ganso, não. E é aí que entra o dedo do treinador. Se Ganso não tem um time que funciona coletivamente ao seu redor, a responsabilidade é sim de Muricy, que está no cargo há quase dois anos. E se Jadson tem um time que funciona coletivamente ao seu redor, o mérito é sim de Tite, que está no cargo há quase dois meses. Ou seja, palmas para Tite e vaias para Muricy.
Não quero ser imediatista. Não pretendo julgar o trabalho de Muricy, nem de Tite, por apenas um jogo. Não vou endeusar Tite, nem crucificar Muricy, pelo jogo desta quarta. No entanto, se você pensar que Muricy está no São Paulo desde setembro de 2013, e que Tite voltou esses dias ao Corinthians, em tese o São Paulo deveria estar bem melhor que o Corinthians. Em tese o São Paulo deveria se encontrar num nível de evolução muito mais avançado que o Corinthians. Na prática, todavia, o que se viu foi o contrário. O que se viu foi a equipe que está sendo formada há menos tempo (Corinthians) muito mais completa do que a que vem sendo formada há mais tempo (São Paulo). E isso tem tudo a ver com o treinador. Palmas para Tite. Vaias para Muricy.
Pegue Jadson e Ganso, por exemplo. Personagens principais, por motivos óbvios: Jadson perdeu espaço no São Paulo após a chegada de Ganso e acabou negociado com o Corinthians, naquela transação que envolveu Alexandre Pato. A julgar pelo Majestoso desta quarta, você pode chegar à conclusão de que o São Paulo fez besteira, pois Jadson é melhor que Ganso, afinal o camisa 10 tricolor fez uma péssima partida e o camisa 10 alvinegro decidiu (uma assistência para Elias no primeiro tempo e um gol no segundo). Contudo é preciso ponderar que Jadson tem um time ao redor dele, ao passo que Ganso, não. E é aí que entra o dedo do treinador. Se Ganso não tem um time que funciona coletivamente ao seu redor, a responsabilidade é sim de Muricy, que está no cargo há quase dois anos. E se Jadson tem um time que funciona coletivamente ao seu redor, o mérito é sim de Tite, que está no cargo há quase dois meses. Ou seja, palmas para Tite e vaias para Muricy.
quarta-feira, fevereiro 18, 2015
Inter estreia com o pé esquerdo
Quando Anderson foi anunciado pelo Inter, projetei o time num 4-1-4-1 com D’Alessandro, Aránguiz, ele e Vitinho na linha de quatro do meio, Nilton atrás dela e Nilmar na frente (veja aqui). Não deu outra. Na estreia da Libertadores, na noite desta terça-feira, diante do Strongest, em La Paz, Aguirre adotou o 4-1-4-1, com Sasha na vaga de Vitinho (completaram a linha de quatro da defesa Léo, Ernando, Alan e Fabrício – veja aqui). Convenhamos que não é preciso ser um gênio para perceber que para encaixar essas determinadas peças, trata-se do esquema tático mais indicado. Mas não deu certo. Não pelo esquema tático em si, mas obviamente não deu certo (a estratégia me pareceu a grande vilã da história, sem falar no terrível rendimento individual de alguns atletas). A equipe boliviana controlou a bola e o adversário nos primeiros 45 minutos com enorme facilidade, ao ponto de abrir o placar aos 11 (Chumacero) e ampliá-lo aos 15 (Ramallo) e praticamente matar o jogo na primeira etapa.
No primeiro tempo, aos 37 minutos, o treinador colorado tentou consertar o time ao substituir Anderson por Vitinho, passando para o 4-2-3-1 (Vitinho e Sasha pelas beiradas, D’Alessandro por dentro e Nilton e Aránguiz volantes). A partida feita por Anderson, aliás, foi péssima – como a do time como um todo, diga-se de passagem. Escancarou a fragilidade (talvez momentânea) física, técnica e mental do camisa 8. Sem a bola, basicamente caminhou, trotou e olhou o Strongest jogar. Já com ela, mal conseguiu dominá-la, na verdade. Mal a teve no pé esquerdo (justiça seja feita, o time todo do Inter não sabia o que fazer com a bola nas poucas vezes em que a recuperava). Eu sei que o jogo foi na altitude, etc e blá. E não quero cair na armadilha do imediatismo – esse câncer das análises de futebol no Brasil. Contudo ficou meio evidente que Anderson não pode ser titular no momento. Vai precisar de algumas semanas para entrar em forma física, técnica e emocional. E nesse meio tempo, parece-me que a melhor alternativa é essa mesmo, com Vitinho e Sasha pelas extremas e D’Ale pela faixa central, no 4-2-3-1. Agora, desde que Aguirre realmente concorde que Anderson não tem condições de ser titular por ora, é preciso repetir essa formação com Vitinho e Sasha, caso contrário não haverá evolução.
No fim das contas, apesar da relativa melhora do Colorado após a saída de Anderson e a entrada de Vitinho, os donos da casa continuaram superiores, mandando no confronto. Apesar do gol de pênalti marcado por D’Alessandro aos 4 minutos da segunda etapa, o Strongest se mostrou mais forte. O tempo todo esteve mais perto de marcar o terceiro do que o Inter de empatar. E não de outra. A cinco minutos do apito final, após bela jogada coletiva (algo que não existiu pelo lado do Inter, por exemplo), Chumacero fez seu segundo e definiu o placar final, que, convenhamos, ficou barato: 3 a 1. Poderia ter sido mais. Alisson foi um dos destaques do Inter, para se ter noção. Mas enfim. Seja como for, Aguirre precisa definir o chamado XI ideal o quanto antes. Se por enquanto é sem Anderson, que insista nisso (no momento eu votaria sem). Se é com Anderson, que insista nisso igualmente. O que não pode haver é falta de convicção por parte do treinador. Tampouco falta de paciência por parte da torcida, da imprensa e da diretoria.
PS: Chumacero é a cara do Schweinsteiger.
No primeiro tempo, aos 37 minutos, o treinador colorado tentou consertar o time ao substituir Anderson por Vitinho, passando para o 4-2-3-1 (Vitinho e Sasha pelas beiradas, D’Alessandro por dentro e Nilton e Aránguiz volantes). A partida feita por Anderson, aliás, foi péssima – como a do time como um todo, diga-se de passagem. Escancarou a fragilidade (talvez momentânea) física, técnica e mental do camisa 8. Sem a bola, basicamente caminhou, trotou e olhou o Strongest jogar. Já com ela, mal conseguiu dominá-la, na verdade. Mal a teve no pé esquerdo (justiça seja feita, o time todo do Inter não sabia o que fazer com a bola nas poucas vezes em que a recuperava). Eu sei que o jogo foi na altitude, etc e blá. E não quero cair na armadilha do imediatismo – esse câncer das análises de futebol no Brasil. Contudo ficou meio evidente que Anderson não pode ser titular no momento. Vai precisar de algumas semanas para entrar em forma física, técnica e emocional. E nesse meio tempo, parece-me que a melhor alternativa é essa mesmo, com Vitinho e Sasha pelas extremas e D’Ale pela faixa central, no 4-2-3-1. Agora, desde que Aguirre realmente concorde que Anderson não tem condições de ser titular por ora, é preciso repetir essa formação com Vitinho e Sasha, caso contrário não haverá evolução.
No fim das contas, apesar da relativa melhora do Colorado após a saída de Anderson e a entrada de Vitinho, os donos da casa continuaram superiores, mandando no confronto. Apesar do gol de pênalti marcado por D’Alessandro aos 4 minutos da segunda etapa, o Strongest se mostrou mais forte. O tempo todo esteve mais perto de marcar o terceiro do que o Inter de empatar. E não de outra. A cinco minutos do apito final, após bela jogada coletiva (algo que não existiu pelo lado do Inter, por exemplo), Chumacero fez seu segundo e definiu o placar final, que, convenhamos, ficou barato: 3 a 1. Poderia ter sido mais. Alisson foi um dos destaques do Inter, para se ter noção. Mas enfim. Seja como for, Aguirre precisa definir o chamado XI ideal o quanto antes. Se por enquanto é sem Anderson, que insista nisso (no momento eu votaria sem). Se é com Anderson, que insista nisso igualmente. O que não pode haver é falta de convicção por parte do treinador. Tampouco falta de paciência por parte da torcida, da imprensa e da diretoria.
PS: Chumacero é a cara do Schweinsteiger.
segunda-feira, fevereiro 16, 2015
Libertem a Libertadores!
Aleluia. É semana de UEFA Champions League e Copa Libertadores da América. Há mais de um semestre não sabemos o que é isso. Há mais de um semestre fomos privados desse momento glorioso. Há mais de um semestre não vivemos essa overdose de futebol no meio da semana. Portanto devemos celebrar. Nesta terça-feira tem PSG vs Chelsea e Shakhtar vs Bayern, além de The Strongest vs Internacional. Já na quarta-feira tem Schalke 04 vs Real Madrid, Basel vs Porto, Colo-Colo vs Atlético-MG, sem falar no clássico entre Corinthians e São Paulo. Poderia ser mais legal se a Libertadores estivesse iniciando a fase de oitavas de final, como está acontecendo com a Champions League 2014/15. Mas isso não acontece, por uma questão de falta de visão global do esporte por parte de quem manda, em função de um misto de maldade e incompetência (bela combinação, hein?).
Não acontece porque a Libertadores acaba no meio do ano. Sob o ponto de vista brasileiro, no meio da temporada, o que, convenhamos, é um absurdo, uma vez que ela acaba numa quarta-feira e no domingo seguinte tem rodada do Brasileirão, quando na verdade a finalíssima da Libertadores deveria ser o último jogo da temporada (como acontece na Europa com a Champions). Em 2013, por exemplo, salvo engano, o Atlético-MG ganhou a Libertadores na quarta e no fim de semana seguinte teve um jogo contra ninguém menos que o Cruzeiro (o time que acabaria campeão do Brasileirão). Só isso. Como exigir o mesmo nível de concentração? Impossível. No fim do dia o espetáculo é prejudicado, e quem paga o pato é o consumidor, o torcedor.
Pense. Reflita. Se a Libertadores fosse disputada em dois semestres, não teríamos este hiato tão grande entre estas semanas maravilhosas. Mas mais do que isso: se a Libertadores fosse disputada em dois semestres, seus jogos ficariam mais espaçados, e haveria mais tempo aos treinadores e aos times para evoluírem dentro da competição – o que consequentemente elevaria a qualidade do espetáculo dentro das quatro linhas. Contudo, como as pessoas que mandam no futebol do lado de cá do oceano atlântico não se interessam pela qualidade do espetáculo dentro de campo, pois são regidas por uma mistura de incompetência e má fé (que bela combinação, hein?!), nós ficamos a ver navios, em especial durante o segundo semestre do ano, quando não tem Libertadores, e somos sustentados pela fase de grupos da UCL – esta sim, óbvia e inteligentemente disputada em dois semestres.
Não acontece porque a Libertadores acaba no meio do ano. Sob o ponto de vista brasileiro, no meio da temporada, o que, convenhamos, é um absurdo, uma vez que ela acaba numa quarta-feira e no domingo seguinte tem rodada do Brasileirão, quando na verdade a finalíssima da Libertadores deveria ser o último jogo da temporada (como acontece na Europa com a Champions). Em 2013, por exemplo, salvo engano, o Atlético-MG ganhou a Libertadores na quarta e no fim de semana seguinte teve um jogo contra ninguém menos que o Cruzeiro (o time que acabaria campeão do Brasileirão). Só isso. Como exigir o mesmo nível de concentração? Impossível. No fim do dia o espetáculo é prejudicado, e quem paga o pato é o consumidor, o torcedor.
Pense. Reflita. Se a Libertadores fosse disputada em dois semestres, não teríamos este hiato tão grande entre estas semanas maravilhosas. Mas mais do que isso: se a Libertadores fosse disputada em dois semestres, seus jogos ficariam mais espaçados, e haveria mais tempo aos treinadores e aos times para evoluírem dentro da competição – o que consequentemente elevaria a qualidade do espetáculo dentro das quatro linhas. Contudo, como as pessoas que mandam no futebol do lado de cá do oceano atlântico não se interessam pela qualidade do espetáculo dentro de campo, pois são regidas por uma mistura de incompetência e má fé (que bela combinação, hein?!), nós ficamos a ver navios, em especial durante o segundo semestre do ano, quando não tem Libertadores, e somos sustentados pela fase de grupos da UCL – esta sim, óbvia e inteligentemente disputada em dois semestres.
quarta-feira, fevereiro 11, 2015
Uma briga brasileira no Chelsea
Willian sempre foi ponta-esquerda. Em seus mais de cinco anos de Shakhtar, praticamente sempre foi escalado por Mircea Lucescu à esquerda do 4-2-3-1. Destro, é a partir dali que ele se sente mais à vontade e atinge seu apogeu. Desde que chegou ao Chelsea, no entanto, Willian tem atuado à direita. Não porque ele começou a render mais por ali, mas porque a esquerda já tinha e tem dono absoluto: o craque Hazard. A polivalência, a qualidade técnica e a determinação, todavia, fizeram com que Willian se adaptasse à posição sem problemas e que rendesse em alto nível, ao ponto de virar titular indiscutível do time de Mourinho. Com a chegada de Cuadrado nesta janela de inverno, contudo, sua titularidade pode estar ameaçada. Ou não?
Cuadrado chega para assumir o flanco direito. Embora alguns possam pensar que ele chega para ser um reserva de luxo (obviamente respeito essa visão, mas discordo), parece-me evidente que o ex-winger da Fiorentina chega para ser titular. Não necessariamente para ser titular amanhã, porém ainda nesta temporada. E me parece evidente que ele chega para ocupar o espaço que é justamente de Willian: a beirada direita do 4-2-3-1. Ainda assim, graças a sua versatilidade, sua técnica e seu comprometimento, mesmo após a chegada de Cuadrado, Willian pode continuar no XI. E quem pode pagar o pato é Oscar.
Partindo do princípio de que o sósia da Mart’nália vai virar titular, restará a Willian brigar pelo corredor central com Oscar. E, honestamente, talvez seja mais fácil para Willian ganhar a vaga de Oscar pela faixa central do que a de Cuadrado pela extrema direita. Particularmente eu até penso que para jogar nesta posição, à frente dos volantes e atrás do centroavante, centralizado, Oscar preenche melhor os pré-requisitos. Mas Willian já mostrou, no próprio Chelsea, que pode render em alto nível também por ali (por onde ele não rende em alto nível?). E aí quem pode pagar o pato, é Oscar.
Na partida disputada nesta quarta-feira, no Stamford Bridge, por exemplo, contra o Everton, pela 25ª rodada da Premier League (1 a 0, gol de Willian aos 89'), sem Oscar, fora por lesão muscular, Willian foi escalado pela faixa central, com Cuadrado à direita e Hazard à esquerda (Matic e Ramires foram os volantes, Remy o centroavante, Zouma e Terry os zagueiros, e Ivanovic e Azpilicueta os laterais). Em outra oportunidade, registrada por mim no Twitter, em abril do ano passado, Willian também atuou pela faixa central, e foi eleito o melhor em campo, inclusive. Veja aqui. Nada mal. Portanto não é novidade, tampouco um bicho de sete cabeças para Willian, essa posição e função. E desde que Cuadrado tenha mesmo chegado para ser o ponta-direita titular, desenha-se então uma briga entre os brasileiros Willian e Oscar pelo interior da linha de três.
Cuadrado chega para assumir o flanco direito. Embora alguns possam pensar que ele chega para ser um reserva de luxo (obviamente respeito essa visão, mas discordo), parece-me evidente que o ex-winger da Fiorentina chega para ser titular. Não necessariamente para ser titular amanhã, porém ainda nesta temporada. E me parece evidente que ele chega para ocupar o espaço que é justamente de Willian: a beirada direita do 4-2-3-1. Ainda assim, graças a sua versatilidade, sua técnica e seu comprometimento, mesmo após a chegada de Cuadrado, Willian pode continuar no XI. E quem pode pagar o pato é Oscar.
Partindo do princípio de que o sósia da Mart’nália vai virar titular, restará a Willian brigar pelo corredor central com Oscar. E, honestamente, talvez seja mais fácil para Willian ganhar a vaga de Oscar pela faixa central do que a de Cuadrado pela extrema direita. Particularmente eu até penso que para jogar nesta posição, à frente dos volantes e atrás do centroavante, centralizado, Oscar preenche melhor os pré-requisitos. Mas Willian já mostrou, no próprio Chelsea, que pode render em alto nível também por ali (por onde ele não rende em alto nível?). E aí quem pode pagar o pato, é Oscar.
Na partida disputada nesta quarta-feira, no Stamford Bridge, por exemplo, contra o Everton, pela 25ª rodada da Premier League (1 a 0, gol de Willian aos 89'), sem Oscar, fora por lesão muscular, Willian foi escalado pela faixa central, com Cuadrado à direita e Hazard à esquerda (Matic e Ramires foram os volantes, Remy o centroavante, Zouma e Terry os zagueiros, e Ivanovic e Azpilicueta os laterais). Em outra oportunidade, registrada por mim no Twitter, em abril do ano passado, Willian também atuou pela faixa central, e foi eleito o melhor em campo, inclusive. Veja aqui. Nada mal. Portanto não é novidade, tampouco um bicho de sete cabeças para Willian, essa posição e função. E desde que Cuadrado tenha mesmo chegado para ser o ponta-direita titular, desenha-se então uma briga entre os brasileiros Willian e Oscar pelo interior da linha de três.
terça-feira, fevereiro 10, 2015
Coutinho e mais dez
Não foi à toa que recentemente o Liverpool renovou com Philippe Coutinho até 2020. Meio-campista de arranque, de drible, de habilidade, de controle de bola, de velocidade, de visão, de técnica. Sem falar que rende tanto pela faixa central quanto pelas beiradas. Praticamente completo. Só não dá para dizer que é completo porque ainda peca um pouco nas finalizações, embora nessa temporada ele tenha mostrado evolução nesse fundamento. Sem dúvida, o camisa 10 é um dos pontos de desequilíbrio dos Reds. E, sem dúvida, é o segundo melhor brasileiro na Europa 2014/15, atrás apenas de Neymar.
sábado, fevereiro 07, 2015
Quem é melhor: BBC ou MSN?
A comparação entre jogadores se torna mais fiel à realidade, na medida do possível, quando eles atuam na mesma posição do mesmo esquema tático. Ou seja, se um time joga no 4-4-2 em losango e o outro joga no 4-4-2 em linha, por exemplo, a comparação entre alguns meio-campistas pode ser distorcida. O trabalho de um carrilero no 4-4-2 em losango é diferente do trabalho de um winger no 4-4-2 em linha. O trabalho do zagueiro da sobra num esquema com três zagueiros em tese é menos difícil do que o de um zagueiro num esquema com linha de quatro. E por aí vai. São vários os exemplos que se enquadram nessa visão. Inclusive BBC ou MSN.
Quando Real Madrid e Barcelona se estruturam da mesma maneira, vejo mais sentido na comparação entre seus trios de ataque. E isso tem acontecido com frequência de uns tempos para cá, uma vez que Luis Enrique, enfim, definiu o 4-3-3 como sistema padrão, ao passo que Ancelotti tem variado entre o 4-4-2 em linha e o 4-3-3. Desde que Modric se machucou, o 4-3-3 tem sido mais utilizado que o 4-4-2 – o sistema padrão, o sistema titular desde a reta final da temporada passada, hoje com Kroos e Modric volantes, Bale e James/Isco nas extremas, mais Benzema e Ronaldo no ataque. De uns tempos para cá, contudo, com Modric indisponível (mais de mês), tanto a equipe da capital quanto a da Catalunha têm atuado no mesmo esquema: o 4-3-3. Em outras palavras, mais do que nunca a comparação entre BBC e MSN faz sentido.
Qual o melhor trio? Bom. Analisando apenas pelo lado do talento, votaria 100% no do Barcelona. No quesito talento, para mim Messi (ponta-direita) supera Gareth Bale (ponta-direita), Suárez (centroavante) supera Benzema (centroavante) e Neymar (ponta-esquerda) supera Cristiano Ronaldo (ponta-esquerda). Veja bem. Eu disse no quesito talento. No quesito colírio para os olhos, digamos assim. No entanto o futebol não é feito somente desse lado lúdico. Apenas talento não basta. Noves fora que outros fatores não podem ser deixados de fora, como o momento do jogador, a fase da carreira, o que ele representa, sua eficiência, seu número de gols, etc.
Acho que todo mundo concorda que Suárez é mais jogador que Benzema. Assim como tenho certeza de que todo mundo concorda que a fase do nove francês é melhor que a do uruguaio. Na verdade, quanto a isso, não é preciso concordar ou discordar. É um fato. Assim como – outro fato –, ontem, hoje e sempre, Messi é melhor que Bale. Ressalva seja feita, porém, ontem, hoje e sempre, Messi é melhor do que qualquer ponta-direita. Logo, relaxe, Gareth. Neymar idem. Pode relaxar. Embora eu esteja louco para afirmar isto neste post, não dá para dizer que ele seja melhor que Cristiano Ronaldo. Talento à parte, no geral, na balança, embora eu esteja louco para afirmar isto neste post, hoje não dá para dizer que Neymar é melhor que Cristiano Ronaldo. O cara é o Bola de Ouro. Ponto.
No fim das contas, portanto, apesar de eu gostar mais do trio MSN, apesar de eu enxergar no trio do Barcelona algo extraordinário, algo raro de se ver, hoje considero o trio BBC melhor, basicamente em função da fase esplendorosa de Benzema, e da superioridade de Cristiano Ronaldo em relação a Neymar. No longo prazo, todavia, vejo a supremacia azulgrená. Neymar (23 anos) está numa reta ascendente, enquanto Cristiano Ronaldo (30 anos) em tese já atingiu seu pico. Já Suárez (28 anos), na medida em que o tempo passa e o entrosamento aumenta, na medida em que se sente mais em casa a cada dia que passa, tende a se destacar mais do que Benzema (27 anos), pois é muito mais jogador. Quanto a Messi (27 anos), bom. Relaxe, Bale (25 anos). Não há nada que você possa fazer. Aí não tem comparação.
Quando Real Madrid e Barcelona se estruturam da mesma maneira, vejo mais sentido na comparação entre seus trios de ataque. E isso tem acontecido com frequência de uns tempos para cá, uma vez que Luis Enrique, enfim, definiu o 4-3-3 como sistema padrão, ao passo que Ancelotti tem variado entre o 4-4-2 em linha e o 4-3-3. Desde que Modric se machucou, o 4-3-3 tem sido mais utilizado que o 4-4-2 – o sistema padrão, o sistema titular desde a reta final da temporada passada, hoje com Kroos e Modric volantes, Bale e James/Isco nas extremas, mais Benzema e Ronaldo no ataque. De uns tempos para cá, contudo, com Modric indisponível (mais de mês), tanto a equipe da capital quanto a da Catalunha têm atuado no mesmo esquema: o 4-3-3. Em outras palavras, mais do que nunca a comparação entre BBC e MSN faz sentido.
Qual o melhor trio? Bom. Analisando apenas pelo lado do talento, votaria 100% no do Barcelona. No quesito talento, para mim Messi (ponta-direita) supera Gareth Bale (ponta-direita), Suárez (centroavante) supera Benzema (centroavante) e Neymar (ponta-esquerda) supera Cristiano Ronaldo (ponta-esquerda). Veja bem. Eu disse no quesito talento. No quesito colírio para os olhos, digamos assim. No entanto o futebol não é feito somente desse lado lúdico. Apenas talento não basta. Noves fora que outros fatores não podem ser deixados de fora, como o momento do jogador, a fase da carreira, o que ele representa, sua eficiência, seu número de gols, etc.
Acho que todo mundo concorda que Suárez é mais jogador que Benzema. Assim como tenho certeza de que todo mundo concorda que a fase do nove francês é melhor que a do uruguaio. Na verdade, quanto a isso, não é preciso concordar ou discordar. É um fato. Assim como – outro fato –, ontem, hoje e sempre, Messi é melhor que Bale. Ressalva seja feita, porém, ontem, hoje e sempre, Messi é melhor do que qualquer ponta-direita. Logo, relaxe, Gareth. Neymar idem. Pode relaxar. Embora eu esteja louco para afirmar isto neste post, não dá para dizer que ele seja melhor que Cristiano Ronaldo. Talento à parte, no geral, na balança, embora eu esteja louco para afirmar isto neste post, hoje não dá para dizer que Neymar é melhor que Cristiano Ronaldo. O cara é o Bola de Ouro. Ponto.
No fim das contas, portanto, apesar de eu gostar mais do trio MSN, apesar de eu enxergar no trio do Barcelona algo extraordinário, algo raro de se ver, hoje considero o trio BBC melhor, basicamente em função da fase esplendorosa de Benzema, e da superioridade de Cristiano Ronaldo em relação a Neymar. No longo prazo, todavia, vejo a supremacia azulgrená. Neymar (23 anos) está numa reta ascendente, enquanto Cristiano Ronaldo (30 anos) em tese já atingiu seu pico. Já Suárez (28 anos), na medida em que o tempo passa e o entrosamento aumenta, na medida em que se sente mais em casa a cada dia que passa, tende a se destacar mais do que Benzema (27 anos), pois é muito mais jogador. Quanto a Messi (27 anos), bom. Relaxe, Bale (25 anos). Não há nada que você possa fazer. Aí não tem comparação.
Possível Corinthians com Vagner Love
No 4-1-4-1 alvinegro não há espaço para Love e Guerrero. Sem chance. Duvido que Tite escale um deles – no caso, Love – numa das beiradas. Não faria sentido algum, principalmente por causa dos compromissos defensivos que a posição demanda. Portanto me parece evidente que, de duas, uma: ou Love chega para ser banco do Guerrero (4-1-4-1), ou o treinador vai mudar o esquema tático da equipe. Mais evidente ainda parece ser a saída o camisa 9 peruano, eu sei. Sem dúvida. Mas até lá, até a janela de verão da Europa, na metade do ano, há uma Libertadores no meio do caminho.
Diante do Once Caldas, na última quarta-feira, na Arena Corinthians, pelo jogo de ida da fase pré-grupos da Libertadores, Tite distribuiu o time num 4-1-4-1 com Ralf na cabeça de área, Jadson e Emerson nas beiradas, Elias e Renato Augusto por dentro, mais Guerrero no comando do ataque (isso até a expulsão de Guerrero, aos 26 minutos do primeiro tempo). Sem Malcom nem Cristian à disposição, esse foi o XI do meio para frente. Malcom, eu penso que será reserva mesmo. Já Cristian, não. Imagino que ganhe a vaga de Jadson. Agora, caso Love chegue para ser titular, tanto Jadson quanto Cristian devem ficar no banco. E o sistema tático deve ser outro.
Apostaria no 4-4-2 em linha. Na verdade, é até meio óbvio, né. O 4-4-2 em linha é a estrutura tática mais indicada para encaixar Love no time, para não dizer a única. A não ser que Tite queira manter o 4-1-4-1, com Love no banco de reservas, de fato o esquema com linha de quatro no meio de campo mais dois atacantes é o mais adequado. Mas para isso, Tite teria de abrir mão de um meio-campista. Teria de abrir mão de um homem no miolo da meiuca. Em vez de atuar com três (Ralf, Elias e Renato), atuaria com dois (Ralf e Elias, sendo Renato deslocado à beirada). Em princípio, a equipe perderia poderio defensivo num setor. Porém ganharia ofensividade noutro.
Há quem diga que Love e Guerrero não podem jogar juntos porque ambos são centroavantes. Eu discordo frontalmente. Não estamos falando aqui, por exemplo, de Barcos e Marcelo Moreno (Barcos até sabe jogar longe da área; já Moreno...). Estamos falando de Love e Guerrero, dois atacantes completos, que sabem ocupar todo o setor ofensivo com eficiência. Estamos falando de dois jogadores inteligentes e técnicos, que bem orientados e bem treinados, jamais ocupariam o mesmo espaço em campo. Saberiam dividir as funções meio a meio, sem baterem cabeça. Saberiam se revezar na referência e na complementação sem maiores problemas. E sem a bola, um deles (Love) voltaria para cercar o primeiro volante adversário, configurando assim um 4-4-1-1.
O que faz mais sentido? Entre o 4-1-4-1 com Love no banco e o 4-4-2 em linha com Love no campo, honestamente, não sei o que faz mais sentido. Um lado meu quer dizer que faz mais sentido Tite manter o 4-1-4-1 com Love no banco. Um XI mais coeso e seguro, com a zaga menos exposta. Meu outro lado, em contrapartida, não vê sentido em deixar Love no banco. Apesar do 4 a 0 sobre o Once Caldas no meio da semana, é sabido que os times de Tite não se destacam pelo número de gols marcados, e uma dupla com Guerrero e Love na frente poderia acabar com esse empasse, sem necessariamente escancarar o setor defensivo (as duas linhas de quatro ainda estariam lá, compactadinhas, firmes e fortes, quase impenetráveis). Honestamente, não sei o que faz mais sentido. Só sei que, seja como for, com Love no banco ou no campo, no 4-1-4-1 ou no 4-4-2, o fato é que o Corinthians vem forte na busca pelo bi da Libertadores.
Diante do Once Caldas, na última quarta-feira, na Arena Corinthians, pelo jogo de ida da fase pré-grupos da Libertadores, Tite distribuiu o time num 4-1-4-1 com Ralf na cabeça de área, Jadson e Emerson nas beiradas, Elias e Renato Augusto por dentro, mais Guerrero no comando do ataque (isso até a expulsão de Guerrero, aos 26 minutos do primeiro tempo). Sem Malcom nem Cristian à disposição, esse foi o XI do meio para frente. Malcom, eu penso que será reserva mesmo. Já Cristian, não. Imagino que ganhe a vaga de Jadson. Agora, caso Love chegue para ser titular, tanto Jadson quanto Cristian devem ficar no banco. E o sistema tático deve ser outro.
Apostaria no 4-4-2 em linha. Na verdade, é até meio óbvio, né. O 4-4-2 em linha é a estrutura tática mais indicada para encaixar Love no time, para não dizer a única. A não ser que Tite queira manter o 4-1-4-1, com Love no banco de reservas, de fato o esquema com linha de quatro no meio de campo mais dois atacantes é o mais adequado. Mas para isso, Tite teria de abrir mão de um meio-campista. Teria de abrir mão de um homem no miolo da meiuca. Em vez de atuar com três (Ralf, Elias e Renato), atuaria com dois (Ralf e Elias, sendo Renato deslocado à beirada). Em princípio, a equipe perderia poderio defensivo num setor. Porém ganharia ofensividade noutro.
Há quem diga que Love e Guerrero não podem jogar juntos porque ambos são centroavantes. Eu discordo frontalmente. Não estamos falando aqui, por exemplo, de Barcos e Marcelo Moreno (Barcos até sabe jogar longe da área; já Moreno...). Estamos falando de Love e Guerrero, dois atacantes completos, que sabem ocupar todo o setor ofensivo com eficiência. Estamos falando de dois jogadores inteligentes e técnicos, que bem orientados e bem treinados, jamais ocupariam o mesmo espaço em campo. Saberiam dividir as funções meio a meio, sem baterem cabeça. Saberiam se revezar na referência e na complementação sem maiores problemas. E sem a bola, um deles (Love) voltaria para cercar o primeiro volante adversário, configurando assim um 4-4-1-1.
O que faz mais sentido? Entre o 4-1-4-1 com Love no banco e o 4-4-2 em linha com Love no campo, honestamente, não sei o que faz mais sentido. Um lado meu quer dizer que faz mais sentido Tite manter o 4-1-4-1 com Love no banco. Um XI mais coeso e seguro, com a zaga menos exposta. Meu outro lado, em contrapartida, não vê sentido em deixar Love no banco. Apesar do 4 a 0 sobre o Once Caldas no meio da semana, é sabido que os times de Tite não se destacam pelo número de gols marcados, e uma dupla com Guerrero e Love na frente poderia acabar com esse empasse, sem necessariamente escancarar o setor defensivo (as duas linhas de quatro ainda estariam lá, compactadinhas, firmes e fortes, quase impenetráveis). Honestamente, não sei o que faz mais sentido. Só sei que, seja como for, com Love no banco ou no campo, no 4-1-4-1 ou no 4-4-2, o fato é que o Corinthians vem forte na busca pelo bi da Libertadores.
quarta-feira, fevereiro 04, 2015
Possível Atlético com Cárdenas
“Cárdenas chega para resolver um problema crônico do Galo, para qualificar a saída de bola, o passe vindo de trás.” Esse foi meu primeiro tweet sobre Cárdenas no Atlético, publicado ontem. Mas logo me dei conta de que havia tuitado bobagem. Primeiro alguns seguidores me alertaram (valeu, galera!), depois fui conferir no arquivo do Futebol de Botão aqui do blog e, de fato, Cárdenas joga mais adiantado. No confronto de ida das oitavas de final da Libertadores do ano passado, contra o próprio Atlético, por exemplo, ele atuou atrás do centroavante, numa espécie de 3-6-1 (confira aqui).
Portanto o 4-1-4-1 cogitado por mim (veja aqui na prancheta), com Leandro Donizete (ou Rafael Carioca) na cabeça de área, Luan, Cárdenas, Dátolo e Carlos na linha de quatro, mais Pratto no comando do ataque, pode ser uma alternativa secundária, um plano B. Pode funcionar nas partidas em casa, dependendo do adversário, ou até mesmo fora de casa, dependendo do contexto da partida. O plano A, no entanto, deve ser o 4-2-3-1, podendo variar uma peça aqui, outra ali.
Opções não faltam a Levir Culpi. Além do suposto 4-1-4-1, o Galo pode jogar, no 4-2-3-1, com Rafael Carioca e Leandro Donizete volantes, Luan, Cárdenas e Dátolo na linha de três, mais Pratto na frente. Ou pode jogar com Carioca ou Donizete primeiro volante, Dátolo segundo volante, e Luan, Cárdenas e Carlos na linha de três, mais Pratto na frente. A diferença é que, na primeira opção (prancheta acima), a saída de bola perde um pouco de qualidade, e o time atua com um cara de faixa central pela beirada (Dátolo). Já na segunda, a vantagem é ter dois pontas de ofício pelas extremas (Luan e Carlos), além da saída de bola qualificada com o recuo de Dátolo.
Seja como for, no 4-1-4-1 ou no 4-2-3-1, com Dátolo segundo volante ou extremo-esquerdo, o fato é que o Atlético pode ser considerado no momento a melhor equipe do país. Devido à reformulação do Cruzeiro e a mudança de treinador do Internacional, o Galo pode ser considerado o melhor time do país, a meu ver um pouco à frente do São Paulo. Em relação à Libertadores propriamente dita, partindo do princípio de que Cruzeiro e Internacional são incógnitas, de que o Corinthians ainda não está classificado à fase de grupos (sem falar que também trocou de treinador), e de que o São Paulo de Muricy não nasceu para o mata-mata, resta-me apontar o Galo como o brasileiro mais forte da competição. Se vai conquistar o troféu ou não, são outros quinhentos.
Portanto o 4-1-4-1 cogitado por mim (veja aqui na prancheta), com Leandro Donizete (ou Rafael Carioca) na cabeça de área, Luan, Cárdenas, Dátolo e Carlos na linha de quatro, mais Pratto no comando do ataque, pode ser uma alternativa secundária, um plano B. Pode funcionar nas partidas em casa, dependendo do adversário, ou até mesmo fora de casa, dependendo do contexto da partida. O plano A, no entanto, deve ser o 4-2-3-1, podendo variar uma peça aqui, outra ali.
Opções não faltam a Levir Culpi. Além do suposto 4-1-4-1, o Galo pode jogar, no 4-2-3-1, com Rafael Carioca e Leandro Donizete volantes, Luan, Cárdenas e Dátolo na linha de três, mais Pratto na frente. Ou pode jogar com Carioca ou Donizete primeiro volante, Dátolo segundo volante, e Luan, Cárdenas e Carlos na linha de três, mais Pratto na frente. A diferença é que, na primeira opção (prancheta acima), a saída de bola perde um pouco de qualidade, e o time atua com um cara de faixa central pela beirada (Dátolo). Já na segunda, a vantagem é ter dois pontas de ofício pelas extremas (Luan e Carlos), além da saída de bola qualificada com o recuo de Dátolo.
Seja como for, no 4-1-4-1 ou no 4-2-3-1, com Dátolo segundo volante ou extremo-esquerdo, o fato é que o Atlético pode ser considerado no momento a melhor equipe do país. Devido à reformulação do Cruzeiro e a mudança de treinador do Internacional, o Galo pode ser considerado o melhor time do país, a meu ver um pouco à frente do São Paulo. Em relação à Libertadores propriamente dita, partindo do princípio de que Cruzeiro e Internacional são incógnitas, de que o Corinthians ainda não está classificado à fase de grupos (sem falar que também trocou de treinador), e de que o São Paulo de Muricy não nasceu para o mata-mata, resta-me apontar o Galo como o brasileiro mais forte da competição. Se vai conquistar o troféu ou não, são outros quinhentos.
terça-feira, fevereiro 03, 2015
Possível Inter com Anderson
Comprometido, Anderson deita e rola no futebol brasileiro. Fácil. Mas muito fácil. A questão é: ele está comprometido? Talvez a tendência seja responder “não”. Ou talvez a resposta padrão seja mais cruel: “está, não; ele não é!”. Porém, convenhamos, é difícil, para não dizer impreciso ou injusto, julgar de longe esse aspecto dessa pessoa. De longe é impossível saber se Anderson está ou não comprometido com o Internacional. De longe é impossível saber se Anderson está ou não empenhado em honrar os R$ 500 mil mensais no campo e na bola – e nos treinamentos. Se estiver, no campo e na bola, ele joga fácil. Pelo menos no futebol brasileiro, o do 7 a 1, ele joga fácil.
Uma vez comprometido, a forma física e a forma emocional entram em dia em questão de tempo. A partir daí, suas virtudes técnica e tática têm terreno fértil para brotar. Não só técnica (fundamentos, etc), mas tática também. Pois não é possível que um jogador sob o comando de Alex Ferguson durante tanto tempo não tenha aprendido nada no quesito. Por mais que Anderson tenha ficado ou aceitado o banco no Manchester United de uns tempos para cá (e de uns tempos mais para cá ainda, algo abaixo do banco), sem dúvida sua experiência no futebol europeu o acrescentou bastante como futebolista.
Dito isso, vejo apenas um esquema tático capaz de encaixá-lo no time: o 4-1-4-1. Ou melhor. Vejo no 4-1-4-1 não a única estrutura tática capaz, mas sim a mais indicada, a mais adequada para fazer a equipe render coletiva e individualmente. Estrutura essa, aliás, que foi utilizada por Abel Braga na temporada passada. Nela, em 2015, o canhoto D’Alessandro ocuparia o flanco direito, enquanto os destros Vitinho e Sasha brigariam pela ponta esquerda, e o miolo da meia cancha seria composto pelo cabeça de área Nilton e, à frente dele, Aránguiz e Anderson. Noves fora o centroavante (Rafael Moura quando Nilmar não estiver à disposição).
Dessa maneira, com essa distribuição tática e essas peças, o Inter pode encontrar o equilíbrio entre a defesa e o ataque. Pode atingir um nível satisfatório de eficiência tanto sem a bola quanto com a bola. E digo mais: pode ser envolvente. Pode jogar bonito. Não de hoje, por sinal, há material humano para jogar bonito. Certamente Diego Aguirre tem sua filosofia de jogo predileta e eu confesso que a desconheço. Ainda assim, me parece prudente e inteligente optar pelo esquema do ano passado, agora no caso com Nilton na vaga de Willians, Anderson na de Alex, Léo na do lateral-direito, Vitinho (ou Sasha) na extrema esquerda e Réver ao lado de Ernando. Pelo menos no papel, dessa maneira se evidencia a força do XI e do elenco do Colorado.
Porque além do XI da prancheta acima, o Internacional tem no plantel nomes como Dida, Juan, Paulão, Wellington, Alex, Luque, Valdívia, Sasha, Taiberson e outros. Pode não ser o melhor elenco do país, mas é um dos. Sem dúvida está no Top 5. Com certeza. Sem discussão. Resta-nos aguardar para ver o que o treinador uruguaio vai fazer com esse elenco em mãos. Principalmente em matéria de campo e bola, do jogo jogado. E que a insana urgência pelos resultados, impregnada na mídia, na torcida e na cartolagem brasileira, seja chutada para escanteio. Pelo menos em sua primeira temporada na casamata colorada. Lembre-se: não podemos fazer de Aguirre um novo Gareca. Ele precisa de tempo para trabalhar (ele e todo mundo na mesma situação, né). O mais difícil, digamos assim, o material humano de qualidade, ele já tem. Agora nos resta pacientemente aguardar para ver o que ele e os jogadores, de preferência todos comprometidos, vão construir dentro das quatro linhas.
Uma vez comprometido, a forma física e a forma emocional entram em dia em questão de tempo. A partir daí, suas virtudes técnica e tática têm terreno fértil para brotar. Não só técnica (fundamentos, etc), mas tática também. Pois não é possível que um jogador sob o comando de Alex Ferguson durante tanto tempo não tenha aprendido nada no quesito. Por mais que Anderson tenha ficado ou aceitado o banco no Manchester United de uns tempos para cá (e de uns tempos mais para cá ainda, algo abaixo do banco), sem dúvida sua experiência no futebol europeu o acrescentou bastante como futebolista.
Dito isso, vejo apenas um esquema tático capaz de encaixá-lo no time: o 4-1-4-1. Ou melhor. Vejo no 4-1-4-1 não a única estrutura tática capaz, mas sim a mais indicada, a mais adequada para fazer a equipe render coletiva e individualmente. Estrutura essa, aliás, que foi utilizada por Abel Braga na temporada passada. Nela, em 2015, o canhoto D’Alessandro ocuparia o flanco direito, enquanto os destros Vitinho e Sasha brigariam pela ponta esquerda, e o miolo da meia cancha seria composto pelo cabeça de área Nilton e, à frente dele, Aránguiz e Anderson. Noves fora o centroavante (Rafael Moura quando Nilmar não estiver à disposição).
Dessa maneira, com essa distribuição tática e essas peças, o Inter pode encontrar o equilíbrio entre a defesa e o ataque. Pode atingir um nível satisfatório de eficiência tanto sem a bola quanto com a bola. E digo mais: pode ser envolvente. Pode jogar bonito. Não de hoje, por sinal, há material humano para jogar bonito. Certamente Diego Aguirre tem sua filosofia de jogo predileta e eu confesso que a desconheço. Ainda assim, me parece prudente e inteligente optar pelo esquema do ano passado, agora no caso com Nilton na vaga de Willians, Anderson na de Alex, Léo na do lateral-direito, Vitinho (ou Sasha) na extrema esquerda e Réver ao lado de Ernando. Pelo menos no papel, dessa maneira se evidencia a força do XI e do elenco do Colorado.
Porque além do XI da prancheta acima, o Internacional tem no plantel nomes como Dida, Juan, Paulão, Wellington, Alex, Luque, Valdívia, Sasha, Taiberson e outros. Pode não ser o melhor elenco do país, mas é um dos. Sem dúvida está no Top 5. Com certeza. Sem discussão. Resta-nos aguardar para ver o que o treinador uruguaio vai fazer com esse elenco em mãos. Principalmente em matéria de campo e bola, do jogo jogado. E que a insana urgência pelos resultados, impregnada na mídia, na torcida e na cartolagem brasileira, seja chutada para escanteio. Pelo menos em sua primeira temporada na casamata colorada. Lembre-se: não podemos fazer de Aguirre um novo Gareca. Ele precisa de tempo para trabalhar (ele e todo mundo na mesma situação, né). O mais difícil, digamos assim, o material humano de qualidade, ele já tem. Agora nos resta pacientemente aguardar para ver o que ele e os jogadores, de preferência todos comprometidos, vão construir dentro das quatro linhas.
segunda-feira, fevereiro 02, 2015
Willian e Cuadrado: wingers do futuro?
Como disse na gravação do podcast do Di Primeira, eu já visualizo o Chelsea num futuro próximo sem Hazard. Como disse na gravação do podcast ontem à noite, eu não tenho informação alguma a respeito disso, portanto posso estar falando uma tremenda duma besteira. No entanto, baseado numa análise de conjuntura bolada na minha cabeça, por mais estranho que possa parecer, permito-me imaginar que o craque belga não está nos planos de Mourinho para o futuro. E a chegada de Cuadrado está diretamente relacionada a isso. (Repito: Mourinho não disse nada a esse respeito, eu que estou levantando essa bola).
Não. Cuadrado não é mais jogador que Hazard. Talvez nenhum jogador do Chelsea seja tão bom quanto Hazard, tampouco Cuadrado. De fato, nenhum atleta dos Blues é tão habilidoso e talentoso quanto Hazard. Mas o raciocíno não pode ser tão simplório assim, né. Não é a quantidade de dribles que te faz melhor ou pior do que o outro. Não que Hazard seja apenas um driblador. Por favor. Não é isso. O camisa 10 domina alguns fundamentos à perfeição. Sem dúvida, sabe tratar a bola como poucos no futebol mundial. Por que então visualizo o Chelsea sem ele, se ele joga essa bola toda? Porque me baseio no que ele faz ou deixa de fazer sem a bola, para fazer tal projeção.
Mourinho não tem receio em "jogar feio", digamos assim. Não se constrange em estacionar o ônibus na entrada da sua área, se o panorama da partida for favorável, por exemplo. Se o regulamento ajudar, não vê problema nenhum em colocar o time fechado lá atrás para primeiramente se defender e depois contra atacar. De preferência em jogos grandes ou de mata-mata. Não estou dizendo que José só joga assim, todavia ele inegavelmente é mestre em jogar assim. Em outras palavras, Mourinho faz de tudo pelo resultado. E para se fazer de tudo pelo resultado, com essa filosofia de jogo, é mais viável contar com jogadores incansáveis no trabalho sem a bola do que com jogadores que botam a mão na cintura quando perdem ela.
Veja bem. Não estou dizendo que Hazard é um lixo sem a bola, que não sabe recompor o meio de campo, nem recuperá-la. Não é isso. Só estou dizendo que, sem a bola, Cuadrado e Willian, por exemplo, são mais eficientes do que ele. Para executar essa estratégia tão recorrente no trabalho de Mourinho, Willian e Cuadrado são mais eficientes (e Oscar). Noves fora que, com a bola, Willian e Cuadrado estão longe de serem pernas de pau. Pelo contrário. São dois ótimos jogadores. Não do nível de Hazard, é verdade, mas excelentes jogadores, que compensam com o alto rendimento na fase defensiva.
Dessa maneira, distribuídos num 4-2-3-1 sem Hazard, Cuadrado jogaria à direita e Willian à esquerda, com Oscar pela faixa central, à frente de Matic e Fàbregas, e atrás de Diego Costa. Willian, aliás, sempre foi ponta-esquerda. Desde os tempos de Shakhtar, diga-se. Sempre rendeu mais pela beirada esquerda. Sempre foi sua posição. Ele só joga na ponta direita do Chelsea porque a esquerda já tinha dono quando ele chegou (Hazard). Contudo, se de fato Hazard sair num futuro próximo, Willian pode voltar a atuar na sua praia, a extrema esquerda, de modo que a direita ficaria com Cuadrado. Dessa forma, Mourinho contaria com dois wingers que se encaixam no seu perfil, que atacam e defendem com a mesma eficiência, e que estariam em suas posições naturais (a praia do Cuadrado é o flanco direito).
Quanto a Hazard, não iria sair a preço de banana. Pelo contrário. Possíveis compradores interessados com bala na agulha não faltariam. Em especial, o PSG. Ainda assim, evidente, como eu disse na gravação do podcast ontem à noite, e como escrevi no primeiro parágrafo deste post, não tenho informação alguma sobre esse possível remanejamento. Trata-se apenas de uma análise de conjuntura, que até faz sentido na minha cabeça (e na sua?), mas que pode ser uma tremenda viagem. Resta-me aguardar para saber.
Não. Cuadrado não é mais jogador que Hazard. Talvez nenhum jogador do Chelsea seja tão bom quanto Hazard, tampouco Cuadrado. De fato, nenhum atleta dos Blues é tão habilidoso e talentoso quanto Hazard. Mas o raciocíno não pode ser tão simplório assim, né. Não é a quantidade de dribles que te faz melhor ou pior do que o outro. Não que Hazard seja apenas um driblador. Por favor. Não é isso. O camisa 10 domina alguns fundamentos à perfeição. Sem dúvida, sabe tratar a bola como poucos no futebol mundial. Por que então visualizo o Chelsea sem ele, se ele joga essa bola toda? Porque me baseio no que ele faz ou deixa de fazer sem a bola, para fazer tal projeção.
Mourinho não tem receio em "jogar feio", digamos assim. Não se constrange em estacionar o ônibus na entrada da sua área, se o panorama da partida for favorável, por exemplo. Se o regulamento ajudar, não vê problema nenhum em colocar o time fechado lá atrás para primeiramente se defender e depois contra atacar. De preferência em jogos grandes ou de mata-mata. Não estou dizendo que José só joga assim, todavia ele inegavelmente é mestre em jogar assim. Em outras palavras, Mourinho faz de tudo pelo resultado. E para se fazer de tudo pelo resultado, com essa filosofia de jogo, é mais viável contar com jogadores incansáveis no trabalho sem a bola do que com jogadores que botam a mão na cintura quando perdem ela.
Veja bem. Não estou dizendo que Hazard é um lixo sem a bola, que não sabe recompor o meio de campo, nem recuperá-la. Não é isso. Só estou dizendo que, sem a bola, Cuadrado e Willian, por exemplo, são mais eficientes do que ele. Para executar essa estratégia tão recorrente no trabalho de Mourinho, Willian e Cuadrado são mais eficientes (e Oscar). Noves fora que, com a bola, Willian e Cuadrado estão longe de serem pernas de pau. Pelo contrário. São dois ótimos jogadores. Não do nível de Hazard, é verdade, mas excelentes jogadores, que compensam com o alto rendimento na fase defensiva.
Dessa maneira, distribuídos num 4-2-3-1 sem Hazard, Cuadrado jogaria à direita e Willian à esquerda, com Oscar pela faixa central, à frente de Matic e Fàbregas, e atrás de Diego Costa. Willian, aliás, sempre foi ponta-esquerda. Desde os tempos de Shakhtar, diga-se. Sempre rendeu mais pela beirada esquerda. Sempre foi sua posição. Ele só joga na ponta direita do Chelsea porque a esquerda já tinha dono quando ele chegou (Hazard). Contudo, se de fato Hazard sair num futuro próximo, Willian pode voltar a atuar na sua praia, a extrema esquerda, de modo que a direita ficaria com Cuadrado. Dessa forma, Mourinho contaria com dois wingers que se encaixam no seu perfil, que atacam e defendem com a mesma eficiência, e que estariam em suas posições naturais (a praia do Cuadrado é o flanco direito).
Quanto a Hazard, não iria sair a preço de banana. Pelo contrário. Possíveis compradores interessados com bala na agulha não faltariam. Em especial, o PSG. Ainda assim, evidente, como eu disse na gravação do podcast ontem à noite, e como escrevi no primeiro parágrafo deste post, não tenho informação alguma sobre esse possível remanejamento. Trata-se apenas de uma análise de conjuntura, que até faz sentido na minha cabeça (e na sua?), mas que pode ser uma tremenda viagem. Resta-me aguardar para saber.
Assinar:
Postagens (Atom)