No 4-1-4-1 alvinegro não há espaço para Love e Guerrero. Sem chance. Duvido que Tite escale um deles – no caso, Love – numa das beiradas. Não faria sentido algum, principalmente por causa dos compromissos defensivos que a posição demanda. Portanto me parece evidente que, de duas, uma: ou Love chega para ser banco do Guerrero (4-1-4-1), ou o treinador vai mudar o esquema tático da equipe. Mais evidente ainda parece ser a saída o camisa 9 peruano, eu sei. Sem dúvida. Mas até lá, até a janela de verão da Europa, na metade do ano, há uma Libertadores no meio do caminho.
Diante do Once Caldas, na última quarta-feira, na Arena Corinthians, pelo jogo de ida da fase pré-grupos da Libertadores, Tite distribuiu o time num 4-1-4-1 com Ralf na cabeça de área, Jadson e Emerson nas beiradas, Elias e Renato Augusto por dentro, mais Guerrero no comando do ataque (isso até a expulsão de Guerrero, aos 26 minutos do primeiro tempo). Sem Malcom nem Cristian à disposição, esse foi o XI do meio para frente. Malcom, eu penso que será reserva mesmo. Já Cristian, não. Imagino que ganhe a vaga de Jadson. Agora, caso Love chegue para ser titular, tanto Jadson quanto Cristian devem ficar no banco. E o sistema tático deve ser outro.
Apostaria no 4-4-2 em linha. Na verdade, é até meio óbvio, né. O 4-4-2 em linha é a estrutura tática mais indicada para encaixar Love no time, para não dizer a única. A não ser que Tite queira manter o 4-1-4-1, com Love no banco de reservas, de fato o esquema com linha de quatro no meio de campo mais dois atacantes é o mais adequado. Mas para isso, Tite teria de abrir mão de um meio-campista. Teria de abrir mão de um homem no miolo da meiuca. Em vez de atuar com três (Ralf, Elias e Renato), atuaria com dois (Ralf e Elias, sendo Renato deslocado à beirada). Em princípio, a equipe perderia poderio defensivo num setor. Porém ganharia ofensividade noutro.
Há quem diga que Love e Guerrero não podem jogar juntos porque ambos são centroavantes. Eu discordo frontalmente. Não estamos falando aqui, por exemplo, de Barcos e Marcelo Moreno (Barcos até sabe jogar longe da área; já Moreno...). Estamos falando de Love e Guerrero, dois atacantes completos, que sabem ocupar todo o setor ofensivo com eficiência. Estamos falando de dois jogadores inteligentes e técnicos, que bem orientados e bem treinados, jamais ocupariam o mesmo espaço em campo. Saberiam dividir as funções meio a meio, sem baterem cabeça. Saberiam se revezar na referência e na complementação sem maiores problemas. E sem a bola, um deles (Love) voltaria para cercar o primeiro volante adversário, configurando assim um 4-4-1-1.
O que faz mais sentido? Entre o 4-1-4-1 com Love no banco e o 4-4-2 em linha com Love no campo, honestamente, não sei o que faz mais sentido. Um lado meu quer dizer que faz mais sentido Tite manter o 4-1-4-1 com Love no banco. Um XI mais coeso e seguro, com a zaga menos exposta. Meu outro lado, em contrapartida, não vê sentido em deixar Love no banco. Apesar do 4 a 0 sobre o Once Caldas no meio da semana, é sabido que os times de Tite não se destacam pelo número de gols marcados, e uma dupla com Guerrero e Love na frente poderia acabar com esse empasse, sem necessariamente escancarar o setor defensivo (as duas linhas de quatro ainda estariam lá, compactadinhas, firmes e fortes, quase impenetráveis). Honestamente, não sei o que faz mais sentido. Só sei que, seja como for, com Love no banco ou no campo, no 4-1-4-1 ou no 4-4-2, o fato é que o Corinthians vem forte na busca pelo bi da Libertadores.
Um comentário:
Cristian não ganha a posição de Ralph, pelo melhor passe? E tirar Jadson pode derrubar muito a criatividade do meio. Que acha?
Postar um comentário