Desde sua estreia, em setembro de 2012, Christian Benteke marcou 42 gols na Premier League. Nessa lista, está atrás apenas de Robin van Persie (44), Luis Suárez (53) e Sergio Agüero (55). Convenhamos, uma marca e tanto para o centroavante belga. Estar atrás apenas desses três craques não é pouca coisa. Sem falar que eles eram/são mais experientes e jogaram/jogam em times melhores. Benteke fez o que fez com a camisa do tradicional porém modesto Aston Villa, cercado de atletas em tese não tão bons quanto os das equipes de Manchester, por exemplo. Portanto, trata-se de um feito e tanto, ele ter se destacado como se destacou. Afinal, estamos falando da principal liga (em todos os sentidos) de futebol do mundo. Logo, não é à toa que o Liverpool está pagando por ele € 46 milhões.
Primeiro ponto: o Liverpool precisava contratar um camisa 9. Ainda que com características um pouco distintas, esse camisa 9, na temporada passada, foi Sturridge. Ou melhor, era para ter sido, já que ele se machucou e ficou um tempo longe dos gramados (quando voltou, sem ter feito pré-temporada, não conseguiu repetir o futebol de 2013/14). E nesse tempo, enquanto Sturridge esteve fora, quem foi o centroavante do time? Sterling. Isso mesmo. Balotelli e Lambert não corresponderam e Rodgers jogou com Sterling “improvisado” na frente. No fim das contas, a temporada 2014/15 mostrou que o barato pode sair caro, e que o elenco carecia de um camisa 9 de peso. Carecia. Pois ele chegou.
A pergunta é: vale € 46 milhões? Veja bem. Não tenha dúvida de que o Villa foi bem na negociação (até por conhecer a necessidade do Liverpool). Dito isso, eu diria que vale. Por uma regra básica de economia: quem determina o preço é o mercado. Estamos em 2015. Hoje em dia “qualquer” transação gira em torno dos € 30 milhões (repare nas aspas do qualquer). Os números são outros. Os números subiram. Sempre sobem. E vão continuar subindo. Pode ter certeza de que, sei lá, em menos de dez anos transações acima dos € 100 milhões serão “comuns” (repare nas aspas). Portanto, hoje, em pleno 2015, € 46 milhões por um centroavante (artigo raro) de 24 anos, que já foi testado e aprovado na Premier League (e não no Brasileiro, Holandês ou Italiano), não se trata de nenhum absurdo. Não estou dizendo que é barato. Apenas estou afirmando que não é nenhuma loucura, como a maioria tem dito por aí (o ser humano e seu hábito de ouvir e repetir mentiras sem questioná-las). Aliás, o que mais se lê e ouve por aí são cornetadas (críticas sem fundamento). Se alguém te disser que foi um absurdo o preço pago pelo Liverpool, por favor, pergunte-o por quê. Peça-o para explicar por que ele acha isso. E se esse alguém for você, se você acha um absurdo o preço pago pelo Liverpool por Benteke, me diga por quê. Comente. Argumente. Só não me venha com "é caro" ou "não vale tudo isso" e ponto final, beleza?
quarta-feira, julho 22, 2015
quinta-feira, julho 16, 2015
Possível Manchester United 2015/16
Van Gaal terminou a temporada passada jogando no 4-1-4-1. Foi nesse esquema tático que a equipe, enfim, engrenou. Com todos à disposição, Carrick era o cabeça de área, Herrera e Fellaini os meias, Mata e Young os pontas, e Rooney o centroavante (além de Valencia e Blind nas laterais, da dupla de zagueiros e de De Gea). Logo, me parece sensato imaginar que o 4-1-4-1 será a estrutura adotada na temporada 2015/16. Aliás, em função das chegadas de Schneiderlin e Schweinsteiger, mais do que sensato, me parece óbvio imaginar isso. Nesse caso, Carrick e Fellaini perdem espaço.
Morgan Schneiderlin chega para assumir a primeira posição do meio campo. O francês de 25 anos chega para agregar tanto sem a bola quanto com ela. Alto e forte, Schneiderlin consegue aliar poder de marcação à técnica como poucos no mundo (digamos que agora o United tem um Matic para chamar de seu). Já Schweinsteiger, dispensa comentários. Ou seja, titulares absolutos. Assim sendo, no 4-1-4-1, sobra uma vaga na meia cancha. Que, me parece, a julgar pelo futebol que jogou na segunda metade da temporada passada, pela idade e pelo potencial, será preenchida por Herrera. A importância de Fellaini na jogada aérea é inegável, eu sei. Mas, no fim das contas, para uma filosofia de posse e passe, para o bem do coletivo, Herrera se encaixa melhor.
Em relação às pontas, se Di María ficar, obviamente a melhor alternativa é com ele e Depay. Ambos são wingers natos, de altíssimo nível - nesse caso, pés trocados (canhoto na direita e destro na esquerda). Mas como Di María é reserva com van Gaal, é bem possível que ele seja negociado - a não ser que eles tenham se entendido. Se sim, o United terá dois dos melhores wingers do mundo em campo. Se não, terá Mata, que também é canhoto, e que foi titular na segunda metade da temporada passada, justamente por ali, à direita. Ou Young, que foi quem "colocou" Di María no banco, e que é mais da posição que Mata. É inferior tecnicamente, mas é winger de ofício; Mata, por ali, joga no "sacrifício" (embora jogue por ali há anos).
Em relação ao centroavante, acredito que seguirá sendo Rooney. Até pelos reforços que já chegaram, não faria sentido, pelo menos na minha cabeça, contratar um nove e deslocar Rooney para o meio campo ou para a ponta. A não ser que van Gaal pense em passar para o 4-4-2 em linha. Aí, tudo bem. Aí faria sentido (Di María/Mata, Schneiderlin, Schweinsteiger e Depay na linha de quatro, mais Rooney e o outro atacante). Porém, partindo do princípio de que o 4-1-4-1 será o esquema utilizado, se chegar um nove, será para ser o banco do camisa 10, creio eu. Um bom banco, diga-se, até porque seus reservas na última temporada foram van Persie e Falcao. Só isso.
As dúvidas, ao menos na minha cabeça, passam mais pelo gol e pela lateral direita. Se De Gea for mesmo para o Real Madrid, não tenho ideia de quem poderia chegar para vestir a camisa 1. E não tenho certeza se Darmian toma a vaga do Valencia assim, da noite para o dia. Enfim. No que diz respeito às peças propriamente ditas, o ponto fraco está na zaga. Não que Jones e Rojo (ou Smalling) sejam ruins. Não são. Mas que há uma distância entre eles e o resto do time, há. E contratando do jeito que está contratando nessa janela, é bem possível que um zagueiro acabe chegando. Seja como for, com um novo zagueiro ou não, com Di María ou não, com De Gea ou não, o fato é que o elenco do United 2015/16 já está mais qualificado que o 2014/15.
PS: Numeração não confirmada.
Morgan Schneiderlin chega para assumir a primeira posição do meio campo. O francês de 25 anos chega para agregar tanto sem a bola quanto com ela. Alto e forte, Schneiderlin consegue aliar poder de marcação à técnica como poucos no mundo (digamos que agora o United tem um Matic para chamar de seu). Já Schweinsteiger, dispensa comentários. Ou seja, titulares absolutos. Assim sendo, no 4-1-4-1, sobra uma vaga na meia cancha. Que, me parece, a julgar pelo futebol que jogou na segunda metade da temporada passada, pela idade e pelo potencial, será preenchida por Herrera. A importância de Fellaini na jogada aérea é inegável, eu sei. Mas, no fim das contas, para uma filosofia de posse e passe, para o bem do coletivo, Herrera se encaixa melhor.
Em relação às pontas, se Di María ficar, obviamente a melhor alternativa é com ele e Depay. Ambos são wingers natos, de altíssimo nível - nesse caso, pés trocados (canhoto na direita e destro na esquerda). Mas como Di María é reserva com van Gaal, é bem possível que ele seja negociado - a não ser que eles tenham se entendido. Se sim, o United terá dois dos melhores wingers do mundo em campo. Se não, terá Mata, que também é canhoto, e que foi titular na segunda metade da temporada passada, justamente por ali, à direita. Ou Young, que foi quem "colocou" Di María no banco, e que é mais da posição que Mata. É inferior tecnicamente, mas é winger de ofício; Mata, por ali, joga no "sacrifício" (embora jogue por ali há anos).
Em relação ao centroavante, acredito que seguirá sendo Rooney. Até pelos reforços que já chegaram, não faria sentido, pelo menos na minha cabeça, contratar um nove e deslocar Rooney para o meio campo ou para a ponta. A não ser que van Gaal pense em passar para o 4-4-2 em linha. Aí, tudo bem. Aí faria sentido (Di María/Mata, Schneiderlin, Schweinsteiger e Depay na linha de quatro, mais Rooney e o outro atacante). Porém, partindo do princípio de que o 4-1-4-1 será o esquema utilizado, se chegar um nove, será para ser o banco do camisa 10, creio eu. Um bom banco, diga-se, até porque seus reservas na última temporada foram van Persie e Falcao. Só isso.
As dúvidas, ao menos na minha cabeça, passam mais pelo gol e pela lateral direita. Se De Gea for mesmo para o Real Madrid, não tenho ideia de quem poderia chegar para vestir a camisa 1. E não tenho certeza se Darmian toma a vaga do Valencia assim, da noite para o dia. Enfim. No que diz respeito às peças propriamente ditas, o ponto fraco está na zaga. Não que Jones e Rojo (ou Smalling) sejam ruins. Não são. Mas que há uma distância entre eles e o resto do time, há. E contratando do jeito que está contratando nessa janela, é bem possível que um zagueiro acabe chegando. Seja como for, com um novo zagueiro ou não, com Di María ou não, com De Gea ou não, o fato é que o elenco do United 2015/16 já está mais qualificado que o 2014/15.
PS: Numeração não confirmada.
quarta-feira, julho 08, 2015
7 a 1 não foi pouco. Ficou de graça
"Ainda não é o suficiente." Quando perguntado sobre Dunga na Seleção, essas foram as palavras de Daniel Alves. Palavras sobre o atual "treinador" da Seleção. Uso aspas na palavra treinador porque Dunga não é treinador de futebol. Aliás, o que te leva a crer que Dunga é treinador de futebol? Baseado em que você acredita que Dunga é treinador de futebol? Pois caso você não saiba, a função do treinador vai muito, mas muito (mas muito mesmo) além de escolher o esquema tático, as peças e fazer as substituições na hora do jogo. O jogador joga o jogo e o treinador treina o time nos treinamentos. E é aí que o Brasil parou no tempo. É aí que os treinadores brasileiros estagnaram: nos treinamentos. A metodologia que vigora no "país do futebol" é ultrapassada. Pergunte ao jogador que sai daqui para jogar na Europa, e ele te dirá, se for sincero. Agora reflita: se no quesito treinamento os treinadores brasileiros são ultrapassados, imagine Dunga, que nem treinador é.
Pois é. 7 a 1 não foi pouco. Ficou de graça.
Mas voltando às palavras de Daniel Alves sobre Dunga. Elas foram ditas no Bola da Vez que foi ao ar na noite desta terça-feira, na ESPN Brasil. "Ainda não é o suficiente." Uma frase sincera e necessária (a sinceridade é uma das grandes virtudes do ser humano, mas poucos conseguem adquiri-la), entre tantas outras. Como, por exemplo, esta sobre o 7 a 1: "Taticamente a gente não tava preparado. Futebol é preparação." Se taticamente a Seleção não estava preparada, a responsabilidade é do treinador. A "culpa" (complicado usar essa palavra, mas já foi; com aspas) de Bernard, David Luiz e etc é insignificante perto da de Felipão. Da de Felipão e da de Parreira, diga-se, pois Parreira jogou merda no ventilador ao falar "já estamos com a mão na taça" antes da competição começar. Se o emocional da Seleção já estava fragilizado porque não havia uma filosofia de jogo inteligente bem definida e assimilda (isso mina a confiança), ele ficou ainda mais frágil com a declaração de Parreira, que botou mais peso sobre os ombros dos atletas (sem falar no fato de jogar em casa e sofrer com a pressão doentia feita pela imprensa e pela torcida no sentido da "obrigação" de conquistar o título).
Outro ponto interessante tocado por Daniel, que por sinal eu tenho levantado há bastante tempo nas redes sociais e aqui no blog, e você é prova disso, foi sobre a Neymar-dependência. Ele não usou esse termo, nem estas palavras, contudo deixou nítida sua insatisfação em relação ao modo como o coletivo é tratado na Seleção. O que vimos na Copa do Mundo 2014, por exemplo, foi o sacrifício do coletivo em pról do individual. Foi um time estruturado com duas linhas de quatro, com o melhor armador do elenco escalado na beirada, para o craque Neymar ficar livre, não precisar marcar lateral, e decidir quando a bola chegar. Uma estratégia dos anos 90 em pleno século XXI. E sabe o que é mais inacreditável e revoltante? Que Dunga repete a mesma receita um ano após o 7 a 1.
Pois é. Não foi pouco. Ficou de graça.
Enfim. Assista abaixo o Bola da Vez com Daniel Alves. Modéstia à parte, você que segue o @blogdocarlao no Twitter vai identificar nas ideias do ex-lateral da Seleção várias coisas que eu falo há meses, nesta relevante entrevista, conduzida por Dan Stulbach.
PS: Leia aqui e aqui dois posts publicados à época da Copa.
Pois é. 7 a 1 não foi pouco. Ficou de graça.
Mas voltando às palavras de Daniel Alves sobre Dunga. Elas foram ditas no Bola da Vez que foi ao ar na noite desta terça-feira, na ESPN Brasil. "Ainda não é o suficiente." Uma frase sincera e necessária (a sinceridade é uma das grandes virtudes do ser humano, mas poucos conseguem adquiri-la), entre tantas outras. Como, por exemplo, esta sobre o 7 a 1: "Taticamente a gente não tava preparado. Futebol é preparação." Se taticamente a Seleção não estava preparada, a responsabilidade é do treinador. A "culpa" (complicado usar essa palavra, mas já foi; com aspas) de Bernard, David Luiz e etc é insignificante perto da de Felipão. Da de Felipão e da de Parreira, diga-se, pois Parreira jogou merda no ventilador ao falar "já estamos com a mão na taça" antes da competição começar. Se o emocional da Seleção já estava fragilizado porque não havia uma filosofia de jogo inteligente bem definida e assimilda (isso mina a confiança), ele ficou ainda mais frágil com a declaração de Parreira, que botou mais peso sobre os ombros dos atletas (sem falar no fato de jogar em casa e sofrer com a pressão doentia feita pela imprensa e pela torcida no sentido da "obrigação" de conquistar o título).
Outro ponto interessante tocado por Daniel, que por sinal eu tenho levantado há bastante tempo nas redes sociais e aqui no blog, e você é prova disso, foi sobre a Neymar-dependência. Ele não usou esse termo, nem estas palavras, contudo deixou nítida sua insatisfação em relação ao modo como o coletivo é tratado na Seleção. O que vimos na Copa do Mundo 2014, por exemplo, foi o sacrifício do coletivo em pról do individual. Foi um time estruturado com duas linhas de quatro, com o melhor armador do elenco escalado na beirada, para o craque Neymar ficar livre, não precisar marcar lateral, e decidir quando a bola chegar. Uma estratégia dos anos 90 em pleno século XXI. E sabe o que é mais inacreditável e revoltante? Que Dunga repete a mesma receita um ano após o 7 a 1.
Pois é. Não foi pouco. Ficou de graça.
Enfim. Assista abaixo o Bola da Vez com Daniel Alves. Modéstia à parte, você que segue o @blogdocarlao no Twitter vai identificar nas ideias do ex-lateral da Seleção várias coisas que eu falo há meses, nesta relevante entrevista, conduzida por Dan Stulbach.
PS: Leia aqui e aqui dois posts publicados à época da Copa.
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