quarta-feira, março 31, 2010

O novo Messi

Foi-se o tempo em que Lionel Messi se restringia à ponta direita do Barcelona. Na verdade há tempos, mesmo no 4-3-3 tradicional do time catalão, o gênio argentino eventualmente já aparecia pelo meio. No entanto agora a liberdade do camisa 10 se tornou mais flagrante, com a nova estrutura tática da equipe (que vem desde o confronto contra o Stuttgart).



A obrigação defensiva de Messi é cercar e dar o bote no adversário que está com a bola próximo ao seu raio de ação, independente da faixa do campo em que se encontra. Quando o Barça tem a posse da pelota, ele tem liberdade para cair pelo lado direito, pelo lado esquerdo, para flutuar pelo centro, para aprofundar as jogadas e para voltar à linha dos volantes para, a partir dali, atuar como um armador.

Canhoto que é, era comum ver Messi receber na ponta direita e progredir em diagonal, sempre cortando para dentro, imarcável, implacável, buscando o melhor ângulo para concluir em gol ou encontrar um companheiro. Já hoje, como transita por várias partes do gramado ofensivo, seu arsenal de cartadas foi ampliado. Hoje, por exemplo, no Barcelona, o craque trabalha individualmente de uma maneira semelhante à que empenha na seleção argentina.

Quem tem o melhor fundamento?

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, quando perguntado se Neymar chutava melhor que ele, Robinho desconversou.



Na minha opinião Neymar não só finaliza melhor que Robinho, com ambos os pés, mas também tem a visão de jogo e o passe mais apurados.

No quesito drible, o páreo é duro.

terça-feira, março 30, 2010

Virada épica em Munique

Com gol de Olic no último minuto da partida, o Bayern de Munique bateu o Manchester United por 2 a 1, nesta terça, no jogo de ida das quartas de final da Champions.

Sem Robben, os donos da casa se postaram no 4-4-2 em linha, enquanto os visitantes adotaram o 4-5-1 (4-1-4-1).

Pelo lado da equipe de Van Gaal, Ribéry e Altintop atuaram abertos pelas beiradas do campo, e bateram de frente, quando progrediam pelo flanco, com Gary Neville e Evra. Olic e Müller foram marcados por Ferdinand e Vidic. Já Demichelis e Van Buyten, tiveram a árdua tarefa de vigiar Wayne Rooney.



Os laterais Lahm e Badstuber ficaram responsáveis por Park e Nani (e vice-versa). E no miolo do meio-campo, Fletcher duelou com Pranjic, Scholes com Van Bommel, e Carrick ficou na sobra.

Só para registro, a marcação de ambas esquadras foram feitas por zona, eventualmente por pressão, com o adiantamento dos homens de frente, mas jamais individual.

As saídas dos Diabos Vermelhos se concentram pela direita, com as subidas do 24 e os avanços do 17, tanto em diagonal quanto rumo à linha de fundo.

O Bayern, por sua vez, pressionou com o 7 pela esquerda, e com o 21 pela direta. Pouco se viu, na primeira etapa, jogadas tramadas com eficiência pela faixa central do campo ofensivo dos anfitriões.

Ainda no primeiro tempo, nos últimos minutos, Ferguson inverteu o triângulo da meia-cancha: trouxe o camisa 24 para a esquerda, recuou o 18 para o centro e adiantou o 16 para a direita.

No segundo, aos 25 minutos, Berbatov entrou no lugar de Carrick, Valencia no de Park, e desta forma o Manchester United substituiu o 4-1-4-1 pelo 4-4-2 em linha, com Valencia e Nani pelos cantos, Scholes e Fletcher por dentro, e Rooney e Berbatov no ataque.

segunda-feira, março 29, 2010

Timão caminha passo a passo

Confesso que fico com o pé atrás quando vejo alguém cobrar um futebol em altíssimo nível em pleno mês de março. Exceção feita ao Santos, nenhum time convence a essa altura da temporada.

Se jogar bem, legal. Se não, tudo bem também. O ápice do Corinthians (e do São Paulo), por exemplo, tem de ser atingido no mata-mata da Libertadores, e não na fase classificatória do Paulista.



No 4 a 3 sobre o Tricolor, no Pacaembu, o time de Mano Menezes fez, provavelmente, sua melhor partida no ano. O de Ricardo Gomes, em menor escala, em função da força do adversário, vá lá, idem.

Não adianta querer dar o passo maior que a perna. Claro que há um limite, um prazo a ser cumprido. Porém aos poucos a equipe ideal é encontrada, e a evolução ocorre naturalmente.

domingo, março 28, 2010

A cesta de Ganso

Chuá.

Clássico paulista na prancheta

Se estas forem as escalações, a superioridade numérica do meio-campo é do São Paulo. Jean deve marcar Elias, Jucilei pode bater de frente com Léo Lima, Ralf com Hernanes, e Cléber Santana, em tese, terá mais liberdade.

Outra possibilidade são os camisas 10 e 27 do Tricolor fecharem os lados do campo. Sob pressão a equipe se posiciona com duas linhas de quatro, e quando tem a bola, os meias direita e esquerda aparecem pela faixa central do campo ofensivo.



Pelo lado do Timão, se Mano repetir a estrutura tática da esquadra que bateu o Cerro, será comum o recúo de Ronaldo e a ultrapassagem do ponta-de-lança Elias.

Pelos flancos, Dentinho deve duelar com Júnior César, e Danilo com Cicinho. A diferença é que o 17 conduz a pelota em velocidade, na diagonal, enquanto o 10 faz ela correr a passes e lançamentos.

Tentativas de previsões à parte, na prática o pontapé inicial ocorre às 16h (Brasília), no Pacaembu, pela 17ª rodada do Paulistão.

sábado, março 27, 2010

Roma, o Nero do Calcio

A equipe treinada por Claudio Ranieri pode derrubar o império nerazzuri, que há quatro temporadas vigora na Itália.

Graças ao triunfo obtido em cima da Inter neste sábado, no Estádio Olímpico, a Roma incendiou o campeonato de vez.



A sete rodadas do fim, a briga pela ponta está cabeça-a-cabeça: Inter com 63 pontos, Roma com 62, e Milan, que joga no domingo, com 59.

Time para faturar o Scudetto, os romanistas têm. Resta saber se terão fôlego para explodir nesta reta final, ou se são fogo de palha.

sexta-feira, março 26, 2010

A passagem de Ganso pela África

O destaque individual da campanha verde-amarela no Mundial Sub-20, no Egito, no ano passado, foi Alex Teixeira.

O Brasil se classificou em primeiro no Grupo E, passou pelo Uruguai nas oitavas, pela Alemanha nas quartas, pela Costa Rica nas semis, e perdeu a decisão para Gana nos pênaltis.

A participação de Paulo Henrique, na minha visão, foi regular. Claro que a análise não se resume a números. Mas em sete jogos, ele fez um gol e deu uma assistência.



Contudo, o baixo rendimento do camisa 11 ocorreu, principalmente, a meu ver, por causa da formação que o técnico brasileiro adotou: um 4-5-1 (4-2-3-1) com o santista aberto pela direita, ao invés de centralizado (veja a prancheta).

À época até escrevi que Rogério afogava o Ganso, que mantê-lo por ali, em um dos extremos da linha de três, era matá-lo.

Não dá pra dizer que aquele time fracassou, pois foi finalista. Também sei que 'se' não entra em campo. No entanto tenho convicção de que, se Giuliano jogasse pela direita e Ganso por dentro, o futebol daquela equipe teria fluído com mais facilidade.

Vale lembrar que, para esta posição, de armador central, há apenas Kaká no grupo da Seleção principal.

Neymar já conhece a África

Ao lado de Phillipe Coutinho, o craque do Santos era o nome mais conhecido daquela Seleção que disputou o Mundial Sub-17, em 2009, na Nigéria.



Com uma vitória e duas derrotas, a equipe treinada por Luiz Nizzo sequer se classificou às oitavas de final, sendo eliminada logo na primeira fase.

Portanto, em função do baixo número de partidas, não foi possível fazer uma avaliação mais detalhada daquele time, que jogava no 4-4-2 em losango (veja a prancheta).

E que marcou apenas três gols na competição, no 3 a 2 sobre o Japão (um de Guilherme, um de Wellington e um de Neymar). Contra México e Suíça, o Brasil perdeu por 1 a 0.

quinta-feira, março 25, 2010

Goleada do movimentado Merengue

Sem Kaká, Benzema e Lass Diarra, o Real Madrid não teve dificuldades para bater o Getafe, fora de casa, por 4 a 2 (dois do camisa 9, dois do 20), nesta quinta-feira.

Confesso que não tenho tanta convicção quanto à prancheta, pois devido à movimentação dos jogadores merengues, não ficou tão claro e definido, ao menos para mim, o esquema tático adotado por Pellegrini.

Mas se tivesse que optar por um, ficaria com 4-4-2 em linha, com Van der Vaart e Granero pelas beiradas, Gago e Alonso por dentro, e Cristiano Ronaldo e Higuaín na frente.



No entanto, o holandês flutuava com frequência pela faixa central do gramado, eventuamente aparecendo até pela direita, coisa que também ocorria com Granero.

E os próprios atacantes - o português com mais veemência que o argentino - voltavam para fechar um dos lados do campo, quando o adversário estava com a bola.

Porém, como disse, a estrutura tática apresentada pelo Real Madrid me deixou mais com dúvidas do que com certezas.

quarta-feira, março 24, 2010

Cleiton e Diego, os meias ao quadrado

Desde o ano passado um dos lugares comuns do futebol brasileiro é dizer que o Palmeiras tem um bom time, mas não um bom elenco. Outro chavão é falar que, sem Cleiton Xavier e Diego Souza, o Verdão não existe.

Ambas afirmações são verdadeiras, como se sabe. Hoje em dia, mais até a segunda do que a primeira, a meu ver.

Quando a equipe vem com a bola de trás, é o camisa 10 quem volta à linha dos volantes para dar qualidade à saída de jogo. E na hora de penetrar na área, é o camisa 7 quem ultrapassa os atacantes e se infiltra (como no lance do primeiro gol contra o Rio Branco).

Em tese Diego Souza é o meia-esquerda e Cleiton Xavier o meia-direita. Porém a troca de lado entre eles é assídua.



No entanto, é equivocado cravar que não há volantes com boa saída, nem atacantes com capacidade de finalização. No segundo gol, nesta quarta, em Araraquara, por exemplo, Márcio Araújo avança, caminha, toca para Ewerthon, que por sua vez faz um um-dois com Robert e sai na cara do goleiro para conferir.

O 8 sabe sair para o jogo, ao contrário de Pierre e Edinho, na minha opinião. O 20 e o 28 quebram o galho lá na frente. Contudo, para não fugir do clichê, a esquadra do Palestra Itália depende mais do que deveria de sua dupla de meias.

Com o empate em 2 a 2 o Rio Branco pulou momentaneamente para a 18ª colocação, e o Palmeiras caiu para a 10ª.

Só para registro: no intervalo o meia Lincon entrou no lugar de Eduardo; Márcio foi fazer a lateral-direita, Cleiton o segundo volante, e o 4-4-2 em quadrado foi mantido; e aos 12 minutos, Lenny entrou na vaga de Ewerthon.

Há resultado sem continuidade?

Demitir um treinador com três meses de trabalho é o cúmulo do amadorismo, na minha opinião. É reflexo do dirigente que dá ouvidos às cornetas de parte da torcida e da imprensa, e cai no canto da sereia.

Claro que há casos e casos. Mas, em regra, na minha modesta visão, a performance do técnico tem de ser analisada ao final da temporada. Apenas após todas as competições do ano, a meu ver, pode-se avaliar o desempenho do comandante (em matéria de troféu e do futebol apresentado pelo time).

Futebol é resultado ou continuidade? Os dois. Porém, para mim, sem continuidade não se chega ao resultado. Ou será que, sem resultado, não se tem continuidade?

Prefiro acreditar na primeira opção.

terça-feira, março 23, 2010

Obra-prima de Felipe Mattioni

O lateral-direito, ex-Grêmio, hoje no Mallorca, emprestado pelo Milan, marcou um gol daqueles neste fim de semana (via Blog do Massi).



Lembrei-me na hora das pinturas assinadas por Dodô e Zidane.

El Pibe x La Pulga

É exagero, ou dá pra dizer que Maradona tinha o pé direito do Adriano e a cabeçada do Ronaldo?

Não vi jogar, mas pelo que se fala, não sei se as boas ou más línguas, o cabeceio, a finalização e o passe de direita de Don Diego não eram dos melhores.



Se não for folclore, se de fato o pé destro era cego e a testa pouco afinada, nestes fundamentos El Pibe está atrás de La Pulga.

Afinal, vira-e-messi o camisa 10 do Barcelona deixa o dele de cabeça e de direita (inclusive em final de Champions League).

Ganso é o cara do Peixe

Nem Robinho, nem Neymar: o jogador que mais faz falta ao Santos chama-se Paulo Henrique Ganso. Pelo menos foi este o resultado da enquete.

Dos 35 votos assinalados, 20 foram para Ganso. Em segundo ficou Neymar, com 6, Arouca com 3, etc. Robinho sequer foi votado.

Tô de acordo. Sem ele, quem faz o time jogar? Quem dita o ritmo da partida, faz a bola girar e coloca o companheiro na cara do gol?



Aliás, qual equipe não sentiria a ausência de um atleta desta estirpe? No Brasil, a meu ver, só o Grêmio tem um meia parecido (Douglas).

D'Alessandro (Inter), Roger (Cruzeiro), Tcheco (Corinthians), Cleiton Xavier (Palmeiras), Conca (Fluminense), Carlos Alberto (Vasco), para mim, são excelentes camisas 10.

Mas nenhum deles têm, na minha opinião, a visão de jogo e a qualidade no passe vertical que o santista tem (além da estatura).

segunda-feira, março 22, 2010

Ronaldo ou Messi?

A capa de momento do Mundo Deportivo mostra os golaços de Ronaldo e Messi, que nascem numa roubada de bola no meio-campo, e morrem na rede.

Qual o mais bonito?

12 de outubro de 1996



21 de março de 2010



Fico com o do Ronaldo (que tinha 20 anos à época; Messi tem 22).

PS.: Na partida em Santiago, Ronaldo marcou dois gols, Giovanni um (após jogada e passe do Fenômeno), e o outro foi contra (após cruzamento do camisa 9). Eis os lances daquela goleada. No jogo em Zaragoza, Messi fez três e sofreu o pênalti do quarto.

Madson, o Napoleão da Vila

Neymar pediu a Estátua da Liberdade e foi atendido.



A foto é de Ricardo Nogueira.

Lugar de Peixe é na rede

A bola do Santos está tão redonda que, na partida diante do Ituano, as ausências de Neymar e Robinho passaram despercebidas. Não só pelo placar de 9 a 1, mas sim pelo futebol apresentado.



A qualidade técnica, o entrosamento e o comprometimento dos atletas comandados por Dorival Júnior são louváveis. O cardápio de jogadas é vasto, e a busca pelo gol é ininterrupta.

Neste domingo, no Pacaembu, por exemplo, o apito final do juiz, aos 48, interrompeu um contra-ataque, mais um, dos Meninos da Vila, que muito provavelmente culminaria no décimo tento alvi-negro no duelo.

Se vai erguer algum troféu na temporada, eu não sei. Mas que o Peixe está no caminho certo, está: o caminho da rede.

Messi é isso. Isso é Messi

PVC costuma dizer que Lionel Messi está chegando num estágio que, independente de ganhar ou não prêmio da FIFA ao fim do ano, pode ser considerado o melhor jogador do planeta.



Na verdade, para mim, o gênio argentino já alcançou este patamar. Como disse um dia Fernando Calazans em relação a Zico e ao torneio supremo de seleções, se Messi não for campeão, azar da Copa do Mundo.

E olha que ele tem três pela frente. Em 24 de junho de 2018, La Pulga completará 31 anos de idade. Vamos ver o que ele fará na África do Sul, aos 23, e no Brasil, aos 27 (sem falar nas inúmeras Champions League que disputará).

sexta-feira, março 19, 2010

Ainda indefinido, São Paulo vence

Apesar de ter batido em bêbado, o 3 a 0 sobre o Nacional foi uma bela exibição, pela Copa Libertadores.

Resultado à parte, o que me chamou a atenção foi a formação do Tricolor. Ricardo Gomes já escalou o time no 4-3-3, no 3-5-2, no 4-4-2 em losango, e no caso desta quinta-feira, no 4-4-2 em quadrado*, com Richarlyson de primeiro volante, Cléber Santana de segundo, Léo Lima como meia-esquerda e Hernanes como meia-direita.

Léo Lima, aliás, foi o destaque da partida, na minha opinião. Não é nenhum Léo Messi, mas, dentro do elenco são-paulino, é do pé dele que pode sair algo diferente, inusitado, imprevisível.



Na vitória sobre os paraguaios, Marcelinho Paraíba sequer ficou no banco, por opção do treinador. Particularmente insisto na tese de que ele deveria ser o ponta-de-lança da equipe, e não o ponta-esquerda.

O fato é que, pelo número de esquemas e de jogadores que mandou a campo até aqui, Ricardo ainda não definiu a estrutura tática e os titulares.

* Com variação para 4-4-2 em linha, com Hernanes e Léo Lima fechando os lados, quando o time é pressionado pelo adversário.

Victor no Milan?

Segundo Christiane Matos e Hector Werlang, do Diário Gaúcho, o goleiro do Grêmio vai para a Itália após a Copa do Mundo. Fala-se em 5 milhões de euros.



Se a informação for quente, o destino deve ser o Milan, por dois motivos: primeiro porque a Inter e a Juventus têm Julio César e Buffon, e segundo porque Dida e Abbiati estão mais para lá do que para cá.

Para mim, Victor é o melhor camisa 1 em atividade no Brasil há tempos, com bola de sobra para defender a meta de qualquer gigante europeu.

É matar ou morrer

Definidos os confrontos das quartas de final da Champions.



Pelo menos Manchester United, de Wayne Rooney, e Barcelona, de Lionel Messi, se chegarem até lá, só se encontram na final.

Que será disputada no estádio do Real Madrid.

Os duelos de ida acontecem nos dias 30 e 31 de março, e os de volta nos dias 6 e 7 de abril.

Em tempo: Wolfsburg x Fulham, Standard Liége x Hamburgo, Atlético de Madri x Valencia e Liverpool x Benfica formam as quartas da Liga Europa.

quinta-feira, março 18, 2010

Sem alteração tática, Sporting é eliminado

Na partida de volta entre Sporting e Atlético de Madrid, nesta quinta, em Portugal, os donos da casa utilizaram um esquema tático pouco usual: o 4-4-2 com um cabeça-de-área e três meias no setor do meio-de-campo.

No caso dos Leões, talvez por Moutinho não ser um meia cerebral, que cadencia e distribui o jogo, a armação das jogadas se concentra pelo flancos, com Pereirinha e Abel pela direita, e Miguel Veloso e Pedro Silva pela esquerda - amparados também pelos atacantes e pelo próprio 28.



Na segunda etapa, aos 8 minutos, o camisa 5 deu lugar a Vukcevic, que entrou para atuar pela esquerda na linha de três, com o 24 recuado para a lateral. Mais tarde, aos 25, Pereirinha cedeu a vaga a Matías, que operou na mesma posição.

Ou seja: alterações técnicas e físicas, e não táticas. Apesar do sangue novo, o sistema se manteve intacto (o que não quer dizer que, se tivesse mudado a estrutura, o resultado seria diferente, até porque, desta forma, os anfitriões pressionaram bastante).

Outro time que adota, ou ao menos adotava, este plano tático pouco comum, é o arquirrival da cidade de Lisboa, o Benfica.

No fim das contas, o Sporting empatou em 2 a 2 e foi eliminado pelo Atlético de Madrid, que avança às quartas de final da Liga Europa. Só para registro, o duelo de ida, no Vicente Calderón, ficou no 0 a 0.

Chuteira de Ouro: Messi ou Rooney?

O centroavante do United tem 32 gols anotados até aqui. O ponta-direita do Barcelona, que na temporada passada chegou a 38, tem 31 até o momento.

Ambos têm 4 tentos na UCL, e são os artilheiros dos respectivos campeonatos nacionais: Rooney, com 25, e Messi, com 22.



O craque dos Diabos Vermelhos tem pela frente 8 jogos pela Premier League, e 5 pela Liga dos Campeões, se seu time chegar à final.

O gênio azul-grená ainda tem 12 partidas pelo Espanhol, e se chegar à decisão, mais 5 pela Champions.

A briga é boa, e a vantagem, em tese, é do argentino.

PS.: As informações do Marca também apontam como candidato o uruguaio Luis Suárez, do Ajax, que sustenta 35 gols até agora.

Fenômeno abre a porteira

O jejum deixou Ronaldo fininho. Com fome de gol.



Ele está atrasado, mas, para mim, ainda vai brigar pela artilharia da Libertadores.

quarta-feira, março 17, 2010

Barça apresenta variação tática

Se na terça-feira Mourinho surpreendeu ao escalar a Inter no 4-3-3, nesta quarta foi a vez de Guardiola, que adotou o 4-4-2 para superar o Stuttgart no Camp Nou, por 4 a 0.

Faça chuva ou sol, em regra o Barcelona joga no 4-3-3 com um cabeça-de-área, dois meias, dois pontas e um centroavante. Mas como toda regra tem exceção, na partida de volta das oitavas de final a equipe catalã operou com duas linhas de quatro e dois atacantes.



Entre os homens do miolo da meia-cancha, Touré se apresentava na frente mais que Busquets. E entre os caras das beiradas, a participação de Pedro, na diagonal, foi mais incisiva que a de Iniesta.

No ataque, Henry trabalhou na referência, embora não como um legítimo centroavante de área, e Messi fez as vezes de acatante de movimentação, vindo de trás ou caindo pela direita.

Quando voltava pelo centro, e o time retomava a bola, ele funcionava também como um armador. No lance do segundo gol, por exemplo, o gênio argentino lançou Touré, que só rolou para Pedro empurrar à rede.

É muito provável que nos próximos jogos o enraizado 4-3-3 retorne. Contudo, as variações táticas são sempre bem-vindas (ou melhor: necessárias), e este 4-4-2 em linha é uma ótima alternativa.

Quem é melhor: Ronaldo ou Rooney?

Empate técnico. Dos 72 votos computados na enquete, 35 foram para Cristiano Ronaldo, 37 para Wayne Rooney: 49% a 51%.



Confesso que demorei a aceitar o português. Até aquela temporada pelo Manchester United, a passada, quando ele marcou mais de 40 gols, na minha ótica, tratava-se de um firuleiro sem objetividade.

Evidentemente que mudei minha opinião sobre o jogador. Mas ainda assim, para mim, Rooney sempre foi, e é, melhor que Cristiano Ronaldo.

Vale lembrar que ambos são de 85.

terça-feira, março 16, 2010

Inter coloca Chelsea no bolso

Mourinho surpreendeu. Tirou um homem do meio-campo e colocou um atacante desde o início. Mesmo fora de casa, e com o empate a seu favor, o treinador português trocou o 4-4-2 em losango pelo 4-3-3 em triângulo, com Eto'o na ponta direita, Pandev na esquerda e Milito de centroavante.

Desta forma o duelo tático encaixou perfeitamente: pontas com laterais, zagueiros com centroavantes, volantes (Cambiasso e Thiago Motta) com meias (Lampard e Ballack) e meia (Sneijder) com cabeça-de-área (Mikel).



Em pleno Stamford Bridge, em vários momentos a Inter conseguiu marcar por pressão e valorizar a posse de bola no campo ofensivo. Não foi apenas no contra-ataque que a equipe de Milão criou as oportunidades de gol. Os visitantes, diga-se, criaram muito mais chances.

Aos 30 minutos do segundo tempo, ainda com 0 a 0 no placar, e já com Joe Cole no lugar de Ballack, Malouda na lateral esquerda e Kalou (que entrou na vaga de Zhirkov) na ponta esquerda, Mourinho voltou à formação habitual: tirou Pandev, pôs Stankovic, e passou a atuar no 4-2-2 em losango, com Eto'o (pela esquerda) e Milito (pela direita) no ataque (mesmo esquema da prancheta pré-jogo).

Na primeira bola que recebeu na nova posição, o camisa 9 deixou o dele, após linda enfiada de Sneijder, por cima, no ponto futuro.

Para mim, treinador não ganha jogo. Ganha campeonato. Mas não há como não dizer que a ousadia e a competência do técnico da Internazionale fez a diferença na partida desta terça-feira - além, evidentemente, da qualidade técnica e da obediência tática de seus jogadores.

Quem substitui Kaká à altura?

Quando o assunto é a reserva do Kaká, há um consenso de que Julio Baptista não é o homem ideal.

No grupo dos 23, além do jogador do Real Madrid - que não atravessa a melhor de suas fases, diga-se - não existe um meia criativo.

Em enquete realizada aqui no blog, a preferência para este posto, o nome que a maioria elegeu para substituí-lo em alguma eventualidade, atende por Ronaldinho.



Confesso que votei nele, até porque o ponta-esquerda do Milan pode ser também opção para o ataque. No entanto, baseado nas declarações de Dunga, creio que ele dificilmente será chamado.

Entre as outras alternativas, portanto, escolheria o craque do Santos. Embora não tenha sido convocado nenhuma vez à Seleção principal, ninguém dos citados acima, na minha opinião, tem a visão de jogo, o passe vertical, a capacidade de colocar o companheiro na cara do gol, como Paulo Henrique.

Se ele sentiria o peso da camisa, não sei. Particularmente acredito que não, tamanha é sua confiança e maturidade, apesar dos apenas 20 anos de idade.

segunda-feira, março 15, 2010

Chelsea x Inter: a hora da verdade

Se Ancelotti e Mourinho não prepararem nenhuma surpresa, é provável que o Chelsea entre no seu habitual 4-3-3 em triângulo invertido, e a Inter no seu rotineiro 4-4-2 em losango.

Se assim for, a superioridade numérica do meio-campo é da equipe milanesa. Embora não individualmente, Mikel deve marcar Sneijder, Lampard deve bater de frente com Stankovic, Ballack com Thiago Motta, e Cambiasso, em tese, não terá uma sombra. O argentino pode ser o elemento (não tão) surpresa.



Como a Inter joga com dois atacantes na frente, é possível que um dos laterais dos Blues fique mais preso. Penso que o esquerdo, por causa das subidas de Maicon. Que, por sua vez, terá de ser bem coberto por Stankovic e Cambiasso, caso contrário Malouda, ou o próprio Drogba, poderá cair por ali.

Tentativas de previsão à parte, a bola rola na prática a partir das 16h45 (Brasília), nesta terça, em Stamford Bridge. O time italiano venceu a partida de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões, no Giuseppe Meazza, por 2 a 1.

domingo, março 14, 2010

Nem ao mar, nem à terra

Bem que Dorival Júnior avisou, antes do clássico: 'Será um grande espetáculo'. E foi. Jogo lá e cá, com várias oportunidades de gol (e o melhor é que várias destas oportunidades foram convertidas: Santos 3 x 4 Palmeiras).



No meu entender, Neymar não vai deixar de ser craque pela exibição que deu, nem Robert ganhará este status pela partida que fez.

Não é este jogo que faz do Palmeiras um time melhor que o Santos, na minha opinião. A vitória do Verdão foi pra lá de merecida. Mas daí a achar que a equipe alvi-verde é superior à alvi-negra, para mim, é um erro.

Confesso que, no futebol, só tem uma coisa que me incomoda mais que jogador cai-cai, que paradinha e que arbitragem à brasileira: análises imediatistas. Ganha no domingo, é elevado ao céu. Perde na quarta, é atirado ao inferno.

Repito: o resultado obtido pelo Palmeiras foi merecidíssimo, principalmente pelo segundo tempo. Mas daí a pensar que a equipe santista, entrosada, bem armada e repleta de atletas talentosos, não presta, é um precipício de precipitação.

Barça no 4-3-3 sem centroavante

Sem Ibra à disposição, na partida contra o Valencia, neste domingo, no Camp Nou, Pep Guardiola manteve o 4-3-3 habitual, com um cabeça-de-área e dois meias, mas sem um atacante de área.

Com Bojan na ponta esquerda e Pedro na direita, coube a Lionel Messi atuar pela faixa central do gramado, porém, evidentemente, não como um centroavante fixo. O craque argentino circulou por uma extensa região do campo ofensivo, em especial no espaço entre os volantes e zagueiros adversários.



Apesar do tamanho, Henry, que entrou no segundo tempo, não tem cacoete de jogar enfiado, na minha opinião. É claro que o veterano francês pode operar por ali, mas, a meu ver, não é a dele. Pode-se dizer, portanto, que o milionário Barcelona tem apenas um homem de referência para o ataque em seu elenco: o sueco Ibrahimovic.

O outro atleta que faz esta função, contratado pelo time catalão, é Keirrison. Mas, como se sabe, ele está na Fiorentina. Embora muitos possam torcer o nariz, para mim K9 poderia sim compor o grupo, para ser o substituto de Ibra em eventuais emergências.

PS.: Não vi a segunda etapa, por conseguinte não sei como os donos da casa se postaram taticamente com o camisa 14 em campo. Apenas ouvi que deu Barça por 3 a 0, com três gols de Messi e duas assistências de Henry.

Em tempo: Após ler as declarações de Vilanova, auxiliar de Guardiola, estou mudando meu conceito sobre Henry como típico camisa 9.

sábado, março 13, 2010

Confirmada a ida de Sandro ao Tottenham

Tá no clic Esportes: Sandro irá para o Tottenham após a Libertadores, por cerca de 10 milhões de euros.



Evidentemente que o time inglês não é pouca coisa. Neste momento, por exemplo, os Spurs ocupam a quarta colocação da Premier League, o que os garantiriam na Liga dos Campeões da próxima temporada.

Contudo, como já me expressei em outras oportunidades, o volante do Inter, a meu ver, tem bola para jogar nos gigantes da Europa.

Na equipe do norte de Londres, Sandro irá encontrar as clássicas duas linhas de quatro, tipicamente inglesas. Huddlestone e Palacios que se cuidem.

sexta-feira, março 12, 2010

Quem serão os sete suplentes?

Na primeira quinzena de maio Dunga e Jorginho irão anunciar a lista dos 23 jogadores que vão à Copa, mais 7 atletas que poderão ser chamados, em caso de lesões.

Imaginemos que a lista dos 23 seja aquela que conhecemos de cor e salteado (Julio César, Doni e Victor; Lúcio, Juan, Luisão e Thiago Silva; Maicon, Daniel Alves, Michel Bastos e Gilberto; Gilberto Silva, Felipe Melo, Josué, Kleberson, Elano, Ramires, Júlio Baptista e Kaká; Robinho, Nilmar, Luís Fabiano e Adriano).

E os outros sete, quem serão?

Ainda falta muito tempo para a definição final. Porém, hoje, estes seriam meus suplentes: Gomes, Miranda, Sandro, Hernanes, Neymar, Ronaldinho e Pato.

E os seus?

quinta-feira, março 11, 2010

Indefinido, São Paulo vence no Paraguai

Pelo jeito falta muito para Ricardo Gomes encontrar o São Paulo ideal.

Na vitória por 2 a 0 sobre o Nacional, o treinador do Tricolor repetiu a escalação do time que venceu a Ponte Preta no último domingo, exceção feita a Miranda, que entrou no lugar de Xandão.

Contudo, embora o 4-3-3 tenha sido mantido, houve a inversão do triângulo do meio-campo. Nesta quinta-feira Jean foi o cabeça-de-área, Richarlyson o meia-esquerda e Hernanes o meia-direita.



Mas é no ataque que persiste a maior interrogação, pelo menos na minha cabeça: particularmente não entendo por que Marcelinho Paraíba é escalado aberto pela esquerda.

Na minha opinião ele deveria jogar centralizado, seja no 4-4-2 em losango, no 4-3-3 em triângulo ou até mesmo no 3-5-2. O próprio atleta, inclusive, já declarou que está atuando em uma posição que não lhe favorece.

Marcelinho pode não ser nenhum Riquelme, nenhum Paulo Henrique Ganso, nenhum Alex (do Spartak ou do Fenerbahçe). Porém ele pode sim, na minha modesta visão, ser o meia que o São Paulo procura há tanto tempo.

O 4-5-1 da Velha Senhora

Bastante desfalcada, a Juventus saiu na frente no confronto com o Fulham, nesta quinta, pelas oitavas de final da Liga Europa: 3 a 1.

Postada no 4-5-1, com três volantes e dois meia-atacantes (que eventualmente trocavam de lado), a Velha Senhora não teve dificuldades para vencer o visitante inglês.



Em função do congestionamento no setor do meio-campo, falta à Juve, a meu ver, jogadas pelos flancos do gramado. Tanto os camisas 7 e 8 quanto os 28 e 26 tendem a afunilar o jogo.

Na segunda etapa, com a entrada de Camoranesi no lugar de Salihamidzic, a equipe de Zaccheroni abriu um pouco mais pelo lado direito. Mas confesso que, na minha opinião, este esquema tático me soa meio engessado (embora, com os nomes que tinha à disposição, talvez fosse o sistema mais indicado).

quarta-feira, março 10, 2010

Fantasma das oitavas assombra o Real

Pela sexta vez consecutiva, o Real Madrid é eliminado nas oitavas de final da Liga dos Campeões. Nesta ocasião, pelo Lyon.

Na edição anterior, o algoz foi o Liverpool. À época até escrevi que, a mer ver, faltavam craques aos Blancos, faltavam jogadores que decidissem para os merengues.



Pois bem, Florentino Pérez chegou com seu oceano de dinheiro, trouxe consigo Alonso, Kaká, Cristiano Ronaldo, Benzema, e o gigante espanhol novamente não conseguiu chegar sequer às quartas do maior torneio de clubes do mundo.

A eliminação desta temporada tem dois fortes agravantes: primeiro, porque foram feitas contratações multimilionárias; e segundo, porque a final será no Santiago Bernabéu.

Já pensou, por exemplo, se o Barça chegar à decisão e erguer a taça em pleno estádio do rival?

United x Milan: lógica prevalece

Abbiati, Jankulovski, Abate, Bonera, Ambrosini, Borriello, Huntelaar. Não apenas no nome a nome, mas principalmente no conjunto, o Manchester United é muito mais time que o Milan.



As vitórias por parte dos Diabos Vermelhos, tanto no San Siro quanto no Old Trafford, são reflexos da ampla superioridade técnica e tática da equipe comandada por Sir Alex Ferguson (que, por sinal, tem um pouco mais de vivência que Leonardo).

E não bastasse a eminência em todos os sentidos, o Manchester United conta com Wayne Rooney, o endiabrado centroavante que tem feito a diferença, seja contra quem for, seja onde for, seja quando for.

Afinal, qual é a do Nasri?

Confesso que não sou fã do futebol do Nasri. Sempre me pergunto o que ele faz no Arsenal. Sempre penso em corporativismo por parte do treinador francês.

No entanto, a fase do camisa 8 dos Gunners é significativa. A partida que ele fez contra o Porto, nesta terça, por exemplo, foi memorável.



Em regra Wenger o escala aberto em uma das beiradas do campo, geralmente pela esquerda. Mas para a minha surpresa, ele tem se saído muito bem por dentro, pelo centro, vide a goleada nas oitavas da Champions.

Talvez o técnico tenha encontrado uma nova posição para Nasri. Talvez seja apenas uma fase, como toda, passageira. Ou, quem sabe, seja eu quem precise mudar o conceito sobre o jogador.

terça-feira, março 09, 2010

Arsenal dá banho tático e técnico

Sem Fábregas à disposição, Arsene Wenger atribuiu a Nasri a função de articulador central do time. Atuando atrás de Bendtner, entre Arshavin e Rosicky, o francês se saiu muito bem. Além de deixar o dele, um golaço, ainda participou do primeiro gol.

Os Gunners se postaram no 4-5-1, com Diaby saindo mais para o jogo que Song, com os camisas 23 e 7 entrando em diagonal, o 8 caindo pelos dois lados e aprofundando na área, e Bendtner na referência.

No entanto, embora tenha jogado como centroavante, Bendtner voltava com frequência à intermediária ofensiva, não só para disputar a bola aérea no tiro de meta de Almunia, mas também para fugir da marcação dos zagueiros e dar opções de jogadas aos homens das beiradas e ao meia.



Na segunda etapa o vigoroso e polivalente Eboué entrou no lugar do franzino Rosicky. Como Hulk havia passado para a ponta esquerda, e Jesualdo Ferreira tinha reforçado o mesmo lado, ofensivamente, com a entrada de Rodríguez, imagino que a substituição de Wenger visou esta alteração.

Tanto tática quanto tecnicamente, o Arsenal fez um grande partida, e o placar refletiu esta superioridade dos donos da casa: 5 a 0.

segunda-feira, março 08, 2010

Reds mudam esquema, mas não o placar

A fase não é boa. Com a derrota desta segunda-feira, o Liverpool se mantém na modesta 6ª posição da Premier League. Diante do 14º colocado Wigan, fora de casa, os Reds apresentaram dois esquemas táticos ao longo do jogo.

Na primeira etapa, com Mascherano na lateral direita, a equipe de Rafa Benítez se postou no 4-4-2 em linha, com Lucas preso, na cobertura, e Gerrard na transição.

Quando os homens das beiradas subiam, o próprio camisa 8 guardava a posição e municiava, ou ao menos tentava municiar, seus companheiros que entravam em diagonal ou rondavam a área. Gerrard, aliás, pouco pisou na área.



No segundo tempo, lá pelos 20 minutos, com Johnson na lateral, e Mascherano e Aquilani no meio-campo, o Liverpool passou a atuar no 4-5-1.

Imagino que esta opção tenha sido tomada para que Kuyt, Maxi, e principalmente Gerrard, tivessem mais liberdade para se aproximar de Torres e da meta adversária.



Apesar da, na minha visão, boa intenção, a alteração de sistema pouco adiantou, já que os visitantes não conseguiram balançar as redes dos anfitriões. Placar final: Wigan 1 x 0 Liverpool.

Dois ou três zagueiros? Eis a questão

Muito se falou no início da temporada que Ricardo Gomes gostaria de implantar o 4-4-2 no São Paulo. No entanto o que se vê na prática é um 4-3-3 um pouco atípico.

Trata-se de um esquema com três atacantes, a meu ver, assimétrico. O meio-campo é em triângulo (dois volantes e um meia). Porém é no setor ofensivo que não existe simetria.

Em regra, quando se joga com três homens na frente, o ataque é composto por dois ponteiros e um centroavante. Mas no caso do São Paulo, ao menos na partida deste domingo diante da Ponte Preta, Marcelinho, e principalmente Dagoberto, não atuaram como pontas de ofício. Era comum ver, em especial o camisa 25, aparecer pela faixa central e até mesmo cair pela esquerda, próximo ao 11.



Pode parecer paradoxal, mas imagino que esta liberdade de Dagoberto seja uma obrigação, para que o setor do meio fique recheado, quando o time está sem a bola. Raras vezes ele marcava o lateral-esquerdo adversário.

O próprio Marcelinho também não ficava preso à ponta esquerda. Embora tenha permanecido por ali na maior parte do primeiro tempo, ora ele invertia de posição com Dago, ora aparecia por dentro.

Na segunda etapa Ricardo recuou Richarlyson e trocou a linha de quatro por três zagueiros, e a partir daí o São Paulo atuou no 3-5-2 com dois volantes (Jean e Hernanes) e um meia (Marcelinho).

Posteriormente Marlos entrou na vaga/posição/função de Dagoberto.



Nesta incerteza de jogar com dois ou três zagueiros, logo, logo Ricardo deve traçar uma cara definitiva para a equipe. Apesar da vontade inicial do treinador, é provável que o esquema tático que impera no Morumbi há anos seja mantido.

Na minha opinião um 4-3-3 com Dagoberto e Fernandinho pelas beiradas, Washington na frente, e com Jean, Hernanes e Marcelinho no meio-de-campo, seria pra lá de pertinente.

sábado, março 06, 2010

Roma e Milan não saem do zero

Em outra oportunidade Ranieri escalou Júlio Baptista centralizado, entre Taddei e Brighi. Neste sábado, no clássico diante do Milan, o esquema da Roma foi outro.

Na primeira metade do primeiro tempo, o camisa 19 atuou pela esquerda, entrando em diagonal na hora de atacar, e acompanhando as subidas do lateral-direito Bonera na hora de defender.

A partir dos 20 minutos, ele e Perrotta trocaram de posição.



No segundo tempo Júlio foi substituído por Luca Toni, e a equipe da capital passou a atuar com duas linhas de quatro (Taddei, Pizarro, De Rossi e Perrotta no meio-campo) e dois atacantes de ofício.

No geral, os anfitriões foram superiores aos visitantes, na minha opinião. Contudo, a meu ver, o 0 a 0 ficou de bom tamanho.

sexta-feira, março 05, 2010

Pato, Ganso e Cisne

Se neste século Pato e Ganso brilham nos gramados do Brasil e da Europa, no anterior outro craque com apelido de ave conquistou o mundo.

Alcunhado de Príncipe Etíope de Rancho por Nelson Rodrigues, Mestre Didi também era conhecido por Cisne Negro, em função de seu pescoço avantajado.



Evidentemente que não vi Didi jogar, apenas li e ouvi. Mas até onde compreendi, há algumas semelhanças entre o melhor jogador da Copa de 58 e o atual meia do Peixe, além do pescoço: a espinha ereta, o peito estufado e a cabeça erguida são suas características (noves fora a qualidade no passe e a visão de jogo).

Se a carreira de Paulo Henrique chegar aos pés da do eterno meio-campista do Botafogo, do Fluminense e da Seleção, o futebol mundial vai agradecer.

quinta-feira, março 04, 2010

Portugal fica pequeno para David Luiz

Apesar de sua multa rescisória bater na casa dos 50 milhões de euros, os dirigentes lusitanos irão negociá-lo por menos.



O Chelsea vai oferecer € 11 milhões, de acordo com o Daily Mirror. E o Real Madrid, segundo a Rádio Renascença, entrou de vez na briga. Fala-se também em Manchester United.

Para onde o zagueiro brasileiro de 22 anos vai, não se sabe. Apenas é sabido, pelo visto, que no Benfica ele não fica.

Neymar na Copa é utopia

Quem acompanha o Blog do Carlão sabe que sou sempre a favor do talento, da técnica, da habilidade, do futebol-arte.

Estas características, além de tantas outras, se encontram em Neymar.

Vê-lo na África do Sul com a camisa da Seleção, nem que seja entrando no segundo tempo de algum jogo já decidido na fase de grupo, seria um colírio para os olhos do mundo.

Contudo, Dunga é irreversível. Com a acidez e a ironia que lhe caracteriza, o treinador da Seleção disse que levaria alguma cara nova 'só se fosse o novo Pelé'.



Estou convencido de que Ronaldinho e Pato não serão chamados, pois o próprio técnico falou aos quatro ventos que ambos já tiveram suas oportunidades.

Neymar não teve, nem terá, visto que a próxima convocação é a final. No entanto tem sim espaço para ele.

Se Daniel Alves for o titular pela direita no meio-campo (o que deve acontecer), não há motivos para levar mais dois jogadores da posição (Elano e Ramires). Desta maneira o atleta do Galatasaray iria, o do Benfica ficaria, e assim se abriria uma vaga entre os 23, que poderia muito bem ser preenchida pela jovem joia do Santos.

Mas conhecendo o jeitão maleável e flexível de Dunga, penso que esta possibilidade seja utópica.

quarta-feira, março 03, 2010

França x Espanha: 4-3-3 x 4-5-1?

Confesso que fico confuso. Quando um time atua com dois meio-campistas defensivos, um articulador centralizado, dois homens abertos pelas beiradas e um centroavante, trata-se de um 4-5-1 (4-2-3-1) ou de um 4-3-3 com meio-campo em triângulo (dois volantes e um meia)?

No amistoso desta quarta-feira entre França e Espanha, creio que esta dúvida foi mais sanada que aguçada: a diferença, a meu ver, está na função atribuída aos jogadores dos cantos do campo.

Na França, por exemplo, Henry e Ribéry cumprem o papel de pontas de ofício. Seus movimentos basicamente se restringem a entrar em diagonal ou buscar a linha de fundo.



Já na Espanha, Iniesta e Silva aparecem por dentro em demasia, afunilam o jogo com maior frequência, raramente avançam até o último terço do gramado para cruzar (jogada que cabe aos laterais).

Pelo menos foi com esta impressão que fiquei. Foi o que pude notar.



Mas se por um acaso, ou por uma determinação, os camisas 6 e 21 buscassem menos a faixa central e mais a linha de fundo, ou entrassem mais em diagonal, em direção à área, o sistema seria classificado como um 4-3-3?

Imagino que sim, embora, como admito no início do texto, sigo sem chegar a uma conclusão definitiva (e é evidente que estou aqui para aprender, e toda ajuda é bem-vinda).

A distinção é pequena, porém existe.

Só para registro, na segunda etapa Del Bosque colocou Fernando Torres no lugar de Villa, Xavi no de Fábregas e Albiol no de Puyol - com a mesma planificação tática.

Pontas potentes no Real Madrid

Embora haja o interesse do Barcelona, de acordo com a declaração dada nesta quarta-feira, é bem possível que, caso não renove com o Bayern de Munique, Franck Ribéry vá para o Real Madrid.

Se for, Pellegrini (ou José Mourinho?) poderá montar o time num 4-3-3 potentíssimo:



Quando se trata dos ponteiros, particularmente sou adepto do pé oposto (destro na esquerda, canhoto na direita). Mas como tanto o francês quanto o português são destros, creio que os treinamentos e os jogos mostrariam por qual lado eles, e a equipe, renderiam mais.

Reitero: não está certo, existe apenas a possibilidade de Ribéry ir para o Madrid. No entanto, se for materializada a transação, o clube merengue terá uma tremenda linha de frente.

Seleção tricampeã do mundo

Assisti ontem, na ESPN, à final da Copa de 70 entre Brasil e Itália. Como disse o próprio PVC na transmissão, é difícil classificar o esquema tático daquela Seleção sem gerar divergências.

Concordo quando ele diz que é um 4-3-3. Mas devido à movimentação intensa dos jogadores, principalmente de Pelé, eventualmente fica a impressão de um 4-2-4. O camisa 10 circulava por uma faixa extensa do gramado, entre meio e ataque.



Os ponteiros Rivelino e Jairzinho também apareciam bastante por dentro. E entre os volantes, Gérson, além dos longos lançamentos, é quem se apresentava mais na frente.

Esta prancheta pode não ser das mais precisas, afinal, vi apenas uma partida na íntegra. Contudo imagino que sirva para encher os olhos dos admiradores e saudosistas daquela época.

Vale lembrar que Tostão, Rivelino, Gérson e, salvo engano, Jairzinho, eram os 10, os meias clássicos em seus clubes.

terça-feira, março 02, 2010

Saldo do último teste

Pode-se tirar algumas conclusões do amistoso contra a Irlanda. Uma delas, a meu ver, é que Daniel Alves tem grandes chances de ser titular. Não na lateral, mas sim aberto pela direita no meio-campo, no lugar de Ramires/Elano.

Se de fato a comissão técnica se convencer de que Daniel é o dono da 7, creio que não há motivos para levar Ramires e Elano à Copa. Apenas um deles iria, para ser o reserva do jogador do Barça, e o outro ficaria, abrindo assim uma vaga no grupo dos 23.

Outro motivo para ter Daniel Alves entre os onze é a bola parada. Ele e Elano são os únicos cobradores de falta do elenco.

Outra dedução que a partida desta terça permite é: caso Luís Fabiano ou Adriano se machuque, Grafite será a primeira opção, e não Pato. Pelas declarações do treinador na coletiva pós-jogo, aliás, ficou difícil imaginar os craques do Milan na África do Sul.

Por fim, ficou nítido que a Seleção precisa treinar à exaustão as infiltrações pela faixa central do gramado (enfiadas e tabelas), para que lances como o do segundo gol ocorram com maior naturalidade e frequência.

segunda-feira, março 01, 2010

Provável equipe do amistoso

Como foi noticiado, os titulares que treinaram nesta segunda-feira no Emirates Stadium foram Julio César; Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva, Felipe Melo, Ramires, Kaká e Robinho; e Adriano.

Se Dunga mantiver o esquema tático de sempre, é assim que o Brasil vai se postar diante da Irlanda, com Robinho aberto pela esquerda e Ramires pela direita.



As subidas de Maicon são cobertas por Lúcio e Gilberto Silva, e as de Michel Bastos por Juan e Felipe Melo. E entre os volantes, o camisa 5 é quem apoia o ataque.

O esquema, em tese, é assimétrico. O ponta-direita Ramires (se é que podemos chamá-lo assim) é menos ofensivo que o ponta-esquerda Robinho. Por isso esse 4-5-1 do Brasil é meio torto.

O amistoso acontece em Londres, é claro, nesta terça-feira, a partir das 17h05, horário de Brasília.

Só para não passar em branco: quem será o homem da bola parada? Michel Bastos?

Qual o esquema ideal?

A Argentina poderia adotar um esquema tático pra lá de pertinente, a meu ver. É um pouco diferente do da partida contra o Peru, quando Maradona escalou Di Maria, Messi e Higuaín na frente, e Mascherano, Pérez e Aimar no meio-campo.

Com Cambiasso e Verón à disposição, na minha opinião, esta seria a melhor formação dos hermanos:



Para aproveitar as fases exuberantes de Di Maria e Higuaín, o talento de Messi, a qualidade de passe de Verón e Cambiasso, e o vigor de Mascherano, este sistema, em tese, é o ideal, sob meu ponto de vista.

O problema é que Dom Diego, não sei se por falta de oportunidade ou inteligência, raramente repete o time.

Essa equipe da prancheta, penso eu, pode engrossar e muito na Copa do Mundo. Basta, entre outras coisas, treinar.

Reforço de respeito no Botafogo

Sou fã do futebol do Edno desde os tempos de Noroeste. A meu ver ele só não conquistou a titularidade no Corinthians porque o time está, em tese, fechado.

No 3-5-2 em triângulo do Botafogo (dois volantes e um meia), o recém-contratado chega para tomar o lugar de Lúcio Flávio, na minha opinião. Pode jogar no ataque também. Mas penso que atrás de Herrera e Loco Abreu, vai deslanchar (sem abdicar de entrar na área, evidentemente).



Meia-atacante canhoto, alto, com boa visão de jogo e relevante qualidade técnica, além de saber servir os companheiros, Edno conta com um poder de finalização notável.

O vídeo abaixo foi produzido à época da contratação pelo Corinthians. Entre outros, tem golaço no Maracanã sobre o Fluminense. E o próprio Bota também foi vítima do jogador.