quarta-feira, junho 30, 2010

A pisada na bola de Queiroz

Quando perguntado por explicações para a eliminação ainda na zona mista, Cristiano Ronaldo mandou que falasse com Carlos Queiroz. Quando questionado sobre o clima do grupo, Deco disse que é bom, entre os jogadores.

Fiquei com a impressão de que atletas e treinador não estavam falando a mesma língua. Posso estar viajando, mas fiquei com a sensação de que eles estavam contrariados com alguma coisa. Pode ser algo extra-campo, pode ser algo pessoal, ou posso estar procurando pêlo em ovo. Mas os duelos diante de Brasil e Espanha me fazem pensar que Queiroz pisou na bola nas estratégias traçadas para estes confrontos.



Contra a Seleção, jurava que o técnico moçambicano iria no 4-3-3 habitual, com um volantes, dois meias, dois ponteiros e um centroavante. No entanto entrou num 4-1-4-1 com Duda na beirada esquerda e Cristiano Ronaldo de 9. Ou seja: não entrou com ambição para ganhar do Brasil e muito provavelmente evitar a Fúria na fase seguinte. Estava satisfeito com a segunda colocação do grupo.

Nas oitavas de final, manteve o 4-1-4-1, desta vez com Hugo Almeida na frente, Simão e Cristiano Ronaldo nas pontas. Menos mal. Normal que o 7 e o 11 fechassem os lados do gramado. Até aí, tudo bem. O problema foi a atitude da equipe. Mesmo perdendo por 1 a 0, o time parecia apático, jogou a toalha em pleno andamento do segundo round.

É evidente que a Espanha é muito mais bola, coletiva e individualmente. Seria estranho se os lusos tivessem passado. Todavida a maneira como Portugal vendeu a derrota, também foi esquisita. Contudo, na minha visão, entre a duas partidas, o maior pecado que Carlos Queiroz cometeu na Copa foi frente o Brasil.

terça-feira, junho 29, 2010

A decisão leva à conspiração

Desculpe minha intolerância, mas a questão do recurso eletrônico na arbitragem é indiscutível. Um monitor à beira do gramado com a transmissão oficial do evento, supervisionada pelo quarto árbitro (e quem sabe um quinto, para eventualmente discutirem entre eles) resolveria o problema.

Para derrubar o argumento daqueles que acham que a partida iria parar a todo instante, cada time teria direito a, por exemplo, apenas dois desafios por jogo. Simples assim. E se ocorresse um lance duvidoso depois de já utilizados os dois desafios, azar.

E quanto aos torneios mais humildes, modestos, que não são televisionados ou não têm condições de aderir a esta tecnologia? Azar. Pelo menos nos grandes campeonatos (nacionais, internacionais, de clubes e seleções), onde são investidas as montanhas de dinheiro e onde está presente o grande público, erros fatais como o gol de Lampard ou a mão de Henry deixariam de existir.

Há ainda aquele argumento, para mim o mais incompreensível: 'Mas aí o futebol não teria discussão!'. Ora, como se futebol fosse feito de arbitragem. Discute-se o jogo, o jogador, a jogada. A tática, a técnica, a emoção. A torcida, o sofrimento, a glória. Não a arbitragem, muito menos seus erros ou acertos.

Tenho certeza de que a TV deveria ser utilizada, e de que daria certo. Em contrapartida, essa certeza me gera dúvidas, pois fico me perguntando por quais motivos ela ainda não foi adotada, e chegando a conclusões, sem evidências, pouco animadoras.

Não duvide de David

Passadas as oitavas de final, mantenho minha posição: David Villa é o maior jogador da Copa até aqui (ao lado de Messi). Com 4 gols, é um dos artilheiros do torneio. Diante de Portugal, decidiu de novo.



Aquela tese de que craque é aquele que decide, que faz a diferença, quando aplicada num campeonato de pontos corridos, se dilui. Mas num tiro curto, estilo Copa do Mundo, se escancara.

O camisa 7 foi o autor dos dois gols da vitória sobre Honduras, abriu o placar no 2 a 1 em cima do Chile e balançou a rede portuguesa nesta terça-feira. Só passou em branco na estreia frente a Suíça.

Para quem ainda tinha alguma dúvida sobre se ele é merecedor do título de craque (como eu, confesso), Villa mostrou ao mundo (e a mim), que além de ser brilhante tecnicamente, decide. Faz a diferença.

segunda-feira, junho 28, 2010

Nome a nome de Brasil e Holanda

Embora eu teime em ver a Holanda no 4-3-3, as seleções amarela e laranja jogam com esquemas táticos parecidos: uma linha de quatro, dois volantes, um meia centralizado, dois homens abertos pelas beiradas e um centroavante.

Estes enfrentamentos não serão vistos em campo, no entanto é possível traçar um paralelo entre os jogadores no que diz respeito à qualidade individual. Eis quem leva vantagem nos setores, na minha opinião.

Na defesa o Brasil vence de goleada. Para mim Julio César, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos são melhores, sem exceção, que os respectivos goleiro, zagueiros e laterais adversários (Stekelenburg; Van der Wiel, Heitinga, Mathjsen e Van Bronckhorst).

Já entre os volantes, o páreo é duro. Talvez aqui aconteça um empate técnico, pois Gilberto Silva e Felipe Melo estão ali com Van Bommel e De Jong. Ambos os quatro primam pela marcação e pecam na criação. Têm grandes limitações com a bola no pé.



Outro empate técnico ocorre entre os camisas 10. Pelo momento, não pelo geral. Vejo hoje Kaká e Sneijder em condições semelhantes. O brasileiro é mais talentoso, não há dúvida, porém a forma do holandês está mais em dia. Por isso o equilíbrio entre eles.

A vantagem holandesa aparece no corredor da direita, onde Robben e Elano atuam. Apesar dos dois gols que marcou em duas partidas, e de sua importância tática, é evidente que o camisa 7 do Brasil é inferior ao 11 da Holanda. Em contrapartida Robinho, o 11 verde-amarelo, supera Kuyt, o 7 laranja.

Por fim, na referência do ataque, Luís Fabiano e Van Persie. Pau a pau. Antes da Copa começar, inclusive, eles protagonizaram uma enquete aqui no blog. E deu Van Persie. Para manter minha posição, entendo que o 9 europeu esteja à frente do 9 sul-americano.

No frigir dos ovos, muito em função do setor defensivo, a Seleção tem mais qualidades individuais. O que não é garantia de passagem à semifinal, obviamente.

domingo, junho 27, 2010

Desilusão inglesa

Dou a mão à palmatória. Esperava que a Inglaterra passasse pela Alemanha por julgar o English Team superior na qualidade individual. No entanto o coletivo alemão passou a mil por hora e atropelou.



Wayne Rooney talvez seja a grande decepção da Copa. Talvez porque a expectativa em cima dele fosse enorme, em especial por causa de sua última temporada pelo Manchester United (como centroavante, diga-se). Porém as lesões que sofreu antes do Mundial nitidamente o atrapalharam.

Outro que deixou a desejar foi Fabio Capello, que cometeu alguns erros de avaliação, na minha opinião. Um deles foi não começar com Rooney e Defoe no ataque desde o início do torneio. Outro foi escalar Gerrard na asa esquerda do meio-campo. A meu ver, com Gerrard e Lampard juntos, o 4-4-2 em linha não é o esquema mais favorável.

sábado, junho 26, 2010

Nome a nome de Alemanha e Inglaterra

Coletivamente a Alemanha foi melhor na primeira fase. No entanto, no nome a nome, a vantagem é da Inglaterra. Estas comparações servem para pouca coisa, contudo quando se tratam de dois times com o mesmo esquema tático, se tornam mais oportunas.

Embora haja uma corrente que veja um 4-2-3-1 germânico, na minha visão os alemães jogam no 4-4-2 em linha, a exemplo dos ingleses. A diferença é que Özil, por sua característica de armador, atua mais como um meia pelo corredor central do que como um segundo atacante. De qualquer forma, se há uma diferença entre as estruturas táticas das equipes, é tênue.

Vamos aos paralelos: sob a trave a Alemanha está melhor servida. Neuer é mais goleiro que James e Green juntos.

No setor defensivo a Inglaterra sai na frente: Lahm, Mertesacker, Friedrich e Badstuber (ou Boateng) de um lado, Johnson, Carragher (ou King), Terry e Ashley Cole do outro. Para mim apenas o lateral-direito alemão supera o inglês. Os zagueiros e o lateral-esquerdo ingleses são superiores.

No setor do meio de campo, a meu ver, novamente o English Team vence: Müller, Khedira, Schweinsteiger e Podolski de um lado, Milner, Lampard, Barry e Gerrard do outro. Schweinsteiger pode ser melhor que Barry, Milner não é nenhum craque, mas Gerrard e Lampard são infinitamente melhores que Podolski e Müller. Isso, claro, na minha opinião. (Pela distribuição dos jogadores em campo, Müller deveria ser comparado com Milner e Khedira com Lampard.)

Já no ataque, apesar de sua eficiência, imagino que seja covardia comparar Klose a Rooney. Em contrapartida, Özil tem mais talento que Defoe, embora este seja mais maduro e goleador.

Isso que dizer que vai dar Inglaterra? Óbvio que não. É inegável, porém, pelo menos no meu ponto de vista, que a qualidade individual da seleção da Terra da Rainha está acima.

Forlán é a ponta do losango

Forlán é o Messi do Uruguai. A exemplo do 4-4-2 da Argentina, onde o camisa 10 atua atrás da dupla de atacantes, o 10 uruguaio cumpre o mesmo papel na Celeste.



Mesmo improvisado, Forlán tem se saído muito bem por ali. No entanto não funciona apenas como um armador. Tem liberdade e obrigação para se vestir de centroavante, de ponta, entrar na área, cair pelos lados. Se movimenta por uma extensa faixa do gramado, suportado pelo trio Arévalo, Pérez e Alvaro Moreira.

Contudo, quem mais me chama a atenção nesta seleção é Suárez. Habilidoso, técnico e goleador, o 9 não atua enfiado. Se desloca com facilidade para confundir a marcação e dar opção aos companheiros. Em contrapartida, seu parceiro de ataque se notabiliza mais sem a bola, no combate e no preenchimento dos espaços, do que com ela.

sexta-feira, junho 25, 2010

Futura dupla do Barça se destaca

Özil fez boas partidas. Forlán também. Mas para mim os dois maiores destaques individuais da fase de grupos são David Villa e Lionel Messi. Não necessariamente nesta ordem.



Apesar de ainda não ter balançado a rede, o gênio argentino foi o melhor jogador nos três jogos que a Alviceleste fez, a meu ver. Contra a Nigéria, foi parado por Enyeama. Contra Coreia do Sul e Grécia, parou na trave. É verdade que não foi o Messi do 4 a 1 sobre o Arsenal, mas conduziu o time às vitórias.

Já Villa é um dos goleadores do torneio com 3 gols, ao lado de Higuaín e Vittek. Além de mostrar seu faro de artilheiro nesse início, mostrou sua importância para a Espanha. Seja atuando como ponta-esquerda, seja jogando como centroavante, o camisa 7 tem decidido.

E pensar que eles vão jogar juntos na próxima temporada.

quinta-feira, junho 24, 2010

Pré-jogo: Brasil x Portugal

Graças aos esquemas táticos adotados por Dunga e Queiroz, os duelos individuais ficarão bem nítidos. No meio-campo, Gilberto Silva e Felipe Melo marcarão Raul Meireles e Tiago, enquanto Júlio Baptista terá no cangote Pedro Mendes.

Simão e Cristiano Ronaldo baterão de frente com Maicon e Michel Bastos, do mesmo modo que Robinho e Daniel Alves serão marcados por Miguel e Coentrão. Já as duplas de zaga serão encarregadas pelos centroavantes adversários.



Claro que o posicionamento dos atletas não é rígido, em especial de Robinho e Cristiano Ronaldo. Tanto o 11 brasileiro quanto o 7 português devem flutuar por uma extensa faixa do gramado ofensivo. No entanto, ao que tudo indica, o craque luso irá cair com maior frequência pelo lado do lateral mais fraco do Brasil.

Terá bastante trabalho também a dupla de volantes da Seleção. Cheios de confiança por causa do jogo contra a Coreia do Norte, os meias Tiago e Raul Meireles serão, em tese, os responsáveis pela criação no corredor central.

quarta-feira, junho 23, 2010

Duelo direto: Dinamarca x Japão

Não queria estar na pele do Nagatomo. Ele terá pela frente Rommedahl, até então o principal jogador da Dinamarca.

O Japão joga por dois resultados: vitória e empate. Aos dinamarqueses restam apenas os três pontos para passar de fase.

Se Morten Olsen e Takeshi Okada repetirem as escalações e as estruturas táticas da segunda rodada, os duelos individuais ficarão definidos, pois o 4-2-3-1 europeu (com variação para o 4-1-4-1) se encaixa no 4-1-4-1 asiático.



Entre os volantes da Dinamarca, só Jorgensen sai para o jogo, o que pode manter Endo mais preso e Hasebe mais solto. O confronto Tomasson x Abe parece ser o mais franco, enquanto as duplas de zaga serão encarregadas pelo centroavante adversário.

Outra tendência é que os homens das beiradas sejam marcados, e marquem, os laterais. Até aqui, entre eles, o que mais mostrou serviço e talento foi o camisa 19 nórdico.

Gigante adormecido

Donovan marcou aos 45 do segundo tempo e os Estados Unidos se classificaram às oitavas de final em primeiro lugar no Grupo C, acima da toda poderosa Inglaterra, inventora do esporte.



Sou da tese de que, se o futebol fosse tradicional nos EUA, eles seriam, no mínimo, tetra ou pentacampeões do mundo. Claro que o sucesso ou não de uma seleção não se mede por esse dado estatístico, mas ele é bastante relevante.

Tomemos como exemplos os países que já ergueram a Copa. Hoje a Inglaterra tem cerca de 50 milhões de habitantes; a França tem cerca de 65 milhões; a Argentina possui 40; o Uruguai, coitado, conta com apenas 4 mi; a Alemanha tem 80; a Itália, 60; e o Brasil, 190.

Agora pense nos Estados Unidos: são mais de 300 milhões de pessoas. Este número impressionante de habitantes, aliado à potência econômica e à cultura esportiva daquele país, resultaria em muitos títulos mundias para os norte-americanos. Claro, se o soccer fosse a principal, ou uma das principais modalidades por lá.

Para a sorte dos sul-americanos e dos europeus, o basquete, o futebol americano, o beisebol e tantos outros estão milhas à frente do esporte de placar baixo jogado com a bola no pé.

terça-feira, junho 22, 2010

Argentina repete esquema tático

Maradona repetiu o 4-4-2 em losango utilizado no confronto contra a Coreia do Sul. Mas apenas quatro jogadores que atuaram como titulares naquela partida enfrentaram a Grécia desde o início: Romero, Demichelis, Maxi Rodriguez e Messi.



Nesta terça Burdisso assumiu a vaga de Samuel, na quarta zaga, e Bolatti a de Mascherano, na cabeça-de-área. Verón fez o apoio pelo lado esquerdo, lugar que foi preenchido por Di María no jogo anterior. Nas laterais, Otamendi e Clemente operaram nas posições de Jonás e Henzie. E no ataque, Milito e Agüero substituíram Higuaín e Tevez.

No segundo tempo o camisa 20 foi substituído por Di María, e o 8 passou para o vértice direito do losango para o 7 ocupar o espaço pela esquerda. Só para registro, na estreia a alviceleste adotou o 4-5-1.

O peso extra-campo

Treinador tem que liderar. Veja o caso da França. Faltou um Napoleão.



O papel do técnico vai muito além de treinar e escalar o time. É ele o grande encarregado em fazer com que o espírito de união se dissemine e impregne pelo grupo. É ele o maior responsável em fazer com que seus comandados tenham todos um único objetivo em comum: a vitória.

No episódio francês, Zidane, que já trabalhou com ele, chegou a comentar que Domenech sequer é treinador de futebol. De fato ele peca no quesito técnico, dentro do campo. No entanto o que mais chamou a atenção na vergonhosa campanha francesa foi a falta de orientação da equipe, fora das quatro linhas.

segunda-feira, junho 21, 2010

Tem dia que a bola entra

Todo time tem dificuldades para fazer seu jogo fluir diante de um adversário retrancado. Até o primeiro gol.

Para perfurar o bloqueio é preciso tentar de tudo: jogadas individuais, tabelinhas e enfiadas pelo corredor central, tiros de fora da área. É preciso também ter paciência, fazer a bola girar para que os membros das linhas defensivas se desloquem e os espaços apareçam. Depois do nascimento do primeiro gol, tudo fica mais fácil.



Tome Portugal como modelo. Só marcou aos 30 do primeiro tempo. No segundo a Coreia do Norte abriu as pernas e as oportunidades que surgiram foram convertidas. A Espanha, por exemplo, também criou inúmeras chances contra Honduras. Mas a bola não entrou, por falta de competência, por falta de sorte ou pura e simplesmente por se tratar de futebol. Acontece: tem dia que a bola entra, tem dia que não entra. E que o digam as seleções ibéricas sobre esta segunda-feira.

Tevez supera Agüero na preferência

Permita-me discordar do resultado da enquete. Dos 66 votos computados, 62% foram para Tevez e 38% para Agüero. Fico com a minoria. Para mim, Kun joga mais que Carlitos.



Na minha visão o atacante do Atlético de Madri é mais veloz, habilidoso e técnico. É melhor no drible, no passe e na finalização. Por outro lado, o jogador do Manchester City é mais raçudo, marca a saída de bola adversária como poucos no mundo.

Tevez pode compensar com sua entrega, sua força de vontade, mas a meu ver Agüero contribui mais para o time no quesito ofensivo. Na minha Argentina, o camisa 16 seria titular no lugar do 11.

A redenção de Kaká

Longe de sua forma ideal, Kaká foi incontáveis vezes desarmado com facilidade no primeiro tempo. Na maioria das vezes em que partiu para o enfrentamento individual, perdeu a bola para seu marcador.



No entanto foi do camisa 10 os passes para os gols de Luís Fabiano e Elano na vitória por 3 a 1 sobre a Costa do Marfim. Sem falar que ainda quase deixou o dele. Ou seja: Kaká decidiu.

sábado, junho 19, 2010

Pré-jogo: Brasil x Costa do Marfim

Engana-se quem pensa que a Seleção terá espaços para atacar a Costa do Marfim. É muito provável que os africanos se fechem tão ou mais que a Coreia do Norte. Contra Portugal, a estratégia foi essa: marcar com os onze homens no campo de defesa e sair em velocidade no contra-ataque.

Se estas forem as escalações e os esquemas, os duelos individuais ficarão bem definidos: Maicon x Kalou (ou Gervinho), Michel Bastos x Dindane, Gilberto Silva (ou Josué) x Tiote, Felipe Melo x Eboué, Kaká x Yaya Touré, Elano x Tiene, Robinho x Demel e Luís Fabiano x Kolo Touré e Zokora. Drogba terá Lúcio e Juan pela frente. Sem a bola, porém, ele deve voltar para combater os volantes adversários.



A ultrapassagem de Maicon pela direita, as tabelas pelo corredor central nas proximidades da área marfinense, os dribles de Robinho e os arremates de média e longa distância podem ser os caminhos para o Brasil abrir o placar. Se isso acontecer, consequentemente os Elefantes terão de sair mais para o jogo e os espaços para os adoráveis contra-golpes tupiniquins irão aparecer.

Em contrapartida, enquanto não sair o gol, quem irá contra-atacar é a Costa do Marfim. E se os jogadores brasileiros não forem precisos nas coberturas, em especial dos laterais, quem poderá provar do próprio veneno será o time verde-amarelo.

sexta-feira, junho 18, 2010

Pós-jogo de Inglaterra e Argélia

Capello escalou o English Team no 4-4-2 habitual, com uma linha de quatro no meio-campo e dois atacantes. Na estreia Gerrard atuou pelo centro. Contra a Argélia o capitão foi o extremo esquerdo, com Barry por dentro, guardando a posição e cobrindo as subidas do 3.

Quem destoa do time é Heskey. Na minha visão é impensável uma dupla que não seja formada por Rooney e Defoe. Se o treinador italiano faz tanta questão em ter um centroavante de referência, que coloque o camisa 10 nesta função então.



Do outro lado Saadane adotou o 5-4-1. O esquema que na teoria é bastante defensivo não se mostrou tão cauteloso na prática. Sem a bola Kadir e Belhadj fechavam os lados do campo e compunham a linha defensiva com os zagueiros. Com ela, se mandavam para frente sem pudor, em especial Belhadj.

No meio-campo se desenhou uma linha de quatro, com belas escapadas pela esquerda com Ziani e pelo corredor central com Yeba. Na frente, Matmour foi único avante.

A mão dos deuses

Não foi o árbitro Alberto Undiano que expulsou Klose. A mão que puxou o cartão vermelho do bolso foi a dos deuses.



No julgamento dos deuses do futebol, seria injusto ver o limitado atacante germânico conquistar o título de artilheiro maior das Copas.

É vontade dos deuses do futebol que este título fique com o maior centroavante de todos os tempos, e assim será, por longos e longos quadriênios.

quinta-feira, junho 17, 2010

Elegância de matar

Mesmo de terno, ele doma a bola. De calcanhar.



O lance se repete no fim do vídeo.

Di María é do Madrid

Tá no Marca: Real Madrid tira o argentino do Benfica por € 25 milhões.



Belíssimo negócio, para Los Blancos. A tendência é que daqui uns dois ou três anos Di María esteja valendo o dobro disso. E a contribuição que ele pode dar dentro de campo, não tem preço.

O 7 de Portugal de um lado, o 7 da Argentina do outro, o 10 do Brasil por dentro... Com este elenco em mãos, Mourinho deve escalar um 4-3-3 exemplar.

Em tempo: O Mundo Deportivo fala em 35 milhões de euros, mais um jogador. Creio nesta segunda informação, primeiro porque 25 é pouco, e segundo porque a multa rescisória de Di María era de € 40 mi.

Com Verón, Messi é mais ofensivo

Maradona trocou o 4-2-3-1 da estreia pelo 4-4-2 em losango, com Higuaín e Tevez no ataque, Messi na ligação, Maxi Rodriguez e Di María no apoio, e Mascherano na cabeça-de-área.

Já Jung Moo adotou o 4-4-2 em linha, com Park Ji Sung e Chu Young no setor ofensivo, e Chung Yong, Jung Woo, Sung Yueng e Ki Hun no meio-campo.



Sem Verón, o peso da articulação se concentrou nos ombros de Messi. Coube ao camisa 10 se afastar da área e buscar o jogo na faixa central, na altura dos números 7 e 20, para armar o jogo vindo de trás. Com La Brujita em campo a criação fica dividia, e o camisa 10 não tem tanta obrigação de voltar para pegar a bola mais atrás.

quarta-feira, junho 16, 2010

Rei não perde a majestade

Em tempos de Felipe Melo com a 5, não custa nada rever o Rei de Roma (embora tenha usado a 15 em 1982; Cerezo era o 5).



Só um parêntese: Jorge Ben é o cara que mais canta futebol no Brasil.

Pré-jogo: França x México

Se Domenech e Aguirre repetirem as escalações e os esquemas táticos da estreia, os duelos do meio-campo serão bem definidos: Toulalan x Torrado, Diaby x Juarez e Gourcuff x Marquez.

Completarão os enfrentamentos individuais Sagna x Vela, Evra x Giovanni, Govou x Salcido, Ribéry x Aguilar, Anelka x Osorio e Rodriguez, e Gallas e Abidal x Franco.



Uma boa opção para a França é entrar com Malouda desde o início, no lugar de Govou. Que, por sinal, pode mostrar relativo entrosamento com Anelka, companheiro de Chelsea.

Tentativa de previsão à parte, a bola rola nesta quinta-feira em Polokwane às 15h30, horário de Brasília.

Sistema tático espanhol precisa mudar

O 4-2-3-1 da Espanha é pertinente. Alonso e Busquets compõem a dupla de volantes, Silva e Iniesta atuam pelas beiradas, com Xavi por dentro e Villa de centroavante. Contudo, na minha visão, Iniesta não é jogador de lado de campo.



Sei que Fernando Torres vem de uma temporada inconstante por problemas médicos. No entanto é impensável um time sem ele e Villa na frente, por razões óbvias: são craques, exímios finalizadores, cheios de recursos técnicos. Sabem jogar dentro e fora da área.

Se Del Bosque concordar, a estrutura tática deverá ser alterada para o 4-4-2. A dúvida fica no meio-campo: em linha, quadrado ou losango? Ou quem sabe um 4-1-3-2?

Na minha opinião a melhor formação seria o 4-4-2 em quadrado, com dois volantes (Alonso e Busquets/Xavi), dois meias (Xavi/Fábregas e Iniesta) e dois atacantes (Torres e Villa). Resta saber se este esquema está treinado.

terça-feira, junho 15, 2010

Nem Dunga tem a resposta

As alterações do segundo tempo foram sintomáticas. A do Ramires no lugar de Felipe Melo nem tanto, porque ela já ocorreu no amistoso contra a Tanzânia. Está claro, pelo menos esta é a impressão, que o 18 é o reserva imediato do 5, e que Kléberson não está nos planos, só será utilizado na Copa em caso de contusões.

Aí vem a pergunta: e o Ganso?



A outra substituição, a meu ver, foi mais reveladora: Nilmar no lugar de Kaká. Na teoria Nilmar entraria no lugar de Robinho, ou no de Luís Fabiano. No entanto entrou no de Kaká. O ponta-direita do Villarreal fez a ponta esquerda, com Daniel Alves aberto na direita, na do Elano, Luís Fabiano na frente, e Robinho centralizado. O 4-2-3-1 permaneceu, com o camisa 11 na do Kaká.

A situação não é tão extrema quanto à de Kléberson, na minha opinião. Creio que ele será aproveitado. No primeiro jogo, porém, Júlio Baptista ficou no banco. Quem ocupou a posição do Kaká quando necessário foi Robinho, e não Júlio. E aí vem a pergunta: e o Ganso? Por que não foi convocado na vaga do inútil Kléberson (no sentido literal) para atuar na posição do camisa 10?

A estratégia e a estrutura marfinense

A estratégia traçada por Eriksson ficou bastante nítida no primeiro tempo: se fechar com todos os jogadores atrás da linha da bola para contra-atacar pelos espaços deixados no campo de defesa de Portugal.

Quando os portugueses saíam jogando com seus zagueiros, todos os marfinenses voltavam até seu gramado, compactando as linhas de seus setores e não dando brechas aos lusitanos. Sem a bola, o centroavante Gervinho marcava Pedro Mendes, o primeiro homem da meia-cancha adversária, ao invés de pressionar os beques.



A Costa do Marfim atuou no 4-3-3 com um volante, dois meias, dois pontas e um centroavante. Dindane e Kalou jogaram pelas beiradas, Gervinho na referência do ataque, Tiote e Eboué nas meias e Yaya Touré na cabeça-de-área.

No segundo tempo Drogba entrou no lugar de Kalou, e Eriksson passou Gervinho para a ponta esquerda. Mais tarde Keita entrou na vaga do camisa 10, para jogar na mesma posição, sem alteração na estrutura tática da equipe.

segunda-feira, junho 14, 2010

Pós-jogo de Itália 1, Paraguai 1

Lippi escalou a Azzurra no 4-3-3 em triângulo, com De Rossi e Montolivo compondo a dupla de volantes, Marchisio mais à frente, centralizado, Iaquinta e Pepe abertos nas beiradas e Gilardino na referência do ataque.

Na minha opinião escalar o 9 na ponta é uma aberração. Se for para manter este esquema, que Pepe e Di Natale sejam os ponteiros, e Iaquinta que brigue pela vaga de Gilardino.

Martino, por sua vez, utilizou o 4-4-2 em linha, com Torres e Vera nas asas da linha do meio-campo, Caceres e Riveros no corredor central, e Valdez e Lucas no setor ofensivo. Entre estes dois últimos, o 18 buscou o jogo atrás e dos lados, como um segundo atacante.



No segundo tempo o técnico italiano inverteu Iaquinta e Pepe. Depois, aos 13 minutos, o 15 deu lugar a Camoranesi e a estrutura tática foi alterada para o 4-4-2, com o camisas 9 e 11 (depois Di Natale) no ataque, e uma linha de quatro na meia-cancha composta por Pepe e Camoranesi pelas beiradas (que trocaram de lado entre si regularmente) e os números 6 e 22 por dentro.

Pelo lado sul-americano, também na segunda etapa, Martino trocou Torres por Santana, Valdez por Santa Cruz, Lucas por Cardozo, e o sistema tático foi mantido.

Vaart e Sneijder batem cabeça

Não sou adepto das teorias que dizem que cicrano ou beltrano não podem jogar com fulano. Não dá para estabelecer a Seleção de 1970 como referência porque é covardia, mas acho que jogadores talentosos sempre têm espaço no time.

No entanto este raciocínio, no caso da Holanda, é pertinente. Na minha opinião, no 4-3-3 (ou seria 4-2-3-1?) adotado por Van Marwijk, os camisas 23 e 10 batem cabeça.



Na minha visão de futebol, Van der Vaart não tem características de atleta de beirada de campo. É lento e pouco habilidoso para isso. Tende a se deslocar para o corredor central, como fez em demasia no jogo contra a Dinamarca. Na segunda etapa, aliás, houve momentos em que Sneijder veio para a esquerda e Vaart foi para dentro. Baita bobagem.

Do outro lado, enquanto Robben não se recupera totalmente, Kuyt atua na ponta direita. É por ali que ele costuma jogar no Liverpool. Todavia, para mim, ele também não possui as peculiaridades para cumprir o papel de ponteiro.



Já escrevi aqui no blog, após o amistoso contra a Hungria, que na minha equipe Elia seria o ponta-esquerda titular, com Robben aberto na direita, Sneijder por dentro e Van Persie na referência. Vaart e Kuyt seriam banco.

Condutor de bola em velocidade, driblador e com boa qualidade no passe, Elia é o extremo-esquerdo ideal para a Holanda. Se não houvesse um jogador desta estirpe no elenco, tudo bem, vá lá que se improvisasse o 23 por ali. Mas não é o caso. Se Van Marwijk não for cabeça dura, o 17 deverá ser efetivado.

As linhas germânicas

No belo 4 a 0 sobre a Austrália, Joachim Loew escalou a Alemanha no 4-4-2 em linha, com Müller e Podolski nas asas, Schweinsteiger e Khedira por dentro, Lahm e Badstuber nas laterais, e Özil e Klose na frente.



Chamaram a atenção a ofensividade dos camisas 10 e 13 e a movimentação do 8, que transitou por uma extensa faixa do gramado, caiu pelos dois lados, apareceu dentro da área para concluir e buscou o jogo atrás para armar as jogadas.

domingo, junho 13, 2010

Robben bate Robinho

Tô com o resultado da enquete. Para mim o holandês joga mais que o brasileiro. É menos habilidoso, mas é mais técnico e objetivo, o que faz toda a diferença.



Dos 73 votos computados, 70% foram para Robben, o canhoto ponta-direita da Holanda, e 30% para Robinho, o ponta-esquerda destro do Brasil.

sábado, junho 12, 2010

Espelho tático em Rustemburgo

Inglaterra e Estados Unidos atuaram no 4-4-2 em linha.

Capello escalou Milner (depois Wright-Phillips) e Lennon nas beiradas, Gerrard e Lampard por dentro, Rooney na movimentação e Heskey na referência do ataque. Do outro lado Bradley abriu Donovan e Dempsey, e formou a dupla de frente com Findley e Altidore.



Desta forma os duelos individuais ficaram bem definidos: os quatro asas bateram de frente com os quatro laterais, os quatro atacantes foram marcados pelos quatro zagueiros, e os quatro meio-campistas se enfrentaram no miolo da meia-cancha.

Ousadia na equipe de Don Diego

Maradona surpreendeu. Pelo menos a mim, que pensava que Tevez não tinha lugar neste time. Não pela questão técnica, mas sim tática. O camisa 11 não tem as características de um jogador de beirada de campo, no entanto ele compensa com movimentação e entrega.

No 4-2-3-1 da Argentina, Verón divide com Messi o papel da articulação. Enquanto o 14 fica preso, o 8 se manda para arquitetar as jogadas a toques precisos de primeira. Já o 10 dispensa comentários. Faz de tudo, com liberdade e obrigação para transitar por uma extensa faixa do gramado.



Ao contrário de Jonás, que chega no apoio com frequência, o lateral-esquerdo Henzie tem como prioridade guardar a posição, pouco aparece na frente. O responsável por aquele corredor é Di María, que contra a Nigéria esteve apagadíssimo.

Particularmente me agrada esta estrutura tática, mais até que o 4-4-2 em linha que se cogitava antes da Copa começar (embora esta variação possa ocorrer, com o 11 e o 7 fechando os lados do campo, em linha com Mascherano e Verón).

sexta-feira, junho 11, 2010

Pós-jogo: Uruguai x França

Tabarez escalou o Uruguai no 3-5-2 com dois volantes e um meia. Victorino e Godin fizeram os papéis de zagueiros da caça, e Lugano da sobra. Gonzalez foi o homem da articulação, ao menos tentou ser, e Forlán e Suárez formaram a dupla de ataque, dividindo os espaços meio a meio.



Domenech adotou o 4-3-3 também com dois volantes e um meia. A diferença é que Diaby saiu muito para o jogo. Em vários momentos o camisa 19 se vestia de meia-esquerda e deixava Toulalan centralizado.

No segundo tempo Henry entrou no lugar de Anelka e Malouda no de Gourcuff. Desta maneira a França teve Ribéry por dentro, Malouda e Govou (depois Gignac) pelas pontas e Henry na referência.

quinta-feira, junho 10, 2010

Van Persie na frente

Enquete boa é enquete apertada. A entre Luís Fabiano e Van Persie não foi das mais equilibradas, mas também não rolou goleada: 57% a 43% para o atacante do Arsenal, em 21 votos assinalados.

Votei no 9 da Holanda.



Luís Fabiano não chega a ser um cone, longe disso. Porém sua técnica, visão de jogo e habilidade, na minha opinião, estão aquém de Van Persie.

Noves fora a fase dos dois: o centroavante brasileiro passou em branco contra Zimbábue e Tanzânia, enquanto o holandês fez dois no México e um na Hungria.

quarta-feira, junho 09, 2010

Brasil: 1958 x 1970

Quando se pergunta qual é a melhor seleção brasileira de todos os tempos, a de 1970 bate a de 1958 na maioria das eleições. Talvez pela lembrança mais viva.

Vi apenas um jogo do Brasil na Copa do México, e na da Suécia só vi lances isolados, portanto a precisão da prancheta não é das mais confiáveis. Porém ela dá uma noção sobre como seria um duelo entre o time que abriu a porteira e o que consagrou o tri (imagino que na de 70 Pelé se alongava na faixa central do gramado, voltava para compor o meio-campo).



Djalma Santos x Rivellino, Nilton Santos x Jairzinho, Zito x Gérson, Didi x Clodoaldo, Zagallo x Carlos Alberto, Garrincha x Everaldo.

É complicado querer visualizar estes confrontos. Na verdade é impossível. Mas se tiver que optar por uma equipe, fico com a que possui Pelé e Garrincha, por um motivo: a Seleção nunca perdeu com os dois em campo. Nunca. São 30 vitórias em 35 partidas.

terça-feira, junho 08, 2010

Custo-benefício na ponta do lápis

Ibrahimovic saiu da Inter e foi para o Barcelona por 45 milhões de euros, mais Samuel Eto'o. Para ter Robinho, o Manchester City pagou € 40 milhões ao Real Madrid. Faça as contas. O valor de mercado do sueco, apesar de sua temporada não tão convincente, é bem maior que o do brasileiro. Só uma Copa dos deuses por parte do camisa 11 da Seleção poderia mudar este panorama, e olhe lá.



Onde quero chegar com esses números? Numa possível escolha equivocada feita pelo Barça. Se Guardiola pensa mesmo em liberar Ibra para negociação como se diz, David Villa seria o centroavante do time e uma vaga para o lado esquerdo do ataque ficaria em aberto. Hoje o candidato a preenchê-la é Robinho, e é aí que pode estar o vacilo.

Não que ele não tenha condições de ser o ponta-esquerda azul-grená. Pelo contrário. Tem sim. Mas entendo que, pela grana que se gastaria com Robinho, e por outros fatores, era melhor contratar outro cara para a posição:



Na minha visão, além de ser bem mais novo (um tem 18 anos, o outro 26), o 11 do Peixe é muito mais jogador que o 7. E é, em tese, mais barato (sua multa é de € 35 mi). Para mim, a joia da Vila é o ponta ideal para a equipe catalã. Por questões financeiras, táticas, técnicas e de idade, para o Barcelona seria mais interessante buscar Neymar.

segunda-feira, junho 07, 2010

Futebol-poesia

Às vésperas da abertura da Copa do Mundo, Eduardo Galeano, autor do obrigatório As Veias Abertas da América Latina (e Futebol ao Sol e à Sombra, entre tantos outros), deu uma entrevista exclusiva ao Página 12, da Argentina.

Nela, com a categoria que lhe caracteriza, o escritor fala sobre sua predileção por jogadores de beirada de campo, cita Garrincha, fala de Messi, Maradona, e diz que se não der para o Uruguai, irá torcer por Brasil e Argentina.

Confira aqui o depoimento do intelectual apaixonado pelo futebol bem jogado, independente das cores ou da nacionalidade do time.

Candidatos a Craque do Mundial

As últimas duas Copas quebraram paradigmas: o zagueiro Cannavaro foi eleito o melhor jogador do torneio em 2006, e o goleiro Kahn em 2002. Já que o ponto forte verde-amarelo é a defesa, resolvi colocar Julio César e Maicon entre as alternativas na enquete dos candidatos a Craque da Copa.

Como o atleta escolhido sempre, ou quase sempre, pertence a um dos finalistas, optei por representantes dos quatro maiores favoritos à taça, na minha visão: Argentina, Brasil, Espanha e Inglaterra. Por isso Cristiano Ronaldo, Drogba, Robben e outros ficaram de fora.



Venceu a sondagem Messi, com 29% dos 130 votos, um pouco à frente de Rooney, com 23%. Em terceiro ficou o Outro, com 16%, e Kaká e Verón completaram o Top 5 com 8% e 4%, respectivamente. O restante se diluiu, pela ordem, entre Xavi e Villa, Torres e Di María, Julio César, Lampard e Gerrard.

Confesso que votei no gênio argentino. E que estranhei o fato do Maicon não ter recebido nenhum voto. Foi o único que passou em branco.

O plano B do Brasil

No segundo tempo do amistoso contra a Tanzânia, a Seleção adotou sua estrutura tática reserva: o 4-4-2 em losango, com Ramires e Daniel Alves no apoio, Kaká na articulação, Luís Fabiano na referência e Robinho na movimentação.



O lance do quinto gol é emblemático: Daniel Alves cruza para Ramires marcar de cabeça. Desta forma, e com estas peças, o time fica mais leve, equilibrado, rápido e técnico.

O esquema titular é o 4-5-1 (4-2-3-1), mas o 4-4-2 é a segunda opção há tempos. Salvo engano, foi o sistema utilizado em toda a Copa América de 2007, naquela equipe que tinha Gilberto Silva, Mineiro, Elano (Daniel, na final diante da Argentina) e Júlio Baptista no meio-campo, Robinho e Love na frente.

Troca de peixe grande

Tá no SPORT: Ibrahimovic pode parar no City e Robinho no Barça.



Até a abertura da janela, e durante ela, muitos nomes serão ventilados nos grandes clubes da Europa. Não sei o nível de verossimidade desta notícia que envolve o camisa 7 do Santos, contudo ela faz sentido.

Robinho chegaria para assumir a ponta esquerda, Villa ficaria na referência, Ibra seria o 9 dos Citizens (e Adebayor?), e o Barcelona ainda ganharia uns trocados, porque, pelo menos hoje, o valor de mercado do sueco é mais alto.

PS.: Esse papo de Robinho na Catalunha vem desde janeiro.

sábado, junho 05, 2010

Pintura alaranjada

O destro Elia seria o ponta-esquerda titular da minha Holanda. No 6 a 1 sobre a Hungria, o jogador do Hamburgo marcou um belo gol.



Completariam o time, do meio pra frente, De Jong, Van Bommel e Sneijder na meia-cancha, o canhoto Robben na ponta direita e Van Persie na referência. Van der Vaart e Kuyt seriam banco.

Ronaldinho, Pato e Luís Fabiano?

O Milan precisa de um centroavante. De um goleiro e de dois laterais também. Mas de um centroavante. Ou melhor: de um atacante. Porque, apesar de não jogar como um 9, nada menos que o substituto de Ronaldo na Seleção já está lá: Alexandre Pato.



Se Luís Fabiano for contratado, como se noticia, e se o 4-3-3 for mantido inflexivelmente, o 80 continuará na ponta esquerda e o 7 na direita (número de ponta-direita, por sinal). Na época de Ancelotti, aliás, Pato se recusou a operar como ponteiro. Foi Leonardo quem o convenceu. Para minha surpresa, o ex-Inter se saiu bem como tal. Contudo, na minha visão, ele rende mais para o time como centroavante.

Tratando-se de um clube de ponta da Europa, pelo menos no setor ofensivo, estranhos no ninho são Huntelaar, Borriello e Inzaghi (e a falta de ambição de Ronaldinho). Luís Fabiano é uma bela tacada. Mas eu, por exemplo, contrataria um Nilmar para jogar na ponta direita (onde atua no Villarreal) e retornaria Pato ao centro.

Rossi dá adeus ao Mundial

Ferdinand, Drogba, Robben. Nem Rossi escapou da bruxa.



Quem será o próximo?

sexta-feira, junho 04, 2010

Duas opções para o Verdão

Confesso que desconheço a variação do 4-4-2 utilizada por Parraga no Palmeiras. Só sei que, com a chegada de Kléber, a presença de uma dupla legítima de atacantes será constante, sem necessidade de improvisos.

A julgar pelo elenco alviverde, penso em duas possibilidades. Uma com dois volantes e dois meias. Desta maneira Lincoln e Cleiton Xavier dividiriam a responsabilidade de abastecer os homens da frente e de aparecer na área para finalizar.



Já Marcos Assunção (ou Márcio Araújo) teria a liberdade para avançar e a obrigação de cobrir Vítor, em especial quando os dois laterais subissem ao mesmo tempo.

Outra alternativa seria o losango no meio-campo, com Pierre (ou Edinho) como cabeça-de-área autêntico, Marcos e Cleiton no apoio, Lincoln como meia-armador ou ponta-de-lança, depende de sua particularidade, e Kléber e Ewerthon na movimentação ofensiva, sem uma referência fixa.



Só não imagino um time com três zagueiros, porque desta forma a meia-cancha ficaria com um jogador a menos, nem com apenas um atacante, porque não há no plantel um centroavante típico.

Baseado nas características dos altetas que estão no grupo, a meu ver a estrutura tática mais aconselhável é o 4-4-2, em losango ou quadrado. Em linha, não.

A defesa é o melhor ataque

Se tinha uma dupla de zaga que podia fazer frente à do Brasil era a da Inglaterra com Terry e Ferdinand, apesar da temporada irregular deste último. Agora, sem o zagueiro do Manchester United no caminho, Lúcio e Juan compõem o miolo de defesa mais notável da Copa.



Se considerarmos que o grande goleiro da atualidade é brasileiro, e que Maicon é o melhor lateral-direito do mundo, pode-se dizer que o setor defensivo da Seleção é, em tese, o mais poderoso do torneio. O ponto vulnerável desta linha seria Michel Bastos, que não é nenhum primor na hora de defender.

quinta-feira, junho 03, 2010

Espelho tático na Arena da Baixada

Tanto Atlético quanto Botafogo atuaram no 3-5-2 em triângulo (dois volantes e um meia), no 3 a 2 para o time da casa disputado nesta quarta-feira.

Pelo lado rubro-negro, Manoel e Rodolpho foram os zagueiros da caça, Leandro o da sobra, Chico o primeiro e Alan Bahia o segundo volante, Paulo Baier o articulador central, e Bruno Mineiro e Maikon Leite formaram a dupla de ataque.

Pelo lado alvinegro, Túlio Souza sentiu o ombro logo aos 3 minutos da primeira etapa e foi substituído por Sandro Silva, que entrou para executar a função de segundo homem da meia-cancha.



Ainda no primeiro tempo, com 1 a 0 em desvantagem no placar, Carpegiani sacou Leandro e colocou o meia Branquinho, ex-Santo André. O esquema foi mantido, com Chico recuado à zaga, e o camisa 10 funcionando como um segundo volante, fazendo o vai-e-vem. Desta maneira Paulo Baier se distanciou um pouco da forte marcação de Leandro Guerreiro.

quarta-feira, junho 02, 2010

Possibilidade pertinente na Seleção

São vários os times que jogam no 4-3-3: o Barcelona, o Milan, a Internazionale, o Chelsea, o Porto. O Santos, o Villarreal. No Submarino, aliás, Nilmar é ponta-direita, a exemplo de Robinho no Peixe - que só não atua do outro lado porque encontrou por lá um ponta-esquerda dos raros.

O 4-5-1 (4-2-3-1) treinado por Dunga e Jorginho não é ruim. Longe disso. É uma equipe muito entrosada, compacta, consciente e obediente, que tem no contra-ataque seu ponto forte, e na defesa seu porto seguro.



No entanto o sucesso da Seleção e a coerência de seu comandante não inibem a criação de devaneios como pensar numa esquadra com Robinho e Nilmar pelas beiradas (como o fazem em seus clubes), Luís Fabiano na referência, Kaká por dentro, Felipe Melo e Gilberto Silva presos feito cães-de-guarda, e dois laterais incentivados a avançar.

terça-feira, junho 01, 2010

Fluminense bem cotado

Dos 38 votos computados na enquete, 48% indicam que o Flu vai brigar pelo título do Campeonato Brasileiro, 32% que vai lutar por vaga na Libertadores, 18%, por vaga na Sul-Americana, e 2%, contra o rebaixamento.



Fiquei com a segunda opção, mesmo considerando as chegadas de André Luis e Cléber Santana. Mas é claro que, além dos elencos mudarem na janela de verão europeu, a longevidade da competição não permite uma previsão precisa. Contudo, baseado na turma que está aí hoje em dia, vejo uns quatro ou cinco clubes à frente do Tricolor.

Presunção de Brasil x Portugal

No amistoso diante de Camarões, nesta terça, Carlos Queiroz escalou Portugal no esquema tático habitual: o 4-3-3 com um cabeça-de-área, dois meias, dois pontas e um centroavante.



Se estes forem os times no útimo jogo da fase de grupos, os embates individuais serão nítidos: Maicon x Cristiano Ronaldo, Lúcio e Juan x Liedson, Michel Bastos x Simão, Gilberto Silva x Raul Meireles, Felipe Melo x Deco, Kaká x Pedro Mendes, Elano x Duda, Robinho x Paulo Ferreira, e Luís Fabiano x Bruno Alves e Ricardo Carvalho.

É possível que ocorra a inversão dos ponteiros lusitanos, para o camisa 7 jogar em cima do lateral mais fraco do Brasil, em especial no quesito defensivo.

A soma do banco de reservas

A numeração da Copa passada me incomodava. Não ela em si, mas sim sua presença contínua. A maioria das outras seleções, talvez todas elas, menos o Brasil, tinha entre os titulares o camisa 16, o 21, o 14. O 15 ou o 17. A Seleção, não. Era, bem provável, a única entre as trinta e duas escalada bonitinha de 1 a 11.

Eu gosto da escalação de 1 a 11. Ela reflete a equipe titular na cabeça do treinador. Essa prática, porém, revela uma coisa: sou, e creio que boa parte dos brasileiros também é, viciado na chamada 'equipe titular'. Quando um técnico fala que não existem onze titulares, por exemplo, e sim uns quatorze, quinze, dou risada e torço o nariz porque sou maníaco pelo 1 a 11.

A qual conclusão se chega com a lista divulgada nesta terça-feira? Gomes é o segundo goleiro, Michel Bastos e Elano titulares. Esse é o time da estreia contra a Coreia do Norte, o conhecemos de cor e salteado. De 1 a 11. É legítimo. Só não pode haver, a meu ver, pudor, tanto por parta da comissão, da imprensa e da torcida, na hora de promover mudanças no time, seja durante ou entre uma partida e outra. Afinal, no melhor dos mundos, são apenas 7 jogos. O tiro é curtíssimo. Claro que há casos e casos, todavia se o "reserva" entra e rende mais coletiva e individualmente, não dá para insistir no "titular".