quarta-feira, abril 29, 2015

Cristiano Ronaldo, Messi e... Neymar?

A temporada de Bale não foi das melhores. Pogba, Neymar e Hazard, em contrapartida, deitaram e rolaram. O francês, meio-campista completo, virou o bola da vez da próxima janela de transferências por tudo que fez e por todo potencial que mostrou pela Juventus na temporada 2014/15. Já o brasileiro – o melhor ponta-esquerda da atualidade – está confirmando nesta temporada a expectativa dos otimistas como eu, que sempre viu nele um world-class. E o belga foi eleito o Player Of The Year pela PFA. Só isso.



Enquanto isso, por um bando de motivos, Gareth Bale não conseguiu repetir no Real Madrid a temporada anterior, muito menos os anos de Tottenham, e viveu às sombras de James e até mesmo de Isco. Bom. Talvez Isco não. Mas James com certeza. Enfim. O fato é que, ainda assim, resolvi colocar o galês entre as opções porque vejo nele, assim como em todos os outros citados, potencial para brigar pela Bola de Ouro no futuro. Ou ao menos para figurar entre os três finalistas – embora ele seja um pouco mais velho e em tese tenha um pouco menos de tempo que os demais.



"Qual destes jogadores vai ser o primeiro a figurar entre os três finalistas da Bola de Ouro?"

Essa era a pergunta da enquete aqui do blog. E a alternativa mais votada, obviamente, foi Neymar. Digo obviamente porque me parece óbvio mesmo (não é pela questão dele ser brasileiro e etc) e porque os números revelam isso. Foram 69% dos votos para ele, ao passo que Hazard recebeu 23% e Bale 8% (curiosamente, Pogba não foi votado, nem a opção "outro"). Vitória esmagadora do camisa 11 do Barcelona. Vale lembrar que Pogba tem apenas 22 anos, Neymar 23, Hazard 24 (todos feitos em 2015) e Bale 25 (faz 26 em julho). Resta-nos aguardar (e admirar, e torcer) para saber se Neymar será mesmo o primeiro entre eles a aparecer entre os finalistas – provavelmente ainda ao lado de Messi e Cristiano Ronaldo.

PS: Veja lances e gols de Pogba, Neymar, Hazard e Bale na temporada.

terça-feira, abril 28, 2015

MSN chega aos três dígitos

O melhor trio de ataque do mundo chegou a 102 gols na temporada nesta terça-feira. Messi, Suárez e Neymar alcançaram os três dígitos na goleada por 6 a 0 sobre o Getafe, aplicada no Camp Nou, pela 34ª rodada da Liga (dois de Messi, dois de Suárez, um de Neymar e um de Xavi).

Veja os 102 gols aqui.

A marca obtida pelo trio sul-americano superou a atingida por Messi, Eto'o e Henry em 2008/09 (100 gols). E também superou a marca de Pedro, Messi e Villa em 2010/11 (98 gols). A diferença é que a temporada 2014/15 ainda não acabou. Restam quatro jogos por La Liga, dois pela Champions League (ou três, em caso de final) e um pela Copa do Rei. Outro detalhe é que Suárez "perdeu" os dois primeiros meses da temporada e estreou somente na 9ª rodada da Liga (punição da FIFA).



TEMPORADA 2008/09 (100 gols)

Messi (ponta-direita): 38 gols em 51 jogos
Eto'o (centroavante): 36 gols em 52 jogos
Henry (ponta-esquerda): 26 gols em 42 jogos

TEMPORADA 2010/11 (98 gols)

Pedro (ponta-direita): 22 gols em 52 jogos
Messi (centroavante): 53 gols em 55 jogos
Villa (ponta-esquerda): 23 gols em 51 jogos

TEMPORADA 2014/15 (102 gols e contando...)

Messi (ponta-direita): 49 gols em 49 jogos
Suárez (centroavante): 21 gols em 37 jogos
Neymar (ponta-esquerda): 32 gols em 43 jogos

PS: Não é de hoje que eu tenho constatado a superioridade do trio MSN em relação ao de 2008/09. No dia 12 de fevereiro, por exemplo, eu tuitei "Messi, Suárez, Neymar > Messi, Eto'o, Henry". E no dia 14 de março reiterei minha opinião: "E tenho dito: Messi, Suárez, Neymar > Messi, Eto'o, Henry."

O primeiro grande nome pós-Suárez

"Sem dúvida o camisa 10 é um dos pontos de desequilíbrio dos Reds. E, sem dúvida, é o segundo melhor brasileiro na Europa 2014/15, atrás apenas de Neymar." Publiquei isso em fevereiro. Àquela altura a renovação de seu contrato até 2020 ainda estava em pauta. Confira aqui. Já no mês seguinte, em março, empolguei-me e cravei no título doutro post: "O melhor jogador do Liverpool 2014/15". Me referia, claro, a Philippe Coutinho. Portanto não é de hoje que eu rasgo elogios ao Little Magician.

Hoje, aliás, no final de abril, tenho mais convicção do que nunca a respeito dessas afirmações, sobre Coutinho ser o segundo melhor jogador brasileiro da Europa na temporada, e sobre ele ser o melhor jogador do Liverpool na temporada. Principalmente depois dele ter sido indicado ao Player Of The Year, e de receber uma vaga no Team Of The Year. Convenhamos, é um respaldo de peso à opinião.



Embora seus números ainda não sejam tão expressivos assim (veja aqui e compare, por exemplo, com Hazard e Alexis aqui), hoje pode-se dizer com tranquilidade que, na primeira temporada após a saída de Suárez, quem se destacou não foi Gerrard, nem Sturridge, tampouco Sterling. Na primeira temporada do Liverpool sem o goleador uruguaio, quem se destacou foi o brasileiro Coutinho. Isso mesmo. Isso aos 22 anos de idade.

E se nessa temporada ele se firmou com autoridade, se nessa temporada ele ganhou notoriedade em seu clube e na Premier League (fez grandes partidas também pela FA Cup), tudo me leva a crer que nas próximas temporadas seu futebol deva crescer ainda mais. Mais e mais. E com uma pitada de otimismo, confesso, tudo me leva a crer que, no futuro não tão distante, se seguir nessa linha de evolução, se adicionar mais gols e assistências ao seu jogo (e se não for negociado para fora da Inglaterra, claro), ele deverá ter chances reais - por que não? - de ser eleito o Player Of The Year

segunda-feira, abril 27, 2015

O XI dos semifinalistas da UCL

Quarenta e oito. O número de pessoas que atendeu ao pedido deste tweet. A pergunta era qual seu combinado entre Barcelona, Bayern, Juventus e Real Madrid, os quatro semifinalistas da Champions League 2014/15. E o resultado foi este abaixo.



VOTOS POR JOGADORES

Goleiro

Neuer - 45
Buffon - 3

Lateral direita

Lahm - 40
Carvajal - 3
Daniel Alves - 2
Lichtsteiner - 1

Zagueiros

Ramos - 38
Boateng - 25
Varane - 15
Piqué - 10
Chiellini - 3
Mascherano - 3

Lateral esquerda

Alaba - 31
Alba - 7
Marcelo - 7
Bernat - 1

Meio-campistas

Pogba - 40
Modric - 29
Kroos - 23
Alonso - 7
Thiago - 7
Iniesta - 7
Schweinsteiger - 6
Busquets - 5
James - 4
Pirlo - 3
Rakitic - 3
Götze - 1
Bale - 1

Atacantes

Messi - 45
Ronaldo - 37
Neymar - 20
Suárez - 18
Robben - 11
Tévez - 6
Lewandowski - 5
Müller - 3
Benzema - 1

PS: Como faltou um centroavante de ofício entre os três mais votados no ataque, optei por Messi falso nove, Cristiano Ronaldo na ponta esquerda e Neymar deslocado à direita. Só para registro, na atual temporada Cristiano Ronaldo é atacante no 4-4-2 em linha do Real Madrid, e Messi (direita) e Neymar (esquerda) são pontas no 4-3-3 do Barcelona. Lembro também que Lahm tem jogado mais no meio campo do que na lateral do Bayern. Alaba também jogou bastante na zaga (esquema com três zagueiros) e no meio campo. Enfim. Apenas um detalhe.

Hazard alcança outro patamar

Recomendo este post publicado no ESPN FC (em inglês). Nele Michael Cox (Zonal Marking) explica por que Hazard deveria ser eleito o melhor jogador da Premier League 2014/15. Na verdade explicava, pois na noite deste domingo a PFA confirmou a expectativa: Eden Hazard foi eleito o Player Of The Year. O belga se juntou a craques como Cristiano Ronaldo, Gareth Bale, Luis Suárez, entre outros (veja aqui os últimos dez vencedores). De fato, nesta temporada o ponta-esquerda do Chelsea atingiu outro patamar. Liderou os Blues dentro de campo na busca do iminente título inglês com seus gols, suas assistências e seus dribles. Por essas e outras, foi eleito o melhor jogador do campeonato.



Diego Costa (26 anos), Kane (21 anos), Coutinho (22 anos), De Gea (24 anos) e Alexis Sánchez (26 anos) foram os outros cinco indicados ao prêmio. Todas belas escolhas. Destaque para o brasileiro Philippe Coutinho, o melhor jogador do Liverpool disparado na temporada; destaque para Diego Costa, em sua primeira temporada no clube azul de Londres; para o centroavante Kane, eleito o melhor jogador jovem da Premier League 2014/15; para Alexis, que também vive sua primeira temporada no clube vermelho de Londres em altíssimo nível; para De Gea, o melhor goleiro da Premier League 2014/15, superando até mesmo Courtois. Mas todos eles, justa e indiscutivelmente, superados por Eden Hazard.

Aos 24 anos de idade, pode-se cravar que o camisa 10 do Chelsea alcançou outro patamar. Sempre foi um jogador que chamou a atenção pela habilidade, pela velocidade, contudo ainda pecava em alguns fundamentos, em especial na finalização. Sempre fez de tudo, ou quase tudo, mas na hora de fazer os gols, deixava a desejar. Nessa temporada, no entanto, ele evoluiu bastante nesse quesito, e em alguns outros. Seus passes se afirmaram, por exemplo. Suas assistências desabrocharam – sem perder de vista seus infinitos dribles. Tornou-se mais coletivo sem perder a individualidade. O ponto de mutação, todavia, sem dúvida está na quantidade de gols. Eis o diferencial. Ou seja, Eden Hazard se tornou um winger completo. Além da agilidade e do drible (características essenciais a um ponta), Hazard adicionou ao seu repertório os gols e as assistências. Em outras palavas, Hazard adicionou à beleza de seu jogo a eficiência e o poder de decisão dos grandes craques – além de regularidade.

domingo, abril 26, 2015

Sinuca de bico no futebol brasileiro

Pode contar. São raros os times brasileiros que conseguem trocar mais de dez passes consecutivos no campo ofensivo. A maioria deles, na maioria das vezes, quando está com a bola no campo ofensivo, não consegue chegar a esse número. Antes dessa marca ser alcançada, antes do décimo passe ser atingido, alguma coisa acontece. Pode reparar. Ou a bola é finalizada (para a interceptação da defesa, para fora, para a defesa do goleiro ou para o fundo da rede), ou a bola é perdida (um passe errado ou um desarme), ou a bola sai pela lateral, ou a bola sai pela linha de fundo (escanteio ou tiro de meta), ou a bola volta para o campo defensivo (quando a contagem é zerada), ou rola alguma jogada individual (com ou sem sucesso), ou (esta acontece com frequência) alguma falta é marcada. E por aí vai. Preste atenção. Repare nos jogos do Brasileirão, quando ele começar. Sempre há um desfecho desses antes do décimo passe ser trocado. Ou quase sempre.

O que isso quer dizer? Muita coisa.

Quer dizer primeiramente que a posse da bola não é valorizada. Quer dizer que, na hora do jogador tomar a decisão do que fazer quando está com ela no pé, valorizar a posse é uma das últimas das suas escolhas. Em regra ou ele vai tentar um drible, ou vai tentar um cruzamento para a área, ou tentar queimar para o gol se tiver a chance, ou vai tentar cavar uma falta, ou vai dar um passe forçado, um passe com baixa margem de segurança (em boa parte das vezes, vai errar). Raramente vai valorizar a posse da bola. Raramente vai tentar o passe seguro, o passe com boa margem de segurança. Em regra vai optar pela alternativa mais arriscada e muitas vezes menos eficiente, menos eficaz. Essa decisão (a meu ver equivocada) só é tomada, porém, porque o jogador não é orientado para fazer diferente, porque não é treinado para fazer diferente, porque não o explicaram como fazer diferente.

Como se valoriza a posse de bola? Justamente com a troca de passes curtos. O problema é que, sem compactação e movimentação, essa troca de passes se torna praticamente inviável. Essa troca de passes pacientes e seguros só pode ser bem sucedida se houver compactação. E no país do 7 a 1, no país do “4-1-4-1 é linha de ônibus” e “compactação é uma palavra que está na moda” (frases de um jornalista importante do SporTV), convenhamos que compactação não é um ponto forte (nas fases defensiva e ofensiva). Muito pelo contrário. É um ponto fraco. É um dos vários calcanhares de Aquiles. Portanto, antes de pensar em implantar a valorização da posse da bola na filosofia do jogo, é preciso aprender a jogar compactado. O problema é que, me parece, são raros os treinadores em atividade no Brasil que sabem como fazer isso. Em outras palavras, para aprender a valorizar a posse é preciso saber trocar passes, e para saber trocar passes é preciso jogar compactado, mas poucos treinadores do Brasil sabem compactar suas equipes. Ou seja, nosso futebol se encontra numa sinuca de bico.

quarta-feira, abril 22, 2015

Cabeças de área pensantes

Toni Kroos, Xabi Alonso e Andrea Pirlo.



Todos cabeças de área. Todos primeiros volantes em seus times (três dos quatro semifinalistas da Champions League 2014/15). São os jogadores que mais tocam na bola, mais participam, mais executam passes em suas equipes. Equipes que estrategicamente priorizam a posse de bola. À frente da zaga, qualificam a saída e arquitetam o jogo lá de trás. São os responsáveis pelo primeiro passe, pelo clareamento das jogadas e etc. Se jogassem no Brasil, aposto, seriam avançados e receberiam a “10”, para ficarem mais próximos do gol e para entrarem na área.

PS: Já abordei esse assunto aqui no blog, inclusive, no post intitulado "O camisa 10 veste a 5". Leia aqui.

O ponta-esquerda perfeito ao Barça

Em 41 jogos pelo Barcelona 2014/15, Neymar marcou até agora 30 gols.

É o maior ponta-esquerda culé desde Ronaldinho.



PS: Um abraço pra você que pedia Neymar na ponta esquerda do Barcelona desde fevereiro de 2010. Veja aqui.

terça-feira, abril 21, 2015

O diagnóstico do futebol brasileiro

Por que os cartolas brasileiros demitem os treinadores como demitem? Por que eles trocam de treinador como trocam de gravata? Entre outros motivos, porque eles não têm convicção alguma nas suas escolhas. E por que eles não têm convicção alguma nas suas escolhas? Porque eles não entendem nada de futebol, porque não possuem conhecimento de campo e bola – conhecimento teórico mesmo, não precisa ter sido jogador.

Aí acontece o seguinte.

Como não têm convicção, porque não têm conhecimento, nossos cartolas cedem à pressão da torcida e da imprensa quando os resultados imediatos são negativos. O problema é que, tanto a torcida quanto a imprensa, de uma forma geral, também não entendem nada de futebol. Tanto a torcida quanto a imprensa, também não possuem conhecimento de campo e bola – teórico mesmo (sem falar que boa parte da imprensa é composta por torcedores).

Em outras palavras, nossos cartolas dão ouvidos às cornetas porque não entendem nada de futebol. E tomam as decisões que tomam porque se baseiam nas análises imediatistas e amadoras (cornetas) de pessoas que também não entendem nada de futebol (torcida e imprensa). Ou seja, é um círculo vicioso. Um círculo onde a ignorância (falta de conhecimento) e o imediatismo triunfam. E quem paga o pato é o futebol brasileiro.

domingo, abril 19, 2015

Os 400 gols de Messi pelo Barcelona

Lionel Messi chega a 400 gols em 471 jogos pelo Barcelona. São 278 gols pela Liga (309 jogos), 75 gols pela Champions League (95 jogos), 32 gols pela Copa do Rei (49 jogos), 10 gols pela Supercopa da Espanha (11 jogos), 1 gol pela Supercopa da Europa (3 jogos), e 4 gols pelo Mundial de Clubes (4 jogos).

Aos 27 anos de idade.

terça-feira, abril 14, 2015

Real Madrid para em Oblak

Mais posse de bola, mais passes completados e mais finalizações. Na posse de bola, 58% a 42%. Nos passes completados, 360 a 179. E nas finalizações, 11 a 5 (no alvo, 8 a 2). Os números do clássico desta terça-feira, no Vicente Calderón, falam por si e revelam a superioridade do Real Madrid. Em especial no primeiro tempo, a equipe treinada por Ancelotti controlou o jogo dos pés à cabeça, tendo criado boas chances, várias delas anuladas por Jan Oblak. De fato, se não fosse a grande atuação do goleiro esloveno, essa superioridade teria sido convertida em gol.



Boa parte dessa superioridade pode ser atribuída aos meio-campistas Toni Kroos, Luka Modric e James Rodríguez, que juntos dominaram o setor mais importante do jogo através da troca de passes precisa, inteligente e paciente. O cabeça de área ou primeiro volante Toni Kroos, por exemplo, completou 49 passes, com um aproveitamento de 91%. Modric e James não foram tão bem assim no aproveitamento porque se arriscam mais, avançam mais, executam mais passes verticais, ao contrário de Kroos. Ainda assim, a presença deles, ambos fora de combate por um bom tempo nessa temporada, recoloca o Real Madrid no mais alto patamar quando o assunto é trabalhar a posse da bola. E essa partida diante do Atlético mostrou isso, apesar do placar final. Mesmo postado nas habituais e compactadas linhas de quatro, além da dupla de ataque atrás da linha da bola, o Atlético, que se defendeu a maior parte do tempo, só não levou gol graças a Oblak. Pois o volume de jogo criado pelo trio Kroos, Modric e James foi bastante satisfatório, ainda mais no cenário apresentado.

Bale também se destacou. Aberto pelo flanco direito naquele 4-3-3 que varia para o 4-4-2 em linha, o craque canhoto galês foi quem melhor jogou entre os membros do trio BBC. Ao lado dos outros três meio-campistas, ele foi um dos responsáveis pela boa exibição do Real Madrid na primeira perna das quartas de final da Champions League (sem falar no comprometimento e na eficiência na hora de recompor). Mas também parou em Oblak.

Apesar da significativa superioridade blanca protagonizada pelos quatro jogadores citados (Varane também merece citação), o time de Ancelotti não conseguiu balançar a rede do de Simeone, e a escrita dessa temporada se manteve. Lembre-se: dos 7 dérbis disputados em 2014/15, o Atlético venceu 4, empatou 3 e não perdeu nenhum (fez 12 gols e levou 4). Portanto o zero a zero desta terça, em casa, pode sim ser considerado um bom resultado para o Atlético, já que no Bernabéu, no dia 22 de abril, qualquer empate com gol o classifica à semifinal. E, mais do que nunca, no Bernabéu, o Atlético deve se defender com suas sincronizadas e obedientes duas linhas de quatro, além da dupla de ataque atrás da linha da bola, na busca do contra ataque, da bola parada e do erro do adversário. Em outras palavras, a vaga está totalmente em aberto.

domingo, abril 12, 2015

United supera City no Old Trafford

Louis van Gaal acertou o time. Com Carrick, Herrera e Fellaini pela faixa central, Mata à direita, Young à esquerda e Rooney na frente, distribuído no 4-1-4-1, o Manchester United se acertou. Sem Di María, van Persie e Falcao (por motivos diferentes), vale ressaltar que o United se acertou. E não à toa conquistou seis vitórias nas últimas seis rodadas da Premier League 2014/15 – incluindo os confrontos diretos por vaga na UCL 2015/16 com Tottenham (3 a 0 em casa), Liverpool (2 a 1 fora de casa) e agora Manchester City (4 a 2 em casa).

Particularmente eu defendo Di María titular com unhas e dentes. Mas não há como contestar a ótima fase de Young. Defendo Di María titular com unhas e dentes porque o considero melhor que Young. Muito melhor. Simples assim. Na verdade considero o argentino um dos melhores wingers do mundo, em função de sua temporada passada. Contudo não há como negar o grande momento de Ashley Young. E atuações como a deste domingo, diante do City (um gol e uma assistência dele, fora o resto), dão suporte à escolha de van Gaal.



Se pelo lado vermelho de Manchester a curva está na ascendente, pelo lado azul está na descendente. Considerado vice-campeão antecipado por muitos até outro dia, inclusive por mim, hoje a situação do City não é confortável. Nas últimas seis rodadas, a equipe treinada por Pellegrini computou duas vitórias e quatro derrotas. Isso mesmo. Ou seja, somou apenas 6 pontos nos últimos 18 disputados (enquanto o United somou 18, por exemplo). Resultado: foi ultrapassado por Arsenal e United, e hoje se encontra na quarta colocação, com o Liverpool (e o Southampton) no retrovisor. Portanto, não seria exagero dizer que o Manchester City corre um pequeno risco de não se classificar à Champions League 2015/16 – o que seria terrível para um clube de tamanho investimento que almeja conquistar a Champions League.

Diante do United, justiça seja feita, o City começou melhor. Nos primeiros dez, quinze minutos, dominou o jogo em pleno Old Trafford, ao ponto de ter aberto o placar com Kun Agüero aos 8’. Controlou a posse da bola, explorou o lado esquerdo do ataque com Silva e Milner com inteligência e eficiência, porém cedeu o empate logo aos 14’ (Young), e aos poucos foi cedendo também as rédeas da partida. Inflamados por sua torcida e por seu bom futebol, os Red Devils passaram a controlar o jogo, a explorar o lado esquerdo do ataque com Blind e Young, a utilizar a referência aérea Fellaini, e a construir uma virada memorável. No fim das contas, Fellaini fez o segundo (27'), Mata o terceiro (67') e Smalling e quatro (73'). Agüero descontou aos 89’: 4 a 2.

quinta-feira, abril 09, 2015

Os 300 gols de CR7 pelo Real Madrid

Cristiano Ronaldo chegou a 300 gols com a camisa do Real Madrid - em 288 jogos - distribuídos assim: 214 na Liga, 60 na Champions, 21 na Copa do Rei, 3 na Supercopa e 2 na Supercopa da UEFA. Veja todos eles no vídeo abaixo.

Um puxão de orelha na Raposa

Leandro Damião. Eis uma boa notícia para o Cruzeiro. Tem jogado bem em 2015, e na noite desta quarta-feira, diante do Mineros, no Mineirão, não foi diferente. Jogou demais. O melhor em campo na vitória celeste por 3 a 0, um pouco à frente de De Arrascaeta. Alguns dirão que o adversário era fraco, algo incontestável. Porém também é incontestável que Damião jogou demais. Se não foi contra o Barcelona ou o Real Madrid, paciência. O fato é que ele jogou demais. Centroavante de mobilidade, caindo pelos flancos e buscando o jogo atrás para abrir espaços aos companheiros, longe de atuar apenas enfiado entre os zagueiros – mas sem abdicar de trabalhar como referência, claro. Dunga, aliás, deve estar doido para convocá-lo. Falta no elenco da Seleção um camisa 9 estilo Damião.



Outra boa notícia para o Cruzeiro é a convicção de Marcelo Oliveira. Desde o começo da temporada ele frisou a importância de repetir o XI na medida do possível, e assim ele tem feito. Trocando uma peça aqui, outra ali, quando necessário, contudo sempre no mesmo esquema tático: o habitual 4-2-3-1, adotado em 2013 e 2014. Contra o Mineros, a linha de três foi composta por Willian, De Arrascaeta e Alisson, enquanto Willians e Henrique formaram a dupla de volantes, e Mayke, Léo, Paulo André e Mena a linha de quatro da defesa (além de Damião, claro). No segundo tempo Marcelo colocou Gabriel Xavier no lugar de Willian (ponta direita), Seymour no de Willians (ao lado de Henrique) e Joel no de Alisson (ponta esquerda). Ou seja, o treinador tem mantido sua palavra e tem repetido o XI, trocando uma peça aqui, outra ali. E isso é ótimo, pois só assim se adquire entrosamento e se evolui. Mas como nem tudo são flores, é preciso registrar o lado negativo, para manter os pés no chão.

Não é de hoje que o Cruzeiro de Marcelo Oliveira se comporta desta maneira. Foi bicampeão brasileiro jogando assim, é verdade. Mas foi assim também que foi eliminado da Libertadores no ano passado. Pode parecer um elogio, todavia é uma crítica: o time é muito vertical. Vertical demais. Quando retoma a bola, parte para cima sem pensar duas vezes, visando chegar ao gol em poucos passes, explorando a velocidade e a individualidade de seus homens de frente. Mas isso não é bom, Carlão? Até é. Porém essa estratégia tem um efeito colateral que pode pôr em cheque toda a campanha. Pelo seguinte: ao optar por verticalizar o jogo dessa forma, abrem-se muitos espaços entre os setores. Ao optar por esse estilo, fica difícil, para não dizer impossível, subir em bloco, e é aí que surgem os espaços. Em outras palavras, é difícil, para não dizer impossível, um time tão vertical obter compactação. E é justamente essa falta de compactação – tão comum nos times brasileiros – que oferece espaços para a outra equipe crescer. Portanto talvez seja necessário, na medida do possível, adicionar um pouco de cadência a essa verticalização toda.

segunda-feira, abril 06, 2015

Por que Muricy tinha de sair

O melhor São Paulo nessa passagem de Muricy Ramalho foi o do segundo semestre do ano passado, distribuído no 4-4-2 em linha, com Ganso aberto à direita, Kaká aberto à esquerda, Denilson e Souza volantes, mais a dupla de ataque formada por Kardec e Pato, ou Kardec e Luis Fabiano, ou Pato e Luis Fabiano. Apesar de eu não gostar da ideia de Ganso pela beirada (nunca gostei e jamais vou gostar), reconheço que dessa maneira o time rendeu bem – apesar do “sacrifício” do maior talento do elenco. Não ao ponto de rivalizar com o Cruzeiro que caminhava rumo ao bicampeonato, mas rendeu bem, ao ponto de terminar o Brasileirão em segundo lugar. Não se esqueça: o São Paulo foi vice-campeão do Brasileirão 2014. Eis que, na temporada seguinte, meio que da noite para o dia, o castelo desmoronou. A pergunta é: por quê?



Não basta atribuir à saída de Kaká essa queda de rendimento. Até porque seu substituto sempre esteve ali: Michel Bastos. Veja bem, não estou dizendo que Michel Bastos foi ou é melhor que Kaká, mas para jogar pela beirada do 4-4-2 em linha, hoje em dia Michel Bastos é um substituto à altura sim senhor. Na reta final do campeonato, aliás, ele foi o melhor jogador do time. Não era titular absoluto, contudo jogou muitos minutos e quase sempre foi bem. E foi dessa maneira, com duas linhas de quatro mais a dupla de ataque, que o time engrenou no ano passado. Foi com Ganso e Kaká pelas beiradas (ou Ganso e Michel ou Kaká e Michel) que o time engrenou no ano passado. Aí, eis que, no primeiro grande jogo de 2015, contra o Corinthians, na Arena, em vez de mandar a campo o time que engrenou no ano passado (com Michel no lugar de Kaká, uma simples troca de peças), Muricy mudou a estrutura e passou para um 4-4-2 em losango, com Michel na lateral esquerda. Ou seja, além de mudar o sistema tático, colocou o melhor winger do elenco na lateral. Só isso. (Leia aqui o post sobre esse jogo.)

Esse foi o primeiro sinal de que ele começou 2015 meio perdido. Justamente diante do Corinthians, fora de casa, pela Libertadores, no primeiro grande desafio da temporada, em vez de optar pelo certo, ele escolheu o duvidoso. Não que o São Paulo fosse jogar bem ou ganhar do Corinthians fora de casa se o time tivesse entrado no 4-4-2 em linha. Mas, convenhamos, no mínimo faria mais sentido, já que era o esquema que deu certo no ano passado (isso sem falar em Michel na lateral).

Outro sinal de que Muricy estava perdido apareceu noutro clássico, contra o Palmeiras, no Allianz Parque, pelo Paulista, quando, com um homem a menos, após a expulsão de Toloi no início da partida, ele sacou ninguém menos que Alexandre Pato. O que manda a cartilha dos treinadores quando se tem um homem a menos? Até onde sei, fechar-se com duas compactadas linhas de quatro lá atrás, mais o centroavante, e explorar o contra ataque. Quem ele tirou? Simplesmente o atacante mais rápido e goleador do time: Pato. Houve outras escolhas equivocadas de sua parte nessa temporada que eu poderia listar aqui, como a insistência em Ganso pela beirada, ou o revezamento no ataque, ou a péssima utilização de Centurión, ou sua nítida falta de convicção e ideias. Mas prefiro ressaltar e encerrar o assunto com esse episódio diante do Palmeiras. Para mim, foi a gota d'água. Depois disso, confesso que lavei minhas mãos e perdi as esperanças em Muricy.

quinta-feira, abril 02, 2015

Por que o Corinthians é o favorito

Nas quatro vertentes do esporte, o Corinthians 2015 tem sobrado. Estamos entrando apenas no terceiro mês da temporada, eu sei, contudo me parece evidente que o Corinthians tem sobrado técnica, tática, física e mentalmente. Por essas e outras, o time treinado por Tite assume o papel de favorito em todas as competições que disputa (Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil). Se vai ganhá-las ou não, são outros quinhentos.

São outros quinhentos porque no mata-mata tudo pode acontecer. Qualquer um pode morrer e qualquer um pode sobreviver ao mata-mata. Nos pontos corridos a projeção é mais fácil, por motivos óbvios. Já no mata-mata, não. Portanto seria muita pretensão da minha parte, ou burrice mesmo, querer cravar que o Corinthians ganhará essa Libertadores. Dito isso, ainda assim, graças ao seu desempenho dentro de campo – e ao desempenho de seus concorrentes –, me parece nítido que o Corinthians assume a condição de principal candidato ao título. Por vários motivos.

Os dois principais motivos: a tática e a cabeça. Nenhum outro time do torneio (e isso se aplica a todas as outras equipes brasileiras, na Libertadores ou não) tem mostrado tamanho nível de concentração. Aliás, desde que voltou a trabalhar, Tite tem batido bastante na tecla da concentração. Basta prestar atenção em suas entrevistas. E essa exigência pela concentração, pelo foco total durante todo o tempo, tanto no treinamento quanto no jogo, tem refletido no campo. Ao contrário do que se vê por aí, os atletas comandados por Tite têm se mostrado extremamente concentrados no que estão fazendo, sem falar na confiança adquirida. Por isso, no quesito emocional do esporte, o Corinthians de Tite tem sobrado.

E tem sobrado também taticamente. Até no Brasil, onde a questão tática é chutada para escanteio, em função da ignorância da imprensa e da torcida, as pessoas têm se dado conta disso, têm se dado conta de que o Corinthians está sobrando taticamente. Embora para muitos jornalistas da TV 4-1-4-1 seja linha de ônibus, embora para muitos jornalistas a parte tática é um saco, pois lhes faltam conhecimento para discutir sobre, há um certo consenso na mídia de que o Corinthians de Tite está bem acima dos demais taticamente. E isso se vê dentro de campo, até aos olhos menos atentos. Ou seja, no quesito tático do esporte chamado futebol, a equipe treinada por Tite tem sobrado, com suas aproximações, sua compactação, sua ocupação de espaço, sua sincronia, sua troca de passes e etc.

Em relação aos outros dois aspectos do esporte chamado futebol – físico e técnico – o Corinthians também tem se destacado. Palmas para o preparador físico Fabio Masseredjan, e obviamente, palmas para os jogadores. Palmas para Jadson e Emerson, os caras das beiradas do 4-1-4-1 de Tite. Palmas para Guerrero, o centroavante matador multifuncional. Palmas para Renato Augusto e Elias, os dois interiores, que jogam à frente de Ralf, e que têm feito a diferença pela faixa central, em especial Elias, o volante do momento. E assim por diante. Quer dizer então que o Corinthians virou o melhor time do mundo, Carlão? Não. Do mundo, não. Mas do Brasil, com certeza. E talvez do continente. Por essas e outras, tornou-se o favorito ao título da Libertadores (e do Brasileirão e da Copa do Brasil). Mérito de quem alia conhecimento e trabalho, pois trabalho sem conhecimento leva à estagnação. Em outras palavras, palmas para Tite.

quarta-feira, abril 01, 2015

O time de € 323 milhões

Goleiro à parte, com Ricardo Carvalho improvisado na lateral (poderia ter sido Alvaro Pereira, mas o valor é bem menor) e James Rodríguez na ponta, eis o XI com as maiores vendas do Porto.



Lembre-se que praticamente todos eles foram comprados por preços bem mais baixos, e que só foram vendidos depois de algumas temporadas de ótimos serviços prestados.