terça-feira, abril 14, 2015

Real Madrid para em Oblak

Mais posse de bola, mais passes completados e mais finalizações. Na posse de bola, 58% a 42%. Nos passes completados, 360 a 179. E nas finalizações, 11 a 5 (no alvo, 8 a 2). Os números do clássico desta terça-feira, no Vicente Calderón, falam por si e revelam a superioridade do Real Madrid. Em especial no primeiro tempo, a equipe treinada por Ancelotti controlou o jogo dos pés à cabeça, tendo criado boas chances, várias delas anuladas por Jan Oblak. De fato, se não fosse a grande atuação do goleiro esloveno, essa superioridade teria sido convertida em gol.



Boa parte dessa superioridade pode ser atribuída aos meio-campistas Toni Kroos, Luka Modric e James Rodríguez, que juntos dominaram o setor mais importante do jogo através da troca de passes precisa, inteligente e paciente. O cabeça de área ou primeiro volante Toni Kroos, por exemplo, completou 49 passes, com um aproveitamento de 91%. Modric e James não foram tão bem assim no aproveitamento porque se arriscam mais, avançam mais, executam mais passes verticais, ao contrário de Kroos. Ainda assim, a presença deles, ambos fora de combate por um bom tempo nessa temporada, recoloca o Real Madrid no mais alto patamar quando o assunto é trabalhar a posse da bola. E essa partida diante do Atlético mostrou isso, apesar do placar final. Mesmo postado nas habituais e compactadas linhas de quatro, além da dupla de ataque atrás da linha da bola, o Atlético, que se defendeu a maior parte do tempo, só não levou gol graças a Oblak. Pois o volume de jogo criado pelo trio Kroos, Modric e James foi bastante satisfatório, ainda mais no cenário apresentado.

Bale também se destacou. Aberto pelo flanco direito naquele 4-3-3 que varia para o 4-4-2 em linha, o craque canhoto galês foi quem melhor jogou entre os membros do trio BBC. Ao lado dos outros três meio-campistas, ele foi um dos responsáveis pela boa exibição do Real Madrid na primeira perna das quartas de final da Champions League (sem falar no comprometimento e na eficiência na hora de recompor). Mas também parou em Oblak.

Apesar da significativa superioridade blanca protagonizada pelos quatro jogadores citados (Varane também merece citação), o time de Ancelotti não conseguiu balançar a rede do de Simeone, e a escrita dessa temporada se manteve. Lembre-se: dos 7 dérbis disputados em 2014/15, o Atlético venceu 4, empatou 3 e não perdeu nenhum (fez 12 gols e levou 4). Portanto o zero a zero desta terça, em casa, pode sim ser considerado um bom resultado para o Atlético, já que no Bernabéu, no dia 22 de abril, qualquer empate com gol o classifica à semifinal. E, mais do que nunca, no Bernabéu, o Atlético deve se defender com suas sincronizadas e obedientes duas linhas de quatro, além da dupla de ataque atrás da linha da bola, na busca do contra ataque, da bola parada e do erro do adversário. Em outras palavras, a vaga está totalmente em aberto.

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