O treinador tem de se adaptar ao elenco, e não o contrário. Essa é uma máxima clássica do futebol. Máxima da qual, aparentemente, van Gaal não segue a ferro e fogo. Nessa temporada ele tem feito do Manchester United uma espécie de laboratório para suas esquisitices – com todo respeito. Ou melhor. Reformulando. Ele deve ter lá seus motivos para fazer as escolhas que faz. Não deve inventar só por inventar. Claro. Eu, porém, no alto das minhas limitações, confesso que não compreendo algumas delas, para não dizer muitas. Escolhas como, por exemplo, escalar Di María pela faixa central. Ou escalar Di María mais avançado do que Rooney. Ou como optar por três zagueiros numa rodada e linha de quatro na outra. E por aí vai.
Em duas oportunidades, recentemente, a equipe se estruturou taticamente num 3-5-2, uma vez com Di María e van Persie no ataque, outra vez com Di María e Falcao no ataque. Ambas com Rooney no meio campo. Por mais que Rooney seja extremamente polivalente, um craque que rende em alto nível em diferentes posições, essa escolha na faz sentido. Pelo menos não na minha cabeça. É até óbvio, na verdade. Se você tem Di María e Rooney no mesmo XI, naturalmente o camisa 10 deve jogar mais perto do gol do que o camisa 7. Mas não é o que acontece. Neste sábado, por exemplo, diante do lanterna Leicester, em casa, o time se estruturou no 4-4-2 em losango, com Di María atrás da dupla de ataque formada por van Persie e Falcao, enquanto Rooney foi um dos carrileros, pela direita (Januzaj foi o outro, pela esquerda, e Blind foi o cabeça de área, além de Valencia, Jones, Rojo e Shaw na linha defensiva).
O que mais me incomoda em relação às escolhas de van Gaal quanto a Di María, no entanto, não é seu posicionamento à frente ou atrás de Rooney. O que mais me incomoda é a não utilização dele pela beirada, uma vez que Di María pode ser considerado o melhor winger do mundo – em especial pelo que fez no Real Madrid 2013/14. Ainda assim, ainda que com o melhor winger do mundo em mãos, van Gaal geralmente o utiliza pela faixa central, seja no 3-5-2, seja no 4-4-2 em losango ou noutro sistema. Ora! Por onde anda o bom e velho 4-4-2 em linha, adotado por tantos e tantos anos por Ferguson? Cadê? O que custa treinar e botar para jogar o time no bom e velho 4-4-2 em linha? Pois, até que se prove o inverso, o melhor esquema para acomodar Di María e os dois atacantes (van Persie e Falcao ou van Persie e Rooney) é o bom e velho 4-4-2 em linha. Obviamente, com o canhoto Di María numa das beiradas. Van Gaal, todavia, parece-me não ser muito fã de obviedades. Quando, na verdade, às vezes o melhor caminho é o óbvio.
sábado, janeiro 31, 2015
sexta-feira, janeiro 30, 2015
O melhor Neymar ainda está longe
Sou suspeito para falar de Neymar no Barcelona porque desde fevereiro de 2010, quando o craque brasileiro estava despontando no cenário nacional com a camisa do Santos, eu já o “pedia” no clube catalão, vide este post intitulado “Pep e o ponta ideal”. Nele, escrevi: “Messi de um lado, Neymar do outro, Ibrahimovic por dentro... Nada mal.” Cinco anos depois, consumado o retorno de Messi à ponta direita no time de Luis Enrique, hoje o desenho é exatamente esse, com Suárez no lugar de Ibrahimovic.
Quando digo que Neymar Jr é o maior ponta-esquerda do Barcelona desde Ronaldinho, não estou exagerando. Desde a saída de Ronnie, passaram pela ponta esquerda do Barça jogadores como Henry, Villa, Pedro, Bojan, Tello e Cuenca. Salvo engano, foram esses os seis nomes a ocupar aquele canto do campo de lá para cá. E nenhum deles chega aos pés de Neymar. Ou melhor, quem mais se aproxima dele é Henry, claro. Contudo, convenhamos, o Henry do Barcelona não era o Henry do Arsenal. Portanto, embora seja apenas sua segunda temporada com a camisa azulgrená, pode-se afirmar sem medo de ser feliz: Neymar é o maior ponta-esquerda do Barcelona desde Ronaldinho.
Na temporada passada, a primeira de Neymar pelo Barcelona, sob o comando de Tata Martino e suas questionáveis escolhas (como colocar Neymar e Alexis para brigarem pela ponta direita, só para escalar Iniesta aberto na esquerda), ele marcou 15 gols em 41 jogos. Uma média relativamente boa, considerando que era sua primeira temporada e que diversos problemas extracampo, sem dúvida, o atrapalharam (Sandro Rosell, polêmicas quanto aos valores de sua transferência, etc). Já na segunda temporada, a atual, totalmente adaptado ao futebol europeu, entrosado com Messi e cia, sentindo-se em casa, Neymar no momento soma nada menos do que 21 gols em 25 partidas (veja todos no vídeo acima). Média excelente para um atleta prestes a completar 23 anos.
Porque ainda tem isso. Tem esse detalhe. Neymar tem somente 22 anos. Faz 23 agora em fevereiro. Ou seja, está longe do seu auge. Partindo do princípio de que o jogador de futebol profissional atinge seu ápice na carreira por volta dos 27, 28 anos de idade, Neymar em tese está a quatro ou cinco anos do seu clímax. Em outras palavras, esse Neymar de 21 gols em 25 jogos pelo Barcelona 2014/15 ainda está longe do melhor Neymar. O melhor Neymar, na teoria, deve aparecer lá pela Copa da Rússia. E o melhor Neymar, não sei se em 2017, 2018, 2019, é/será o principal candidato a quebrar a hegemonia Messi-CR7 na Bola de Ouro. Resta-nos aguardar para conferir, desfrutando semanalmente de seus bailes na ponta esquerda do Barcelona.
Quando digo que Neymar Jr é o maior ponta-esquerda do Barcelona desde Ronaldinho, não estou exagerando. Desde a saída de Ronnie, passaram pela ponta esquerda do Barça jogadores como Henry, Villa, Pedro, Bojan, Tello e Cuenca. Salvo engano, foram esses os seis nomes a ocupar aquele canto do campo de lá para cá. E nenhum deles chega aos pés de Neymar. Ou melhor, quem mais se aproxima dele é Henry, claro. Contudo, convenhamos, o Henry do Barcelona não era o Henry do Arsenal. Portanto, embora seja apenas sua segunda temporada com a camisa azulgrená, pode-se afirmar sem medo de ser feliz: Neymar é o maior ponta-esquerda do Barcelona desde Ronaldinho.
Na temporada passada, a primeira de Neymar pelo Barcelona, sob o comando de Tata Martino e suas questionáveis escolhas (como colocar Neymar e Alexis para brigarem pela ponta direita, só para escalar Iniesta aberto na esquerda), ele marcou 15 gols em 41 jogos. Uma média relativamente boa, considerando que era sua primeira temporada e que diversos problemas extracampo, sem dúvida, o atrapalharam (Sandro Rosell, polêmicas quanto aos valores de sua transferência, etc). Já na segunda temporada, a atual, totalmente adaptado ao futebol europeu, entrosado com Messi e cia, sentindo-se em casa, Neymar no momento soma nada menos do que 21 gols em 25 partidas (veja todos no vídeo acima). Média excelente para um atleta prestes a completar 23 anos.
Porque ainda tem isso. Tem esse detalhe. Neymar tem somente 22 anos. Faz 23 agora em fevereiro. Ou seja, está longe do seu auge. Partindo do princípio de que o jogador de futebol profissional atinge seu ápice na carreira por volta dos 27, 28 anos de idade, Neymar em tese está a quatro ou cinco anos do seu clímax. Em outras palavras, esse Neymar de 21 gols em 25 jogos pelo Barcelona 2014/15 ainda está longe do melhor Neymar. O melhor Neymar, na teoria, deve aparecer lá pela Copa da Rússia. E o melhor Neymar, não sei se em 2017, 2018, 2019, é/será o principal candidato a quebrar a hegemonia Messi-CR7 na Bola de Ouro. Resta-nos aguardar para conferir, desfrutando semanalmente de seus bailes na ponta esquerda do Barcelona.
quarta-feira, janeiro 28, 2015
Chelsea na final da Copa da Liga
José Mourinho promoveu duas alterações em relação ao jogo de ida. Na partida desta terça-feira, disputada no Stamford Bridge, o zagueiro Zouma entrou na vaga de Cahill e o meia Oscar entrou na vaga de Mikel. Postado no 4-2-3-1 rotineiro, dessa maneira o Chelsea voltou a atuar com sua formação habitual da temporada, com Willian, Oscar e Hazard na linha de três, além de Fàbregas mais recuado, ao lado de Matic (no segundo tempo Ramires entrou no lugar de Fàbregas, sem mudanças na estrutura tática).
Confira aqui o post sobre o jogo de ida.
Já Brendan Rodgers repetiu o XI do jogo de ida, na semana passada, quando o Liverpool, apesar do 1 a 1 (gols de Hazard e Sterling), foi superior ao rival, em especial na segunda etapa. Distribuídos no 3-6-1 que vem sendo utilizado há mais de um mês, Lucas, Henderson, Gerrard e Coutinho compuseram o quadrado do meio campo, enquanto Markovic (depois Henderson) e Moreno jogaram nas alas, e Sterling no comando do ataque, além da zaga formada por Can, Skrtel e Sakho (depois Johnson). Essa repetição do treinador dos Reds, aliás, tem a ver com o ótimo momento vivido pela equipe. Embora o Chelsea tenha vencido o jogo de volta na prorrogação (gol de Ivanovic) e se classificado à final da Copa do Liga, o Liverpool completou 11 jogos sem perder no tempo regulamentar.
Ao contrário do que aconteceu em Anfield Road, quando a "retranca" se fez presente, em casa o time treinado por Mourinho naturalmente saiu mais para o jogo – a escalação inicial já indicava isso, com Oscar na vaga de Mikel. Os visitantes, em contrapartida, não se acanharam e se comportaram de igual para igual, mesmo em Londres. Na medida do possível, tentando valorizar a posse de bola, contudo sem abdicar das esticadas para Sterling lá na frente, o Liverpool engrossou o caldo equilibrou o confronto. Por sinal, o confronto foi tão equilibrado e cheio de oportunidades que seus principais destaques foram os goleiros belgas Courtois e Mignolet (outro destaque individual foi o também belga Hazard, autor de um quase golaço no segundo tempo).
Apesar do placar sem gols no tempo regulamentar, tratou-se de um belíssimo jogo de futebol, rico de ingredientes que fazem dele, que fazem do futebol, o esporte mais amado e popular do mundo. Houve técnica, tática, habilidade, coletividade, individualidade, adrenalina, discussões, etc. De fato, foi um jogo bastante brigado (muito em função de Diego Costa, que em vários momentos passou do ponto, ultrapassando a linha entre a lealdade e a desonestidade), porém sem diminuir o jogo jogado em si, sem deixar de lado o campo e bola, que foi espetacular. Em outras palavras, foi um baita zero a zero.
Na prorrogação o equilíbrio continuou (àquela altura o zero a zero classificava o Chelsea). Até que numa cobrança de falta na área, Ivanovic subiu livre para marcar de cabeça (falha de Balotelli na marcação) e dar números finais ao duelo. No fim das contas, sem sobras, o todo-poderoso Chelsea passou. No entanto o Liverpool mostrou que está nos trilhos, mostrou que está embalado, e mostrou que tem condições de disputar a FA Cup, a Liga Europa e, por que não?, uma vaga na Champions League 2015/16 via Premier League. Claro, já o Chelsea, apesar de ter se classificado somente no tempo extra e de ter sido eliminado da FA Cup pelo Bradford, mostrou e mostra a cada dia que tem totais condições de conquistar a Inglaterra e, por que não?, a Europa.
Confira aqui o post sobre o jogo de ida.
Já Brendan Rodgers repetiu o XI do jogo de ida, na semana passada, quando o Liverpool, apesar do 1 a 1 (gols de Hazard e Sterling), foi superior ao rival, em especial na segunda etapa. Distribuídos no 3-6-1 que vem sendo utilizado há mais de um mês, Lucas, Henderson, Gerrard e Coutinho compuseram o quadrado do meio campo, enquanto Markovic (depois Henderson) e Moreno jogaram nas alas, e Sterling no comando do ataque, além da zaga formada por Can, Skrtel e Sakho (depois Johnson). Essa repetição do treinador dos Reds, aliás, tem a ver com o ótimo momento vivido pela equipe. Embora o Chelsea tenha vencido o jogo de volta na prorrogação (gol de Ivanovic) e se classificado à final da Copa do Liga, o Liverpool completou 11 jogos sem perder no tempo regulamentar.
Ao contrário do que aconteceu em Anfield Road, quando a "retranca" se fez presente, em casa o time treinado por Mourinho naturalmente saiu mais para o jogo – a escalação inicial já indicava isso, com Oscar na vaga de Mikel. Os visitantes, em contrapartida, não se acanharam e se comportaram de igual para igual, mesmo em Londres. Na medida do possível, tentando valorizar a posse de bola, contudo sem abdicar das esticadas para Sterling lá na frente, o Liverpool engrossou o caldo equilibrou o confronto. Por sinal, o confronto foi tão equilibrado e cheio de oportunidades que seus principais destaques foram os goleiros belgas Courtois e Mignolet (outro destaque individual foi o também belga Hazard, autor de um quase golaço no segundo tempo).
Apesar do placar sem gols no tempo regulamentar, tratou-se de um belíssimo jogo de futebol, rico de ingredientes que fazem dele, que fazem do futebol, o esporte mais amado e popular do mundo. Houve técnica, tática, habilidade, coletividade, individualidade, adrenalina, discussões, etc. De fato, foi um jogo bastante brigado (muito em função de Diego Costa, que em vários momentos passou do ponto, ultrapassando a linha entre a lealdade e a desonestidade), porém sem diminuir o jogo jogado em si, sem deixar de lado o campo e bola, que foi espetacular. Em outras palavras, foi um baita zero a zero.
Na prorrogação o equilíbrio continuou (àquela altura o zero a zero classificava o Chelsea). Até que numa cobrança de falta na área, Ivanovic subiu livre para marcar de cabeça (falha de Balotelli na marcação) e dar números finais ao duelo. No fim das contas, sem sobras, o todo-poderoso Chelsea passou. No entanto o Liverpool mostrou que está nos trilhos, mostrou que está embalado, e mostrou que tem condições de disputar a FA Cup, a Liga Europa e, por que não?, uma vaga na Champions League 2015/16 via Premier League. Claro, já o Chelsea, apesar de ter se classificado somente no tempo extra e de ter sido eliminado da FA Cup pelo Bradford, mostrou e mostra a cada dia que tem totais condições de conquistar a Inglaterra e, por que não?, a Europa.
segunda-feira, janeiro 26, 2015
O ponta perfeito para o PSG
Não à toa, vira e mexe, o nome de Eden Hazard é ventilado no PSG. Também pudera, apesar de bastante rico, o elenco do clube francês apresenta certas falhas. E talvez a principal delas seja justamente referente à posição em que joga o belga do Chelsea: a ponta esquerda. Por essas e outras, vira e mexe, o nome de Hazard entra na pauta do Paris Saint-Germain.
Digo por essas e outras também por causa do passado do jogador na própria França (antes de ser contratado pelo Chelsea, Hazard jogava no Lille) e por causa de sua língua nativa, o francês. Confesso, no entanto, que não sei até que ponto esses fatores poderiam pesar na sua decisão. Um fator que sem dúvida pesaria, porém, é o dinheiro. Não que Roman Abramovich pague mal. Pelo contrário. Apenas penso que, caso Nasser Al-Khelaifi decida que Hazard é prioridade, o magnata russo não será páreo. Outro fator que poderia pesar, como dito no primeiro parágrafo, é a questão tática.
Embora se trate de um craque indiscutível, aparentemente Hazard não goza de tanto prestígio com Mourinho. Veja bem. Não estou falando que o treinador português não gosta do seu camisa 10. Não é isso. Até porque seria duma irresponsabilidade enorme, para não dizer duma filha da putice, afirmar algo dessa natureza, sem conhecer o dia a dia e o vestiário do Chelsea. No campo e bola, contudo, parece-me que José Mourinho tem predileção por jogadores mais aguerridos, em especial na fase defensiva (o que o fez optar por Oscar em vez de Mata, por exemplo). Por isso acredito que, caso a proposta do PSG realmente aconteça e seja financeiramente favorável ao clube londrino, Mou não irá se opor.
No PSG, em contrapartida, Hazard cairia como uma luva, já que há quase duas temporadas a ponta esquerda está órfã. Ou melhor, não está órfã. Mas está sendo ocupada por atletas que não são da posição. Pois no 4-3-3 do Paris, Lucas é o ponta-direita, Ibrahimovic é o centroavante e Cavani é o ponta-esquerda. Não que Cavani não desempenhe a função com sucesso. Desempenha. Mas não é a dele. O atacante uruguaio, aliás, já manifestou sua insatisfação diversas vezes quanto a isso, quanto a jogar numa posição que não a dele (Cavani é nove e ponto final). E quando Cavani não joga, o escolhido é Pastore. Ou seja, o PSG tem jogado ou com um centroavante na ponta esquerda (Cavani), ou com um meia (Pastore). Em outras palavras, o único jogador do plantel que atende às características da posição é Lavezzi, que parece estar com os dias contados por lá.
Por essas e outras, por tudo que foi dito, por motivos de campo e bola e até por razões extracampo, a contratação de Hazard pelo PSG faz mais do que sentido. Bala na agulha o clube francês tem. O possível interesse do jogador em voltar à França, pode ser que também exista. Sem falar na questão tática, uma vez que Hazard, ponta-esquerda que é, chegaria para preencher uma lacuna falha no elenco e no XI em si do todo-poderoso Paris Saint-Germain. Se essa negociação vai ocorrer ou não, são outros quinhentos. Parece-me evidente, todavia, que ela seria boa para todo mundo. Até mesmo para o Chelsea, que ganharia uma grana preta com essa história toda, e poderia buscar peças de reposição de alto nível, dentro do perfil de Mourinho.
Digo por essas e outras também por causa do passado do jogador na própria França (antes de ser contratado pelo Chelsea, Hazard jogava no Lille) e por causa de sua língua nativa, o francês. Confesso, no entanto, que não sei até que ponto esses fatores poderiam pesar na sua decisão. Um fator que sem dúvida pesaria, porém, é o dinheiro. Não que Roman Abramovich pague mal. Pelo contrário. Apenas penso que, caso Nasser Al-Khelaifi decida que Hazard é prioridade, o magnata russo não será páreo. Outro fator que poderia pesar, como dito no primeiro parágrafo, é a questão tática.
Embora se trate de um craque indiscutível, aparentemente Hazard não goza de tanto prestígio com Mourinho. Veja bem. Não estou falando que o treinador português não gosta do seu camisa 10. Não é isso. Até porque seria duma irresponsabilidade enorme, para não dizer duma filha da putice, afirmar algo dessa natureza, sem conhecer o dia a dia e o vestiário do Chelsea. No campo e bola, contudo, parece-me que José Mourinho tem predileção por jogadores mais aguerridos, em especial na fase defensiva (o que o fez optar por Oscar em vez de Mata, por exemplo). Por isso acredito que, caso a proposta do PSG realmente aconteça e seja financeiramente favorável ao clube londrino, Mou não irá se opor.
No PSG, em contrapartida, Hazard cairia como uma luva, já que há quase duas temporadas a ponta esquerda está órfã. Ou melhor, não está órfã. Mas está sendo ocupada por atletas que não são da posição. Pois no 4-3-3 do Paris, Lucas é o ponta-direita, Ibrahimovic é o centroavante e Cavani é o ponta-esquerda. Não que Cavani não desempenhe a função com sucesso. Desempenha. Mas não é a dele. O atacante uruguaio, aliás, já manifestou sua insatisfação diversas vezes quanto a isso, quanto a jogar numa posição que não a dele (Cavani é nove e ponto final). E quando Cavani não joga, o escolhido é Pastore. Ou seja, o PSG tem jogado ou com um centroavante na ponta esquerda (Cavani), ou com um meia (Pastore). Em outras palavras, o único jogador do plantel que atende às características da posição é Lavezzi, que parece estar com os dias contados por lá.
Por essas e outras, por tudo que foi dito, por motivos de campo e bola e até por razões extracampo, a contratação de Hazard pelo PSG faz mais do que sentido. Bala na agulha o clube francês tem. O possível interesse do jogador em voltar à França, pode ser que também exista. Sem falar na questão tática, uma vez que Hazard, ponta-esquerda que é, chegaria para preencher uma lacuna falha no elenco e no XI em si do todo-poderoso Paris Saint-Germain. Se essa negociação vai ocorrer ou não, são outros quinhentos. Parece-me evidente, todavia, que ela seria boa para todo mundo. Até mesmo para o Chelsea, que ganharia uma grana preta com essa história toda, e poderia buscar peças de reposição de alto nível, dentro do perfil de Mourinho.
sábado, janeiro 24, 2015
Kroos, Modric e Pogba: já pensou?
"Paul Pogba é um grande jogador e pode jogar no clube que quiser, mas não nos interessa por agora", diz Carlo Ancelotti. Já Giuseppe Marotta, diretor da Juventus, diz que o treinador do Real Madrid “tem motivos para dizer que não é verdade” - o suposto interesse do gigante espanhol no francês. Seja como for, independente de quem esteja jogando o às vezes necessário joguinho da mentira, o fato é que a cada dia fica mais evidente a saída do camisa 6 da Velha Senhora. Marotta explica que a Juve vai fazer de tudo para segurar o jogador, porém admite ser impossível competir com outros clubes por aí em termos de salário. Ou seja, cedo ou tarde, Pogba vai sair. A questão é: quando? E para onde?
Se dependesse de mim, Paul Pogba iria para o Real Madrid, para formar nada mais nada menos do que a melhor meia cancha do mundo, ao lado de Toni Kroos e Luka Modric. Se dependesse de Ancelotti, não. Não por agora. Confesso, contudo, que entendo a posição do técnico do Madrid. Imaginando que “por agora” signifique a próxima janela do verão europeu (ou seja, no meio de 2015), entendo que Ancelotti realmente não faça tanta questão de ter Pogba logo. Para o Madrid, me parece que de fato Pogba não se trata de uma contratação emergencial. A questão é: e quanto à janela seguinte? Ou a seguinte? Pois, insisto, ele formaria nada mais nada menos do que o melhor meio campo do mundo ao lado de Modric e Kroos.
Não exatamente ao lado dos dois. Para ser mais preciso, ao lado de um (Modric) e à frente do outro (Kroos). Porque, caso essa transferência seja consumada, o esquema tático mais indicado para encaixar os três é o 4-3-3. No caso, com Kroos na cabeça de área e Modric e Pogba nas meias, digamos assim. (Meu Deus. Que. Meiuca. É. Essa?) E até por isso, até para não mexer na estrutura do time neste momento, acredito que Ancelotti não faça questão de ter o francês para ontem. A pergunta é: e para amanhã? Porque hoje o 4-3-3 é uma alternativa ao 4-4-2 em linha, é um plano B, o sistema substituto, já que com Modric a equipe se distribui com duas linhas de quatro, mais CR7 e Benzema no ataque. Sem Modric, fora por lesão há mais de mês, a equipe tem se estruturado no 4-3-3. Com todos os atletas à disposição, todavia, o 4-4-2 em linha é o esquema tático titular. E no 4-4-2 em linha, em tese, fica mais difícil encaixar Kroos, Modric e Pogba.
Claro. Como o próprio Ancelotti diz, o treinador tem que se adaptar aos jogadores que tem. Portanto penso que com a eventual chegada de Pogba, ele acabaria trocando o 4-4-2 pelo 4-3-3. Só penso que essa troca faria mais sentido mais lá na frente, e não por agora. Em especial porque James (Kroos também, mas esse é titular absoluto) chegou na janela de verão mais recente, e se Pogba chegasse na próxima, o cara a perder a vaga no XI seria ele. Na verdade se a vida de James já não está fácil hoje em dia, com Isco comendo a bola, imagine então com Pogba no elenco. Por mais que o colombiano esteja jogando bem, se Pogba chegasse na próxima janela, ele acabaria no banco de reservas, apenas uma temporada após ter sido contratado a peso de ouro.
Por essas e outras, acredito em Ancelotti quando ele diz que Pogba não os interessa no momento. Mas também compreendo as palavras de Marotta, quando ele diz que Ancelotti tem seus motivos para negar o interesse em Pogba. Coisas do mercado. O que, por sinal, não significa que não possa haver um acordo verbal entre as três partes por agora, visando o futuro. Eu particularmente creio que essa transação acontecerá. Até porque todo mundo sairia ganhando com ela. Mas mais lá na frente. Como o contrato de Pogba com a Juventus vai até junho de 2019, chutaria lá por, sei lá, 2017. Não se esqueça: Pogba tem apenas 21 anos. Nasceu em março de 1993. E nessa perspectiva, chegaria ao Real Madrid aos 24 anos de idade.
Se dependesse de mim, Paul Pogba iria para o Real Madrid, para formar nada mais nada menos do que a melhor meia cancha do mundo, ao lado de Toni Kroos e Luka Modric. Se dependesse de Ancelotti, não. Não por agora. Confesso, contudo, que entendo a posição do técnico do Madrid. Imaginando que “por agora” signifique a próxima janela do verão europeu (ou seja, no meio de 2015), entendo que Ancelotti realmente não faça tanta questão de ter Pogba logo. Para o Madrid, me parece que de fato Pogba não se trata de uma contratação emergencial. A questão é: e quanto à janela seguinte? Ou a seguinte? Pois, insisto, ele formaria nada mais nada menos do que o melhor meio campo do mundo ao lado de Modric e Kroos.
Não exatamente ao lado dos dois. Para ser mais preciso, ao lado de um (Modric) e à frente do outro (Kroos). Porque, caso essa transferência seja consumada, o esquema tático mais indicado para encaixar os três é o 4-3-3. No caso, com Kroos na cabeça de área e Modric e Pogba nas meias, digamos assim. (Meu Deus. Que. Meiuca. É. Essa?) E até por isso, até para não mexer na estrutura do time neste momento, acredito que Ancelotti não faça questão de ter o francês para ontem. A pergunta é: e para amanhã? Porque hoje o 4-3-3 é uma alternativa ao 4-4-2 em linha, é um plano B, o sistema substituto, já que com Modric a equipe se distribui com duas linhas de quatro, mais CR7 e Benzema no ataque. Sem Modric, fora por lesão há mais de mês, a equipe tem se estruturado no 4-3-3. Com todos os atletas à disposição, todavia, o 4-4-2 em linha é o esquema tático titular. E no 4-4-2 em linha, em tese, fica mais difícil encaixar Kroos, Modric e Pogba.
Claro. Como o próprio Ancelotti diz, o treinador tem que se adaptar aos jogadores que tem. Portanto penso que com a eventual chegada de Pogba, ele acabaria trocando o 4-4-2 pelo 4-3-3. Só penso que essa troca faria mais sentido mais lá na frente, e não por agora. Em especial porque James (Kroos também, mas esse é titular absoluto) chegou na janela de verão mais recente, e se Pogba chegasse na próxima, o cara a perder a vaga no XI seria ele. Na verdade se a vida de James já não está fácil hoje em dia, com Isco comendo a bola, imagine então com Pogba no elenco. Por mais que o colombiano esteja jogando bem, se Pogba chegasse na próxima janela, ele acabaria no banco de reservas, apenas uma temporada após ter sido contratado a peso de ouro.
Por essas e outras, acredito em Ancelotti quando ele diz que Pogba não os interessa no momento. Mas também compreendo as palavras de Marotta, quando ele diz que Ancelotti tem seus motivos para negar o interesse em Pogba. Coisas do mercado. O que, por sinal, não significa que não possa haver um acordo verbal entre as três partes por agora, visando o futuro. Eu particularmente creio que essa transação acontecerá. Até porque todo mundo sairia ganhando com ela. Mas mais lá na frente. Como o contrato de Pogba com a Juventus vai até junho de 2019, chutaria lá por, sei lá, 2017. Não se esqueça: Pogba tem apenas 21 anos. Nasceu em março de 1993. E nessa perspectiva, chegaria ao Real Madrid aos 24 anos de idade.
quinta-feira, janeiro 22, 2015
O novo meio-campista do Real Madrid
O elenco é tão forte e a instituição é tão grande que às vezes ser reserva no Real Madrid é mais glorioso do que ser titular absoluto em outros clubes por aí. Às vezes. Dependendo do momento da carreira do jogador, e das horas de voo que ele recebe, vale a pena permanecer num esquadrão com tantas estrelas, mesmo que na condição de reserva. É o caso de Lucas Silva. Aos 21 anos de idade, Lucas sai do bicampeão brasileiro e chega para jogar no campeão do mundo, para ser treinado por um dos melhores treinadores do mundo. A questão é: para jogar poucos ou muitos minutos?
A resposta: não importa. Não importa se Lucas Silva vai jogar pouco ou muito (deve jogar pouco, em quantidade) porque ele tem apenas 21 anos. Chega para aprender. Chega para assimilar o que há de mais moderno no futebol mundial em termos táticos. E chega para se espelhar, se mirar, em especial, no dono da posição: Toni Kroos. O craque alemão da cabeça de área. O novo Pirlo de Ancelotti. Na verdade não sei até que ponto a comparação com Pirlo cabe, mas o fato é que Kroos é o construtor da equipe de Carlo, à frente da zaga – tal qual Pirlo nos tempos de Milan. E Lucas Silva, ao que tudo indica, em função de suas características, chega para ser seu reserva.
Com a iminente saída de Illarramendi ao Athletic, Lucas se torna a primeira alternativa. Pode ser que mais adiante Khedira também saia, apesar dele ser visto mais como segundo volante do que como primeiro. De qualquer forma, sem Illarra, em função de suas características (visão, técnica, passe, chute forte de média e longa distância), Lucas Silva chega para assumir o papel de reserva imediato de Kroos. O problema para ele, digamos assim, é que Kroos joga praticamente todas. Nessa temporada jogou não sei quantos por cento (mais de 90%, vi o número esses dias). Em tese, portanto, o ex-jogador do Cruzeiro terá poucos minutos de partidas oficiais. Em contrapartida, quando entrar, se atender às expectativas do treinador, se confirmar seu potencial, a tendência é que seja mais utilizado, que ganhe mais horas de voo, até para não desgastar Kroos fisicamente.
Em outras palavras, Lucas Silva precisa mostrar serviço. Não pode se deixar acomodar. Ter sido contratado pelo Real Madrid foi uma meta atingida, uma meta importante, sem dúvida, mas foi somente uma meta. Não se trata do fim. Pelo contrário. Trata-se do começo. Um novo começo. Com novos objetivos. E a sedutora zona de conforto pode ser uma inimiga nessa nova fase da vida. Se achar que chegar ao Madrid é o suficiente, é o auge, é o ponto máximo da carreira, e não demonstrar ambição dentro do clube e do time, mesmo ciente de sua condição de reserva, Lucas Silva pode virar o novo Illarramendi, o novo Casemiro – embora, a meu ver, Lucas Silva seja muito mais jogador. Além de se adaptar, aprender e crescer, no curto prazo o objetivo é tentar substituir Kroos, na medida do possível, à altura. E bola para isso ele tem.
A resposta: não importa. Não importa se Lucas Silva vai jogar pouco ou muito (deve jogar pouco, em quantidade) porque ele tem apenas 21 anos. Chega para aprender. Chega para assimilar o que há de mais moderno no futebol mundial em termos táticos. E chega para se espelhar, se mirar, em especial, no dono da posição: Toni Kroos. O craque alemão da cabeça de área. O novo Pirlo de Ancelotti. Na verdade não sei até que ponto a comparação com Pirlo cabe, mas o fato é que Kroos é o construtor da equipe de Carlo, à frente da zaga – tal qual Pirlo nos tempos de Milan. E Lucas Silva, ao que tudo indica, em função de suas características, chega para ser seu reserva.
Com a iminente saída de Illarramendi ao Athletic, Lucas se torna a primeira alternativa. Pode ser que mais adiante Khedira também saia, apesar dele ser visto mais como segundo volante do que como primeiro. De qualquer forma, sem Illarra, em função de suas características (visão, técnica, passe, chute forte de média e longa distância), Lucas Silva chega para assumir o papel de reserva imediato de Kroos. O problema para ele, digamos assim, é que Kroos joga praticamente todas. Nessa temporada jogou não sei quantos por cento (mais de 90%, vi o número esses dias). Em tese, portanto, o ex-jogador do Cruzeiro terá poucos minutos de partidas oficiais. Em contrapartida, quando entrar, se atender às expectativas do treinador, se confirmar seu potencial, a tendência é que seja mais utilizado, que ganhe mais horas de voo, até para não desgastar Kroos fisicamente.
Em outras palavras, Lucas Silva precisa mostrar serviço. Não pode se deixar acomodar. Ter sido contratado pelo Real Madrid foi uma meta atingida, uma meta importante, sem dúvida, mas foi somente uma meta. Não se trata do fim. Pelo contrário. Trata-se do começo. Um novo começo. Com novos objetivos. E a sedutora zona de conforto pode ser uma inimiga nessa nova fase da vida. Se achar que chegar ao Madrid é o suficiente, é o auge, é o ponto máximo da carreira, e não demonstrar ambição dentro do clube e do time, mesmo ciente de sua condição de reserva, Lucas Silva pode virar o novo Illarramendi, o novo Casemiro – embora, a meu ver, Lucas Silva seja muito mais jogador. Além de se adaptar, aprender e crescer, no curto prazo o objetivo é tentar substituir Kroos, na medida do possível, à altura. E bola para isso ele tem.
quarta-feira, janeiro 21, 2015
Enfim, o Liverpool está nos trilhos
Por uma série de motivos, a primeira metade da temporada 2014/15 foi difícil para o Liverpool. Talvez o principal deles, o excesso de mudanças promovidas por Brendan Rodgers meio que da noite para o dia, tanto em termos de peças (jogadores) quanto de estrutura (esquema). A inserção dos reforços no time em larga escala e a alternância frequente do sistema tático, aliadas à lesão de Daniel Sturridge, foram determinantes na campanha ruim dos Reds na primeira metade da temporada. Agora, na segunda metade, muitas rodadas depois, o panorama parece ter mudado de vez.
Somando todas as competições (Premier League, FA Cup e Copa da Liga Inglesa), o Liverpool não perde há 9 jogos. Isso mesmo. São 6 vitórias e 3 empates. Mas mais do que os resultados na tabela, o Liverpool tem jogado bem no campo. Não tem conseguido os resultados na marra. Tem conseguido na bola. E talvez o melhor exemplo disso seja o 1 a 1 contra o todo-poderoso Chelsea, na terça-feira, quando a equipe de Rodgers dominou totalmente a de Mourinho. Vide esse post (com prancheta), a supremacia vermelha ficou nítida também nos números (20 a 2 em finalizações).
De uns tempos para cá o Liverpool tem conseguido os resultados na bola porque o time se encontrou. E o time se encontrou porque o treinador tem repetido o XI. Há cerca de dez partidas, o XI se distribui num 3-6-1, com um quadrado no meio campo, formado por Lucas, Gerrard (Henderson), Lallana (Gerrard) e Coutinho. No setor defensivo, Emre Can, Skrtel e Sakho têm sido eficientes e passado segurança aos companheiros. Já Sterling, ainda sem Sturridge à disposição, tem sido improvisado no comando do ataque. E nas alas, mais recentemente Moreno reconquistou a esquerda, ao passo que Markovic tem se firmado na direita.
A última derrota do Liverpool foi para o Manchester United, no Old Trafford, no dia 14 de dezembro, por 3 a 0. Apesar do placar, o Liverpool jogou bem. De Gea fez muita diferença, foi um dos melhores em campo, se não o melhor, e isso indica que chances foram criadas pelos Reds. E foi justamente nesse jogo contra o United, salvo engano, que Rodgers utilizou o 3-6-1 pela primeira vez na temporada, ainda com Johnson/Touré e Lovren na zaga, Henderson na ala dirieta, e Allen na meia cancha, na vaga que indiscutível e merecidamente hoje pertence a Lucas. Confira aqui na prancheta.
No fim das contas, a boa notícia para o torcedor do Liverpool, na verdade, são duas. A primeira é que Rodgers definitivamente encontrou o chamado XI ideal, esquematizado no 3-6-1. Esquema que deve ser mantido mesmo com o retorno do centroavante Sturridge, que deve ocorrer no próximo mês. Nesse caso, Sterling formaria a dupla de meias com Coutinho, e Markovic acabaria no banco. Ou o próprio Henderson. A segunda boa notícia é que o time tem alcançado os resultados jogando bem, na bola, não aos trancos e barrancos. E talvez o melhor exemplo disso seja a exibição de ontem contra o Chelsea. A vitória não veio, é verdade. Ainda assim a equipe demonstrou capacidade e confiança para conseguir bons resultados na segunda metade da temporada. Quem sabe a ponto de levantar algum troféu (Europa League, FA Cup e/ou Capital One Cup) e/ou de terminar a Premier League no G4.
PS: Leia outros dois posts sobre o Liverpool publicados nessa temporada, um em setembro e outro em janeiro.
Somando todas as competições (Premier League, FA Cup e Copa da Liga Inglesa), o Liverpool não perde há 9 jogos. Isso mesmo. São 6 vitórias e 3 empates. Mas mais do que os resultados na tabela, o Liverpool tem jogado bem no campo. Não tem conseguido os resultados na marra. Tem conseguido na bola. E talvez o melhor exemplo disso seja o 1 a 1 contra o todo-poderoso Chelsea, na terça-feira, quando a equipe de Rodgers dominou totalmente a de Mourinho. Vide esse post (com prancheta), a supremacia vermelha ficou nítida também nos números (20 a 2 em finalizações).
De uns tempos para cá o Liverpool tem conseguido os resultados na bola porque o time se encontrou. E o time se encontrou porque o treinador tem repetido o XI. Há cerca de dez partidas, o XI se distribui num 3-6-1, com um quadrado no meio campo, formado por Lucas, Gerrard (Henderson), Lallana (Gerrard) e Coutinho. No setor defensivo, Emre Can, Skrtel e Sakho têm sido eficientes e passado segurança aos companheiros. Já Sterling, ainda sem Sturridge à disposição, tem sido improvisado no comando do ataque. E nas alas, mais recentemente Moreno reconquistou a esquerda, ao passo que Markovic tem se firmado na direita.
A última derrota do Liverpool foi para o Manchester United, no Old Trafford, no dia 14 de dezembro, por 3 a 0. Apesar do placar, o Liverpool jogou bem. De Gea fez muita diferença, foi um dos melhores em campo, se não o melhor, e isso indica que chances foram criadas pelos Reds. E foi justamente nesse jogo contra o United, salvo engano, que Rodgers utilizou o 3-6-1 pela primeira vez na temporada, ainda com Johnson/Touré e Lovren na zaga, Henderson na ala dirieta, e Allen na meia cancha, na vaga que indiscutível e merecidamente hoje pertence a Lucas. Confira aqui na prancheta.
No fim das contas, a boa notícia para o torcedor do Liverpool, na verdade, são duas. A primeira é que Rodgers definitivamente encontrou o chamado XI ideal, esquematizado no 3-6-1. Esquema que deve ser mantido mesmo com o retorno do centroavante Sturridge, que deve ocorrer no próximo mês. Nesse caso, Sterling formaria a dupla de meias com Coutinho, e Markovic acabaria no banco. Ou o próprio Henderson. A segunda boa notícia é que o time tem alcançado os resultados jogando bem, na bola, não aos trancos e barrancos. E talvez o melhor exemplo disso seja a exibição de ontem contra o Chelsea. A vitória não veio, é verdade. Ainda assim a equipe demonstrou capacidade e confiança para conseguir bons resultados na segunda metade da temporada. Quem sabe a ponto de levantar algum troféu (Europa League, FA Cup e/ou Capital One Cup) e/ou de terminar a Premier League no G4.
PS: Leia outros dois posts sobre o Liverpool publicados nessa temporada, um em setembro e outro em janeiro.
Éverton Ribeiro, De Arrascaeta e...
Não foi o forte equilíbrio entre Alisson e Willian que me chamou a atenção no resultado da enquete estrelada pelo Cruzeiro aqui no blog. O que me chamou a atenção foi a superioridade esmagadora dos dois em relação a Joel. Bom. Por uma questão de tempo de casa, naturalmente Joel, recém-contratado junto ao Coritiba, está no fim da fila. Tem isso. Contudo, essa baixa votação pelo camaronês na linha de três me abriu os olhos para outra possibilidade: Joel centroavante.
Já escrevi em outro post e algumas vezes no Twitter que, na minha visão, Joel é mais jogador de beirada do que centroavante. É mais segundo atacante do que primeiro, digamos assim. Mas posso estar redondamente enganado. É possível, por exemplo, que Damião não se firme e Joel engrene como nove. Pode ser. Ainda assim, vejo Damião como a principal alternativa para assumir a referência do ataque. E nesse caso, Joel seria banco de Damião. Ou banco das beiradas mesmo, já que aparentemente Alisson e Willian estão na frente dele nessa disputa pela ponta esquerda.
Tudo isso partindo do princípio de que Marcelo Oliveira irá manter em 2015 o esquema tático utilizado em 2014 e 2013: o 4-2-3-1. Nessa distribuição, me parece evidente que De Arrascaeta chega para atuar por dentro da linha de três, posição que era ocupada por Goulart, com o canhoto Éverton Ribeiro na dele, a ponta direita, e Alisson ou Willian na esquerda. As características de De Arrascaeta são diferentes das de Goulart, é verdade. O que pode exigir uma adaptação do time a ele e dele ao time. O uruguaio de 20 anos, todavia, me parece ser muito mais jogador que Goulart. O tempo dirá se tenho razão. Vamos ver como ele vai se sair. E vamos ver como a equipe em si vai se sair, seja com Alisson ou Willian numa das beiradas. Ou Joel.
Já escrevi em outro post e algumas vezes no Twitter que, na minha visão, Joel é mais jogador de beirada do que centroavante. É mais segundo atacante do que primeiro, digamos assim. Mas posso estar redondamente enganado. É possível, por exemplo, que Damião não se firme e Joel engrene como nove. Pode ser. Ainda assim, vejo Damião como a principal alternativa para assumir a referência do ataque. E nesse caso, Joel seria banco de Damião. Ou banco das beiradas mesmo, já que aparentemente Alisson e Willian estão na frente dele nessa disputa pela ponta esquerda.
Tudo isso partindo do princípio de que Marcelo Oliveira irá manter em 2015 o esquema tático utilizado em 2014 e 2013: o 4-2-3-1. Nessa distribuição, me parece evidente que De Arrascaeta chega para atuar por dentro da linha de três, posição que era ocupada por Goulart, com o canhoto Éverton Ribeiro na dele, a ponta direita, e Alisson ou Willian na esquerda. As características de De Arrascaeta são diferentes das de Goulart, é verdade. O que pode exigir uma adaptação do time a ele e dele ao time. O uruguaio de 20 anos, todavia, me parece ser muito mais jogador que Goulart. O tempo dirá se tenho razão. Vamos ver como ele vai se sair. E vamos ver como a equipe em si vai se sair, seja com Alisson ou Willian numa das beiradas. Ou Joel.
terça-feira, janeiro 20, 2015
Quando os números dizem algo
Não sei se dá para dizer que o Liverpool jogou dez vezes mais do que o Chelsea, na partida de ida da semifinal da Copa da Liga Inglesa, nesta terça-feira. Mas com certeza dá para dizer que o Liverpool finalizou dez vezes mais do que o Chelsea. Sem exagero. Foram vinte arremates dos Reds contra apenas dois dos Blues. O jogo foi no Anfield, é verdade; e ainda podemos discutir a eficiência desses vinte arremates, uma vez que o placar terminou empatado em 1 a 1. Ainda assim, a diferença é bastante significativa.
Postado no 3-6-1 habitual, com Gerrard e Coutinho nas meias e Henderson e Lucas completando o quadrado do meio campo, o Liverpool começou o jogo melhor e se manteve superior até Hazard abrir o placar, de pênalti. Até então os mandantes mandavam no jogo. A dupla Mikel e Matic não se encontrava na marcação à Gerrard e Coutinho, Markovic e Moreno cresciam para cima de Filipe Luis e Ivanovic, Sterling infernizava a zaga adversária... Eis que, por volta dos 18 minutos, Can fez falta em Hazard dentro da área. O próprio belga cobrou, colocou o Chelsea em vantagem, e o Liverpool sentiu o golpe. Por pouco tempo, mas sentiu.
Na etapa final a superioridade vermelha ficou mais nítida, quando justa e merecidamente, no minuto 59, Sterling empatou. Recebeu-a na altura dos volantes adversários, prosseguiu com ela dominada em direção à área de Courtois, cercado de quatro jogadores - sem levar o bote - e finalizou com sucesso. Courtois, por sinal, depois faria algumas defesas essenciais. Esta aqui a mais espetacular de todas, em chute de Lallana. O goleiro de 22 anos trabalhou bastante. (É sempre bom lembrar, aliás, que Courtois, aos 22 anos de idade, colocou ninguém menos que Petr Cech no banco de reservas. Não se pode esquecer desse detalhe.) No fim das contas, o placar se manteve em igualdade, mas o fato é que – e os números mostram isso – o Liverpool jogou bem mais que o Chelsea. Se não dez vezes mais, algo perto disso.
Postado no 3-6-1 habitual, com Gerrard e Coutinho nas meias e Henderson e Lucas completando o quadrado do meio campo, o Liverpool começou o jogo melhor e se manteve superior até Hazard abrir o placar, de pênalti. Até então os mandantes mandavam no jogo. A dupla Mikel e Matic não se encontrava na marcação à Gerrard e Coutinho, Markovic e Moreno cresciam para cima de Filipe Luis e Ivanovic, Sterling infernizava a zaga adversária... Eis que, por volta dos 18 minutos, Can fez falta em Hazard dentro da área. O próprio belga cobrou, colocou o Chelsea em vantagem, e o Liverpool sentiu o golpe. Por pouco tempo, mas sentiu.
Na etapa final a superioridade vermelha ficou mais nítida, quando justa e merecidamente, no minuto 59, Sterling empatou. Recebeu-a na altura dos volantes adversários, prosseguiu com ela dominada em direção à área de Courtois, cercado de quatro jogadores - sem levar o bote - e finalizou com sucesso. Courtois, por sinal, depois faria algumas defesas essenciais. Esta aqui a mais espetacular de todas, em chute de Lallana. O goleiro de 22 anos trabalhou bastante. (É sempre bom lembrar, aliás, que Courtois, aos 22 anos de idade, colocou ninguém menos que Petr Cech no banco de reservas. Não se pode esquecer desse detalhe.) No fim das contas, o placar se manteve em igualdade, mas o fato é que – e os números mostram isso – o Liverpool jogou bem mais que o Chelsea. Se não dez vezes mais, algo perto disso.
segunda-feira, janeiro 19, 2015
Quem será o futuro Bola de Ouro?
Quem vai quebrar a sequência de Cristiano Ronaldo e Messi? Qual jogador irá quebrar a supremacia exercida por Cristiano Ronaldo e Messi nos últimos sete anos? Porque, cedo ou tarde, alguém que não seja Cristiano Ronaldo ou Messi irá conquistar a Bola de Ouro. Não sei se em 2015, 2017, 2019, mas o fato é que esse dia vai chegar. E a pergunta que fica é: quem? Quem será esse cara? Quem será esse craque?
Veja bem. A pergunta é “quem” e não “quando”. Querer precisar o ano seria muita pretensão. Pode ser, é bem possível, aliás, que Cristiano Ronaldo ou Messi ganhe a Bola de Ouro pelos próximos, sei lá, três, quatro anos. Pode ser que essa supremacia dos dois dure mais três ou quatro anos. Ou não. Mas isso não importa. A intenção aqui é discutir o “quem” e não o “quando”. Logo, fica a pergunta: quem será esse craque?
Ponderação cronológica feita, a julgar pelo futebol apresentado por eles nessa temporada, a julgar pelas respectivas idades e potenciais, hoje eu apostaria que o craque que irá tirar a Bola de Ouro de Cristiano Ronaldo ou Messi será Neymar Jr., Gareth Bale ou Paul Pogba. Um desses três. Pela ordem, pensando no futuro, hoje eu apostaria no camisa 11 do Barcelona, no camisa 11 do Real Madrid ou no camisa 6 da Juventus. (Quanto a Pogba, é provável que ele não esteja mais na Juventus até lá.)
O mais novo deles é o francês Paul Pogba. Apenas 21 anos de idade. Faz 22 em março. Meio-campista total, completo, ele domina todos os fundamentos para se triunfar no setor. Tem força física, tem velocidade, tem estatura, tem cabeceio, tem finalização, tem passe, tem drible, tem visão... Tem tudo. E tem apenas 21 anos. E se tiver foco e ambição, deve, cedo ou tarde, figurar na lista dos três finalistas da Bola de Ouro. Só acho que na Juventus essa tarefa se torna mais difícil. Num Real Madrid ou num Barcelona da vida, creio que seria/será mais viável.
O mais velho deles é o galês Gareth Bale. São 25 anos. Completa 26 em julho. Ou seja, em tese, é o que tem menos tempo para atingir essa gloriosa conquista. Se a supremacia CR7-Messi terminar, sei lá, só daqui uns quatro anos, por exemplo, Bale já terá entrado na casa dos trinta. E isso pode ser péssimo para ele. Porque apesar de toda habilidade e técnica que possui, Bale depende muito de sua velocidade, suas arrancadas, suas explosões. Sem a parte física em dia, sem estar na ponta dos cascos, seu futebol fica mais limitado. E a tendência, depois dos trinta, é a parte física só declinar. O auge, na teoria, é lá pelos vinte e oito. Logo, numa expectativa otimista, Bale poderia surpreender antes mesmo do que eu posso imaginar.
Neymar tem 22 anos. Quase 23. Faz dia 5 de fevereiro. Sem ser na semana que vem, na outra. Dispensa apresentações. Em sua segunda temporada no Barcelona, jogo após jogos, está mostrando à Europa e à Terra toda a que veio, e onde pode chegar. Por sinal, se você pensar que Cristiano Ronaldo é atacante ao lado de Benzema no 4-4-2 em linha de Carlo Ancelotti, e não mais ponta-esquerda, hoje podemos afirmar que Neymar é o melhor ponta-esquerda do mundo. Eu pelo menos afirmo, sem sombra de dúvidas. Pense bem. Considerando que Cristiano Ronaldo não é mais ponta-esquerda, quem são seus concorrentes? Ribéry? Hazard? Reus? Talvez Isco? Di María? Quem mais? Acho que não foge disso. E, com todo respeito aos citados, Neymar está/é de outro patamar, outra prateleira, outro nível. Portanto me parece claro que, sim, Neymar é o maior ponta-esquerda da atualidade. Diga-se, o maior ponta-esquerda do Barcelona desde Ronaldinho. Resta-nos aguardar para ver se o desfecho será o mesmo, quanto à Bola de Ouro (Ronaldinho faturou o prêmio em 2005).
Veja bem. A pergunta é “quem” e não “quando”. Querer precisar o ano seria muita pretensão. Pode ser, é bem possível, aliás, que Cristiano Ronaldo ou Messi ganhe a Bola de Ouro pelos próximos, sei lá, três, quatro anos. Pode ser que essa supremacia dos dois dure mais três ou quatro anos. Ou não. Mas isso não importa. A intenção aqui é discutir o “quem” e não o “quando”. Logo, fica a pergunta: quem será esse craque?
Ponderação cronológica feita, a julgar pelo futebol apresentado por eles nessa temporada, a julgar pelas respectivas idades e potenciais, hoje eu apostaria que o craque que irá tirar a Bola de Ouro de Cristiano Ronaldo ou Messi será Neymar Jr., Gareth Bale ou Paul Pogba. Um desses três. Pela ordem, pensando no futuro, hoje eu apostaria no camisa 11 do Barcelona, no camisa 11 do Real Madrid ou no camisa 6 da Juventus. (Quanto a Pogba, é provável que ele não esteja mais na Juventus até lá.)
O mais novo deles é o francês Paul Pogba. Apenas 21 anos de idade. Faz 22 em março. Meio-campista total, completo, ele domina todos os fundamentos para se triunfar no setor. Tem força física, tem velocidade, tem estatura, tem cabeceio, tem finalização, tem passe, tem drible, tem visão... Tem tudo. E tem apenas 21 anos. E se tiver foco e ambição, deve, cedo ou tarde, figurar na lista dos três finalistas da Bola de Ouro. Só acho que na Juventus essa tarefa se torna mais difícil. Num Real Madrid ou num Barcelona da vida, creio que seria/será mais viável.
O mais velho deles é o galês Gareth Bale. São 25 anos. Completa 26 em julho. Ou seja, em tese, é o que tem menos tempo para atingir essa gloriosa conquista. Se a supremacia CR7-Messi terminar, sei lá, só daqui uns quatro anos, por exemplo, Bale já terá entrado na casa dos trinta. E isso pode ser péssimo para ele. Porque apesar de toda habilidade e técnica que possui, Bale depende muito de sua velocidade, suas arrancadas, suas explosões. Sem a parte física em dia, sem estar na ponta dos cascos, seu futebol fica mais limitado. E a tendência, depois dos trinta, é a parte física só declinar. O auge, na teoria, é lá pelos vinte e oito. Logo, numa expectativa otimista, Bale poderia surpreender antes mesmo do que eu posso imaginar.
Neymar tem 22 anos. Quase 23. Faz dia 5 de fevereiro. Sem ser na semana que vem, na outra. Dispensa apresentações. Em sua segunda temporada no Barcelona, jogo após jogos, está mostrando à Europa e à Terra toda a que veio, e onde pode chegar. Por sinal, se você pensar que Cristiano Ronaldo é atacante ao lado de Benzema no 4-4-2 em linha de Carlo Ancelotti, e não mais ponta-esquerda, hoje podemos afirmar que Neymar é o melhor ponta-esquerda do mundo. Eu pelo menos afirmo, sem sombra de dúvidas. Pense bem. Considerando que Cristiano Ronaldo não é mais ponta-esquerda, quem são seus concorrentes? Ribéry? Hazard? Reus? Talvez Isco? Di María? Quem mais? Acho que não foge disso. E, com todo respeito aos citados, Neymar está/é de outro patamar, outra prateleira, outro nível. Portanto me parece claro que, sim, Neymar é o maior ponta-esquerda da atualidade. Diga-se, o maior ponta-esquerda do Barcelona desde Ronaldinho. Resta-nos aguardar para ver se o desfecho será o mesmo, quanto à Bola de Ouro (Ronaldinho faturou o prêmio em 2005).
domingo, janeiro 18, 2015
Arsenal de Cazorla bate City no Etihad
Devido às distribuições táticas adotadas por Pellegrini e Wenger, os duelos individuais ficaram bem definidos, no jogo deste domingo, entre Manchester City e Arsenal, pela 22ª rodada da Premier League: Fernando vs Ramsey, Fernandinho vs Cazorla e Silva vs Coquelin no meio campo; Zabaleta vs Alexis, Clichy vs Oxlade-Chamberlain, Navas vs Monreal e Milner vs Bellerin na beiradas. Um 4-1-4-1 pelo lado dos visitantes e um 4-2-3-1 pelo lado dos mandantes, com variações, em função da movimentação de David Silva.
A diferença do jogo passou pelos pés dos dois meias espanhóis: Silva de um lado e Cazorla do outro. Se por um lado Cazorla deitou e rolou, do outro Silva não teve com quem jogar, em especial no primeiro tempo, quando ficou no mata-burro. Vigiado pelo cabeça de área adversário, o camisa 21 do City encontrou-se num cobertor curto, para não dizer em maus lençóis. Porque quando recuava para chamar o jogo, deixava Agüero isolado no ataque, e quando não recuava para chamar o jogo, ele ficava entregue a Fernandinho, que não estava num dia tão inspirado. Ou seja, no quesito criatividade, a meia cancha do City dependia desse recuo de Silva pela faixa central, uma vez que os wingers Navas e Milner se comportavam como tal, mais presos aos flancos. E quando isso acontecia, Agüero ficava isolado. Em outras palavras, Yaya Touré fez muita falta.
Em contrapartida, Cazorla deitava e rolava. Não à toa, foi eleito o melhor da partida. Marcando por zona lá atrás, preenchendo bem os espaços, em busca do contra ataque, o Arsenal tinha no seu camisa 19 a válvula de escape e o pé pensante ao mesmo tempo. Era Cazorla o maior responsável em fazer a transição rápida, para pegar a defesa do City desorganizada, em regra pela meia esquerda, com Alexis Sánchez ao lado. Mas era Cazorla também o maior responsável em cadenciar o jogo quando esse assim se desenhava, trocando passes e valorizando a posse de bola como nenhum outro atleta em campo. Fez o que, por exemplo, Silva não conseguiu fazer do outro lado, muito em função das peças ao seu redor e do funcionamento do coletivo. No que diz respeito ao coletivo, por sinal, o Arsenal foi superior ao City, tanto defensiva quanto ofensivamente. Mesmo fora de casa.
Na segunda etapa o panorama foi um pouco diferente. Milner não voltou do intervalo. Na vaga dele, entrou Jovetic, aberto à esquerda, enquanto Silva se manteve pelo corredor central, mas com mais liberdade para circular pelo meio campo, mais armador, uma vez que Agüero não ficava mais tão isolado com a presença de Jovetic. O City melhorou, porém o Arsenal não piorou. Pelo contrário. Embora o City tenha melhorado no segundo tempo, o Arsenal manteve o nível dos primeiros 45 minutos, eficiente na marcação por zona, na transição e na troca de passes. Tanto é que aos 66’ os Gunners ampliaram o placar: 2 a 0, gol de Giroud, em assistência de Cazorla (o primeiro havia sido marcado aos 24’, de pênalti, por... Cazorla). Placar que permaneceu assim até o apito final e que garantiu mais três pontos ao Arsenal. Mas mais do que três pontos, essa vitória no Etihad garante também a confiança necessária para se chegar longe numa liga tão disputada quanto à inglesa. Se não para brigar pelo título, ao menos para garantir numa vaga na Champions League 2015/16. No momento, o Arsenal é o quinto colocado. E o City, o segundo.
A diferença do jogo passou pelos pés dos dois meias espanhóis: Silva de um lado e Cazorla do outro. Se por um lado Cazorla deitou e rolou, do outro Silva não teve com quem jogar, em especial no primeiro tempo, quando ficou no mata-burro. Vigiado pelo cabeça de área adversário, o camisa 21 do City encontrou-se num cobertor curto, para não dizer em maus lençóis. Porque quando recuava para chamar o jogo, deixava Agüero isolado no ataque, e quando não recuava para chamar o jogo, ele ficava entregue a Fernandinho, que não estava num dia tão inspirado. Ou seja, no quesito criatividade, a meia cancha do City dependia desse recuo de Silva pela faixa central, uma vez que os wingers Navas e Milner se comportavam como tal, mais presos aos flancos. E quando isso acontecia, Agüero ficava isolado. Em outras palavras, Yaya Touré fez muita falta.
Em contrapartida, Cazorla deitava e rolava. Não à toa, foi eleito o melhor da partida. Marcando por zona lá atrás, preenchendo bem os espaços, em busca do contra ataque, o Arsenal tinha no seu camisa 19 a válvula de escape e o pé pensante ao mesmo tempo. Era Cazorla o maior responsável em fazer a transição rápida, para pegar a defesa do City desorganizada, em regra pela meia esquerda, com Alexis Sánchez ao lado. Mas era Cazorla também o maior responsável em cadenciar o jogo quando esse assim se desenhava, trocando passes e valorizando a posse de bola como nenhum outro atleta em campo. Fez o que, por exemplo, Silva não conseguiu fazer do outro lado, muito em função das peças ao seu redor e do funcionamento do coletivo. No que diz respeito ao coletivo, por sinal, o Arsenal foi superior ao City, tanto defensiva quanto ofensivamente. Mesmo fora de casa.
Na segunda etapa o panorama foi um pouco diferente. Milner não voltou do intervalo. Na vaga dele, entrou Jovetic, aberto à esquerda, enquanto Silva se manteve pelo corredor central, mas com mais liberdade para circular pelo meio campo, mais armador, uma vez que Agüero não ficava mais tão isolado com a presença de Jovetic. O City melhorou, porém o Arsenal não piorou. Pelo contrário. Embora o City tenha melhorado no segundo tempo, o Arsenal manteve o nível dos primeiros 45 minutos, eficiente na marcação por zona, na transição e na troca de passes. Tanto é que aos 66’ os Gunners ampliaram o placar: 2 a 0, gol de Giroud, em assistência de Cazorla (o primeiro havia sido marcado aos 24’, de pênalti, por... Cazorla). Placar que permaneceu assim até o apito final e que garantiu mais três pontos ao Arsenal. Mas mais do que três pontos, essa vitória no Etihad garante também a confiança necessária para se chegar longe numa liga tão disputada quanto à inglesa. Se não para brigar pelo título, ao menos para garantir numa vaga na Champions League 2015/16. No momento, o Arsenal é o quinto colocado. E o City, o segundo.
O camisa 10 veste a 5
De uns tempos para cá, cabeça de área, no Brasil, virou sinônimo de cão de guarda. De uns tempos para cá, talvez mais de 20 anos, cabeça de área no Brasil virou sinônimo de destruidor. Enquanto sinônimo de construtor virou o camisa 10. No fim das contas, dividiu-se assim as funções: você destrói e você constrói. Você joga sem a bola e você joga com a bola. No fim das contas, dividiu-se o setor mais importante do jogo: o meio de campo.
Particularmente gosto de fazer uma divisão na meia cancha, mas não nesse sentido. Pois para mim existem dois tipos de meio-campistas: os de beirada e os de faixa central. Simples assim. Ou o meio-campista é jogador de flanco (velocidade e habilidade), ou é jogador de faixa central (visão e técnica). Essa divisão faz sentido, para mim. Já a outra, entre volante e meia, entre cão de guarda e camisa 10, entre destruidor e construtor, não. Dessa eu discordo com todas minhas forças. (Tostão escreveu sobre isso esses dias, inclusive.)
Costumo dizer que o camisa 10 clássico, o meia-armador, estilo Ganso, não morreu. Se adaptou. Não da noite para dia, já que nada acontece da noite para o dia, ainda mais em caráter evolutivo. Mas se adaptou. Pois os times que têm predileção pela manutenção da posse de bola e pela troca e passes, e que conseguem fazer isso com excelência, claro, hoje tem no seu "cão de guarda", no seu camisa 5, o seu camisa 10. Esses times têm no seu "primeiro volante" o construtor, o pé pensante, e não o destruidor, não o ladrão de bola que rouba e toca para o lado. Exemplos? Real Madrid, Bayern e Juventus.
Nos times treinados por Ancelotti, Guardiola e Allegri, os verdadeiros arquitetos são Kroos, Alonso e Pirlo. São eles os grandes responsáveis pela construção do jogo, pegando a bola à frente dos zagueiros, virando de frente e, com visão e qualidade no passe, distribuindo de trás. Não quero dizer que os outros jogadores não constroem, que os outros jogadores não criam. Não é isso. Pelo contrário. Todos criam. Assim como todos marcam. Contudo me parece saudável à equipe ter no principal setor do jogo (o meio de campo) um primeiro toque pensado, qualificado de técnica e visão.
Também não quero dizer que todos os times do mundo devem jogar assim. Não é isso. O Chelsea, por exemplo, tem em Matic o dito primeiro volante, um jogador com características bem distintas de Kroos, Alonso e Pirlo. Mas sem dúvida um dos melhores na posição, uma vez que sua função é diferente. O papel desempenhado por ele no time de Mourinho não é o mesmo feito pelo trio acima em suas respectivas equipes, uma vez que cada equipe tem suas respectivas peças, suas estruturas táticas e suas filosofias. Como disse, essa opção por um pé pensante na cabeça de área, como Kroos, Alonso e Pirlo, ocorre em times que privilegiam a posse de bola e a troca de passes, como o Madrid, o Bayern e a Juventus (a Juventus talvez um pouco menos, mas Pirlo é o exemplo mais clássico de todos, não podia ficar de fora). E é aí que entra o dedo do treinador.
Particularmente gosto de fazer uma divisão na meia cancha, mas não nesse sentido. Pois para mim existem dois tipos de meio-campistas: os de beirada e os de faixa central. Simples assim. Ou o meio-campista é jogador de flanco (velocidade e habilidade), ou é jogador de faixa central (visão e técnica). Essa divisão faz sentido, para mim. Já a outra, entre volante e meia, entre cão de guarda e camisa 10, entre destruidor e construtor, não. Dessa eu discordo com todas minhas forças. (Tostão escreveu sobre isso esses dias, inclusive.)
Costumo dizer que o camisa 10 clássico, o meia-armador, estilo Ganso, não morreu. Se adaptou. Não da noite para dia, já que nada acontece da noite para o dia, ainda mais em caráter evolutivo. Mas se adaptou. Pois os times que têm predileção pela manutenção da posse de bola e pela troca e passes, e que conseguem fazer isso com excelência, claro, hoje tem no seu "cão de guarda", no seu camisa 5, o seu camisa 10. Esses times têm no seu "primeiro volante" o construtor, o pé pensante, e não o destruidor, não o ladrão de bola que rouba e toca para o lado. Exemplos? Real Madrid, Bayern e Juventus.
Nos times treinados por Ancelotti, Guardiola e Allegri, os verdadeiros arquitetos são Kroos, Alonso e Pirlo. São eles os grandes responsáveis pela construção do jogo, pegando a bola à frente dos zagueiros, virando de frente e, com visão e qualidade no passe, distribuindo de trás. Não quero dizer que os outros jogadores não constroem, que os outros jogadores não criam. Não é isso. Pelo contrário. Todos criam. Assim como todos marcam. Contudo me parece saudável à equipe ter no principal setor do jogo (o meio de campo) um primeiro toque pensado, qualificado de técnica e visão.
Também não quero dizer que todos os times do mundo devem jogar assim. Não é isso. O Chelsea, por exemplo, tem em Matic o dito primeiro volante, um jogador com características bem distintas de Kroos, Alonso e Pirlo. Mas sem dúvida um dos melhores na posição, uma vez que sua função é diferente. O papel desempenhado por ele no time de Mourinho não é o mesmo feito pelo trio acima em suas respectivas equipes, uma vez que cada equipe tem suas respectivas peças, suas estruturas táticas e suas filosofias. Como disse, essa opção por um pé pensante na cabeça de área, como Kroos, Alonso e Pirlo, ocorre em times que privilegiam a posse de bola e a troca de passes, como o Madrid, o Bayern e a Juventus (a Juventus talvez um pouco menos, mas Pirlo é o exemplo mais clássico de todos, não podia ficar de fora). E é aí que entra o dedo do treinador.
sábado, janeiro 17, 2015
Pinta um novo 9 no futebol mundial
Centroavante. Argentino. Canhoto. Apenas 21 anos de idade.
Nome: Paulo Dybala.
Contratado pelo Palermo em julho de 2012 junto ao Instituto Córdoba por € 12 milhões, no momento Paulo Dybala está na briga pela artilharia do Italiano 2014/15. Briga direta com dois conterrâneos, por sinal. Tevez lidera (11 gols em 17 jogos), seguido do próprio Dybala (10 gols em 18 jogos) e de Icardi (10 gols em 19 jogos). Além de 10 gols em 18 jogos, ele soma 6 assistências no campeonato.
Seu contrato vai até junho de 2016, e parece que já tem peixe grande em cima do atacante. Fala-se no Arsenal, por exemplo. No entanto pode ser que seja apenas especulação. Seja como for, o fato é que Dybala tem bola para jogar em time top da Europa, e sua transferência, independente do destino, deve acontecer logo. O próprio Palermo deve querer fazer dinheiro com o jogador, portanto penso que é um negócio que pode ocorrer, sei lá, já na janela de verão, após a atual temporada.
Não conhece o futebol do camisa 9? Veja o vídeo abaixo.
Nome: Paulo Dybala.
Contratado pelo Palermo em julho de 2012 junto ao Instituto Córdoba por € 12 milhões, no momento Paulo Dybala está na briga pela artilharia do Italiano 2014/15. Briga direta com dois conterrâneos, por sinal. Tevez lidera (11 gols em 17 jogos), seguido do próprio Dybala (10 gols em 18 jogos) e de Icardi (10 gols em 19 jogos). Além de 10 gols em 18 jogos, ele soma 6 assistências no campeonato.
Seu contrato vai até junho de 2016, e parece que já tem peixe grande em cima do atacante. Fala-se no Arsenal, por exemplo. No entanto pode ser que seja apenas especulação. Seja como for, o fato é que Dybala tem bola para jogar em time top da Europa, e sua transferência, independente do destino, deve acontecer logo. O próprio Palermo deve querer fazer dinheiro com o jogador, portanto penso que é um negócio que pode ocorrer, sei lá, já na janela de verão, após a atual temporada.
Não conhece o futebol do camisa 9? Veja o vídeo abaixo.
quinta-feira, janeiro 15, 2015
Duas opções para o Inter 2015
Não sei o que Aguirre tem em mente para o Internacional, no que diz respeito ao esquema tático da equipe. Até onde sei, salvo engano, ele é adepto do 4-4-2 em linha. Daí a dizer de que ele irá implantá-lo no Colorado, são outros quinhentos. Por essas e outras me permiti projetar nesse post duas opções para a temporada: uma no 4-4-2 em linha e outra no 4-1-4-1 – sistema de Abel Braga no ano passado.
No 4-4-2 em linha, com a chegada de Vitinho, pensaria nele e Sasha pelas extremas, com Nilton primeiro volante e Aránguiz segundo, saindo mais, além de D’Alessandro pela faixa central, encostando em Nilmar. D’Ale é mais meia que atacante, e a variação para um 4-4-1-1 seria natural, com o camisa 10, sem a bola, marcando o primeiro volante adversário, enquanto os extremos Sasha e Vitinho fecham os lados, alinhados aos volantes, todos dançando o baile da compactação. (Sem Vitinho, defendo esta opção aqui.)
Dessa maneira o Inter teria dois típicos wingers, dois atletas de velocidade e drible pelas beiradas, de condução, de transição rápida. Não dois goleadores, mas dois jogadores de características fundamentais a uma estratégia de jogo, especialmente adotada fora de casa e/ou quando se está em vantagem no placar: o contra ataque. Dessa forma, D’Alessandro, que atuou à direita na temporada passada (e em tantas outras, inclusive na Libertadores 2010), teria de trabalhar mais pela faixa central, para liberar o flanco para Sasha. O que não seria problema para ele, nem para o time. O problema, nesse caso, seria de Alex, que acabaria no banco.
Há também Giorgian De Arrascaeta, ex-Defensor, uruguaio de 20 anos de idade. Confesso que não conheço o futebol dele, por conseguinte não posso opinar sobre. A julgar por esse vídeo no YouTube, todavia, parece-me um meia-atacante versátil, que rende bem tanto por dentro quanto por fora, atrás do centroavante ou vindo da ponta. Porém posso estar enganado. Por isso não especulei-o na prancheta acima, nem na abaixo. Na prancheta abaixo, aliás, a meu ver, encontra-se um XI mais equilibrado, com as peças melhor distribuídas, no 4-1-4-1.
No 4-1-4-1, com Vitinho, a ideia é a mesma da alternativa anterior: velocidade e habilidade pelos flancos com ele e Sasha, dando ênfase aos contra golpes – ainda mais com o velocista Nilmar no comando do ataque. O que muda é o miolo da meia cancha, nesse caso. Em vez de uma dupla de volantes, nesse esquema há a figura do cabeça de área, incorporada em Nilton, à frente da zaga. Nilton, por sinal, resgata uma “tradição” recente de primeiros volantes altos no Inter (Sandro, etc). E à frente dele, uma dupla de meias de altíssima categoria: o argentino D’Alessandro e o chileno Aránguiz. Dessa forma, penso eu, a meiuca ficaria mais balanceada, tanto defensiva quanto ofensivamente.
Uma visualização rápida. Com a posse de bola, por exemplo, Ernando e Réver poderiam abrir pelos lados, para liberar os laterais simultaneamente, enquanto Nilton se aprofundaria entre eles, como uma espécie de terceiro zagueiro, deixando a criação do corredor central toda nos pés de Aránguiz e D’Alessandro. E do próprio Nilmar, que poderia recuar para se somar ao meio campo, além de abrir espaço para as entradas em diagonal de Vitinho e Sasha – que por suas vezes abririam espaço para as subidas dos laterais.
Seja como for, no 4-4-2 em linha, no 4-1-4-1 ou noutro esquema tático por mim aqui não cogitado, o fato é que a expectativa é positiva em relação ao Inter. Pelo menos a minha. Principalmente pela contratação de um treinador estrangeiro, que, confesso, não conheço direito, contudo tenho certeza de que pior que a média dos medalhões brasileiros, ele não é. É importante lembrar à imprensa, à torcida e à cartolagem, portanto, que Aguirre está chegando agora, e que uma avaliação justa do seu trabalho só pode ser feita lá pelo final da temporada. Qualquer avaliação antes disso é injusta, cruel e covarde. Repito: covarde. Caso as coisas não engrenem logo de cara, nós não podemos fazer dele um novo Gareca. Nós imprensa, nós torcida, nós cartolagem.
EM TEMPO: Giorgian De Arrascaeta acabou fechando com o Cruzeiro.
No 4-4-2 em linha, com a chegada de Vitinho, pensaria nele e Sasha pelas extremas, com Nilton primeiro volante e Aránguiz segundo, saindo mais, além de D’Alessandro pela faixa central, encostando em Nilmar. D’Ale é mais meia que atacante, e a variação para um 4-4-1-1 seria natural, com o camisa 10, sem a bola, marcando o primeiro volante adversário, enquanto os extremos Sasha e Vitinho fecham os lados, alinhados aos volantes, todos dançando o baile da compactação. (Sem Vitinho, defendo esta opção aqui.)
Dessa maneira o Inter teria dois típicos wingers, dois atletas de velocidade e drible pelas beiradas, de condução, de transição rápida. Não dois goleadores, mas dois jogadores de características fundamentais a uma estratégia de jogo, especialmente adotada fora de casa e/ou quando se está em vantagem no placar: o contra ataque. Dessa forma, D’Alessandro, que atuou à direita na temporada passada (e em tantas outras, inclusive na Libertadores 2010), teria de trabalhar mais pela faixa central, para liberar o flanco para Sasha. O que não seria problema para ele, nem para o time. O problema, nesse caso, seria de Alex, que acabaria no banco.
Há também Giorgian De Arrascaeta, ex-Defensor, uruguaio de 20 anos de idade. Confesso que não conheço o futebol dele, por conseguinte não posso opinar sobre. A julgar por esse vídeo no YouTube, todavia, parece-me um meia-atacante versátil, que rende bem tanto por dentro quanto por fora, atrás do centroavante ou vindo da ponta. Porém posso estar enganado. Por isso não especulei-o na prancheta acima, nem na abaixo. Na prancheta abaixo, aliás, a meu ver, encontra-se um XI mais equilibrado, com as peças melhor distribuídas, no 4-1-4-1.
No 4-1-4-1, com Vitinho, a ideia é a mesma da alternativa anterior: velocidade e habilidade pelos flancos com ele e Sasha, dando ênfase aos contra golpes – ainda mais com o velocista Nilmar no comando do ataque. O que muda é o miolo da meia cancha, nesse caso. Em vez de uma dupla de volantes, nesse esquema há a figura do cabeça de área, incorporada em Nilton, à frente da zaga. Nilton, por sinal, resgata uma “tradição” recente de primeiros volantes altos no Inter (Sandro, etc). E à frente dele, uma dupla de meias de altíssima categoria: o argentino D’Alessandro e o chileno Aránguiz. Dessa forma, penso eu, a meiuca ficaria mais balanceada, tanto defensiva quanto ofensivamente.
Uma visualização rápida. Com a posse de bola, por exemplo, Ernando e Réver poderiam abrir pelos lados, para liberar os laterais simultaneamente, enquanto Nilton se aprofundaria entre eles, como uma espécie de terceiro zagueiro, deixando a criação do corredor central toda nos pés de Aránguiz e D’Alessandro. E do próprio Nilmar, que poderia recuar para se somar ao meio campo, além de abrir espaço para as entradas em diagonal de Vitinho e Sasha – que por suas vezes abririam espaço para as subidas dos laterais.
Seja como for, no 4-4-2 em linha, no 4-1-4-1 ou noutro esquema tático por mim aqui não cogitado, o fato é que a expectativa é positiva em relação ao Inter. Pelo menos a minha. Principalmente pela contratação de um treinador estrangeiro, que, confesso, não conheço direito, contudo tenho certeza de que pior que a média dos medalhões brasileiros, ele não é. É importante lembrar à imprensa, à torcida e à cartolagem, portanto, que Aguirre está chegando agora, e que uma avaliação justa do seu trabalho só pode ser feita lá pelo final da temporada. Qualquer avaliação antes disso é injusta, cruel e covarde. Repito: covarde. Caso as coisas não engrenem logo de cara, nós não podemos fazer dele um novo Gareca. Nós imprensa, nós torcida, nós cartolagem.
EM TEMPO: Giorgian De Arrascaeta acabou fechando com o Cruzeiro.
quarta-feira, janeiro 14, 2015
Substituição na lista dos 23 sub-23
Pela segunda vez na semana, quero dar a mão à palmatória. Na quarta-feira passada, publiquei uma lista dos 23 melhores jogadores sub-23 do mundo, na minha visão, e acabei deixando dois nomes essencias de fora (confira aqui). Um pouco por falta de cuidado da minha parte, um pouco por ignorância da minha parte, deixei de fora dois nomes obrigatórios, e por isso resolvi fazer essa substituição sete dias depois. (A outra cagada que cometi, a outra mão à palmatória, foi no caso "Dudu no Corinthians", retratada neste post sobre o Palmeiras.) Refiro-me a Depay e Kovacic.
Memphis Depay. Holandês. Ponta-esquerda. Completa 21 anos em 2015.
Mateo Kovacic. Croata. Meia-atacante. Completa 21 anos em 2015.
PS: Para Depay e Kovacic entrarem na lista eu tiraria, obviamente, os dois últimos colocados (Emre Can e Adnan Januzaj).
Memphis Depay. Holandês. Ponta-esquerda. Completa 21 anos em 2015.
Mateo Kovacic. Croata. Meia-atacante. Completa 21 anos em 2015.
PS: Para Depay e Kovacic entrarem na lista eu tiraria, obviamente, os dois últimos colocados (Emre Can e Adnan Januzaj).
terça-feira, janeiro 13, 2015
Dudu e Kelvin: quem segura?
Quando Dudu foi anunciado no último domingo, apressei-me a projetar um time com ele e outros jogadores recém-contratados pelo Palmeiras. Nele, acabei colocando-o na ponta direita, apesar de ter grifado "Dudu é ponta-esquerda e ponto final" no texto. Nessa projeção, para encaixar Zé Roberto na esquerda, sem descartar a inversão deles (leia o post no próximo link), desloquei Dudu à direita (veja aqui na prancheta). Novidades surgiram nas últimas horas, no entanto. E a chegada de um atleta em específico, noticiada nesta terça-feira, fez-me mudar de visão sobre o possível/provável Palmeiras.
Refiro-me a Kelvin. Ficou famoso por deixar Jesus de joelhos (relembre na abertura do vídeo abaixo). Ponta do Porto, brasileiro, 21 anos. Chega por empréstimo de uma temporada. O que me faz pensar que ele será titular. Não só por isso, mas em especial por suas características de velocidade e drible. Características semelhantes às de Dudu, inclusive, embora Kelvin me pareça mais agudo. Ou seja, os laterais aversários que se cuidem! Enfim. O fato é que Oswaldo tem em mãos dois belos wingers, dois excelentes jogadores de beirada, acima da média do futebol brasileiro. Um canhoto (Kelvin) e outro destro (Dudu). O que me leva a crer que o treinador irá adotar a tática dos pés opostos: canhoto na ponta direita e destro na ponta esquerda. Tática da qual sou adepto, por sinal.
A questão é: e Zé Roberto? Com Kelvin e Dudu nas pontas do suposto 4-2-3-1 alviverde, onde entra Zé Roberto? Porque, num primeiro momento, vejo Zé titularíssimo. Pelo menos no primeiro semestre do ano, honestamente, não consigo imaginá-lo fora do XI inicial. Você consegue? Bah. Eu juro que eu não. Logo, abrem-se, pelo menos na minha cabeça, três alternativas: ou Zé Roberto joga como meia-central, ou Zé Roberto joga como volante, ou Zé Roberto joga na lateral esquerda. Em outras palavras, Zé deve ser o curinga de Oswaldo. Quando Valdivia não estiver apto, ele pode formar o meio campo com Amaral e Gabriel (4-2-3-1 ou 4-1-4-1). Quando Valdivia estiver apto, ele pode formar a dupla de volantes com Amaral ou Gabriel (4-2-3-1). Ou, de preferência quando Victor Luis não estiver à disposição, Zé Roberto pode jogar na lateral. Isso tudo aos 40 anos. Resumindo: que homem!
Seja como for, com Zé na meia, na "volância" (odeio esse termo), na lateral ou no banco de reservas (se isso rolar ficarei bastante surpreso), o fato é que o Palmeiras está montando um plantel forte para os padrões nacionais. Não diria forte ao ponto de candidatá-lo ao título do Brasileirão 2015, mas forte ao ponto de visualizá-lo na briga por uma vaga na Libertadores 2016.
Claro. Trata-se de um início de trabalho. É preciso ter cautela. Não se pode empolgar. Outros concorrentes estão com o mesmo treinador há mais tempo, praticamente o mesmo elenco, até mesmo o mesmo XI, e isso significa uma baita vantagem. Ainda assim, vejo qualidade no trabalho de Oswaldo e nos jogadores que chegaram ao ponto de acreditar que o time ganhará corpo e engrenará a tempo de brigar por uma vaga no G4. Mas para tanto, Oswaldo precisará de convicção para definir o XI o quanto antes, para dar sequência a ele e para deixá-lo evoluir (lembre-se: sem convicção não há repetição, e sem repetição não há evolução). Quanto às possibilidades na Copa do Brasil... Bom. No mata-mata tudo pode acontecer.
Refiro-me a Kelvin. Ficou famoso por deixar Jesus de joelhos (relembre na abertura do vídeo abaixo). Ponta do Porto, brasileiro, 21 anos. Chega por empréstimo de uma temporada. O que me faz pensar que ele será titular. Não só por isso, mas em especial por suas características de velocidade e drible. Características semelhantes às de Dudu, inclusive, embora Kelvin me pareça mais agudo. Ou seja, os laterais aversários que se cuidem! Enfim. O fato é que Oswaldo tem em mãos dois belos wingers, dois excelentes jogadores de beirada, acima da média do futebol brasileiro. Um canhoto (Kelvin) e outro destro (Dudu). O que me leva a crer que o treinador irá adotar a tática dos pés opostos: canhoto na ponta direita e destro na ponta esquerda. Tática da qual sou adepto, por sinal.
A questão é: e Zé Roberto? Com Kelvin e Dudu nas pontas do suposto 4-2-3-1 alviverde, onde entra Zé Roberto? Porque, num primeiro momento, vejo Zé titularíssimo. Pelo menos no primeiro semestre do ano, honestamente, não consigo imaginá-lo fora do XI inicial. Você consegue? Bah. Eu juro que eu não. Logo, abrem-se, pelo menos na minha cabeça, três alternativas: ou Zé Roberto joga como meia-central, ou Zé Roberto joga como volante, ou Zé Roberto joga na lateral esquerda. Em outras palavras, Zé deve ser o curinga de Oswaldo. Quando Valdivia não estiver apto, ele pode formar o meio campo com Amaral e Gabriel (4-2-3-1 ou 4-1-4-1). Quando Valdivia estiver apto, ele pode formar a dupla de volantes com Amaral ou Gabriel (4-2-3-1). Ou, de preferência quando Victor Luis não estiver à disposição, Zé Roberto pode jogar na lateral. Isso tudo aos 40 anos. Resumindo: que homem!
Seja como for, com Zé na meia, na "volância" (odeio esse termo), na lateral ou no banco de reservas (se isso rolar ficarei bastante surpreso), o fato é que o Palmeiras está montando um plantel forte para os padrões nacionais. Não diria forte ao ponto de candidatá-lo ao título do Brasileirão 2015, mas forte ao ponto de visualizá-lo na briga por uma vaga na Libertadores 2016.
Claro. Trata-se de um início de trabalho. É preciso ter cautela. Não se pode empolgar. Outros concorrentes estão com o mesmo treinador há mais tempo, praticamente o mesmo elenco, até mesmo o mesmo XI, e isso significa uma baita vantagem. Ainda assim, vejo qualidade no trabalho de Oswaldo e nos jogadores que chegaram ao ponto de acreditar que o time ganhará corpo e engrenará a tempo de brigar por uma vaga no G4. Mas para tanto, Oswaldo precisará de convicção para definir o XI o quanto antes, para dar sequência a ele e para deixá-lo evoluir (lembre-se: sem convicção não há repetição, e sem repetição não há evolução). Quanto às possibilidades na Copa do Brasil... Bom. No mata-mata tudo pode acontecer.
segunda-feira, janeiro 12, 2015
Ancelotti, o campeão moral de 2014
O título pesa. Tanto é que Löw foi um dos três finalistas na eleição da FIFA. Para mim, com todo respeito, uma piada. Costumo dizer, aliás, sem querer pegar no pé, mas já pegando, que a Alemanha ganhou a Copa do Mundo apesar de Löw. Dito isso, o título pesa. E não tenha dúvida de que pesou a favor de Ancelotti, o técnico que liderou o Madrid na conquista da Décima. O que mais credita Ancelotti ao título de Melhor Treinador de 2014, no entanto, em minha opinião, não é o título da Champions League em si, e sim a maneira como o Madrid atuou antes e depois dessa conquista. Em outras palavras, antes e depois das saídas de Alonso e Di María. E das chegadas de Kroos e James.
Pois Carlo Ancelotti perdeu duas peças fundamentais em sua engrenagem. Quando sua equipe engrenou de vez, por sinal, Florentino Pérez abriu sua banca de negócios e vendeu dois de seus principais jogadores: o primeiro volante e o extremo-esquerdo. Pois quando Ancelotti encontrou o chamado XI ideal, no 4-4-2 em linha, Alonso formava a dupla de volantes com Modric, e Di María era o winger pela esquerda, enquanto Bale era o winger pela direita, e Ronaldo e Benzema formavam a dupla de ataque. Eis que, de repente, um dos melhores primeiros volantes do mundo (Alonso) e o melhor winger do mundo (Di María) foram negociados. E Ancelotti ficou a ver navios.
Mentira. Não ficou a ver navios. Chegaram dois excelentes jogadores. Dois craques. Kroos e James. Em tese, um para substituir Alonso, e o outro para substituir Di María. Em tese, não. Na prática mesmo. E foi aí que entrou o dedo de Ancelotti, já que as características dos atletas (entre Kroos e Alonso nem tanto, mas entre James e Di María, obviamente) são bastante diferentes. Ele perdeu um winger nato, recebeu um meia clássico e ouviu do presidente: se vire! Aí ele se virou. E reinventou o time. Talvez hoje o único time capaz de mesclar dois estilos de jogo com eficiência. Talvez o único capaz de atuar tanto no contra ataque quanto na manutenção da posse de bola com a mesma excelência. Capaz de executar tanto transições ofensivas, velozes e furiosas, quanto trocas de passes, pacientes e precisos. Talvez o único time do mundo na atualidade capaz de praticar as duas filosofias do jogo com a mesma maestria.
Tudo isso sem deixar a peteca cair, diga-se. Tudo isso, todo esse período de transição, que não é nada fácil, sem deixar o nível oscilar. Tudo isso em pleno 2014, entre as temporadas 2013/14 e 2014/15. Tudo isso, claro, graças ao seu trabalho, mas graças também a Toni Kroos, uma vez que ele chegou e fez seus companheiros de time e a torcida esquecerem Xabi Alonso em pouco tempo. Pelo menos tática e tecnicamente, o alemão caiu como uma luva. Sem dúvida, facilitou a vida de Ancelotti. Ainda assim, é digna de elogios essa transição feita pelo treinador italiano. Um pouco, vá lá, em relação à troca de Alonso por Kroos, mas muito em relação à adaptação de James, que chegou para substituir nada menos que Di María, o melhor winger do planeta. Tudo isso sem deixar a peteca cair, sem baixar o nível. (Sem falar em Isco, que está voando e pode/deve tomar a vaga de James no chamado XI ideal.)
Por essas e outras, entendo que foi mais do que justa a escolha de Ancelotti como Melhor Treinador de 2014. Não só pelos troféus conquistados pelo seu time (Copa do Rei, Champions League e Mundial), mas fundamentalmente pela maneira como esse time, em meio a duas trocas de peso, conquistou esses troféus. Não só pelos títulos, mas fundamentalmente pela manutenção do alto nível, em meio a duas substituições de peso. Ou melhor: manutenção, não. Evolução. Porque dá para dizer que o Real Madrid do segundo semestre de 2014, o Real Madrid de agora, com Kroos e James (Isco), é mais time que o Real Madrid do primeiro semestre de 2014, com Alonso e Di María. Ou não dá? Acho que dá, sim. Mas enfim. Seja como for, o fato é que o título de melhor treinador do ano passado está em ótimas mãos.
EM TEMPO: Como você notou, esse texto já estava pronto. Foi feito antes do anúncio do vencedor do prêmio. Löw foi eleito. Eu sei. Mas resolvi publicá-lo mesmo assim, primeiro por motivo de preguiça, segundo de revolta, e terceiro porque ele expõe bem minha opinião sobre o assunto e sobre Ancelotti.
Pois Carlo Ancelotti perdeu duas peças fundamentais em sua engrenagem. Quando sua equipe engrenou de vez, por sinal, Florentino Pérez abriu sua banca de negócios e vendeu dois de seus principais jogadores: o primeiro volante e o extremo-esquerdo. Pois quando Ancelotti encontrou o chamado XI ideal, no 4-4-2 em linha, Alonso formava a dupla de volantes com Modric, e Di María era o winger pela esquerda, enquanto Bale era o winger pela direita, e Ronaldo e Benzema formavam a dupla de ataque. Eis que, de repente, um dos melhores primeiros volantes do mundo (Alonso) e o melhor winger do mundo (Di María) foram negociados. E Ancelotti ficou a ver navios.
Mentira. Não ficou a ver navios. Chegaram dois excelentes jogadores. Dois craques. Kroos e James. Em tese, um para substituir Alonso, e o outro para substituir Di María. Em tese, não. Na prática mesmo. E foi aí que entrou o dedo de Ancelotti, já que as características dos atletas (entre Kroos e Alonso nem tanto, mas entre James e Di María, obviamente) são bastante diferentes. Ele perdeu um winger nato, recebeu um meia clássico e ouviu do presidente: se vire! Aí ele se virou. E reinventou o time. Talvez hoje o único time capaz de mesclar dois estilos de jogo com eficiência. Talvez o único capaz de atuar tanto no contra ataque quanto na manutenção da posse de bola com a mesma excelência. Capaz de executar tanto transições ofensivas, velozes e furiosas, quanto trocas de passes, pacientes e precisos. Talvez o único time do mundo na atualidade capaz de praticar as duas filosofias do jogo com a mesma maestria.
Tudo isso sem deixar a peteca cair, diga-se. Tudo isso, todo esse período de transição, que não é nada fácil, sem deixar o nível oscilar. Tudo isso em pleno 2014, entre as temporadas 2013/14 e 2014/15. Tudo isso, claro, graças ao seu trabalho, mas graças também a Toni Kroos, uma vez que ele chegou e fez seus companheiros de time e a torcida esquecerem Xabi Alonso em pouco tempo. Pelo menos tática e tecnicamente, o alemão caiu como uma luva. Sem dúvida, facilitou a vida de Ancelotti. Ainda assim, é digna de elogios essa transição feita pelo treinador italiano. Um pouco, vá lá, em relação à troca de Alonso por Kroos, mas muito em relação à adaptação de James, que chegou para substituir nada menos que Di María, o melhor winger do planeta. Tudo isso sem deixar a peteca cair, sem baixar o nível. (Sem falar em Isco, que está voando e pode/deve tomar a vaga de James no chamado XI ideal.)
Por essas e outras, entendo que foi mais do que justa a escolha de Ancelotti como Melhor Treinador de 2014. Não só pelos troféus conquistados pelo seu time (Copa do Rei, Champions League e Mundial), mas fundamentalmente pela maneira como esse time, em meio a duas trocas de peso, conquistou esses troféus. Não só pelos títulos, mas fundamentalmente pela manutenção do alto nível, em meio a duas substituições de peso. Ou melhor: manutenção, não. Evolução. Porque dá para dizer que o Real Madrid do segundo semestre de 2014, o Real Madrid de agora, com Kroos e James (Isco), é mais time que o Real Madrid do primeiro semestre de 2014, com Alonso e Di María. Ou não dá? Acho que dá, sim. Mas enfim. Seja como for, o fato é que o título de melhor treinador do ano passado está em ótimas mãos.
EM TEMPO: Como você notou, esse texto já estava pronto. Foi feito antes do anúncio do vencedor do prêmio. Löw foi eleito. Eu sei. Mas resolvi publicá-lo mesmo assim, primeiro por motivo de preguiça, segundo de revolta, e terceiro porque ele expõe bem minha opinião sobre o assunto e sobre Ancelotti.
domingo, janeiro 11, 2015
Possível Palmeiras 2015
Quero dar a mão à palmatória, primeiramente. Embarquei na onda. Acreditei na "notícia" de que Dudu tinha fechado com o Corinthians e não com o São Paulo, e publiquei isto. Uma análise sobre como fazia mais sentido Dudu no Corinthians do que no São Paulo. Basicamente por uma questão de elenco. No fim das contas, no entanto, nem Corinthians, nem São Paulo: Dudu fechou com o Palmeiras. Isso mesmo. Dudu fechou com o Palmeiras. Segundo PVC, por quatro anos.
Como disse no post intitulado “O novo ponta-esquerda do Timão” (Carlão trouxa), Dudu é jogador de beirada. É jogador de velocidade, de drible, de condução. É winger. Não é meia. Não é jogador de faixa central, de técnica, de passe. É de lado de campo. Minha dúvida só é de qual lado. A resposta deveria ser simples: lado esquerdo. Dudu é ponta-esquerda e ponto final. Contudo, com Zé Roberto na possível linha de três do 4-2-3-1 de Oswaldo de Oliveira, pode ser que Dudu passe para a ponta direita, para que Zé fique na esquerda (prancheta abaixo, com numeração fictícia). Porém essa projeção pode ser alterada se a opção pelo pé invertido ganhar força na cabeça do treinador, e o canhoto Zé Roberto for escalado à direita, para buscar o jogo por dentro e abrir o corredor para Lucas (e Dudu na dele, à esquerda).
Tudo isso com Valdivia atrás do nove.
Quando Valdivia não estiver à disposição (convenhamos, geralmente quase metade da temporada), aí sim a ponta esquerda deve ser toda de Dudu, com Zé Roberto no lugar do chileno, centralizado, e Allione na ponta direita. Isso, claro, partindo de dois princípios básicos: que Oswaldo vai utilizar o 4-2-3-1, e que Zé Roberto não jogará na lateral, posição onde atuou no Grêmio 2014, e que deve ser ocupada por Victor Luis no Palmeiras 2015. Dudu e Zé Roberto, aliás, foram talvez os dois principais jogadores de linha do time gaúcho no ano passado. Ambos agora no Palmeiras.
Seja como for, o fato é que Dudu é uma ótima contratação do Palmeiras. Vai preencher uma lacuna importante no plantel alviverde. Chega para assumir essa posição meio carente no futebol brasileiro, posição de lado de campo e de velocidade. E é novo. Completou 23 anos na semana passada. Ou seja, tem bola não só para o curto prazo, mas também para o longo. Chega para render frutos não só hoje, mas também amanhã. Pois se render o que dele se espera, pode gerar uma boa negociação no futuro. Se não para o centro da Europa, para os mercados periféricos.
Como tudo não são flores, só tem uma coisa: Dudu não é goleador. Seu faro de gol não é apurado. Raciocínio que também se aplica aos outros jogadores da linha de três. Em outras palavras, Oswaldo precisa desenvolver o coletivo com excelência para que o time não dependa de Rafael (ou Leandro) nesse quesito. Os volantes e os laterais serão essenciais no processo construtivo e de arremate. Porque não dá para esperar muitos gols dessa possível linha de três. Uma baita linha de três, diga-se de passagem, mas em tese sem tanto poder de finalização. Logo, o coletivo terá de ser bem trabalhado para que a artilharia seja bem distribuída. De qualquer forma, o fato é que o elenco de 2015 já é bem melhor que o de 2014.
Como disse no post intitulado “O novo ponta-esquerda do Timão” (Carlão trouxa), Dudu é jogador de beirada. É jogador de velocidade, de drible, de condução. É winger. Não é meia. Não é jogador de faixa central, de técnica, de passe. É de lado de campo. Minha dúvida só é de qual lado. A resposta deveria ser simples: lado esquerdo. Dudu é ponta-esquerda e ponto final. Contudo, com Zé Roberto na possível linha de três do 4-2-3-1 de Oswaldo de Oliveira, pode ser que Dudu passe para a ponta direita, para que Zé fique na esquerda (prancheta abaixo, com numeração fictícia). Porém essa projeção pode ser alterada se a opção pelo pé invertido ganhar força na cabeça do treinador, e o canhoto Zé Roberto for escalado à direita, para buscar o jogo por dentro e abrir o corredor para Lucas (e Dudu na dele, à esquerda).
Tudo isso com Valdivia atrás do nove.
Quando Valdivia não estiver à disposição (convenhamos, geralmente quase metade da temporada), aí sim a ponta esquerda deve ser toda de Dudu, com Zé Roberto no lugar do chileno, centralizado, e Allione na ponta direita. Isso, claro, partindo de dois princípios básicos: que Oswaldo vai utilizar o 4-2-3-1, e que Zé Roberto não jogará na lateral, posição onde atuou no Grêmio 2014, e que deve ser ocupada por Victor Luis no Palmeiras 2015. Dudu e Zé Roberto, aliás, foram talvez os dois principais jogadores de linha do time gaúcho no ano passado. Ambos agora no Palmeiras.
Seja como for, o fato é que Dudu é uma ótima contratação do Palmeiras. Vai preencher uma lacuna importante no plantel alviverde. Chega para assumir essa posição meio carente no futebol brasileiro, posição de lado de campo e de velocidade. E é novo. Completou 23 anos na semana passada. Ou seja, tem bola não só para o curto prazo, mas também para o longo. Chega para render frutos não só hoje, mas também amanhã. Pois se render o que dele se espera, pode gerar uma boa negociação no futuro. Se não para o centro da Europa, para os mercados periféricos.
Como tudo não são flores, só tem uma coisa: Dudu não é goleador. Seu faro de gol não é apurado. Raciocínio que também se aplica aos outros jogadores da linha de três. Em outras palavras, Oswaldo precisa desenvolver o coletivo com excelência para que o time não dependa de Rafael (ou Leandro) nesse quesito. Os volantes e os laterais serão essenciais no processo construtivo e de arremate. Porque não dá para esperar muitos gols dessa possível linha de três. Uma baita linha de três, diga-se de passagem, mas em tese sem tanto poder de finalização. Logo, o coletivo terá de ser bem trabalhado para que a artilharia seja bem distribuída. De qualquer forma, o fato é que o elenco de 2015 já é bem melhor que o de 2014.
sábado, janeiro 10, 2015
Sem convicção não há evolução
A boa notícia para o torcedor do Liverpool é que Brendan Rodgers parece estar convicto. Há algumas rodadas vem adotando o mesmo esquema tático, um 3-6-1, e na medida do possível vem repetindo as peças, dando sequência aos determinados jogadores. A aparente falta de convicção e as mudanças frequentes na equipe foram alvos de críticas de minha parte no início da temporada para com ele (leia aqui), mas esse problema parece hoje superado.
Na linha de três da zaga, Emre Can, Skrtel e Sakho se mostram os donos das posições. Um trio com ótima estatura, relativa velocidade e boa saída de bola pelos lados, com o destro Can e o canhoto Sakho. Em relação às alas, a cada dia fica mais nítido que Moreno pela esquerda e Markovic pela direita são as melhores opções (creio que o sérvio de 20 anos brigará com Henderson pela posição nesse primeiro semestre de 2015, e creio que ganhará essa briga).
A presença de um winger na ala dum sistema com três zagueiros tem se tornado meio corriqueira, por sinal. É assim com Markovic no Liverpool, com Valencia e Young no United, e por aí vai. Até mesmo Robben cumpriu esse papel no Bayern, numa das tantas inovações de Guardiola.
No quadrado do meio campo, Lucas e Gerrard costumam formar a dupla de volantes (Henderson na ala direita e Markovic no banco), enquanto Lallana e Coutinho compõem a dupla de meias, e Sterling joga de centroavante. Sem os titulares Lallana e Sterling na partida deste sábado, contra o Sunderland, fora de casa, pela 21ª rodada da Premier League (prancheta acima), Gerrard foi avançado, ao lado de Coutinho, e Lucas e Henderson compuseram a dupla de volantes, com Markovic na ala direita e Borini na referência.
O primeiro tempo acabou 1 a 0 para o Liverpool, mas poderia ter acabado uns 4. Sem exagero. Várias chances foram criadas, a maioria por Coutinho e Markovic, os melhores em campo nos primeiros 45 minutos. No intervalo, por algum motivo (talvez por ter feito uma primeira etapa ruim tecnicamente), Gerrard saiu para a entrada de Lovren. Dessa forma, Can saiu da zaga e inicialmente passou para o meio campo, ao lado de Coutinho, mas depois inverteu de vez com o camisa 50 (Lucas e Henderson seguiram como volantes). O placar, 1 a 0, gol de Markovic, foi mantido até o final.
Enfim, parece que Brendan Rodgers encontrou a chamada formação ideal na temporada. Demorou um pouco, mas aparentemente encontrou-a. A questão é: com quais peças, quando todas estiverem à disposição? Se ele mantiver o 3-6-1 (acredito que manterá), penso que Sterling e Coutinho serão os meias, Lucas e Gerrard os volantes, Sturridge o nove, e Markovic e Moreno os alas, além do trio de zaga e do goleiro. Ou seja, os titulares no momento Lallana e Henderson acabariam na reserva. Vamos ver. Se um dia todos os atletas estiverem à disposição (coisa rara), saberemos o que o treinador tem em mente. Seja o que for, o fato é que a repetição do XI de umas rodadas para cá mostra sua convicção. E isso é uma boa notícia, pois não há evolução sem repetição (e não há repetição sem convicção).
Na linha de três da zaga, Emre Can, Skrtel e Sakho se mostram os donos das posições. Um trio com ótima estatura, relativa velocidade e boa saída de bola pelos lados, com o destro Can e o canhoto Sakho. Em relação às alas, a cada dia fica mais nítido que Moreno pela esquerda e Markovic pela direita são as melhores opções (creio que o sérvio de 20 anos brigará com Henderson pela posição nesse primeiro semestre de 2015, e creio que ganhará essa briga).
A presença de um winger na ala dum sistema com três zagueiros tem se tornado meio corriqueira, por sinal. É assim com Markovic no Liverpool, com Valencia e Young no United, e por aí vai. Até mesmo Robben cumpriu esse papel no Bayern, numa das tantas inovações de Guardiola.
No quadrado do meio campo, Lucas e Gerrard costumam formar a dupla de volantes (Henderson na ala direita e Markovic no banco), enquanto Lallana e Coutinho compõem a dupla de meias, e Sterling joga de centroavante. Sem os titulares Lallana e Sterling na partida deste sábado, contra o Sunderland, fora de casa, pela 21ª rodada da Premier League (prancheta acima), Gerrard foi avançado, ao lado de Coutinho, e Lucas e Henderson compuseram a dupla de volantes, com Markovic na ala direita e Borini na referência.
O primeiro tempo acabou 1 a 0 para o Liverpool, mas poderia ter acabado uns 4. Sem exagero. Várias chances foram criadas, a maioria por Coutinho e Markovic, os melhores em campo nos primeiros 45 minutos. No intervalo, por algum motivo (talvez por ter feito uma primeira etapa ruim tecnicamente), Gerrard saiu para a entrada de Lovren. Dessa forma, Can saiu da zaga e inicialmente passou para o meio campo, ao lado de Coutinho, mas depois inverteu de vez com o camisa 50 (Lucas e Henderson seguiram como volantes). O placar, 1 a 0, gol de Markovic, foi mantido até o final.
Enfim, parece que Brendan Rodgers encontrou a chamada formação ideal na temporada. Demorou um pouco, mas aparentemente encontrou-a. A questão é: com quais peças, quando todas estiverem à disposição? Se ele mantiver o 3-6-1 (acredito que manterá), penso que Sterling e Coutinho serão os meias, Lucas e Gerrard os volantes, Sturridge o nove, e Markovic e Moreno os alas, além do trio de zaga e do goleiro. Ou seja, os titulares no momento Lallana e Henderson acabariam na reserva. Vamos ver. Se um dia todos os atletas estiverem à disposição (coisa rara), saberemos o que o treinador tem em mente. Seja o que for, o fato é que a repetição do XI de umas rodadas para cá mostra sua convicção. E isso é uma boa notícia, pois não há evolução sem repetição (e não há repetição sem convicção).
sexta-feira, janeiro 09, 2015
O time do ano 2014
Com mais de 8 milhões de votos computados no site da UEFA, este foi o XI eleito de 2014. Só acho que dois jogadores do Chelsea poderiam ter entrado: Diego Costa, na vaga de Ibrahimovic, e Ivanovic na de Lahm. Em especial porque o alemão jogou boa parte do ano no meio campo. E achei justa a presença de Alaba. Para mim, o melhor lateral-esquerdo da atualidade.
quarta-feira, janeiro 07, 2015
A nova geração já está aí
Inspirado pela Four Four Two, resolvi listar os 23 melhores jogadores sub-23 do mundo. No caso, jogadores que ainda não completaram 23 anos, porém que podem fazê-lo em 2015. Um bom exemplo é o primeiro colocado Neymar, que ainda tem 22, mas completa 23 no mês que vem.
Confira:
1. Neymar (22 anos)
2. Pogba (21 anos)
3. Courtois (22 anos)
4. Verratti (22 anos)
5. Isco (22 anos)
6. Alaba (22 anos)
7. Götze (22 anos)
8. Sterling (20 anos)
9. Koke (22 anos)
10. Varane (21 anos)
11. Lucas Moura (22 anos)
12. Coutinho (22 anos)
13. Draxler (21 anos)
14. Eriksen (22 anos)
15. Barkley (21 anos)
16. Lukaku (21 anos)
17. Marquinhos (20 anos)
18. Kane (21 anos)
19. Lamela (22 anos)
20. Talisca (20 anos)
21. Bruma (20 anos)
22. Can (20 anos)
23. Januzaj (19 anos)
Concorda?
Confira:
1. Neymar (22 anos)
2. Pogba (21 anos)
3. Courtois (22 anos)
4. Verratti (22 anos)
5. Isco (22 anos)
6. Alaba (22 anos)
7. Götze (22 anos)
8. Sterling (20 anos)
9. Koke (22 anos)
10. Varane (21 anos)
11. Lucas Moura (22 anos)
12. Coutinho (22 anos)
13. Draxler (21 anos)
14. Eriksen (22 anos)
15. Barkley (21 anos)
16. Lukaku (21 anos)
17. Marquinhos (20 anos)
18. Kane (21 anos)
19. Lamela (22 anos)
20. Talisca (20 anos)
21. Bruma (20 anos)
22. Can (20 anos)
23. Januzaj (19 anos)
Concorda?
terça-feira, janeiro 06, 2015
O novo ponta-esquerda do Timão
Faz mais sentido Dudu no Corinthians do que no São Paulo. Porque no Corinthians Dudu chega para ser titular absoluto, enquanto no São Paulo, disputaria uma vaga com Michel Bastos. Pois no 4-4-2 em linha de Muricy Ramalho, Ganso joga numa beirada, Denilson e Souza formam a dupla de volantes, e Michel Bastos atua na outra beirada. Posição que era ocupada por Kaká, e que hoje naturalmente é ocupada por Michel. E que seria, até que se prove o contrário, disputada com Dudu, caso ele fosse para o São Paulo.
Já no Corinthians, Dudu não tem tanta concorrência assim, uma vez que são poucas as opções do elenco alvinegro para a beirada. São poucos os atletas com características de winger. Diria que apenas Malcom (e Lodeiro). Ou seja, independente do esquema tático adotado por Tite (4-2-3-1 ou 4-1-4-1, por exemplo), Dudu chega para assumir o flanco esquerdo, região do campo por onde se destacou no Grêmio 2014. No São Paulo, o flanco esquerdo, que era de Kaká, até que se prove o contrário, hoje pertence a Michel Bastos.
Caso Tite opte pelo 4-2-3-1, a saída mais comum, penso eu, é a dupla de volantes composta por Cristian e Elias, e a linha de três por Petros, Renato Augusto e Dudu, além de Guerrero na frente. Petros?! Creio que sim. Mal comparando, pode ser que Petros seja o novo Jorge Henrique do Timão - o cara pela beirada para segurar o lateral mais ofensivo do time adversário. Agora, caso Tite tenha em mente uma alternativa mais ofensiva, Malcom e Lodeiro são as opções naturais à ponta direita, para compor a linha de três com Renato Augusto (faixa central) e Dudu (ponta esquerda).
Já num outro esquema tático (4-1-4-1), penso que Ralf seria o cabeça de área, com Cristian e Elias à frente dele, Dudu na ponta esquerda, Guerrero na referência e Renato Augusto na direita. Eu sei, Renato é mais meia do que winger, e consequentemente, com a bola, tenderia a buscar a faixa central. Mas sem ela, fecharia o flanco direito, algo que está acostumado a fazer. E dessa maneira, tanto Malcom quanto Lodeiro e Petros seriam reservas.
Seja como for, o fato é que Dudu faz mais sentido no Corinthians do que no São Paulo. Sem querer encher demais a bola do jogador, mas já enchendo, o fato é que o Corinthians “precisa” mais de Dudu do que o São Paulo, por uma questão de composição do plantel, por uma questão de carência da posição no elenco alvinegro. Carência relativamente suprida com a chegada de Dudu.
Já no Corinthians, Dudu não tem tanta concorrência assim, uma vez que são poucas as opções do elenco alvinegro para a beirada. São poucos os atletas com características de winger. Diria que apenas Malcom (e Lodeiro). Ou seja, independente do esquema tático adotado por Tite (4-2-3-1 ou 4-1-4-1, por exemplo), Dudu chega para assumir o flanco esquerdo, região do campo por onde se destacou no Grêmio 2014. No São Paulo, o flanco esquerdo, que era de Kaká, até que se prove o contrário, hoje pertence a Michel Bastos.
Caso Tite opte pelo 4-2-3-1, a saída mais comum, penso eu, é a dupla de volantes composta por Cristian e Elias, e a linha de três por Petros, Renato Augusto e Dudu, além de Guerrero na frente. Petros?! Creio que sim. Mal comparando, pode ser que Petros seja o novo Jorge Henrique do Timão - o cara pela beirada para segurar o lateral mais ofensivo do time adversário. Agora, caso Tite tenha em mente uma alternativa mais ofensiva, Malcom e Lodeiro são as opções naturais à ponta direita, para compor a linha de três com Renato Augusto (faixa central) e Dudu (ponta esquerda).
Já num outro esquema tático (4-1-4-1), penso que Ralf seria o cabeça de área, com Cristian e Elias à frente dele, Dudu na ponta esquerda, Guerrero na referência e Renato Augusto na direita. Eu sei, Renato é mais meia do que winger, e consequentemente, com a bola, tenderia a buscar a faixa central. Mas sem ela, fecharia o flanco direito, algo que está acostumado a fazer. E dessa maneira, tanto Malcom quanto Lodeiro e Petros seriam reservas.
Seja como for, o fato é que Dudu faz mais sentido no Corinthians do que no São Paulo. Sem querer encher demais a bola do jogador, mas já enchendo, o fato é que o Corinthians “precisa” mais de Dudu do que o São Paulo, por uma questão de composição do plantel, por uma questão de carência da posição no elenco alvinegro. Carência relativamente suprida com a chegada de Dudu.
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